Lost in Love escrita por hummingbird


Capítulo 13
Goodbye Dubin. Goodbye Grandma Finlay.


Notas iniciais do capítulo

*Grandma = avó*



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A banda estava tocando LakeHouse. Uma das minhas músicas favoritas que passava calmaria e paz para quem a ouvisse. Matt e eu dançávamos no meio de casais se beijando ao nosso redor. Suas mãos estavam firmes na minha cintura, as minhas estavam apoiadas em seu ombro. Após alguns minutos Matt sussurrou algo no meu ouvido:

— Amber, me desculpe pelo que eu disse no lago. Eu estava... Nervoso. – ele suspirou - Você é uma garota teimosa e eu...

— Eu sei que sou.

—... Gosto disso. Sei que seu namorado foi um filho da puta porque ele deixou uma garota incrível como você livre. Me desculpe pelo que falei aquela hora, mas quero que saiba que quando você quiser desabafar, conversar para falar sobre qualquer coisa, eu estarei aqui. Isso pareceu meio gay, droga.

— Eu entendi – e soltei uma risadinha. Ele também riu. – Obrigada, Mathews. Acho que podemos ser amigos ao invés de inimigos. O que acha? – levantei a cabeça para poder olhar em seus olhos azuis como o mar.

— Uma ótima ideia. – ele sorriu e voltamos a apreciar a música.

......

            Voltamos para casa por volta das duas horas da madrugada, porque depois do show dispensamos a carona do senhor Patrick e fomos comer cachorro quente. Quando chegamos Rachel estava esperando na sala com os olhos vermelhos e o rosto sério.

— Por onde vocês andaram?Ah não importa... – ela suspirou e se sentou no sofá. Matt e eu sentamos nas poltronas próximas, Rachel estava chorando e fungava conforme as lagrimas rolavam.

— Mãe, o que foi? Porque você está chorando? – Matt estava muito preocupado. Notei que suas mãos tremiam e suavam.

— A sua avó... Ela teve mais um ataque de alucinações esta noite. Quando fui tentar ajudar, ela se sentiu muito mal e desmaiou. – houve mais lágrimas. Matt foi abraçá-la – Levamos ela ao médico e foi como se ela tivesse um infarto. Quase, Mathews. Ela está muito mal.

— Entendo, lamento muito, mãe. Tenho certeza que ela vai melhora se tomar os remédios certos.

— Vamos embora amanhã de manhã. Gostaria de ficar mais tempo, mas... – Ela explodiu em um choro descomunal. Coloquei minha mão sobre a dela. Não sabia o que dizer e acredito que foi o bastante para entender que o gesto foi de coração afim de tranquilizá-la e mostrar minha solidariedade. Rachel compreendeu o ato e levou uma das mãos aos fios de cabelos soltos. – Primeiro seu pai, depois a Anna e agora a vovó... AI meu Deus, eu não consigo. Anna... Amber... SAIA DAQUI. SAI AGORA

Ela elevou a voz e se levantou, notei que as lágrimas caiam como gotas de chuva em uma tempestade e me levantei, ainda hesitando.

— Amber, por favor... – a voz de Matt parecia se igualar com a da mãe e acabei assentindo. Fui para meu quarto e troquei de roupa. Pensei no quão difícil estava sendo para Rachel este momento, ela até me confundira com a filha morta. E a vovó Finlay era seu parente mais próximo. Gostaria de poder fazer algo a respeito.

Deitei-me na cama e apaguei as luzes. Pensei em Mathews conversando com a mãe com o objetivo de tranquilizá-la ou apenas estava compartilhando a sua dor. Peguei no sono depois de muitas tentativas frustradas de ouvir a conversa lá embaixo.

                                                                                              .....

Chegamos ao aeroporto do Alasca ao meio dia. O sol fraco de uma semana atrás já não brilhava mais, o clima agora estava frio e estremeci só de pensar que uma nevasca poderia cair a qualquer momento. A despedida de Vera e do Senhor Patrick foi a parte mais difícil naquele dia, ela me deu seu telefone caso quisesse conversar ou pedir algo. Agradeci os dois pela hospedagem e saímos de Dublin. No avião, dividi minha poltrona com Matt que não falou comigo em nenhum momento. Rachel ficava o tempo todo com a vovó, que dormia e outrora tomava remédios.

