Através das Eras escrita por Shy BR


Capítulo 5
Kenichi


Notas iniciais do capítulo

Infelizmente, por causa da escola, não tive tempo de revisar esse capítulo, se alguém ver algum erro, por favor, me avise.
Aproveitem a leitura :D



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— Você tem certeza que que ficar aqui? – Stella perguntou ainda hesitante. – Eu não quero que você fique aqui por minha causa. Não quero que se sinta preso a mim.

— Quem disse que fiquei aqui por você!? – Edmund desvia o rosto corado.

Stella sorri minimamente.

— Olha, eu escolhi ficar por que eu realmente achei que seria melhor para mim e... – Tentava argumentar, mas não conseguia. – O ponto é que eu realmente não quero ir para lá, eu não preciso explicar o motivo.

— Obrigado. – Stella sussurrou sorrindo.

— De nada. – Respondeu com o rosto vermelho.

Através das Eras

Edmund estava realmente feliz com o resultado do seu duelo.

Não só por causa das lembranças que ele adquiriu, mas também pelo “respeito” que tinha ganhado. Desde aquele duelo, ninguém mais o chamou de O Pior e isso era realmente gratificante.

Ele estava com Stella na sala de treinamento, aparentemente o treinador tinha algum anuncio importante.

— Creio que muitos de vocês estejam com dúvidas agora, certo? – O treinador perguntou, muitos concordaram.

Alguns não conseguiram esperar e começaram a perguntar.

— É permitido duelos? – Um garoto perguntou.

— Por que um mago tinha uma espada? – Uma garota perguntou.

E não foram apenas essas questões. Os acontecimentos recentes semearam dúvidas na cabeça de todos.

— Bom, essa regra do duelo é bem antiga, mas ainda existe. Se você tiver um bom motivo e uma permissão do diretor, você fica livre para duelar. Apenas se seu adversário aceitar, é claro.

Pôde-se ouvir o burburinho dos alunos em reação a essa regra. Alguns pareciam temerosos, outros bem empolgados.

— Acalmem-se! – A voz forte do treinador calou a todos. – Quanto ao mago do duelo de ontem, eu recebi permissão do diretor para falar a respeito. Ao que tudo indica, o nosso colega, Edmund, possui lembranças de duas vidas passadas.

Todos encararam Edmund surpresos. Mesmo que alguns alunos tivessem pensado ser isso, ainda era algo chocante.

— Mas eu achei que era impossível se lembrar de duas vidas passadas! – Um garoto falou.

— E é! – Os alunos não entenderam. – Pelo o que o diretor me disse, é impossível uma só pessoa empunhar duas armas divinas, mas pelo que eu entendi, Edmund só tem uma arma divina: a que pertencia na sua vida como guerreiro. Estou certo, Edmund?

— Eu acho que sim... – Edmund estava bem surpreso pelo treinador dizer coisas que ele nem tinha pensado. – Eu também não sei por que eu tenho duas vidas passadas.

— Deve ter algo a ver com sua vida como mago, eu tenho certeza. – Stella disse.

Edmund não entendeu como ela tinha chegado naquela conclusão, percebendo isso, Stella resolveu explicar.

— Eu tenho todas as memórias como Valentina e elas são como uma vida passada “normal”, então algo deve ter acontecido quando você foi um mago. – Ela explica calmamente.

— Eu concordo. – O treinador falou. – O que faz as almas reencarnarem são suas armas divinas, então a sua arma ser do tipo ofensiva prova que sua reencarnação deveria ser apenas a de guerreiro. – O treinador complementa a hipótese de Stella.

— Mas eu também tenho um aviso importante para dar: em três dias nós receberemos a visita de um dos mais fortes Salvatore do mundo, ele faz parte do Esquadrão Classe S. – O treinador já se prepara para as perguntas. – Ele veio avaliar o alunos. Como uma espécie de olheiro.

Enquanto seus colegas perguntam sobre esse Salvatore e o Esquadrão Classe S, Edmund começou a se questionar sobre as reais intenções desse homem. Apesar de ser um pouco arrogante de sua parte, Edmund achava que esse Salvatore estava vindo apenas para vê-lo e tentar convencê-lo.

— Edmund, eu tenho um mal pressentimento sobre essa pessoa. – Stella sussurrou em seu ouvido.

Apesar de não ter respondido, Edmund concordava.

Através das Eras

Exatos três dias depois, o tão aguardado membro do Esquadrão Classe S tinha chegado.

Muitos mantinham as expectativas extremamente altas sobre ele, imaginando como ele seria e quão forte ele era.

Mas quase todas as expectativas se quebraram quando realmente o viram. Ele era muito baixo e parecia ser bem fraco, como se tivesse uma doença.

Ninguém esperava alguma coisa grande dele.

