Howlin' For You escrita por Licê


Capítulo 4
O Beijo


Notas iniciais do capítulo

Oie, espero que goste do capitulo ^-^



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—É coisa da sua cabeça. –digo tirando sua mão do meu rosto.

—Minha cabeça tem só o essencial. –ela diz expirando com os olhos fechados. Parece cansada. –Tira a armadura. –ela diz olhando séria pra mim.

—Que armadura? –pergunto impaciente.

—Essa maldita armadura de bad boy ignorante!  –ela diz me dando um empurrão.   

—Ficou louca?! –digo empurrando ela de volta.

—Eu louca? Você que fica por aí que nem um perdedor procurando um objetivo! –ela diz aparentando raiva e cinismo. É estranho vê-la assim. Mas eu me irritei completamente quando ela me chamou de perdedor.

—QUEM É VOCÊ PARA ME CHAMAR DE PERDEDOR?! VOCÊ NÃO ME CONHECE!! –grito com ela. Dessa vez ela merece, não me desculparei.

—Quem eu sou? –ela pergunta em tom sarcástico. –EU SOU A PESSOA QUE TE DEIXOU FELIZ EM MEIO A TODA ESSA MERDA QUE VOCÊ CHAMA DE VIDA!! –ela grita jogando na minha cara. Sua voz que esteve sempre suave, calma e meio rouca comigo; agora estava potente. Acho que deve ter acordado todas as pessoas da rua.

—ME DEIXOU FELIZ E AGORA IRRITADO!! –grito. –E ISSO NÃO MUDA O FATO DE VOCÊ NÃO ME CONHECER!!!

—FODA-SE! NÃO PRECISO TER PASSADO 10 ANOS COM VOCÊ PARA SABER QUE VOCÊ É UM IDIOTA SENTIMENTAL!! –ela grita com mais raiva do que antes.

—Idiota sentimental? VOCÊ NÃO SABE DO QUE TA FALANDO!! –grito e dou uma risada sarcástica.

—Ah, não sei? Vai me dizer que agora a pouco quando estava comigo, quase me beijando, não pensou na sua ex? –ela diz com calma, porém; com a expressão mais debochada que já vi alguém fazer.

Fico calado. Não irei dar razão a ela. Mas eu sei que se eu ficar calado muito tempo será o mesmo que dizer “sim”.

—Isso não significa nada. –digo com os braços cruzados e sem expressão. Sinceramente, qual o problema dela? Fica se intrometendo assim na minha vida...

—Pra mim significa que você é um idiota sentimental. –ela diz, ainda, com aquela puta cara de deboche.

—VOCÊ NÃO SABE PELO QUE EU TO PASSANDO!! –grito irritado. –NÃO É VOCÊ QUE PRATICAMENTE MATOU SUA IRMÃ. NÃO É VOCÊ QUE É JULGADA Á TODO MOMENTO POR TODO MUNDO QUE TE CONHECE. NÃO É VOCÊ QUE TEM DE ATURAR VÁRIOS VARIOS VÁRIOS E VÁRIOS SERMÕES!!! NÃO É VOCÊ QUE FOI TRAÍDA E MESMO DEPOIS DE PERDOAR É TROCADA POR UM QUALQUER!! –desabafo gritando. Admito, aliviou um pouco. Sinto minha respiração densa. Meus batimentos cardíacos correndo uma maratona e minhas emoções bagunçadas. Sinto vontade de chorar, mas jamais farei isso na frente dela. Na verdade me recuso a chorar por qualquer um desses motivos que gritei para ela.

“Já acabou Jéssica?” –ela brinca com um sorriso de quem ganhou uma aposta. –Se abrindo com uma desconhecida? Que feio Castiel. –ela diz fazendo biquinho como se eu fosse uma criança. –Se eu pressionar mais chora! –ela fala provocativa.

—Ah vai se fuder! –digo cerrando o punho. –Nem sei o motivo de eu continuar discutindo com você. –digo indiferente. Esse é o momento certo para ir embora. Mas eu insisto em ficar de pé olhando para ela; controlando todas essas emoções.

As vezes ao olhá-la tenho tanta raiva que da vontade de espancá-la. Ao mesmo tempo vejo como ela é linda e penso como seria se eu ficasse com ela. Daí eu me lembro de Debrah, em seguida de Iris; e toda a raiva e tristeza volta.

—Eu sei. Você tem um péssimo gosto para garotas! –ela não grita, porém nem precisa. As palavras soaram tão fortes ao sair de seus lábios. –Percebe-se isso ao escolher uma garota que te coloca chifres! –ela diz com um sorriso cínico. As palavras me estremecem, quase cai. Uma força, que eu tirei de não sei onde, me mantêm de pé. –Isso para não dizer que é um idiota sentimental que não soube nem cuidar de sua própria irmã.  –ela diz revirando os olhos, provavelmente entediada.

Pronto... ela tirou minhas ultimas forças. Quero xingá-la de tudo que for possível. Quero bater o pé e ir embora e deixá-la só. Mas tudo que consigo é encará-la. Algumas malditas lágrimas desceram. Depois de umas três elas perderam o controle.

—Feliz? –pergunto sarcástico, me virando de costa para ela não me ver.

—Eu já te vi. Não adianta esconder essas lágrimas de bebe chorão. –o tom de voz... mudou. Esta compreensível, calmo e amigável. Detestei o apelido, mas percebi preocupação e a satisfação dela. –Não precisa se esconder. Eu peço desculpas! –ela diz puxando-me pelos ombros para virar pra ela. Vejo sua expressão séria, embaçada pelas detestáveis lágrimas.

—Desculpas? –digo limpando o rosto, não adiantando de nada, pois não tenho controle das águas que percorrem meu corpo sem controle. Tiro e cai mais.

