The Mystery Machine escrita por MikeJ


Capítulo 1
Five Is Better Than Four




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Por muito tempo, fomos tachados como “esquisitos”, “loucos”, “mentirosos”, etc., mas tudo isso não nos desmotivou, continuamos com nosso sonho... Nosso sonho de livrar o mundo de fantasmas e monstros das trevas.

Ninguém nunca nos levou a sério, além do mais... Quem iria levar quatro jovens de classe média e mimados a sério? Mas naquela noite, tudo mudou, foi naquela noite que encontramos o quinto membro do nosso time e foi naquela noite que nos encontramos com perigo real pela primeira vez.

—--Attleboro, Massachusetts, 2010---

Uma van azul-clara com detalhes em verde e letras em laranja que gritavam “The Mystery Machine” adentra pela cidade chamando a atenção dos habitantes.

— Podemos parar pra comer algo? – diz um rapaz alto e magrelo com cabelos castanhos que descem até metade de sua orelha e um cavanhaque falho.

— Claro, quando você não está com fome, Shaggy? – pergunta um rapaz loiro com barba malfeita e olhos azuis, num tom de sarcasmo.

Logo em seguida, a van para em uma lanchonete um pouco afastada da cidade.

— Por que tão longe, Fred? – pergunta uma bela moça de cabelos longos e ruivos.

— Porque, Daphne, aqui afastado da cidade, o preço é mais em conta – deduz a quarta pessoa presente na van, uma moça de cabelos castanhos que descem até seus ombros, além de uma franja que cobre sua testa e grandes óculos de grau.

— Exatamente. Obrigado, Velma – diz Fred tirando as chaves e descendo da van, sendo acompanhado por todos os outros.

A cena muda e o grupo já estava comendo, quando Velma retira um livro grosso de sua bolsa e começa a ler enquanto termina de beber seu suco.

— Interessante, daqui para Salem é um pouco mais de uma hora de carro... Deveríamos ir lá, quem sabe encontramos algum resquício de bruxaria.

— E quem é que pode afirmar que elas não fugiram ou se espalharam pelo estado? – pergunta Daphne.

— Fato. – Velma se aproxima de Daphne e pergunta em voz baixa: – Você sente algo aqui, Daphne?

— Sim, por isso eu disse aquilo... Sinto uma energia negativa nesse lugar, nessa cidade na verdade, mas aqui está mais forte.

Logo após dizer isso, Daphne troca olhares com uma garçonete, que muda sua expressão para assustada e entra com pressa na cozinha da lanchonete.

— O que foi isso? – pergunta Fred.

— Ela sabe que estamos aqui. Vamos pagar e voltamos para investigar mais tarde. – Depois de Daphne dizer isso, o grupo se levanta, paga a conta e parte rumo à saída da cidade. Estacionam a van ali e ficam até o cair da noite.

Todos estavam cochilando, quando acordam com um grito. Era Fred. O grupo acorda e logo em seguida, veem o rapaz com os olhos negros e com a boca sangrando enquanto tremia no chão da van.

— O que tá acontecendo? – pergunta Shaggy.

— Elas amaldiçoaram a van. Procurem por uma bolsinha de couro escondida em algum lugar e...

— Não precisa, querida Daphne. Uma bruxa branca em nosso território? Esse é só um recado... Nosso poder é tão forte que o coração dele explodirá antes mesmo de vocês encontrarem a Bolsa de Feitiço – diz Fred com uma segunda voz sobre a sua, como se fosse uma marionete.

— Ignorem e continuem! – ordena Daphne.

Shaggy e Velma reviram tudo, quando, de repente, Daphne para no meio da van. Tudo escuro ao seu redor, Daphne estava parada em uma escuridão sem fim, sem paredes, sem teto, quando um ponto roxo começa a brilhar perto do seu pé.

— Aqui! – grita Daphne apontando para o chão. – Elas colocaram embaixo da van!

Shaggy desce correndo e se enfia debaixo da van, tirando uma pequena bolsinha marrom. Enquanto isso, Fred tremia mais e mais, quando eles ouvem um pequeno estralo, um osso se quebrando talvez. Mas Daphne e Velma chegam logo em seguida, jogando álcool e um fósforo na bolsa, respectivamente. Logo após a bolsa ter queimado de vez, o grupo volta para a van e sem sinal de sangue, tremedeira ou possessão... Fred estava apenas dormindo.

— Fred, querido, acorde. – Daphne sacode Fred, acordando-o.

— O quê? Aconteceu algo? – pergunta o loiro, perdido.

— Você quase morreu, cara! Umas bruxas loucas jogaram um feitiço forte sobre você – explica Shaggy.