Meu pai nos encontrou na mesma rodoviária que aguardávamos sua mulher a algumas semanas, desta vez seu olhar era carregado de tristeza. Ele abraçou a mulher demoradamente, cumprimentou a vovó com um aceno, depois eu e Matt.

— Você tem uma visita, Amber. Lá na mansão.

— Quem?- perguntei dando de ombros.

— você verá.

A mansão agora parecia silenciosa, pois quem todos que a adentravam estavam carregados por um sentimento triste. As empregadas levaram nossas bagagens para os quartos e fomos todos para a sala de estar. Fui buscar um copo de suco na cozinha e quando voltei para a sala, todos estavam sentados no sofá, exceto meu pai e um garoto de cabelos claros que eu conhecia muito bem. Jackson. Ele estava de costas para mim. Meu coração acelerou e senti meu sangue pulsar com a adrenalina que corria em meu corpo. Ele se virou e não contive a surpresa de relembrar seu rosto, tudo as lembranças vieram como um tapa na cara. Derrubei o copo de suco no chão e ouvi o estilhaçar dos cacos de vidro.

— Amber... – havia um grande sorriso em seu rosto. E minha voz havia surpresa e raiva.

— Jackson...

Ele correu e me abraçou como se fossemos verdadeiros amigos; O abraço que trocaria com Taylor e não com ele.

— Que saudade.

Não consegui dizer mais nada. Meus olhos estavam cheios de água e capturei uma expressão confusa de Matt no canto da sala. Percebendo meu desconforto, meu pai se pronunciou tenso:

— Que tal vocês irem para o jardim enquanto a empregada limpa a bagunça que você fez? – ele acenou com a cabeça para os cacos de vidro no chão. - Devem ter muitas novidades para compartilhar e depois quero uma conversa privada com o namorado da minha filha.

Ele sorriu, Jackson concordou com a cabeça obedientemente e cruzamos a sala rumo ao jardim dos fundos. Caminhei furiosa até o banco mais próximo e explodi sobre ele.

— Meu namorado? Você disse a ele que é meu namorado? Qual é seu problema, Jackson?

— Ei, pensei que você iria ficar feliz em me ver. Qual é, Amber? – ele parecia feliz.

— Estaria mais feliz se você não estivesse vindo até aqui contar mentiras para o meu pai – rebati com toda fúria acumulada.

— Não vim aqui contar mentiras e eu estou apenas de passagem. Meus tios estão passando as férias deles no Alasca e eu vim passar um fim de semana. Lembra- se deles?

— Lembro... Porque veio aqui? Até mim... Não quero te ver nunca mais depois do que fez comigo. – expliquei cabisbaixa.

— Ei... Eu entendo que errei com você. Vim até aqui para consertar isso. Cometi o pior erro da minha vida ao trair você e quando Stacy me disse que você estava com outro cara acabei ficando com mais raiva de mim mesmo. Amber... Me perdoe. Eu ainda amo você.

Ele tomou meu rosto nas mãos e eu senti minhas bochechas molhadas de choro se encaixarem perfeitamente ali. Meu coração batia forte contra um refluxo causado por Jackson.

— Também amo você, mas... Não posso te perdoar. Você não tem ideia de como foi assistir aquilo de camarote.

— Amber, eu já pedi desculpas. Foi só uma recaída e aquela garota tinha um... Um... – ele demorou a falar e percebi que havia algo errado ali.

— Ela tinha um namorado. – respondi severamente e me afastei um pouco dele. Por isso havia levado um soco no olho na manhã que eu fui embora – Parabéns pela conquista.

— Tudo bem, eu errei e quero reparar isso. Vamos voltar a namorar, eu poderei vir aqui todo fim de semana. Quando acabar o ano, posso me mudar para cá, trabalhar e comprar uma casa.

— Jackson, as coisas não funcionam assim..

