Os 48º Jogos Vorazes - Interativa escrita por Marquise Spinneret Mindfang


Capítulo 2
Distritos 1, 2, 3 e 4 -atualizado


Notas iniciais do capítulo

Gente, quando eu receber mais fichas eu edito esse capitulo para coloca-las aqui. Não gosto muito de colocar um capitulo para cada Distrito. Ficam muitos capitulos curtos e cansativo de ler. Espero que gostem!



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DISTRITO 1

Kira chegou à praça central um pouco atrasada. Tinha acordado bem cedo naquele dia, e, por ser dia de Colheita, ela resolveu ir até ao Centro de Treinamento e treinar um pouquinho.

Não tanto para efetivamente treinar para os Jogos, mas seu gosto pelo esporte a fez esquecer um pouco o dia em questão. Tanto que, quando olhou para o relógio mais próximo, reparou que tinha menos de meia hora para se arrumar e que o Centro estava praticamente vazio.

Droga! Pensou. Ela devia ir para casa e se encontrar com os pais e o irmão na praça. Não vou chegar a tempo!

Correu para casa, numa parte mais rica da cidade e tomou banho o mais rápido possível. Em seguida secou e soltou os cabelos cor de mel, e vestiu um vestido lilás que ela mesma desenhara. O vestido, feito sob medida para ela, ficou perfeito, e o tecido gostoso a fez sentir um pouquinho mais confiante.

O mais rápido possível, ela correu até a Praça Central, só para encontra-la apinhada de gente e a mulher da Capital caminhando monotonamente até a urna feminina.

A moça que lhe espetou o dedo o fez com uma cara feia, soltando sua mão de uma forma rude. E Kira não conseguiu dar nem mais um passo até seu nome ser pronunciado lentamente no microfone.

Por alguns segundos ela não acreditou e ficou surpresa. Milhares de jovens carreiristas ansiosos para ir para a Arena, e a escolhida é justamente ela? Uma das poucas adolescentes do Distrito 1 que só quer crescer, casar, ter filhos e uma carreira, sem ter as mãos sujas pelo sangue dos outros 23 tributos?

Caminhou até ao palco, devagar. Esperava que alguém se voluntariasse. Era bastante comum isso! Mas não. Ninguém sequer respirou.

Qual era o problema deles? Por que não se voluntariavam?

Mas por fora, Kira estava com uma máscara de determinação e força. E o tecido de seda de seu vestido lilás manchara-se de sangue inocente na sua mente.

**************

DISTRITO 2

Ashley estava cansada, seu corpo dolorido. No dia anterior, seu irmão Caleb a fizera passar pelo treinamento mais intenso do que qualquer outro a que ela ou a irmãzinha, Miranda, estavam acostumadas. O resultado disso era a dor que sentia nos músculos com o menor movimento.

Caleb já fora um cara legal. Mas os malditos Jogos o estragaram. E junto, levaram a família inteira. Agora ele era um Vencedor, queridinho da Capital, o pai um desesperado por poder e a mãe uma arrogante metida e esnobe. Só ela e sua irmã foram capazes de escapar das mudanças.

Ele agora vivia para treina-las, talvez com o objetivo de trazer mais vencedores à família, ainda que afirmasse, sempre que podia, que ele era melhor do que qualquer uma das duas.

Então na véspera elas treinaram até desmaiar. E agora era a Colheita.

Ash não queria ir aos Jogos. Tinha medo, pavor. Tinha medo de não sobreviver - e não se referia apenas à Arena. Medo de morrer depois e se tornar uma pessoa totalmente diferente do que era. Como Caleb.

Miranda apertou sua mão. Tinha apenas 14 anos. Muitos Vencedores chegavam a ser mais novos que isso, mas Ash não conseguia ver a irmã sozinha, cercada com o sangue dos participantes, poder e glória.

Respirou fundo enquanto o vídeo da Capital passava. Olhou para o lado, em busca do sorriso reconfortante de sua melhor amiga, Julie. A ruiva sorriu, e Ash arrumou seu cabelo curto.

O homem da Capital, em trajes verdes como um maldito duende, se aproximou da urna feminina e tirou um papel.

— Ashley Smith Turner!

A mão de Miranda se fechou na sua com uma força que ela não sabia que a mais nova tinha. E não soltou.

Ash começou a entrar em desespero, mas tinha que ficar bem. E pelo bem de Miranda, ela tinha que se soltar e caminhar até ao palco. Julie entendeu a deixa, e puxou a garota, abraçando-a enquanto ela chorava em pânico.

Caminhou a passos curtos até ao palco, o vestido branco com detalhes de renda flutuando com o vento que vinha do leste. O caminho inteiro, sua cabeça estava erguida, seu rosto confiante, e pelo canto do olho ela viu Caleb ao longe, sorrindo orgulhosamente.

—Seja bem vinda aos Jogos, flor! E adorei o seu cabeeeeelo! – o Duende tinha uma voz anasalada e meio feminina. - Bem, vamos continuar, hm? – ele se aproximou da urna masculina e pegou um papelzinho.

— Luci…

— EU ME VOLUNTARIO. – Ash olhou para o garoto que caminhava a passos firmes.

Não era incomum voluntários, então a garota não lhe deu muita atenção.

— E qual é seu nome, docinho?

O garoto respirou fundo. Ainda não acreditava no que tinha feito.

— Evans. – Ele engoliu em seco, mas ninguém ouviu. – Evans Parker.

O vento bagunçava os cabelos loiros arruivados, e ele notou a garota.