— Mas agora que elas lançaram o recado delas, devemos lançar o nosso – diz Velma ajustando os óculos.

— Primeiro de tudo, devemos defender nossa van – diz Daphne.

— Mas nós já temos nossas armas – diz Shaggy.

— Espera... Eu quase morri? – pergunta Fred ainda perdido, sendo ignorado.

— Precisamos de defesa contra magia negra, Shaggy... Vocês podem ajudar – termina Daphne.

A cena muda e revela Fred, Shaggy e Velma desenhando símbolos com uma tinta vermelha nas paredes internas da van, enquanto Daphne fica ajoelhada no centro recitando algumas palavras em um idioma esquisito, talvez latim. Logo em seguida, ela termina de recitar e faz um sinal para os amigos pararem de fazer o que estão fazendo.

— Eu encantei a van, nenhum tipo de magia irá surtir efeito sobre ela e nem sentirão nossa presença... Estamos invisíveis para elas.

— Ótimo, mas como saberemos onde encontrá-las? – pergunta Fred.

— Essa é a tarefa da Velma – responde Daphne, sentando cansada em uma das camas.

Apesar de aparentar pequena por fora, a van era muito espaçosa, tendo espaço para duas duplas de bancos, todos com cinto de segurança, duas prateleiras fechadas que lembravam compartimentos de aviões e uma pequena estante no fundo, onde havia livros, mochilas e caixas. O grupo estava ao redor de Velma, enquanto esta procurava por notícias e qualquer coisa do gênero relacionada à cidade, na Deep Web.

— Bingo! – exclama a morena. – Há três anos, um grupo de caçadores foi encontrado morto, sem olhos e língua, nas redondezas de um pântano logo ao norte da cidade; um tempo depois, um segundo grupo foi atacado por o que aparentava ser mulheres, mas um deles conseguiu fugir e relatou o que viu aqui na Deep Web, mas esse mesmo homem foi encontrado morto uma semana depois.

— E que comece a caçada – exclama Fred assumindo o volante.

Alguns minutos depois, o grupo já havia descido da van e estavam pegando suas armas. Velma com um machado de prata, Daphne com um arco e flechas com pontas de prata, Fred com duas pistolas, cada qual posicionada em seus coldres abaixo das axilas, e por fim Shaggy, com uma espingarda. Tanto Fred quanto Shaggy tinham suas armas carregadas com balas de prata abençoadas com água benta.

— Fiquem atentos, elas conhecem esse lugar e já sabemos que elas são poderosas, podem nos enganar com ilusões de todas as formas – diz Daphne. – Ah, vocês todos estão com os medalhões, né?

Todo o grupo concorda, mostrando medalhões que carregavam em uma corrente no pescoço, com os mesmos símbolos estampados na van. Pelo fato de estarem com esses medalhões, conseguiram andar por todo o local sem ser notados, até que avistam uma cabana ao longe.

— É ali, posso sentir – diz Daphne.

— Então vamos arrombar aquele local e meter bala nelas – diz Shaggy levantando-se do arbusto onde o grupo estava escondido e dando um passo em direção à casa.

— Shaggy, não! – Logo após esse grito, uma figura espectral pula das sombras, era uma espécie de cachorro com pelos fantasmagóricos que variavam do preto ao roxo e grandes olhos vermelhos.

A criatura tenta abocanhar Shaggy, mas ele consegue colocar sua espingarda dentro da boca da besta, impedindo que ela o mordesse.

— Isso é cão infernal. São ditos como os guardas dos portões do inferno e comumente são vistos sob a ordem de bruxas ou demônios – diz Daphne atirando uma flecha nas costas da besta, que corre em sua direção.

A besta pula numa altura assustadora para cima de Daphne, mas Velma surge do nada e finca seu machado na costela da besta, que tomba para o lado. O cão infernal, agora sangrando mais do que o normal, tropeça algumas vezes rumo às sombras e assume sua forma terrena, um dogue alemão, morrendo. Velma caminha até ele e puxa seu machado.

— Valeu, galera – diz Shaggy.

— Não nos agradeça ainda, ele foi só um alarme, o perigo são elas – diz Daphne apontado em direção à casa, onde três mulheres enrugadas e com roupas rasgadas estavam de pé. Uma delas mostra suas garras e pula para uma árvore e as outras duas sobem em vassouras, indo em direção ao grupo.