— Funcionam como então? Você disse que ainda me amava...  É por causa do seu novo namorado? Aquele cara gigante que estava me fulminando com o olhar? Qual é, Amber? Sou mais eu...

Sorri e revirei os olhos.

— Não é por isso e ele não é meu namorado. Ele é meu irmão postiço, filho da... Ah, deixa pra lá. Não vamos voltar, Jackson. Quem trai uma vez pode trair novamente. Não quero me machucar de novo.

Ele silenciou colando seus lábios nos meus. Suas mãos envolveram minha cintura e eu me senti em um verdadeiro paraíso. Ele abriu minha boca com a sua língua e eu a recebi de bom grado, foi algo intenso que me fez recordar da nossa primeira transa. Seus lábios estavam quentes, compartilhando um desejo reprimido ali. Passei a mão em seus cabelos castanhos e suspirei entre o beijo, a cena seguinte foi a lembrança de quando o encontrei com a garota em seu quarto, me afastei rapidamente dele totalmente sem fôlego.

— Eu precisava de um ultimo beijo seu. Estou indo embora já que não me quer – ele me abraçou, seus braços quentes me transmitiam segurança e conforto.  Após alguns instantes, me soltei do abraço.

— Acho que também precisava. É melhor você ir embora, agora.

— Tudo bem. Até logo? – neguei com a cabeça e ele começou a caminhar. Algo o fez voltar até onde eu estava fazendo-o se aproximar muito do meu rosto – Esqueci de uma coisa.

Ele me puxou para outro beijo, porém desta vez foi repleto de carinho e foi de pouca duração. Jackson saiu caminhando até seu carro parado na entrada da mansão e se foi. Voltei para a mansão e enquanto subia as escadas, meu pai trombou comigo no caminho, dizendo:

—Aonde vai tão apressada?

 - Ao meu quarto. Por quê?

— Por nada. Onde está “seu namorado”? – ele pronunciou “seu namorado” com risadinhas e eu sorri.

— Ele foi embora. E não é meu namorado.  Não mais.

— Tudo bem... Se você está dizendo. – ele deu de ombros e me lembrei que ele havia dito que tinha uma coisa que eu precisava saber.

— Pai.. O que você queria me falar?

Ele me olhou com uma expressão de tristeza, suspirou, sorriu desfarçadamente e disse:

— Conversamos mais tarde. Preciso resolver umas coisas no escritório ainda.

— Tudo bem...

Subi as escadas para chegar ao meu quarto.

Cheguei e imediatamente comecei a pensar em tudo o que havia acontecido hoje, Jackson havia me trazido lembranças tão boas de uma vida que jamais quis esquecer. Talvez tenha sido melhor nunca tê-lo visto novamente. Liguei para Ashley para contar sobre a viagem e sobre Jackson. Ficamos horas no telefone colocando os assuntos da semana em dia.

....

Meus sonhos com a viagem a Irlanda foram interrompidos por um grito insurgente vindo do corredor. Levantei imediatamente da cama abrindo a porta rapidamente e corri até a luz branca e cintilante no fim do corredor. A porta estava aberta e Rachel estava estirada sobre um corpo chorando desesperadamente, meu pai cobria seus ombros com um abraço enquanto Mathews cobria a boca com uma das mãos. O corpo era o da vovó que estava totalmente pálido, porém com olhos abertos carregados com uma expressão assustadora. Matt notou meu espanto e infelicidade, seus olhos estavam cheios de lágrimas e quando caminhei até ele, as observei caindo sobre a bochecha. 

Não havia nada para se dizer então tentei demonstrar um pouco de compaixão e enlacei minha mão na dele, para minha surpresa ele recusou o gesto e saiu da sala, trombando comigo ao se retirar. Não entendi o motivo do ato e uma parte pequena de mim, entristeceu. Liguei para a emergência cobrando a sua chegada, e quando chegou, Rachel desmaiou de tanto chorar quando recebeu a noticia que a vovó havia falecido. Permaneci na sala de estar enquanto meu pai tratava dos assuntos para o enterro e velório, acabei adormecendo ali mesmo sabendo que na manhã seguinte enterraríamos a mãe de Rachel, a vovó Finlay.


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