As crônicas de Runa escrita por Jonathas Eugenio, Headache


Capítulo 8
Cogumelos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/672538/chapter/8

—“Nada mais reconfortante do que uma bela noite de sono!” Haruna abriu a janela feliz se esticando conforme a ruiva estava dormindo toda torta no chão. Ela olhou para trás apenas conseguindo revirar os olhos e respirar fundo antes de se virar e pegar a colcha que a outra usava e puxar com força levando não só a colcha como também a outra menina a bater na parede.

—“Au! Haruna  mas que”- A outra esfregou a cabeça.

—“Cala a boca e acorda! Está um lindo dia! Sente o cheiro fresco!”- Uma mulher passou varrendo a estrada subindo uma poeira logo em seguida o que fez a menina tossir um pouco.  –“Sente o vento no corpo!” – O referido vento passou levantando uma cortina de poeira, Haruna apenas deixou o braço cair molemente ao redor do corpo e não comentou mais nada, a ruiva se levantou ainda esfregando a cabeça e ergueu uma sobrancelha para a amiga, se olharam e a outra se virou saindo do quarto deixando Luma ali.

—“Haruna, você acordou, poderia me ajudar aqui?”- Franklyn parecia mais amigável naquele momento, no dia anterior ele parecia apenas um homem carrancudo e zangado mas naquele começo de manhã ele parecia muito mais amigável e até feliz.

O referido tentava puxar um tronco de árvore grosso por uma porta que ficava do lado oposto onde parecia ser um deposito de madeira dentro da casa. O rosto dele estava vermelho de esforço, a mulher correu para o ajudar, segurou em uma parte e olhando para a ponta viu Katarina tentando empurrar o tronco sem sucesso, assim que Franklyn e Haruna se mostraram eficientes em conseguir puxar o pedaço robusto de madeira, a menina apenas entrou dentro de casa desviando o caminho feliz.

—“Certo, vou na floresta pegar cogumelos então!”- Ela animada falou, pulando inquieta no lugar e pegando uma cesta que tinha por ali.

—“certo cuidado!”- Franklyn respondeu, estava ocupado demais, exatamente naquele momento Luma resolveu sair do quarto, estava esfregando o cabelo o penteando aparentemente e então Katarina a olhou e as duas pararam no lugar. A ruiva foi a primeira a se mover saindo de perto e indo para Haruna.

—“Haruna, o que vamos fazer hoje?” – A mulher ergueu a sobrancelha para a amiga surpresa e depois as franziu. Tinha algo errado. Ela parecia um pouco mais inquieta que o costume.

—“Eu vou tentar resolver essas coisas da casa, sei que você é horrível com negociação, enquanto isso não sei, explore a ilha ou qualquer outra coisa. ” – Haruna se virou para o homem. –“ Franklyn, você pode me ajudar com alguma coisa relativa a casa?”-

Ele passou a mão na testa secando o suor.

—“Faremos o seguinte, você me ajuda e ajudo vocês duas. Você estava discutindo isso comigo, e você sabe que é impossível construírem algo tão rápido e por conta disso vocês vão ficar alguns dias por aqui até conseguirem o que almejam, bem como tinha lhe falado mais cedo. ”-

—“Sim, Exatamente. ”- Haruna concorda com um suspiro e Franklyn continuou.

—“Então, nesse tempo, já que Katarina vai para a floresta quero que Luma siga com ela. Sem discussão Kat!”- Ele apontou para a filha. –“ E eu quero, como um acordo, certo? Vocês ajudam e eu ajudo vocês.” -  Luma a encarou, o silêncio delas era compensado com a conversa entre olhos, e então as duas concordaram e com determinação a roxeada se virou o encarando e concordando.

—“ok. Agora as duas podem ir, Haruna vou precisar de sua ajuda pra arrastar esse tronco até atrás da casa.”-  A ruiva pareceu se manifestar naquele momento oportuno.

—“Posso ajudar? ”- Aquilo fez Haruna se afastar e o homem olhar a desafiante, ele assobiou entre os lábios com um desafio claro nos olhos como quem diz tente se for capaz. Franklyn se afastou da tora, a ruiva se aproximou segurando na frente e começou a arrastar, fez um som de desconforto no começo ajustando os braços mas logo começou a arrastar como se fosse leve, o ambiente ficou em silêncio conforme observavam ela arrastar, o som além de vozes na rua era da madeira arrastada para o ar livre.

—“Então...Eu acho que vou indo.. Sabe? Para a floresta e... É, eu...”- Katarina parecia perdida naquele momento então apenas saiu pela porta dos fundos pegando uma cesta de madeira que estava sobre uma mesa do lado da porta por onde ela saiu.

O homem olhou Haruna com olhos de dúvida e ao mesmo tempo curiosidade.

—“A magia dela é força.” – Ela foi mais rápida e mentiu, nem mesmo ela conseguia entender como a menina fazia essas coisas e se cansou de questionar e de receber respostas sinceras de não saber. Ele apenas deu de ombros e os dois começaram a trabalhar.

Katarina pulou a porta com diversão, viu a outra batendo as mãos na calça limpando e foi saltitante até lá.

—“Vamos Luma! A floresta nos espera!” – Ela estava animada e passou o braço sobre o da outra a arrastando, mas aquilo paralisou Luma que se afastou.

— “Hey!” – A menina tinha sorrido feliz, mas notou o desconforto e se afastou com o sorriso morrendo junto.

