Através das Eras escrita por Shy BR


Capítulo 4
O Duelo e a Espada


Notas iniciais do capítulo

Nada a comentar, novamente.
Aproveitem a leitura! :D



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Todos os alunos estavam ansiosos para a luta.

Todos conheciam as capacidade de Claus que era reconhecido como o guerreiro mais rápido da classe, mas eles também esperavam algo de Edmund, o mago que tinha demonstrado um poder imenso.

Em resumo, apesar de todos acreditarem que Claus ganharia eles esperavam uma boa luta.

Quando os dois ficaram de frente um do outro, no centro da sala, foi um momento de grande tensão.

— Devo elogiar sua coragem em não fugir. – Claus sorri de forma arrogante.

Edmund não respondeu nada porque ele estava bem nervoso.

Além de não conseguir controlar seu poder ele não tinha prestado atenção nas demonstrações dos outros alunos, então não tinha nenhuma ideia da arma de Claus.

— Se preparem! – O treinador deu o sinal.

Edmund começou a se concentrar, tentando entrar no estado que estava quando liberou sua magia pela primeira vez.

— Tem certeza? – Claus perguntou zombeteiro. – Você realmente não se importa de machucar outra pessoa aqui?

Edmund percebeu imediatamente o que Claus queria, mas não pôde ignorar completamente o que ele tinha dito, pois se ele tinha machucado a namorada do albino antes, era bem possível daquilo acontecer novamente.

Mas se não usasse sua magia, como ele poderia lutar?

— Não se preocupe, Edmund. – Claus começou. – Eu também não vou invocar minha arma, para deixar as coisas mais equilibradas.

Edmund agradeceu por isso. Dificilmente ele poderia enfrentar Claus sem sua magia.

— Comecem! – O treinador gritou e deu espaço para os dois garotos.

Claus avançou de maneira tão rápida, que assustou Edmund. Após se aproximar perigosamente de seu inimigo, Claus segurou o ombro de Edmund e o apertou com força.

— Só isso? – Edmund não conseguiu entender o porquê daquele aperto fraco.

Claus sorriu.

Por debaixo do seu pulso, uma lâmina desceu até o ombro de Edmund, o perfurando.

— Sim, apenas isso. – Claus se divertia com a expressão de dor do seu adversário.

Edmund grunhiu de dor.

O loiro passou a mão pelo se ombro e sentiu o sangue escorrendo. Ele tinha sido ingênuo ao acreditar no seu adversário daquele jeito. Pelo menos ele tinha descoberto qual era a arma dele.

— Sabe Edmund, em minha outra vida, eu fui um assassino. – Edmund se impressionou com aquilo, ele tinha estudado que assassinos não gostavam de armas divinas por elas serem muito chamativas.

— Diferente de meus antepassados, eu tenho a melhor arma: a Hidden Blade, como você viu seu poder é se esconder em qualquer parte do meu corpo.

Edmund não podia acreditar como aquela situação podia piorar, mas ele não iria acreditar tão facilmente em Claus dessa vez.

Porém se ele estivesse realmente contando a verdade, até mesmo um chute poderia conter uma lâmina escondida, desse modo Edmund teria que se esquivar de todos os ataques.

Claus não disse mais nada, apenas iniciou uma sequência de chutes e socos.

Edmund tinha o mínimo de reflexo necessário para se defender, mas como ele não sabia onde a lâmina estava ele tinha que tomar muito cuidado, dando tudo de si para se esquivar.

Só então que ele percebeu qual era o verdadeiro poder da Hidden Blade: o poderoso blefe que ela dava ao seu usuário. Edmund não tinha como saber se um soco comum estava armado com uma lâmina, então até o mais fraco ataque tinha chance de ser um golpe letal.

Ao decorrer de poucos minutos, Edmund estava muito cansado, desviar de tantos ataques era realmente uma tarefa árdua e o machucado em seu ombro estava o atormentando, sem contar os outros cortes menores em seu corpo.

Em contraste, Claus estava bem.

— É sério que você não vai usar magia? – O albino perguntou sorrindo. – Tem que ter um limite do quanto você pode ser idiota. – Edmund não respondeu

Nenhum dos espectadores acreditava que Edmund tinha alguma chance de vencer. Só de olhar para a luta você poderia ver que em pouquíssimo tempo o Moore iria cair de cansaço.

— Vamos Edmund! Eu sei que você pode ganhar! – Apenas aquela que realmente sabia do que Edmund já foi capaz um dia acreditava nele.

Stella tinha certeza que Edmund não usaria nenhuma magia se houvesse o risco de machucar as pessoas à sua volta, então ele só teria uma esperança: ele tinha que se lembrar sobre Vorn.

— O maior espadachim da Europa, - Stella começou. - Sua lâmina é tão rápida que não é vista por seus inimigos. O poderoso cavaleiro, dito como sucessor do grande El Cid. – Ela disse. Todos olharam torto para ela, não entendiam porque ela tinha dito aquilo.

Porém Edmund conseguiu entender.

Uma memória lhe veio.