— Prazer, me chamo Kenichi. – Ele se apresenta olhando para cima, porque ele era menor do que os alunos que estavam de pé.

Todos o cumprimentaram, mais por educação do que por vontade.

Ele foi ao centro e chamou a atenção de todos.

Kenichi explicou algumas coisas sobre o trabalho dele e o possível futuro dos alunos. Porém acabou percebendo os olhares desinteressados que recebia. Ninguém estava realmente prestando atenção no que ele dizia.

— Vejo que vocês ainda são muito imaturos... – Ele suspira. – Eu vou escolher aleatoriamente uma pessoa entre vocês para uma pequena... Demonstração. – Ele sorri. – Bem, você meu rapaz. – Ele aponta para Edmund. – Venha cá, se aproxime. – O chamou.

Edmund pensava se era realmente uma coincidência ou aquilo tudo estava armado, mas naquele momento isso não importava, pois ele, provavelmente, teria que lutar.

Ele se levantou de onde estava e, calmamente, ficou ao lado de Kenichi.

— Bom, como nenhum de você consegue reconhecer a minha força, terei que prova-la, aqui e agora. – Ele invocou duas pistolas, uma em cada mão. – Se prepare, garoto.

Edmund treinou sua magia bastante pelos últimos dias, então ele tinha uma pequena esperança de poder fazer algo durante a luta. Por isso, Edmund decidiu não invocar sua espada, não naquele momento pelo menos.

— Deixarei você atacar primeiro. – Kenichi sorriu arrogantemente para Edmund.

“Você vai se arrepender disto” Edmund pensava convicto.

Ele se concentrou profundamente e tentou reunir a magia dentro de si, para depois expeli-la da forma que desejar. Quando se sentiu pronto, Edmund lançou seu ataque...

... Que foi vergonhoso.

Apenas uma fina camada de gelo cobriu a área em sua volta, era uma camada tão fina, que em pouco tempo ela começou a derreter.

Edmund queria correr daquele lugar, não por medo, mas sim por vergonha. Ele tinha se esforçado tanto no últimos três dias e aquilo era o máximo que ele conseguia. Edmund estava, com toda certeza, muito decepcionado consigo mesmo.

Vendo que sua magia não tinha dado o efeito esperado, ele decide invocar sua espada, mas foi interrompido.

— Então é isso que o diretor queria indicar ao Esquadrão Classe S? – Kenichi falou de forma com que os outros alunos não conseguissem ouvir.

Aquilo irritou Edmund, não apenas ser subestimado daquele jeito, mas ter a confirmação de que aquele homem apenas tinha ido até o G-10 para vê-lo.

Mesmo assim, Edmund tentou ignorar e invocou sua espada.

— Então é verdade que você tem duas vidas, mas se essa também for fraca como a outra eu nem precisarei de um tiro para vencer. – Essa provocação acabou ofendendo Stella muitas vezes a mais do que ofendeu Edmund.

“Maldito!” Os dois pensavam juntos.

Edmund resolveu não se distrair mais e partiu para o ataque.

Com o treinamento que ele teve em três dias, ele tinha conseguido alguma habilidade em manejar a espada, porém foi claramente insuficiente. Era óbvio que Kenichi estava acostumado a lutar à distância e mesmo assim Edmund não conseguia nem toca-lo.

Kenichi, usando apenas suas pistolas, defendia dos ataques de Edmund com uma gigantesca maestria, que encantava os alunos e frustrava Edmund profundamente.

Ao desenrolar da luta ele lembrou do que Claus tinha lhe dito; agora ele podia ver claramente que o albino estava certo. Edmund apenas tinha ganhado a luta por pura sorte, não tinha nem chance dele conseguir ganhar outra vez contra uma pessoa ainda mais forte.

Com esse tipo de pensamento, os movimentos de Edmund iam ficando cada vez mais fracos e cada vez mais lentos, o que começava a irritar Kenichi.

— Está desistindo?! – Quase gritava. Se tinha uma coisa que Kenichi repudiava era pessoas sem motivação ou aqueles que desistiam facilmente.

Edmund não tinha respondido nada, estava bem desmotivado.

Kenichi chuta Edmund para longe, afastando-lhe da espada. Edmund se levanta e olha novamente para a espada, ele começava a sentir uma nostalgia sempre que a encarava por muito tempo.

Um arrepio correu pelo seu corpo, Edmund conseguia sentir claramente que algo estava errado. Ele andou até sua espada e a pegou. Ele a aproximou de si, encarando profundamente a espada.

Ela o puxava, como se ela quisesse mostra algo a ele.

Ele ficou um tempo a encarando.

— Eu me lembro agora. – Disse Edmund calmamente, enquanto afastava a espada.

Edmund entrou novamente em posição de luta, porém ele parecia diferente de antes, o ar em volta dele tinha mudado, seus olhos estavam mais afiados, ele estava se dedicando para sua espada agora.

