Howlin' For You escrita por Licê


Capítulo 3
Como Água e Fogo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Novo capitulo :3 espero que gostem
E me desculpem se eu não souber descrever corretamente as vestes da personagem. É que é complicado imaginar como Castiel pensaria '--' (e eu não muita em colocar imagem)
Aaah e não pensem que tocaram apenas 3 músicas, tocaram várias. Só que seria complicado descrever cada uma.



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10:48 da noite acho melhor sair agora. Não que eu esteja ansioso, porém melhor chegar cedo do que atrasado. Eu acho.... 

Pego minha jaqueta de couro e saio. Será que ela estará lá? Talvez eu esteja indo muito cedo. Ela disse que queria ir dançar. Onde a levo? O que ela deve gostar de dançar? Será que ela vai querer que eu dance com ela? Tomara que não.

Um riso escapa ao pensar nisso.

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11:05 chego na rua em que a encontrei mais cedo. Sento-me no mesmo banco e espero. Acabei chegando muito cedo. Nem imaginei que eu andasse tão rápido. Ela ainda pode vir. O lance é esperar.

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11:20 ainda esta cedo. A hora do meu relógio esta certa? Talvez ela só estivesse me zoando. Talvez aquele telefonema só tenha sido para conseguir se livrar de mim.

Não! Ela que marcou. Essa teoria não tem sentindo. Eu só estou adiantado demais.

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11:45 ela esta atrasada. Talvez eu deva ir embora. Talvez daqui a uns minutinhos eu levante. Talvez ela chegue nesses minutinhos.

Eu devo ser um idiota... Marcar um encontro a essa hora com uma garota que eu nem conheço.

Fecho os olhos e tento visualizar o que eu esperava que acontecesse essa noite.

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De repente sinto dedos frios e magros em meus olhos, logo em seguida um beijo macio na bochecha. Será ela?

—Esperou muito tempo? –ela pergunta em meu ouvido. É a voz suave e meio rouca dela. Ela veio; por que eu pensei o contrário?

Me sinto relaxado com a respiração dela perto do meu ouvido. Sentir vida tão perto, é bom...

—Não. Acho que uns minutos apenas. –digo balançando os ombros em sinal de tanto faz.

—Sério? –ela diz satisfeita. Ela tira as mãos de meus olhos e as deixa ao redor do meu pescoço. Se a mão dela não fosse tão fria eu não me importaria. –Eu tive uns problemas... –parece que não quer falar sobre isso. –Enfim, achei que você não iria vir.

—Eu que deveria pensar isso. -digo olhando para cima. Ela não esta maquiada. O que é estranho para uma garota. Bem, ela também não estava hoje a tarde. Seus cabelos estão soltos e cacheados; mais belos que de hoje mais cedo.

—Desculpa. –ela diz sem me olhar.

Fica um silêncio entre a gente.

—Seu cabelo cheira a chiclete de tutti-frutti. –comento rindo com uma mecha de seu cabelo na mão.

—Talvez tenha esse gosto. –ela diz sorrindo. –Então, aonde irá me levar? –ela pergunta se sentando ao meu lado.

—Surpresa.  –digo soltando a mecha de cabelo. –Antes me diga o seu nome. –é importante saber né? Se eu precisar chamá-la como vou fazer?

—Eu acho que eu já te respondi isso, não? –ela me olha com uma sobrancelha arqueada e um sorriso debochado.

—Na verdade não. Pelo menos eu não entendi. –me lembrei dela cantando um verso de uma música. Mas isso não me disse nada.

—Pff... –ela faz esse som com a boca e da uma risada pra ela mesma. –Não o culpo por você não entender de primeira. –ela diz me olhando com um olhar distante e com um sorriso sutil. Acho que ela tenta não sorrir, porém deve ser bem difícil pra ela.

—Acho que eu não entenderia nem de terceira. –digo revirando os olhos. –Seria mais fácil se você dissesse de cara. –comento como quem não quer nada.

