05 de janeiro de 2049, 9:12 AM, rua Montfort...

Arthur estaciona em frente a uma casa, grande, meio rústica, verifica tudo e então fala:

—Finalmente voltamos a antiga casa doa Grissom...- ele diz balançando a cabeça, continua olhando fixamente para a casa, temendo aproximar-se, enquanto o restante da sua família sai do carro. Sua esposa põe a mão no seu ombro e também olha para casa, até que percebem um carro cinza se aproximar, saindo dele duas jovens uma alta, cabelos longos, pretos e encaracolados, e do lado dela, uma baixinha, uns 3 anos mais jovem, cabelos acima do ombro e lisos. Elas se aproximam da família, um sorriso de orelha a orelha surge no rosto de Arthur:

—Minhas irmãs!- ele diz abraçando as duas moças que retribuem o abraço.- Quanta saudade!

—Sim meu irmão, quanto tempo não nos vemos- diz a moça mais alta.

—Mentira que esse são seus filhos!- diz a moça menor, com os olhos arregalados para os dois jovens e menor.

—Sim são meus filhos! O tempo passa rápido não é?- ele diz sorrindo. Depois de matarem as saudades ali mesmo, na frente da casa dos pais, eles resolvem apertar a campainha, essa era hora de mais tensão, ninguém sabia com Gilbert ia reagir a essa visita inesperada.

Chegando à porta da residência, a moça mais nova aperta a campainha, não demora muito um senhor que aparenta ter uns 69, 70 anos de idade, lhes abre a porta. No mesmo instante quando senhor abre a porta e ver quem batia, seus olhos se encheram de lágrimas, assim como os olhos de seus filhos, os netos só o olhavam, Gilbert ainda não tinha notado a presença das outras pessoas ali, muito menos da pequena criança que estava entre sua mãe e Arthur. Ninguém ousava falar sequer uma palavra, até Arthur se manifestar:

—Pai!- disse e naquele momento nenhum dos filhos e nem mesmo o pai conseguiu conter as lágrimas, Gilbert não era de chorar, pois ele geralmente não demonstrava suas emoções, os três se abraçaram e depois Gilbert lhes mandou entrar, Arthur e seu filho foram pegar as malas suas malas e as malas da tia, a filha pequena de Arthur já tinha escapulido, e brincava pelo jardim, a esposa de Arthur preparava um lanche para todos, enquanto Gilbert conversava com suas filhas e sua neta, já fazia um bom tempo que ele não se sentia tão bem.

Em nenhum momento tocaram no nome da esposa de Gilbert, ninguém nunca tocara, desde a morte dela, Gilbert mudou demais, estava diferente, muito mais frio, mas nesse dia ele estava feliz, feliz de verdade.

—Tem lanche feito para nós!- disse a esposa adentrando a sala onde todos estavam- venham!-disse chamando-os.

—Calma, tenho uma ideia melhor!- Gilbert se manifestou- Vamos para o jardim.

Todos concordaram, o jardim da casa dos Grissom era um jardim grande, belo, Gilbert cuidava desse jardim com muito carinho, lá nesse jardim ele e seus filhos tinham passado momentos muito felizes lá.

—Senhor Gilbert, esse jardim é tão belo, é o senhor mesmo que cuida?- pergunta a esposa de Arthur.

—Me chame somente de Gil, querida!- disse com um sorriso- sim, sou eu quem cuida desse jardim!- ele disse olhando para algumas rosas à sua esquerda.

De repente Gil tem impressão de ver um volto ruivo correndo pelo jardim, um pequeno vulto ruivo, ele percebe que é uma garotinha que se aproxima correndo, ela tinha as características de sua esposa: ruiva, olhos azuis, nariz meio empinado e afilado.

—Querida, onde você estava?- Arthur pergunta.

—Estava brincando papai.- a garota diz sorrindo. Olha para o lado e vê um certo senhor olhando-a, pula no colo dele lhe dando um forte abraço, o abraço daquela garotinha fez com que ele se sentisse novamente nos braços de sua amada, aquilo lhe fez bem.

—Vovô!- a garota disse animada, Gil, sem jeito, colocou a menina sentada no seu colo.

—Qual o seu nome pequena?- Gil perguntou.

—Kate, Kate Braun Grissom- ela diz.

— Hum, Kate, eu sou Gilbert, me chama de Gil tá?- ele disse, Arthur se surpreendeu com a atitude do pai.

— Tá bom vovô Gil!- a garota diz sorridente.

Depois de passarem horas e horas conversando, sem tocar no assunto da esposa de Gil, resolveram entrar e almoçar, e depois foram descansar. Na mesma tarde eles iriam sair para um passeio, e Gil, logicamente, ia junto.

O dia passou rápido, mais foi um dos melhores dias da sua vida, estava se sentindo muito bem. Naquela noite, ele não chorou, como todas as noites fazia, mas adormeceu com um sorriso de orelha a orelha.