Através das Eras escrita por Shy BR


Capítulo 6
Eu te Amo


Notas iniciais do capítulo

Aviso importante nas notas finais.
Boa leitura :D



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— Como foi acabar desse jeito? – Claus pergunta entre gemidos, por causa de seus ferimentos que estavam sendo medicados.

— Eu também não sei. – Stella responde, enquanto se concentrava em limpar os ferimentos do albino.

Eles estavam em uma área afastada da escola. Stella estava levemente machucada, ao contrário de Claus, que estava cheio de hematomas.

Na frente deles, Edmund encarava furiosamente Kenichi, ambos prontos para a eventual luta que aconteceria.

O que tinha acontecido foi que Kenichi, precariamente disfarçado, tinha sequestrado Stella, em uma tentativa de estimular Edmund para uma luta. Apesar do disfarce não ter funcionado nem um pouco, Kenichi tinha conseguido fugir depois de raptar Stella.

Quando Edmund voltou para o seu quarto, ele leu um pequeno bilhete deixado por Kenichi e entendeu o que tinha acontecido. Imediatamente, ele correu para o local indicado.

No caminho, ele tinha encontrado Claus, que ao ver Stella sendo levada contra sua vontade, tentou ajuda-la, mas ele tinha sido incapaz e foi severamente machucado.

Todos se reuniram, por fim, no local que Kenichi queria e, apesar de não ter sido exatamente como planejado, ele ainda tinha conseguido a luta.

— Você passou dos limites! – Exclamou Edmund, irado.

— Não diga isso, tudo foi para um bem maior. – Kenichi não parecia estar nem um pouco preocupado. – Você é muito novo para conseguir entender.

Isso não me importa! — Edmund estava realmente irritado. – Você não deveria envolver ninguém além de mim, quando o diretor souber disso...

— Ele que permitiu.

— O-o que? – Não conseguiu entender.

— Isso mesmo, Martin entendeu o meu ponto de vista e me deu a permissão para fazer isso, então não há nada que você possa fazer além de lutar. – Tentou convence-lo.

— Eu sempre soube que essa escola não fazia sentido mesmo... – Edmund sussurrou, por algum motivo ele se sentia bem mais calmo. – Se eu não tenho outra escolha...

No instante seguinte, a espada de Edmund foi invocada, junto a isso os olhos do loiro se afiaram, ele não deixaria seu inimigo escapar facilmente.

— Isso mesmo! É assim que deve ser! – Kenichi sorria enquanto invocava suas duas pistolas. – Chega de conversa!

Em poucos segundos Edmund se impulsionou para a frente, atacando Kenichi, que teve uma mínima dificuldade de se defender.

— Eu sabia! Com o estimulo certo, você ficará mais forte! – Ele alargava o sorriso enquanto se esquivava das rápidas estocadas de Edmund.

Claus percebeu a aflição de Stella ao ver aquela luta e ele entendeu mais sobre o relacionamento dos dois.

— Não se preocupe, tenho certeza que mesmo nessa escola não é permitido mortes, duvido que Kenichi faça um ataque realmente perigoso. – Claus escolheu bem suas palavras, para tentar ajudar.

— Eu sei disso, mas... – Stella não conseguia expressar em palavras, ela apenas se preocupava com Edmund.

— Confie nele, pelo que eu sei, você é quem mais tem conhecimento da força dele.

— Eu sei... – Stella pareceu ter se acalmado um pouco.

Ao decorrer da batalha, Kenichi apenas defendia e se esquivava, enquanto alfinetava o ego de Edmund, para tentar estimula-lo.

Porém chegou um ponto que a velocidade de Edmund estagnou, não importa o que Kenichi fazia, ele não ficava mais veloz. Porém para Kenichi Edmund não tinha conseguido alcançar o máximo de sua capacidade, então ele decidiu pegar mais pesado.

Apontou uma de suas armas para Edmund e atirou.

