Real world escrita por Bi Styles


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Bem gente, não tenho muito o que dizer... só que sinto falta de comentários.
Mas bem, não vou ficar mendigando comentários, pq ne
Então, espero que gostem.



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—Não esperava vocês aqui... –Pietro falou sorrindo do balcão.

—Nós fomos comprar um vestido para Sophia. –Lydia comentou. –Para ela ir ao baile dos calouros.

—A mamãe deixou? –ele perguntou, com as sobrancelhas arqueadas.

—Se eu fui comprar, é claro que ela deixou. –respondi, revirando os olhos.

—Querem comer alguma coisa? Por conta da casa. –Pietro falou e riu.

—Está com esse crédito todo? Nossa. –Juan falou e mostrou um sorriso, coisa rara de se acontecer.

Ele estava em uma época difícil da vida dele. Era uma época que os hormônios estavam á flor da pele. A voz estava engrossando, pelos crescendo e ele estava com uma irritabilidade irritante. Se não fosse por Lydia, eu já teria matado ele.

Também era aquela época que nada o agrada. Ele acha o sorriso dele feio, os cabelos ridículos e acha que a mudança de voz está ridicularizando ele na frente das pessoas. Mas o que ele não sabe é que o sorriso dele é perfeito, assim como os cabelos negros. E a voz... bem, o importante é ter saúde.

—Sou o funcionário do mês. Posso muito bem convidar minha família para comer aqui. –Pietro explicou.

—Mas nós não queremos nada não. Muito obrigada. –falei e todo mundo riu.

—Tem certeza? Esse milk shake diz o contrário... –uma voz vindo de trás de mim falou.

Não precisei me virar para saber quem era. Brian.

Ele me ofereceu o copo contendo um conteúdo rosa, que eu neguei.

—Não, obrigada. Nós jantamos faz pouco tempo. –falei e percebi seus olhos brilharem.

—Está muito bom, sabia? –ele brincou. –Só não sei direito que sabor é... –ele experimentou o milk shake. –Hmmm... Tem gosto de chocolate, parece de morango, mas é de baunilha. Interessante, não é?

Eu ri.

—Nessa lanchonete, tudo é interessante. –sussurrei e ri novamente, sendo seguida por Brian.

—Deixa eu experimentar! –pediu Lydia. –Quero saber se você tá falando a verdade!

Ele deu o copo para ela, que tomou um longo gole.

Ela fez uma careta e disse:

—Acho que vou vomitar... –e correu para o banheiro, sendo seguida pela minha avó.

Juan sentou-se em uma cadeira ali por perto e Pietro foi atender á um casal de jovens.

Brian olhou para mim e perguntou:

—Ouvi que você vai para o baile.... Vai com o Rafa, é?

—Sim. Foi um milagre a mamãe ter deixado.

—Entendo.

—Você vai?

—Acho que sim. –ele sorriu. –De qualquer forma, sou calouro também.

—É mesmo! –falei e sorri. –Já ouvi dizer que as festas dos calouros são as melhores, já que levam bebida e tudo mais.

—Pensava que bebida era proibida na escola.

—E é. Só que quem organiza é Britney e você sabe né? Ela é rica e tudo mais...

—Não sei qual é a graça de bebida.

—Também não sei. Nunca gostei disso, se é que me entende...

—Compreendo sim. –ele disse e sussurrou logo em seguida. –Vai ter trote?

—A escola proibiu esse tipo de coisa. Mas, como sempre, deve ter algo. Britney nunca aceita um NÃO como resposta.

Ele riu.

—Sophia, vamos para casa. –chamou minha avó.

—A gente se vê amanhã? –perguntei.

—Claro. –ele sorriu.

...

—Então a gente foi para a lanchonete, na qual Pietro e Brian trabalham. –terminei de contar minha história para o Rafa, que bocejou.

—Que história interessante... –ele bocejou novamente.

—Deixa de ser idiota. E fale um pouco mais baixo. Aqui é a biblioteca.

—Sophia, ninguém leva a sério esse negócio de não fazer barulho em uma biblioteca. –ele falou, em um tom um pouco mais alto.

A bibliotecária ouviu e fez o de sempre: colocou o dedo indicador na boca e disse SHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH.

—Fala isso para ela. –sussurrei para ele de volta.

—Você viu a Nina hoje? –perguntou, preocupado.

—Não. E acho que ela ainda não quer nos ver.

—Por causa daquela idiotice? A Nina não é disso, e você sabe muito bem.

—Vai procurar ela então. –falei, rindo.

—Você está falando isso porque quer ler algum livro, não é? Tudo bem. –ele levantou as mãos, se rendendo. –Estou saindo.

Ri novamente e, assim que ele saiu, fui procurar algum livro interessante para ler. Outro hobbie meu: ler.

Eu tinha alguns livros em casa, mas gostava muito dos da biblioteca. Eles tinham clássicos muito interessantes e eu era apaixonada por eles.