—Hm... um dia você descobre. Vamos ver se você é retardado o suficiente para entender o que eu digo. –ela diz rindo.

—Duvido muito. –digo olhando para frente.

—Você conhece a banda Arctic Monkeys? –ela pergunta do nada.

—Difícil não conhecer. –digo rápido. É umas das minhas bandas preferidas, porém é melhor deixar quieto.

—Então você entenderá. –ela diz relaxada. –Então? Aonde iremos? –ela pergunta curiosa.

—Bem é melhor irmos logo. –digo ignorando sua pergunta e me levantando. Ela me acompanha e levanta também. Vestido branco de bolinha e a mesma jaqueta azul desbotado, junto de meia-calça preta vestem-na.  Apesar, do vestido ser sem decote, o fato dele ser um pouco acima do meio das coxas a deixaram sexy; acho que a meia-calça 7/8 ajuda também. –Não é muito curto esse vestido? –pergunto analisando-a. Ela esta com mais jóias. Brincos longos prateados junto com uma pulseira igualmente prata no pulso esquerdo. Mas, o anel continua no mesmo dedo.

—Você acha? –ela pergunta com aquela expressão debochada dela, levantando uma sobrancelha e um sorriso de lado. Talvez eu não devesse ter dito aquilo.

—Acho. –digo olhando para frente. –Vamos, é por aqui. –digo indo pela esquerda na frente. Ela anda rápido até mim. Ainda bem que ela não esta de salto. Até por que ela não precisa. Ela deve ser poucos centímetros mais baixa que eu; o topo de sua cabeça deve bater em minha boca. Coturnos são bons para dançar? Bem os dela são diferentes do meu. Enquanto os meus vão até o inicio de minha canela, os dela se limitam pouco acima do calcanhar.

Acho melhor levar ela na balada Ignis Accendit. Lá toca de tudo, e eu não sei do que ela gosta. Eu também gosto de lá.

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Andamos pouco até chegar na Ignis. Ela encara por alguns segundos a porta de entrada. Enquanto eu, já estou entrando. Ela corre rapidamente até mim de novo.

Eu pago as nossas entradas e o cara coloca uma pulseira verde florescente no meu pulso e no dela.

—Por que escolheu esse lugar? –ela pergunta agarrando meu braço.

—Porque gosto daqui. –respondo rápido. Ela balança a cabeça em sinal de aprovação do lugar.

De repente toca Uma Thurman, o toque de celular dela, ela ri na hora.

—Vem! –ela diz me puxando para a pista de dança, que esta cheia, contudo ela não se importa nem um pouco. Ela começa a se mexer no ritmo da musica. Balance de cabeça e movimentos das pernas; tudo perfeitamente bem colocado na dança. Não sei como a acompanhar.

—Eu não danço. –digo em seu ouvido porque a musica esta muito alta.

“I can move mountains. I can work a miracle, work a miracle. Oh,oh keep like an oath” (Eu posso mover montanhas, eu posso fazer um milagre, fazer um milagre. Oh, oh te espero como um juramento) –ela canta em resposta ao que eu disse no exato momento que a musica tocou também.

Eu rio das caras que ela faz enquanto canta. Ela deve realmente gostar dessa musica.

Sem que eu perceba já estava dançando com ela. Não sei explicar como.

—Você quer beber algo? –pergunto enquanto ela dançava calmamente ao meu lado.

—Quero. –ela diz com uma risada ao me olhar. Penso que ela deve achar muito engraçado eu dançando, só pode.

—Vem. –digo puxando-a para a parte do bar.

Bem, é uma balada open bar, ela pode pedir o que quiser. Nós dois pedimos vodka e começamos beber juntos e a conversar sobre coisas aleatórias. Por uns 30 minutos a gente fez competição de quem bebe mais. Mas chegamos a conclusão de que essa competição iria durar o resto da noite. Então paramos e continuamos a beber socialmente.

Ainda não estamos bêbados.