Uma das bruxas que estavam nas vassouras salta e projeta um cajado ao seu lado, indo ao ataque, mas Velma o bloqueia com seu machado. A outra bruxa pousa ao lado de Shaggy e Fred e lança um feitiço sobre o chão, fazendo as raízes se levantarem como mãos e agarrarem o pé dos rapazes, puxando-os lentamente para dentro da terra, enquanto a bruxa gargalhava. Daphne mira seu arco e flecha para a bruxa, mas a terceira bruxa, que estava na árvore, pousa ao seu lado.

— Ora, ora, se não é a bruxinha branca – diz a bruxa.

— Essa bruxinha branca que vai acabar com você.

— Agressiva demais para uma raça não violenta. Não acha? – diz a bruxa num tom sarcástico.

— Minha raça abdicou da magia para uso sombrios, ou seja, podemos cortar a garganta de uma vadia caso ela seja uma bruxa velha do pântano – diz Daphne com firmeza.

— Como ousa? – grita a bruxa lançando um flash roxo sobre Daphne, que repele com uma energia branca. – Você está protegida... Você é mais esperta do que eu imaginei.

Após dizer isso, a bruxa saca uma faca e corre em direção a Daphne. A ruiva desvia do primeiro golpe mas é atingida no braço logo em seguida, deixando seu arco e flecha cair.

— Fraca e desarmada. Que combinação perfeita para morrer – diz a bruxa.

Ela corre com a mão levantada, empunhando a faca em direção a Daphne. Quando ia atingi-la, ela para, com uma expressão de espanto no rosto e deixa cair a faca; a bruxa se afasta e percebe uma flecha de prata fincada em seu estômago.

— O bom do arco e flecha, minha querida, é que uma combinação de duas armas... Não uma – diz Daphne revelando a aljava em suas costas.

A bruxa tenta retirar a flecha mas se queima, gritando de dor. Ela cai de joelhos no chão e desaba no solo úmido, se desmanchando em cinzas. As outras duas bruxas param de prestar atenção no que estavam fazendo logo que percebem sua líder se transformando em pó; nesse momento, Velma empurra o cajado de sua adversária e finca o machado em sua testa, fazendo-a repetir o mesmo processo da anterior, transformando-s em pó.

— Vocês não me pegarão viva! – grita a terceira bruxa pulando para uma das árvores.

Daphne corre em direção aos amigos e fica de joelhos em frente a eles, recitando um feitiço que reverte o efeito da terra, empurrando-os de volta. Velma estava atenta aos movimentos da bruxa, que na verdade não havia fugido, só estava pulando em círculos, tentando confundir o grupo, até que um galho voa em direção à garota, derrubando-a no chão e, consequentemente, seus óculos também.

— Meus óculos, eu não enxergo sem meus óculos! – grita a moça, ajoelhando-se e apalpando o chão, desesperada.

Nesse momento, Fred e Shaggy, agora já com suas armas de volta, junto de Daphne, cercam Velma e ficam atentos às árvores.

— Eu tenho um plano! – exclama Fred.

— Que seria? – pergunta Shaggy.

— Apenas observe. – Fred acompanhava atentamente o movimento da bruxa, até que ele dispara dois tiros em um ponto.

— Errou os tiros, bonitão! – grita a bruxa num tom sarcástico. Até que, de repente, todos escutam um estrondo. A bruxa havia caído da árvore e é neste momento que Daphne aproveita a oportunidade e atira contra ela, que foi mais rápida e conseguiu desviar da flecha, saltando do arbusto em direção ao grupo; mas logo em seguida, tomba para trás com um tiro na testa lançado por Shaggy, desmanchando-se em pó.

— Finalmente acabamos com essas coisas – diz Shaggy. – E agora? Fazemos o quê?

— Vamos investigar a cabana e ver se encontramos algo – diz Fred e todos concordam.

O grupo entra na cabana, uma cabana velha e larga com apenas um cômodo, uma lareira no fundo com um caldeirão e algumas mesas com crânios e restos de animais, além de várias velas por todo canto. Então, eles escutam um barulho estranho.

— Isso parece... O choro de um filhotinho – deduz Velma.

O grupo segue o choro e, de fato, um pequeno filhote de dogue alemão dormia encolhido e chorava de frio.

— É um filhote de cão infernal – diz Daphne.

— Devemos matá-lo? – diz Fred já apontando a pistola.

— Não... Eles seguem ordens de bruxas, independente do tipo. Eu sou uma bruxa. Ele pode ser útil pra gente – diz Daphne pegando o filhote, que abre os olhos por um momento e se aconchega nos braços da nova dona.


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Notas finais do capítulo

Eis o primeiro capítulo galera, espero que gostem.
Ah! Os primeiros capítulos serão caçadas aleatórias, mas isso mudará aos poucos revelando pequenos trechos de uma história maior que será o desenrolar da fanfic.



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