—Desculpas. Desculpa pelo que eu disse, pelos gritos e pelo sarcasmo. –ela diz levemente corada e encarando o chão. –Contudo parecia que você precisava desabafar e chorar um pouco. –ela diz com um sorriso amigável. –Eu só forcei um pouco a barra. As vezes tudo que alguém precisa é de alguém que o escute. Porém eu duvido que você iria falar comigo sobre tal coisa. –ela diz meio sem graça.

—Eu detesto você. –digo sarcástico tentando manter a seriedade, porém um sorriso ainda era difícil de conter. Limpo as lágrimas, que finalmente pararam de escorrer. E pensar que a menina estranha de capuz na chuva, iria conseguir me ler melhor do que qualquer um dos meus amigos.

—Ah, eu também adoro você! –ela diz jogando os cabelos para trás confiante, precisamente: como Beyoncé em um show.

—É sério. Eu detesto você. –digo sério. Acho que consigo enganá-la.

—Sério? –ela diz receosa, com uma expressão triste.

—Peguei você. –digo com um sorriso confiante. –Quem é o idiota sentimental agora? –pergunto debochado.

—Você. Sempre será você. Tenho até outro adjetivo para você: Idiota sentimental bebê chorão falsiano. –ela diz cruzando os braços e virando a cara, fingindo raiva pela minha brincadeira.

—Desse jeito vou acabar acreditando que você me adora. –digo virando seu rosto em minha direção. Aos poucos vou acabando com a distância de um metro entre nós.

Cada vez mais perto, mais perto e mais perto. Até que consigo sentir sua respiração calma e seus batimentos agitados, colados aos meus. Centímetros separam minha boca da dela. Quando vou me aproximar mais um pouquinho... Ela me abraça, desviando do beijo. Droga...

—Se eu fosse você; um idiota sentimental bebe chorão falsiano, não tentaria nada comigo. Porque talvez eu seja muito mais egoísta que sua ex. –ela diz em um tom cínico em meu ouvido no meio do abraço.

Como só ela estava me abraçando. Acabo que retribuo o abraço. Sinto seu corpo próximo ao meu. Suas curvas e medidas perfeitas, que eu não tinha notado, próximas ao meu corpo se tornam mais sexy do que seriam ao normal. Não irei assediá-la. Mas não vou deixar de tentar mais uma vez beijá-la.

Quando o abraço foi chegando ao fim e seu rosto passou por mim; trouxe sua boca para a minha. No inicio ela parece assustada com meu ato. Ainda mais comigo ansioso e apressado. Sinto que fiz errado.

Ela conserta. Coloca a cabeça um pouquinho para o lado. E me beija totalmente diferente do jeito que eu a beijo. Pode ser que os beijos reflitam a personalidade de alguém. Pois enquanto eu estou pegando fogo por ela; a tal se mantém calma, porém voraz.

Entre a briga que tivemos no inicio de nossas línguas sem direção; e agora. Posso sentir uma enorme diferença. Depois que encontrei os pontos certos de sua boca, deixei de ser racional e comecei a seguir totalmente meus instintos.

A meio de um beijo sem pausa, que é o nosso, há direito a tudo. Junto de minhas mãos “bobas” que de bobas não tem nada, que passam pela sua bunda de medidas um pouco acima do normal, de um formato perfeito; até embaixo de seus seios, que eu não ousei tocar. Afinal ela deve estar de sutiã, o que não teria graça.

Eu poderia não estar explorando tanto o corpo dela. Mas as mãos dela em minhas costas subindo e descendo, me puxando para mais perto... Só me fazem ficar cada vez mais excitado. Só não passo as minhas mãos por baixo de seu vestido porque estamos na rua.

—Aaahh... chega! –ela diz descolando de mim e se afastando até demais. –Estou sem ar e desmontada. –ela diz expirando e inspirando; em seguida arrumando o vestido e tirando o nó do brinco direito no cabelo.

Também estava sem ar. Porém continuaria de boas.

—Você é melhor do que eu esperava. –digo a feliz realidade.

—Eu que deveria dizer isso. –ela diz sorrindo e se afastando mais.

—Para quê tanta distancia? -pergunto com um sorriso debochado. –Esta com medo de mim?

—Eu? Medo de você? Jamais. –ela diz, de um jeito confuso, não sei decifrar o sarcasmo, mas acho que estava ali. –Só estou com medo de mim mesma.

—Por quê? –pergunto me aproximando. E ela recua.

—Se me beijar de novo, daí você terá medo de mim. –ela diz com um sorriso totalmente sexy.

—Hm... Quer que eu te leve em casa? –pergunto mudando o assunto.

—Não precisa. –ela diz sem me olhar.

—Vou te ver novamente? –pergunto. Essa é a duvida. E se ela sumir? A frança é muito grande.

—Me concede seu aparelho celular?  –ela pede. Se ela tivesse dito apenas “celular” , eu teria começado a ditar os números.

—Para? –pergunto confuso.

—Sim ou não? –ela diz ignorando minha pergunta.

Tiro meu celular o bolso e estico para ela. Ela pega da minha mão. Será que vai me roubar?

—Coloca a senha. –ela ordena. Esticando ele de volta.

—Para? –pergunto novamente, só que pegando ele de novo

—Coloca ou não coloca? –ela pergunta ignorando minha pergunta e me encarando provocativa.

Desenho a senha sem que ela veja e a entrego de volta. Ela abre um dos aplicativos e começa a digitar algo. Até que termina e diz:

Quando souber meu nome, pode me chamar. Só não demora muito, porque não estarei te esperando. –ela diz me entregando meu celular,  piscando um olho pra mim e com um sorriso de canto ela começa a andar e ir embora.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado do capitulo; e deixe sua opinião, é importante