“You’re gone and I gotta stay. High all the time. To keep you off my mind. Uh,uh,uh” (Você foi embora e eu tenho de ficar chapada o tempo todo para parar de pensar em você.) –ela canta quando chega o refrão. Segurando uma Heineken na mão esquerda e na outra me puxando pela mão para a pista de dança. Em alguns momentos me pergunto se tem alguma musica que irá tocar que ela não conheça e não queira dançar.

Eu danço com ela sem me importar muito com o que fazer. Não quero impressioná-la; e também realmente não me importo. Depois de umas bebidas já estamos dançando como loucos mesmo.

A conheci hoje... Porém sinto-me tão confortável em estar ao seu lado, que chega a parecer que a conheço há anos. Em alguns momentos sinto vontade de agarrá-la. Mas eu ainda tenho consciência que ela me daria um tapa na cara se fizesse isso.

—Você é ligada no 280 volts? –pergunto rindo em seu ouvido. Estamos a horas dançando e bebendo. Não que eu me importe, contudo é surpreendente como ela tem o mesmo ânimo de quando entrou.

—Talvez, por quê? –ela responde com um ar misterioso em meu ouvido. Sua voz suave me causa um arrepio no ultimo tom.

—Esta dançando a quase 3 horas direto. –respondo calmo.

—O que? Já faz tudo isso? –ela pergunta surpresa.

—Talvez faça mais. –digo rindo da sua reação, esboçando deboche.

—Esta cansado vovô? –ela pergunta provocando com uma dança mais sexy. Não sei se isso significa que posso avançar.

—Nem um pouco. –respondo confiante a agarrando-a pela cintura.

—Percebe-se. –ela diz rindo e se soltando de mim. –Essa eu tenho certeza que você conhece! –ela diz começando uma dança digna dos anos 60.

—Lógico que conheço. –digo acompanhando-a.

—Canta comigo! –ela ordena. –“Well, I’m so above you, and it’s plain to see...” (Bem, eu estou acima de você, isso é fácil de ver) –ela começa a cantar e espera que eu continue. Fico calado. –Vamos lá! –ela diz em meu ouvido tentando me animar.

—Tem muita gente aqui! –respondo. Até parece que vou cantar.

—E daí? A idéia dançar como se não houvesse ninguém; e geralmente cantamos quando não tem ninguém. –ela responde sorrindo como se eu fosse idiota por não fazer isso.

—Francamente: vão achar que somos loucos. –digo meio debochado.

—Eles vão achar que estamos bêbados, é diferente. –ela diz calma.

—Mas eu não estou. –respondo rindo.

—Eles não precisam saber. –ela diz em meu ouvido com rosto bem próximo do meu. Controle-se!

Paro pra pensar uns segundos. Ela tem razão. Talvez seja porque ela esta sempre sorrindo, que eu não consiga negar as coisas para a tal.

“Oh,oh,oh I got a love that keeps me waiting” (Oh,oh,oh, tenho um amor que me deixa esperando) –canto com ela. Como que eu fui acabar assim?

“Oh,oh,oh I got a love that keeps me waiting” –ela canta comigo.

“I’m lonely boy. I’m lonely boy” –cantamos juntos no meio de nossa dança sem noção.

(1 hora depois)

Depois daquela musica eu me soltei. Canto e danço com ela todas as musicas que toca. Acho que pode ser por causa da escuridão e das leves luzes multicoloridas que iluminam os poucos lugares desse lugar. Mas acho que ela vem ficando mais bonita, não sei como isso poderia ser possível. Pode ser que eu esteja bêbado.  

Puxo-a pela cintura com uma mão e com a outra, seguro seu queixo. Ela não hesita. Ótimo! Não consigo conter um sorriso de animação. Ela também parece estar confortável comigo.