— E esses são nossos campeões! OS TRIBUTOS DO DISTRITO UM! – Disse o duende serelepe. Gritos ecoaram pelo principal distrito carreirista.

— Podem apertar as mãos.

Ashley se aproximou e estendeu a mão. Evans sorriu, e a apertou. Um aperto forte, que qualquer um diria se tratar de determinação. Qualquer um menos Ash.

Porque dentro dos olhos verdes dele, ela viu o pavor, o medo do futuro e a angustia por matar inocentes.

E ela sabia que ele via as mesmas coisas dentro dos seus próprios olhos.

**************

DISTRITO 3

Isabelly não acreditava. A mulher chamou de novo.

— Isabelly Weasley Potter!

Lentamente, Isa caminhou até ao palco.

Seu vestido amarelo de um tecido leve e fluido agora parecia feito de chumbo, pesado demais para ela continuar andando. Suas pulseiras pareciam algemas. E o palco à sua frente era o futuro doloroso e infeliz que agora ela era obrigada a enfrentar.

Desesperadamente se agarrou à lembrança da sua família. Era a coisa mais importante para ela. Pensou em seus pais, Jannette e Ivan. E pensou em Enzo. Ah… Enzo… O pobre garoto de oito anos devia estar em pânico, agarrado à saia da mãe, inconsolável.

Guy e Cate também. Os gêmeos eram seus melhores amigos, e deviam estar em choque também.

—Venha, venha! – A mulher de roupa laranja abóbora colada lhe estendeu a mão, sorrindo. Isabelly respirou fundo.

Tinha treinado. Tinha treinado desde que se entendia por gente. E já não era uma criança, tinha 16 anos.

Ela poderia ganhar. Tinha chances. Tinha que ter chances. Não por ela, mas por Enzo.

No entanto, seu único pensamento era de que não teria forças se olhasse mais uma vez para o rosto de qualquer um deles.

**************

DISTRITO 4

O dia estava bonito. O céu claro, manchado apenas por poucas nuvens, dava uma boa sensação . Um vento marítimo balançava vestidos e fazia cabelos se esvoaçarem um pouco, sem nunca deixar de ser agradável.

As coisas eram relativamente fáceis ali, no distrito 4. Apesar de tudo, ainda não passavam fome constantemente, nem sofriam com quedas de energia constantes, como sabiam que acontecia nos outros distritos.

Mas, para Emy, o dia não estava bonito.  O céu não dava uma boa sensação. O vento não estava agradável.

Porque hoje era dia de Colheita. Porque hoje ela poderia ser sentenciada à morte. Ou a ser uma assassina. Ou provavelmente, os dois.

Seu melhor vestido, um verde seco com a saia rodada e alguns botões na parte da frente, e o cabelo ruivo preso em um coque pela sua mãe, com uma fitinha.

Foi separada dos pais e dirigiu-se, como de costume, ao maldito pacificador, que picou seu dedo, e em seguida ao seu lugar perto das outras adolescentes da sua idade.

Com os olhos, buscou Will e Elizabeth. A última a viu também, e discretamente ficou do lado dela. Nenhuma das duas viu Will, mas deram as mãos, com medo.

O prefeito estava lá, no palco. O mentor do Distrito também. E então o cara da Capital. Ele parecia ter uma ideia um pouco deturpada do 4, porque veio vestido – ou melhor, fantasiado – como uma… sereia?

Emy teve que se controlar para não rir. Ele usava uma espécie de leggs brilhantes e metalizadas imitando escamas, e duas conchas douradas e totalmente falsas presas ao peito plano. O cabelo azul comprido até os quadris com uma tiara feita de corais. Estava totalmente ridículo.

Ele começou o discurso e passou o vídeo.

Hemilin passou todo o tempo agarrada à mão da melhor amiga de infância.

Após o discurso, o cara – Lorrain – finalmente pegou o microfone e se adiantou.

— Então, como de praxe, primeiro as damas! – ele deu uma risadinha.

Hemilin não conseguiu suportar a visão daquele cara ridículo que ria como uma menininha alegre, então fechou os olhos. Sentiu toda a tensão emanando da parte feminina dos adolescentes do Distrito 4. Ela não queria ir para os jogos, e com angustia pensou “qualquer uma menos eu”.

— Hemilin Crawford Baker! Parabéns querida! Venha aqui, suba no palco!

O mundo de Hemilin parou. Primeiro o choque. Depois a negação – deveria haver outra garota com o mesmo nome que ela. Mas por que então todos a olhavam com pena?

Por último, o desespero.

— Não, não, não, não! NÃO!– Ela gritou, os olhos arregalados. Começou a respirar com dificuldade, o coração batendo mais rápido do que ela jamais sentiu. O mundo lhe dera uma rasteira e ela sentia-se cair em um abismo profundo e escuro. – Mãe. MÃE! – Pacificadores a agarraram pelos braços. – ME SOLTA! MÃE!

—HEMILIN! – Ela ouviu sua mãe gritar. Pacificadores também a seguravam.

Os pacificadores começaram a arrasta-la para o palco, enquanto ela esperneava e chamava os pais, o desespero como uma criança de 4 anos acordando de um pesadelo em um quarto escuro. Foi um sufoco faze-la subir as escadas de madeira para o palco, mas inevitavelmente conseguiram.

Emy viu seus pais serem arrastados para dentro de um prédio. Pelo que viu, a mãe desmaiara.

Ela ainda chorava, e suas mãos estavam presas atrás das costas por um pacificador.

Lorrain assistia ao escândalo com uma cara entediada.

— Bom, se já podemos continuar… - Lorrain se aproximou da urna masculina.

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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e mandem fichas ^-^