Kenichi errou o tiro de propósito, para que Edmund ficasse com medo, mas isso não aconteceu, Edmund apenas parecia ainda mais determinado.

— Isso! Isso! – Kenichi sorria alegremente.

O membro do esquadrão apontou as duas pistolas para Edmund, sempre atirando para apenas passar perto do garoto.

Até que, num ímpeto de excitação, acabou mirando no ombro de Edmund.

O loiro, vendo que a bala iria atingi-lo no ombro posicionou sua espada na frente, tentando se proteger.

— Isso não vai funcionar. – E atirou.

Como Kenichi tinha afirmado, a bala quebrou novamente a espada de Edmund e acertou o ombro dele.

Edmund grunhiu de dor e segurou o ombro com força, deixando a espada quebrada cair no chão.

“Então é realmente impossível para mim...” – Edmund pensava frustrado, mesmo tendo se lembrado de tantas coisas ele ainda não conseguia fazer a coisa que mais queria.

Ele apenas desejava protege-la.

Quando pensou nisso, Edmund se surpreendeu. Nem ele sabia que pensava desse jeito, mas era a mais pura verdade, ele realmente apenas queria mais poder para proteger Stella, seus instintos o diziam para fazer isso.

Mas por que?

Sempre que estava perto de Stella, uma pequena parte dele temia algo. Só que ele não sabe – ou não se lembra – do que.

Então ali estava ele, que mesmo com a vontade pura de proteger uma garota inocente, estava no chão.

Se ele ao menos pudesse se lembrar da sua espada...

De repente, um flash cruza sua cabeça, despertando novas memórias.

Ele se aproximou de sua espada e a pegou. A encarou profundamente, de modo semelhante à sua primeira luta contra Kenichi.

— Eu me lembrei de você, então você não pode se esquecer de mim. – Sussurrou. – Vamos à luta, Tizona! – A espada se regenerou e estava bem mais adornada com ouro.

Edmund se levantou e encarou Kenichi.

— Estou pronto novamente!

— Ótimo, agora vou poder atacar realmente. – Kenichi parecia contente com isso.

Ele mirou na perna esquerda de Edmund e atirou.

Inesperadamente, Edmund cortou a bala em duas, se salvando.

— O-o que foi isso? – Claus se surpreendeu, aquilo foi rápido demais.

— É a espada dele, a Tizona. – Stella começou a explicação. – É uma espada que pertenceu à El Cid, um dos maiores cavaleiros da história. Ela é especial, a espada possui vida própria.

— Como assim? – Claus não entendeu.

— Ela pode olhar dentro do coração do seu usuário, quanto mais nobre for a vontade dele, mais forte a espada será. – Terminou de explicar.

— Mas e aquela velocidade, tenho certeza que apenas a vontade dele não explicaria isso.

— Exatamente, aquela é a real velocidade de Edmund. – Stella se lembrou de Vorn. – Ele sempre foi assim.

Claus apenas se calou e voltou a observar a luta.

Agora, Edmund usava ataques bem mais rápidos do que antes. Porém mesmo assim, Kenichi conseguia se desviar ou se defender deles, só que com dificuldade.

“Desse jeito eu vou perder de novo!” – Edmund pensava, criando ainda mais determinação e deixando sua espada ainda mais forte.

A velocidade de Edmund aumentava lentamente, até chegar ao ponto que ele conseguiu arranhar Kenichi com um ataque.

Todos se surpreenderam, talvez ele tivesse realmente uma chance!

— Devo admitir que você é rápido... – Kenichi se afastou de Edmund. – Mas essa luta vai acabar agora.

Apontou suas duas pistolas para Edmund e atirou diversas vezes em lugares variados. Edmund fez o que pôde para tentar defender ou esquivar, mas acabou que não conseguiu e foi acertado no braço que usava para segurar a espada.

A Tizona caiu no chão.

— Droga! – Edmund reconheceu que não tinha o que fazer, ele não iria conseguir segurar a espada novamente e sua magia era estupidamente fraca.