Fui procurando nas estantes um clássico que eu adorava: Romeu e Julieta. Já tinha lido tantas vezes que eu perdera a conta. Mas, era um livro tão bom, mais tão bom, que não cansava de ler.

Não achei nas prateleiras que deviam estar, então fui falar com a bibliotecária.

—Senhora, onde está o livro Romeu e Julieta? –perguntei.

—Na estante dos clássicos 2.

—Onde fica isso?

—Lá no final. Perto dos livros científicos. –ela apontou para o final da biblioteca.

Fui caminhando até lá e parei ao lado da prateleira. Fui passando os dedos pelos livros á procura de Romeu e Julieta, até que cheguei ao final da prateleira e tomei um susto.

Havia um pequeno espaço entre a prateleira e a parede. Um espaço capaz de abrigar dois corpos.

E ali haviam dois corpos.

Colados.

Se beijando.

E, para piorar, o menino que beijava a menina era Lucas.

Eles se desgrudaram e Lucas colocou seus olhos azuis ameaçadores em mim.

A menina, que eu não sabia quem era, foi embora, envergonhada.

Lucas ia fazer a mesma coisa, porém, ficou parado quando viu a bibliotecária vindo em nossa direção.

Senti que ele ficou paralisado, temendo que eu dissesse para ela o que eu tinha acabado de presenciar.

E eu certamente deveria dizer.

O garoto que havia falado aquilo da minha mãe estava nas minhas mãos. Ninguém podia se pegar na escola. Eram 3 dias de suspensão, além de serviço comunitário. Seria a vingança perfeita.

Então, que a ciência um dia possa explicar o que eu fiz.

—Senhora Forbes. –saudei.

—Senhor o que estava aprontando desta vez? –ela perguntou, me ignorando.

—Eu estava ajudando ela a encontrar um livro. –ele respondeu.

—Isto é verdade, senhorita Grace? –ela perguntou, certamente sabendo que eu e Lucas não nos falávamos á anos.

—Sim. –menti. –Mas não adiantou nada. O livro não está aqui.

—Que livro ela procurava, senhor? –ela perguntou, querendo uma prova de que ele me ajudava mesmo. Prendi a respiração. Ele não sabia que livro eu procurava. Eu ia ficar no castigo por ter mentido. E ele seria suspenso. Ótimo.

Lucas apenas sorriu e disse:

—Ela procurava um livro de Shakespeare.

Soltei a respiração e juro para vocês que me deu uma vontade enorme de perguntar para ele como sabia que eu procurava livro de Shakespeare. Mas isso poderia esperar.

A bibliotecária nos olhou, ainda desconfiada. Entretanto, saiu sem dizer mais nada.

Lucas se virou e começou a fazer o percurso para a porta. Mas eu falei:

—De nada por não ter te dedurado.

Ele virou-se para mim e voltou até onde eu estava, me encarando. Aqueles olhos azuis me deixavam inquieta, mas não demonstrei.

Ele ficou á uma distância de alguns metros e falou:

—Não preciso de sua ajuda para escapar de problemas aqui, senhorita Grace. Posso me cuidar muito bem sozinho. Portanto, não espere agradecimentos meus. –ele sorriu, mostrando suas covinhas e saiu, me deixando com ódio por ter feito aquilo.

Eu odiava aquele menino.

...

Ao sair da biblioteca, me encaminhei para o local secreto onde eu me encontrava com Rafa e Nina para conversar sobre bobagens. Certamente eles estariam ali.

O nosso local era uma sala perto da área das piscinas, que ficava cheia de produtos de limpeza. Ou seja, era o depósito do zelador.

Bati 4 vezes na porta e Rafa veio abrir. Nosso código secreto.

—Oi. –saudei. –Ela tá aí?

—Sim. Me ajude. –ele pediu e deu espaço para eu entrar.

—Ajuda para qu... –ia perguntar, mas ao ver a situação da Nina, me calei.

Ela estava com os olhos vermelhos, de quem havia passado muito tempo chorando. De vez em quando, socava o ar, como se lutando contra algo invisível.

—AQUELE FILHO DE UMA PUTA ME PAGA. –ela gritou e soluçou.

—Nina, o que houve? –perguntei, me sentando ao seu lado naquele chão imundo.

—Aquele imbecil... ele terminou comigo de verdade. –respondeu e soluçou novamente.

—Ai meu Deus! –exclamei. –Se acalma, tá?

—Você acha que eu não já pedi isso milhares de vezes? Soph, ela está destruída. Acho que pedir para ficar calma não adianta nada. –Rafa interviu, sentando do outro lado de Nina.

—Cale a boca, Rafael. –Nina resmungou. –Eu não quero ficar calma. Só quero desabafar.

—Então fale. –pedi.

—O negócio é que... Nathan sempre foi um ótimo namorado.... Queria que pelo menos no término ele tivesse sido péssimo...