— “O que foi? ” -  notou quando a outra nervosamente mexeu na barra da blusa e desviou toda a atenção para aquela parte.  – “Fiz algo ontem que te magoou? Não consigo lembrar. “- Recebeu um não de resposta junto com bochechas um pouco mais rosadas – “Você parece estar um pouco mais”- 

—“Vamos pegar esses cogumelos logo! ”- E sem esperar Luma se virou para a floresta já adentrando decididamente e muito mais rápido, a castanha franziu as sobrancelhas com uma carranca no rosto e a seguiu, apenas tempo suficiente para as arvores taparem o caminho de volta, apertou o passo conseguindo alcançar a outra, segurou firme o pulso de Luma e apertando e a travando.

—“O que foi que houve ontem pra você estar assim ?”- Ela não tinha se virado o que a fez suspirar – “Por favor, fale comigo, o que houve? Sei que o seu habitual não é assim , você tem um contraste muito gritante.” – A outra abaixou a cabeça, se virou um pouco apenas e parecia considerar um pouco, os olhos se desviavam rápido para o chão e outras coisas considerando.

—“uh...”- E então ela soltou o pulso com força. E se virou – “Vamos.”- Curta e ríspida, o corpo estava tenso e em resposta a isso a outra estreitou os olhos mordendo os lábios.

O silêncio se seguia tenso conforme elas andavam, Katarina ficando um pouco mais irritada conforme o tempo avançava,  elas pararam no meio da floresta.

—“Vou olhar para aquele lado.”- Luma falou.

—“Claro, faça o que você quiser!” – Ela usou o tom irônico o que fez a outra se encolher um pouco.

—“Certo.”- E se virou, a castanha revirou os olhos irritada, jogou a cesta no chão e antes da outra conseguir se mexer ela agarrou a barra da camisa e puxou encarando os olhos verde e azul arregalados e a beijou.

O corpo de Luma ficou tenso e não respondia ao beijo isso alertou Katarina que suavizou soltando o pulso e abraçando o corpo dela, lentamente Luma pareceu ceder e a abraçou de volta igualmente respondendo ao beijo. A  ruiva iria se afastar mas a outra menina a apertou e abraçou.

—“Você pensa que eu tinha me esquecido disso? Olha, eu gostei do beijo e eu gosto de você! E se você acha que fiz aquilo porque estava bêbada e fiz isso por brincadeira... Está terrivelmente enganada! Bem , bêbada precisa de coragem e tinha feito como um teste...” – Ela se afastou do abraço, olhou o cabelo de Luma que era algo bastante interessante e começou a mexer nele. Luma desviou os olhos e encarou a cesta jogada no chão, isso fez Katarina desviar a atenção e concordou se virando e pegando a cesta de palha e então as duas começaram a se mover floresta adentro.

Conforme avançavam hora brincando entre si e outras caçando avidamente pelos cogumelos, Luma parou vendo a menina de costas para ela quando um vento passou levando as folhas e balançando cabelo e roupas um riso irrompeu e a fez ajeitar o cabelo girando encarando a ruiva que tinha um sorriso de canto nos lábios, pela primeira vez naquele dia Katarina pareceu se envergonhar, as bochechas ficaram rosa e ela colocou o cabelo atrás da orelha. Percebendo o que estava fazendo ela desviou os olhos e se colocou a andar com as mão no bolso dando passos largos. fingindo olhar para longe e nisso uma coisa branca um pouco longe chamou a atenção franziu as sobrancelhas e conseguiu um foco melhor, reconheceu um cabelo descolorido.

—“o que foi Luma?”- A menina chamou a atenção dela, que apontou para onde viu o cabelo e foi andando para aquela direção. Katarina achava cogumelos vez ou outra e parava feliz para o analisar enquanto a ruiva seguia. Assim que chegou mais perto viu que era o albino.

—“Kat! Venha rápido!” – Gritou, cutucou ele tendo apenas a resposta de uma respiração meio alta. A outra correu na direção da ruiva.

—“Erick está morto!?”- Ela olhou bem para o menino.

—“Não, ele esta dormindo. Vamos, vou levar ele de volta.”- A mulher se abaixou um pouco.

—“Quer ajuda? ”- A resposta foi dada por Luma erguendo o homem como se fosse de papel e se virando aguardando Katarina liderar a volta que não foi contestada, as duas se viraram e foram o mais rápido possível para casa.

Haruna desceu o machado com força no tronco o cortando nas pontas. Franklyn estava com uma marreta e uma estaca fazendo desenhos onde a mulher tinha conseguido arrancar com o machado, lascas estavam jogadas pelo chão outras mais finas e outras mais grossas.

—“Luma seria muito útil aqui agora.”- Haruna respirou fundo enquanto dava outra machadada na madeira, o homem riu.

—“A força não se baseia em tudo menina.”- A mulher respirou fundo bufando na resposta e erguendo o machado.

—“Mas resolve muitas coisas!” – O homem riu concordando, o som era preenchido com o machado cravando na madeira intercalado vez ou outra com uma respiração mais funda de esforço por parte da arroxeada.

—“Pai!”- Escutou a voz de Katarina e ele largou a ferramenta rápido enquanto Haruna arrancou o machado o segurando de forma agressiva, da floresta surgiu Katarina e Luma com um homem nos braços.  – “É o Erick!”-


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As crônicas de Runa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.