Kenichi atirou novamente, um tiro mais concentrado, que não chegou a perfurar a pele de Edmund, mas causou um enorme dano.

Então, sem forças, Edmund caiu.

Através das Eras

Quando acordou, Edmund tentou desesperadamente ir atrás de Stella, até perceber que estava na enfermaria, com Claus dormindo ao seu lado.

Ele se levantou e caminhou a passos rápidos até a sala do diretor, totalmente indignado. Que espécie de diretor permitiria o que tinha acontecido.

— Eu fiz o que era preciso. – Respondeu o diretor as indagações do loiro. – Embora eu também acredite que ele passou um pouco do limite. – Confessou.

— Um pouco?! – Edmund praticamente gritou. – Você tem algum problema? É óbvio que o que ele fez é contra a lei! – Estava bastante exaltado.

Abaixe sua voz, garoto. — O diretor ordenou. – Se apenas mais uma coisa tivesse acontecido, eu certamente teria feito algo. – Edmund se acalmou à contragosto. – Eu tive dois bons motivos para fazer isso.

— O primeiro foi para que você despertasse. – Edmund não compreendeu totalmente o que ele quis dizer. – Você é o tipo de pessoa que se fortalece através de batalhas, mas um treino não teria o mesmo efeito. Aposto que você também percebeu. – Edmund assentiu, mesmo não querendo aceitar.

— O segundo foi para que você percebesse o perigo que corre. Você se tornou bem conhecido, de uma forma extremamente nociva. Muitos irão querer você, seja para fazer experimentos ou apenas te forçarem a fazer trabalho sujo. E eu garanto que eles não pegarão leve como Kenichi fez.

Edmund apenas abaixou a cabeça. Mesmo estando muito irritado ele não podia dizer nada.

— E Stella, como ela está? – Perguntou, já mais calmo.

— Ela está bem, esperando você acordar. – O diretor sorriu gentilmente para o garoto, que parecia aliviado. – Vá vê-la, sei que quer isso.

— Então eu estou saindo. – Se dirigiu para a porta.

— E não se esqueça, como você é próximo dela, talvez ela vire um alvo também.

Com apenas essas palavras, toda e qualquer calma na alma de Edmund foi cruelmente perturbada.

O que mais o feriu foi ficar diante de sua própria impotência.

Três dias se passaram desde então.

Nesse meio tempo, Edmund aproveitou o máximo que pôde estar ao lado de Stella, afinal, ele já tinha tomado a sua decisão, sabia que não poderia protege-la no estado em que estava.

Stella tinha percebido as pequenas ações que Edmund fazia de diferente e que faziam seus instintos se assustarem. Ela sabia que algo estava errado, mas tinha medo de imaginar o que era.

No momento, ambos estavam descansando no quarto, eram altas horas da noite.

— Stella... – Edmund chamou, a despertando de seu sono.

— O que foi? – Ela perguntou sonolenta, sem nem abrir os olhos.

— Me perdoe. – Edmund pediu com a voz embargada. Stella percebeu isso e se sentou.

Ela se surpreendeu ao vê-lo com as malas prontas para viajar.

— O-o que foi, Edmund? – Perguntou Stella, já em tom choroso, prevendo o que estaria por vir.

— Eu quero que você me desculpe... – Ele pegou suas malas e se levantou, já em direção da saída. – Por ter sido covarde a ponto de não conseguir de te dizer que eu iria embora... – Abriu a porta. – E por ter sido covarde a ponto de não dizer que eu te amo.

Terminou em lágrimas, era realmente horrível ter que se separar dela, mas tanto o diretor quanto Kenichi estavam certos, ele era fraco demais.

Covarde e fraco.

Através das Eras


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Notas finais do capítulo

Gente, eu devo informa-lhes que não haverá um capítulo na próxima semana, por que eu vou tentar fazer um one-shot sobre super-heróis.
Até o próximo :D
Não se esqueça de comentar, favoritar e recomendar essa história.



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