Meu rosto esta tão perto do dela. Acho difícil que algo me impeça de beijá-la agora. Não consigo parar de encarar os hipnotizantes esverdeados olhos dela. Lábios próximos, tão próximos... bem próximos. Ela esta calma, sabe que eu irei beijá-la, eu também sei. Ela é bem diferente de Debrah. Minha ex-namorada provavelmente já teria me agarrado com voracidade.

De repente quando estou preste a beijá-la, visualizo Debrah na minha frente. Rapidamente a solto. Então a garota do capuz volta.

—Algo de errado? –ela pergunta meio preocupada.

Não acredito que pensei em Debrah quando ia beijar outra garota. Aquela vadia! Até quando esta longe esta me irritando. Sinto meu coração doer. Como se alguém o espetasse com uma agulha.

Não consigo olhar para a menina na minha frente. Simplesmente a deixo e saio daquele lugar. Aquelas luzes iam me deixar paranóico.

Enquanto saio da balada; a realidade da rua vazia e escura, me deixa ainda pior. Desde que aquela puta foi embora tudo parece tão cinza. As vezes não dá pra acreditar que eu ainda preciso dela.

Vou andando pra algum lugar. Não quero ir para casa. Não tenho nada pra fazer lá. E foda-se se amanhã, ou hoje, for quinta e eu tenha aula.

—Hey! –ouço alguém. Contudo prefiro ignorar. Com certeza não é comigo. –Hey Castiel! –a voz repete. Okay é comigo. Paro de andar e me viro para trás; lá esta ela em seu perfeito vestido de bolinha. –Qual o seu problema? –ela diz chegando até mim.

—São muitos. –respondo sem expressão.

—E por que não fala? –ela diz com as mãos na cintura. Como se eu fosse ridículo á seus olhos.

—Porque não é o tipo de coisa que se fala com desconhecidas! –digo com a voz meio alterada de raiva. Ela esta me dando nos nevos. Sua expressão sempre calma e respectivamente feliz.

—Aaaahh francamente! Depois de ter dançado comigo a madrugada toda, ter quase me beijado, eu ainda sou uma estranha?! –ela diz alterada, mas não parece irritada, parece insatisfeita.

—Sim, você ainda é uma estranha! Eu não sei da onde você veio! O porquê de estar aqui! Não sei o que você quer comigo! E você me confunde!! –cuspo as palavras quase gritando. Droga, do jeito que eu disse, faz parecer que a culpa é dela. Apesar de tudo que eu disse ser verdade.

—E daí? Que diferença faz? –ela me questiona com um olhar repreensivo.

—“Que diferença faz?” Não se constrói um relacionamento sem conhecer alguém!! –cuspo as palavras de novo.

—Que relacionamento? A gente nunca falou sobre isso! –ela diz séria com um olhar de que aquela idéia seria impossível.

—NÃO FOI ISSO QUE EU QUIS DIZER!! –por fim gritei. Ela de novo me confundiu e eu disse coisas erradas dessa vez.

Fica um silêncio entre nós. É como se ela fosse de outro planeta! Ou que somos como água e fogo, é estranho. Enquanto eu estou quase explodindo de raiva; ela esta calma e indiferente.

—Desculpa. –digo sem olhá-la. Acho que eu devo me desculpar por gritar antes de ir embora. Afinal essa foi a melhor noite que já tive em semanas, e o crédito é dela.

—O que esta acontecendo com você? –ela pergunta confusa me encarando.

—Como assim? –porque esse interesse dela repentinamente?

—Você está tão desorientado! –ela diz com a mão direita em meu rosto. Sua pele ainda esta fria como gelo, porém esta confortável.


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Notas finais do capítulo

I'm sorry por qualquer erro de escrita ou que eu tenha comido algumas palavras (coisa que eu vi que eu faço)
Mas espero que tenham gostado do capitulo, e comentem o que vcs acham; gosto de saber o que vcs pensam ¬u¬

P.s: As músicas que a Bella canta enquanto dança com Castiel são:
1° Uma Thurman - Fall Out Boys
2° Habits (Stay High) - Tove Lo
3° Lonely Boy - The Black Keys