—Como assim? –perguntei.

—Ah Soph... –ela fungou. –Ele deveria ter falado coisas para que eu estivesse odiando ele agora... Mas... –ela soluçou. –Ele simplesmente disse que eu era a pessoa mais incrível que ele já conheceu, só que eu tinha feito coisas terríveis...

—Ele enfim admitiu que sabia de você e do Vitor? –indagou Rafa.

—Sim. Ele disse que soube. E que ficou decepcionado. Que os últimos meses tinham sido incríveis... Só que não dava para continuar... –ela fungou. –ELE É UM IMBECIL!

—Nina... –falei e alisei seu braço. –Você tem que ver o lado dele...

—ELE NÃO TEM NENHUM LADO! –ela gritou.

—Pronto, diga logo ao mundo todo onde é nosso esconderijo. –resmungou Rafa.

—Nina, preste atenção. –falei e ela direcionou seus olhos verdes para mim. –Tente entender o lado dele. Ele ficou chateado por você ter traído ele.

—Mas...

—Mas nada! –falei. –Se você estivesse no lugar dele, você já teria feito um escândalo. É muito difícil recuperar a confiança quando a gente perde, Nina...

—De que lado você está, afinal? –ela perguntou.

—Do seu lado. É que, só quero que você entenda que ele teve seus motivos. E você sabe que poderia ter evitado isso...

—MAS EU ESTAVA BÊBADA! –ela soluçou.

—Mas mesmo assim omitiu isso dele. Ele descobriu por outras pessoas. E isso é horrível.

—Tá. Vi que você está do lado dele... –ela resmungou, se levantando.

—E é por isso mesmo que você tem que sair lá para fora de cabeça erguida, com esse seu sorriso maravilhoso no rosto e procurar um par para o baile.

—Não estou mais a fim de ir. –ela falou e já ia se retirando, quando eu falei:

—Sério que, no primeiro baile que eu vou você vai faltar?

Ela se virou e perguntou:

—Sua mãe deixou?

—Sim! –respondi. –Até comprei um vestido...

Ela correu e me abraçou.

—Okay então. Cabeça erguida, sorriso no rosto... –ela deu uma pequena fungada. –E vamos procurar um par para o baile.

Sorri.

—Isso mesmo. O que não pode é você ficar aí chorando por o Nathan. Chega. –Rafa disse e abraçou a Nina pela cintura, dando um beijo em sua bochecha.

Ela deu um sorriso torto.

O que eu não poderia saber era que eu nunca deveria ter pedido para ela procurar outro par para o baile. Nunca.

...

—Lydia, mamãe falou para você fazer a atividade de casa, não ficar no computador. Ela já saiu pra trabalhar faz um tempo, e você ainda está aí?–informei a minha irmã mais nova, assim que entrei no quarto dela.

—E Juan? Cadê ele? –ela perguntou, enquanto desligava o computador.

—Está lá embaixo.

—Que bom, porque queria falar com você... Em particular.

—Não contou para Juan?

—Digamos que são coisas de mulher.

Arqueei as sobrancelhas, meio que entendendo. Sentei na cama dela e Lydia fez o mesmo.

—Estes dias eu estou me sentindo meio estranha.

—Como assim estranha?

—Estou enjoada, fico sentindo dores no pé da barriga...

Sorri. Certamente era cólica.

—Quer que eu te dê remédio? –perguntei.

—Sophia, será que é a mestruação que está perto?

—Talvez.

—Eu não quero isso agora. –ela falou, com seus olhos suplicantes.

—Por que?

—Porque minhas amigas dizem que é horrível, que a gente fica sangrando por sete dias... –uma lágrima escorreu pelo olho direito dela. –Eu não quero isso.

—Lydia, isto é coisa de toda mulher. Uma hora ou outra vai acontecer. Olha, eu já tenho quase 17 anos. Minha primeira mestruação foi aos 13 anos. Já sobrevivi este tempo todo. Porque você não aguentaria?

—Eu não queria ser mulher...

—Acho que ninguém no mundo quer, pra falar a verdade. Mas nascemos assim. Toda mulher sofre, mas fomos feitas para aguentar tudo.

Ela ficou calada por algum tempo. Depois falou:

—Dói?

—O quê?

—Pra o sangue descer?

—Claro que não! É como se você estivesse fazendo xixi 24 horas por dia. Só que o xixi você consegue prender, já a mestruação não...

—Tudo bem.

—Está mais relaxada?

—Sim. –ela sorriu. –Obrigada.

—Qualquer coisa, estou aqui. Se quiser, fala com o Juan também. Creio que ele poderia te ajudar tanto quanto eu.

—Ok. –ela falou. –Você é a melhor irmã do mundo.

Sorri como resposta.

Ás vezes, a melhor resposta para declarações como estas é sorrir.

Continua...


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Notas finais do capítulo

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Obrigada por tudo ^^



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