— O maior espadachim da Europa. Sua lâmina é tão rápida que não é vista por seus inimigos. O poderoso cavaleiro, dito como sucessor do grande El Cid. – Valentina se aproxima de Vorn. – É assim que você está ficando conhecido.

— Sucessor de El Cid? – Edmund sorriu. – Eu gostei desse título. – Ele ergueu sua espada até seu rosto e passou a encara-la. – Eu acho que é justo, afinal, essa era a espada dele. – Edmund abraçou sua esposa.

Terminada a memória, Edmund sorriu.

Tal sorriso irritou Claus.

— Mesmo nesse estado... Você ainda sorri?! – O albino se aproximou de Edmund, pronto para acertar sua cara com um chute.

— Não tente fazer nada, eu já me lembrei. – Edmund esticou sua mão e uma espada grande apareceu, ela tinha o cabo banhado a ouro e parecia ser bem afiada.

Claus parou com a surpresa, como era possível um mago possuir uma espada?

— Eu venci. – Edmund declara, logo antes de acertar a perna de Claus com um corte rápido.

Seu adversário caiu no chão com a dor.

O corte tinha sido profundo.

O treinador declarou Edmund como vencedor, já que Claus não conseguia levantar. Todos se surpreenderam, tanto pelo resultado, quanto pela arma que Edmund tinha invocado, pois um mago nunca deveria possuir uma espada!

Apenas Stella se aproximou do vencedor.

— Eu sabia que você daria um jeito. – Ela o abraça, mas se separa ao ouvir o gemido de dor de Edmund. – Desculpe.

— Não precisa se preocupar. – Edmund deu um meio sorriso, antes de sentir outra onda de dor. – Acho melhor me levar para a ala médica, depressa!

Através das Eras

Edmund descansava em uma maca tranquilamente, graças as enfermeiras, que possuíam magia de cura.

Porém seu descanso foi interrompido por alguém.

— Edmund Moore. – Pelo tom da voz ele deduziu que era Claus. – Você está bem?

Edmund abriu os olhos, confirmando suas suspeitas.

— E você, está bem? – Respondeu com outra pergunta. Para Edmund, Claus deveria estar mais machucado.

— Ah, não. O corte em minha perna nem foi tão profundo assim e com a magia de cura eu já estou novo em folha. – Claus ria. – Ainda bem que você não é forte.

— Ei, eu ganhei o duelo, você não tem o direito de dizer essas coisas.

— Aquilo? Você não me venceu. Você me pegou de surpresa e por isso ganhou. – Claus possuía um olhar afiado. – Por enquanto não vou perguntar por que você tem uma espada, mas só porque eu acabei te machucando muito. – Voltou a sorrir.

Edmund realmente não gostava do albino.

— E então, o que você veio fazer aqui? – O loiro perguntou. – Caçoar de mim?

— Não, eu vim me desculpar. – Edmund ficou muito surpreso com o tom mais sério de Claus. – Eu menti. Não tenho namorada nem nada, apenas queria um duelo com você, pois você parecia ser bem forte. – O albino sorria envergonhado.

— Você é idiota? – Edmund perguntou friamente.

— Huh?

— Que motivo imbecil para puxar briga, nós não estamos em um mangá shounen nem nada assim. – O loiro não media palavras.

— Vamos, vamos. – Claus tentou anima-lo. – Isso tudo já é passado, nós devemos seguir em frente agora.

— Só se for para você! – Edmund ainda estava irritado.

— Bem, eu pedi desculpas, você só precisa aceitar. – Tentava convence-lo.

— Ok, ok. – Estava cansado demais para brigar por algo assim. – Eu te perdoo, agora vai embora. – Claus parecia ter ficado feliz.

— Então até mais, amigo. – O albino se retirou.

Edmund não o considerava como um amigo, mas preferia descansar do que tentar discutir.

Porém, antes que tivesse tempo para descansar outra pessoa chegou.

Era Stella. Que vagarosamente se aproximou da maca.

— E então, você está melhor? – Parecia estar preocupada.

— Sim, melhorei bastante, mas ainda acho que não deveria ter lutado, mesmo tendo me lembrado da minha arma. – Respondeu sinceramente. – E mesmo tendo me lembrado da minha esposa. – Fechou os olhos, mas sabia da surpresa de Stella.

— Eu... Eu ia te contar, eu juro que ia... – Ela falava com a voz baixa, tentando se desculpar.

— Eu sei, mas acho que talvez teria sido estranho se você tivesse dito isso. – Abre os olhos novamente.

Stella não disse nada, apenas sorriu.

Eles ficam um tempo em silêncio, se encarando.

— Bom, eu me lembro de algo como uma recompensa se ganhasse, estou certo? – Edmund tentou iniciar uma conversa.

— A-aquilo era só para te motivar, eu não tenho nada para te dar. – Stella confessou um pouco hesitante.

— Ah... – Edmund suspira tristemente. – Eu realmente estava esperando algo como um beijo. – Pensou alto.

No instante em que percebeu o que tinha dito, Edmund desejou que ela não tenha ouvido.