Sem dizer nem mais uma palavra, Edmund avança em grande velocidade até Kenichi, que se surpreendeu com aquilo, mal teve tempo de defender o golpe. E logo em seguida uma chuva de estocadas surgiu, era preciso uma grande habilidade para fugir ileso daquilo.

Porém Kenichi estava totalmente bem, ele não fazia parte do Esquadrão Classe S por acaso.

Porém quanto mais tempo se passava, mais concentrado Edmund ficava e mais rápido seus golpes ficavam, era simplesmente impressionante.

Os seus colegas não sabiam se ficavam maravilhados com a velocidade estonteante de Edmund, ou com a invencível defesa de Kenichi.

Edmund logo se afastou, arfando. Estava começando a se cansar.

— Vejo que está começando a melhorar... Entendo... – Kenichi sorriu satisfeito. – Essa luta acaba aqui.

Kenichi apontou uma de suas pistolas para Edmund e atirou.

Por sorte, Edmund conseguiu mover a espada um pouco para ficar na frente dele, contudo a espada foi partida em duas e o tiro acertou Edmund, que caiu no chão, desmaiado.

Todos ficaram de boca aberta, o que foi aquele golpe?

— Não se preocupem crianças, ele vai acordar agora mesmo. – Logo após ele dizer isso Edmund se levanta em um pulo. – Essa era uma das minha balas mais fracas.

Tanto Edmund quanto Stella não puderam acreditar naquilo. A espada de Edmund era uma arma divina, ela não deveria quebrar em hipótese nenhuma, mas ali estava Kenichi, afirmando que tinha conseguido quebra-la com uma bala fraca.

— Minha... Arma... – Edmund deixou escapar no choque.

— Aquilo? Não se preocupe garoto, aquela era uma arma divina incompleta. – Edmund não entendeu. – Como posso explicar... Pelo que o diretor me disse, você é o único que não sabe o nome da própria arma, certo?

Edmund assentiu.

— Enquanto você não se lembrar, a espada vai permanecer incompleta. Se ela estivesse completa, era impossível que aquela bala a atravessasse. – Edmund se aliviou. Mesmo tendo perdido era bom que sua espada não tinha quebrado.

— Bom, estão dispensados. – Kenichi anunciou, ignorando totalmente a autoridade do treinador.

Vendo que era permitido, todos se retiraram. Apenas tinham ficado Edmund e Stella.

— Bem, você foi incrível! – Ela sorriu gentilmente.

— É... Acho que eu fui. – Edmund ainda estava abalado peal derrota completa.

— Não se preocupe com a derrota, você ainda está treinando, sei que um dia se tornará tão forte quanto aquele cara. – Tentou consola-lo. – Mas me diga, o que foi que você se lembrou quando estava olhando para espada?

— Lutas, muitas delas. Também me lembrei de mortes, ataques surpresas, técnicas de luta, eu acredito ter visto quase todas as batalhas em que eu já estive quando eu era Vorn.

— Me alegra você estar se lembrando dele. – Stella sorriu.

— Também acho. – Eles ficaram se encarando por um tempo. – Acho que está na hora de eu ir para a enfermaria.

Através das Eras

Enquanto isso, Kenichi conversava com o diretor.

— Ele é bem interessante, Martin. – Kenichi ainda possuía um sorriso em seus lábios. – Mesmo que ele seja bem fraco, a cada luta ele consegue melhorar bastante, ele é um talento que só aparece uma vez por geração.

— Fico feliz que você tenha gostado dele. – Martin correspondeu ao sorriso do Salvatore. – Mas como eu tinha lhe dito, ele não vai entrar no esquadrão.

— É por causa daquela garota morena? – Kenichi perguntou, já sabendo da resposta.

— Sim, eles eram muito próximos em ambas as vidas de Edmund, então o vínculo entre eles é muito forte, se nós o forçamos a se separar ele pode se revoltar contra nós. – Martin explicou.

— Entendo... Mas você não precisa se preocupar com isso, basta que você me dê permissão para agir. – Kenichi pediu.

— Garoto. – Martin tinha ficado bem mais sério. – Eu não vou aceitar nada que possa ferir os estudantes. - Foi curto e frio. – Eu não sou do tipo que acredita que os fins justificam os meios.

— Eu seu muito bem disso, Martin. – Kenichi sabia da força do ex-membro do Esquadrão Classe S. – Eu prometo que os outros alunos ficarão bem, eu apenas mostrarei para Edmund quão perigoso o mundo pode ser.

— Eu entendo onde quer chegar. – O diretor respirou fundo. – Somente dessa vez eu vou permitir isso, mas se eu achar que você passou dos limites, eu irei interferir como bem entender.

Através das Eras


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Notas finais do capítulo

Peço que comentem, favoritem, e recomendem para seus amigos. :D
Até o próximo!



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