*Quem liga pra se apaixonar?*

"`O Kalakaua he inoa `O Ka pua mae`ole i ka la" (Kalakaua é seu nome, uma flor que nunca desvanece sob o sol)

~He Mele No Lilo - Lilo & Stitch ( https://www.youtube.com/watch?v=YinkbnaBgIk )

O café da manhã tinha sido um sucesso total, pela primeira vez, as frutas tinham sabor, todos provaram cada fruta e escolheram suas favoritas, Soluço ficara até um pouco melhor em relação à Heather, ela comendo não falava nada e ele adorou o gosto de várias frutas e pratos típicos do Havaí.

            Durante o banquete Gold continuara falando com o povo enquanto alguns punham colares de flores nos habitantes de Berk, eram flores lindas e bem tropicais, Soluço e Valka ganharam um colar de Pua Aloalos (uma flor típica do Havaí).

            Eret adentrou o Grande Salão sendo mordido pelos Terrores Terríveis da Anciã, Gothi, ele parecia meio irritado com as mordidas, mas nada comparado ao que tenha sofrido antes nas mãos de Drago.

         - Tudo certo, Soluço. Os portos estão organizados e limpos, encontramos alguns impostores vindos do Sul querendo assistir os jogos e... bem, como o Gold disse, os mandamos passear.

            - Ótimo, não pensei que realmente isso iria acontecer, como estão os jogadores? Você foi o único que os viu, não é mesmo?

            - Por favor, Soluço. Acha que eu não sei fazer um serviço? Com um dragão minha eficiência triplicou.

            - Eu te disse – Respondeu Soluço – Tem uma mesa reservada para você e sua tripulação, todos vão comer alguma coisa, a comida deles é excelente.

            - Se precisar é só me chamar.

            - Pode deixar.

            Eret se retirou e chamou sua tripulação para comer.

            - Não me disse que tinha colocado Eret para trabalhar também – Disse Valka.

— Não achei necessário, mas ele está bem. Vamos dar uma olhada na arena? – Perguntou Soluço.

            - Eu até iria, mas eu gostei dessa fruta... Abacaxi, eu preciso arrumar um pedaço para Pula Nuvem – Ela levantou, abraçou o filho rapidamente e se foi.

            Soluço sorriu, ela era mesmo a melhor mulher do mundo, seu pai tinha motivos para amá-la tanto assim. Ele levantou-se e, antes que se dirigisse a porta, Heather agarrou seu braço:

            - Aonde você vai, lindinho?

            - Vou para a arena, Heather e, por favor, pare de me chamar assim enquanto Aina estiver aqui.

            - Fica aqui, fofo, não tem nada lá.

            - Eu não devo explicações para você Heather, me larga e trate de ficar longe de mim por um tempo, eu não quero ficar de mau humor perto deles.

            Heather puxou-o mais para perto e disse:

            - Pode pensar o que quiser, mas, eu juro, antes desses jogos acabarem, vamos ter resolvido isso, sabe que precisa de alguém ao seu lado e eu sou a pessoa perfeita.

            - Boa sorte, Heather porque você sabe o que eu penso disso, eu não perdi minha cabeça por você e não quero perder por ninguém.

            - Está com medo de se apaixonar ou está aceitando a idéia de que não existe a sua garota dos sonhos? – Ela o soltou e Soluço, agora irritado, saiu do Grande Salão.

            Ele foi à arena respirando fundo e contando até dez, como fazia toda vez que estava irritado. Quem ele estava tentando enganar? Quem liga para esse negócio de se apaixonar? Quem ligaria para ele?

            Ele parou de andar, seu olhar estava baixo e a brisa levava seus cabelos. Soluço virou a cabeça e pode ver a arena e viu várias bandeiras que a rodeavam, eram todas diferentes, tinham símbolos e detalhes, ele suspirou, girou nos calcanhares e decidiu só andar.

            Ele conseguiu ouvir umas vozes vindas do cais, Eret deveria estar recebendo os jogadores, ele ouviu as gritarias e as risadas, tanta energia vinha deles e Soluço só pensava em não fazer parte disso. Como ele se tornara nisso? Em alguém daquele porte? Era como se ele estivesse cuidando de todos, mas estava no topo de uma montanha ao mesmo tempo; sozinho, porém no topo.

            Soluço ouviu passos, alguém vinha vindo, ele levantou o olhar e... Sinceramente, eu não lembro como isso aconteceu, mas aquele era o momento mais importante, foi a primeira vez que eles se viram. Mas o que eu me lembro era que ambos seguravam os braços um do outro, talvez tenha se esbarrado ou algo assim, os olhos dele encontraram os dela e se arregalaram ao vê-la. Ela o empurrou, por reflexo de proteção, e disse:

            - Oh, are you okay? Did I hurt you? I’m sorry...

“Oh, Você está bem? Eu te machuquei? Desculpe-me...”

            Soluço deveria ter feito uma expressão confusa e então ela se corrigiu:

            - Me desculpe.

            Ela desviou dele e antes que a garota seguisse seu rumo correndo, ele segurou seu pulso com uma das mãos, ela virou-se sem qualquer expressão no rosto e voltou seu olhar para a mão dele segurando seu pulso enquanto Soluço fazia de tudo para ver aquele rosto, como um impulso ou um deja vu.

            Soluço a soltou, a loira deu um passo para trás e correu de volta ao seu caminho e o deixou ali, escancarado, ele não fazia idéia do que acabara de ter feito.

            - Quem era aquela?

            Ele a observou correr para o cais junto dos outros e voltou para o Grande Salão, lá ele sabia que a veria novamente, enquanto ia esvaziou sua mente e relembrou daquela cena estranha.