— O que?! – Stella quase grita de vergonha. – Você realmente achou que eu iria fazer isso? – Edmund não sabia dizer se ela estava com vergonha ou com raiva.

— Não me culpe, é inevitável. – Edmund começou a dizer para tentar se salvar. – Eu já me casei com você uma vez e está se tornando comum esse tipo de pensamento.

Stella não tinha respondido, mas Edmund supôs que ela se sentia da mesma forma.

— Desculpe interromper a conversa, - Uma enfermeira se aproximou da maca de Edmund. – mas o diretor está chamando o senhor Moore para a diretoria. Ele não me disse o que queria.

Os dois jovens se entreolharam, tinham uma ideia sobre o que ele queria falar.

— Eu posso ir junto? – Stella perguntou a enfermeira.

— Acho que não tem problema. – Ela permitiu, se retirando logo depois.

Através das Eras

— É sobre a espada, certo? – Edmund perguntou, já sabendo da inevitável resposta.

— Correto. – Martin coçou o queixo. – Você sabe o quão problemático isso pode se tornar? Se os outros países souberem que você se lembra de duas vidas... Alguns irão até brigar por você. – Edmund estava surpreso.

— Como você sabia disso? – O garoto perguntou.

— Eu pensei muito, mas não conseguia ver outra resposta plausível. – Explicou. - Pelo visto, eu acertei. – O velho sorriu, mesmo o tempo não conseguia enferrujar sua mente.

— E o que você vai fazer? – Perguntou Edmund hesitante.

— A verdadeira pergunta é: o que você vai fazer? – Nenhum dos dois jovens entenderam.

— Eu? – Perguntou o loiro. – Como assim?

— Olha, agora você pode ser bem fraco, mas suas duas vidas te dão um potencial jamais antes visto. Os poderosos irão te temer e farão de tudo para poderem te controlar. – Edmund, obviamente, não gostou disso. – Porém existe duas soluções para esse problema.

— Quais são? – Quem perguntou foi Stella, que aparentava estar preocupada com Edmund.

— Você pode ficar aqui no colégio até se graduar e aí poder decidir melhor o que fazer, ou você pode entrar para o Esquadrão Classe S. – Martin percebeu que nenhum dos dois tinha entendido.

— O Esquadrão Classe S é composto pelos melhores Salvatore do mundo inteiro, logo, eles não pertencem a nenhuma nação. Eu posso te garantir que você com certeza tem o que é necessário para entrar. – Explicou Martin.

— Mas o que eu ganho nesse Esquadrão? – Edmund perguntou.

— Além de um excelente salário mensal, você terá direito do melhor treinamento que o mundo pode oferecer para um Salvatore.

— E o que eu tenho que fazer lá? – Edmund perguntou, não teria porque ganhar um salário para nada.

— O trabalho do Esquadrão Classe S é combater ameaças que seriam perigosas para pessoas normais, como terrorismo de grande escala e outros Salvatore.

— Hm? – Stella não entendeu – Outros Salvatore?

— Sim, nem todos que possuem esse poder vão para uma instituição como a nossa. Boa parte vive a vida inteira sem compreender completamente os próprios sonhos, porém existem alguns indivíduos que além de despertarem o próprio poder sozinhos, o utilizam para fazer o que bem entendem. – Martin parecia não gostar desse assunto.

— Já houve uma grande batalha entre dois Salvatore a ponto de deixar uma marca na história? – Edmund perguntou.

— Perto do final da Segunda Guerra Mundial, é dito que os Estados Unidos bombardearam duas cidades: Hiroshima e Nagasaki. Porém a verdade é que apenas Hiroshima foi bombardeada. Em Nagasaki houve uma luta entre o maior Salvatore estadunidense e o maior Salvatore japonês.

Edmund e Stella estavam bem surpresos. A mídia realmente consegue fazer as pessoas acreditarem em algo, mesmo que em uma mentira.

— Bom, essas histórias não são boas para se ouvir. – Martin deu uma pausa. – Mas e então Edmund, você irá fazer o que?

Stella olhava esperançosa para Edmund, ela queria lhe dizer para ficar, porém não queria que ele se sentisse preso a ela por causa de suas vidas passadas.

— Eu... – Edmund começou. – Eu vou ficar por aqui, eu realmente não acho que preciso ir. – Pensou em dizer que queria ficar por causa das pessoas do colégio, mas provavelmente o diretor sabia que até algumas horas atrás ele era vítima de bullying.

— Entendo... – O diretor sorria enquanto olhava os dois. – Podem ir então. – Os dois saíram.

Ele sabia que o verdadeiro motivo de Edmund querer ficar é por causa de Stella, ambos pareciam bem mais próximos desde a última vez que Martin os viu.

Apesar de querer manter os dois do jeito que estavam, Martin sabia que as pessoas poderiam ser impiedosas quando cegadas pelo medo.

E ele faria Edmund entender isso. Por bem ou por mal.

Através das Eras


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Notas finais do capítulo

Obrigado pela leitura :D
Não se esqueçam de comentar, favoritar e recomendar para seus amigos.
Até semana que vem!



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