Real world escrita por Bi Styles


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um capítulo fresquinho!
Espero que gostem.



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—Estão preparados para o baile amanhã? –perguntou Rafa, enquanto caminhávamos para o refeitório.

—Tem que estar preparado? –perguntei e ri.

—A ressaca no domingo vai ser imensa... –Nina disse. –Já vou comprar remédios.

—Disseram que vai ter muita tequila. –observou Rafa. –A melhor bebida do mundo!

—Prefiro uísque. –Nina falou.

—Eu prefiro refrigerante. –falei.

—Pois traga de casa. Falaram que só vai ter álcool nessa festa. –Nina falou.

—Tanto faz. Quero apenas curtir a festa. E acho que bebendo até cair não faz a gente curtir nada. –falei.

Nina revirou os olhos.

—Quando você vai aproveitar a vida, Sophia? –perguntou.

—Quando ela quiser. –Rafa retrucou. –Ás vezes você é chata demais, Nina.

—Fica quieto, Rafael. Eu só quero que ela curta mais a vida.

Ele fuzilou a Nina com o olhar. Aqueles dois a cada dia que passava, brigavam mais. E isso se tornava insuportável ás vezes.

—Enfim. –falei. –Vamos focar em outra coisa: com quem você vai para o baile?

—Ainda não achei ninguém. Todos já tem par. –Nina respondeu, cabisbaixa.

—Se você não achar ninguém, divido o Rafa com você.

—Sou comida agora? –ele perguntou, ofendido.

—Não Soph. Eu vou achar alguém. Nem que eu precise pagar para ir comigo.

—Tudo bem, só quis ser gentil. –falei e abri as portas-duplas do refeitório.

Fomos os três para a fila e logo pegamos nosso almoço. Hoje a comida estava com a cara boa, pelo menos. Era dia do arroz com salsicha. Não era tão bom, mas não era ruim.

Sentamos em uma mesa afastada para que conversássemos melhor.

—Já sabe com que roupa vai vir? –perguntei a Nina.

—Não sei. Algo bem curto. –ela respondeu e fez uma cara de enterro ao olhar algo bem atrás de mim.

Me virei e vi Nathan sentado na mesa dos jogadores.

A mesa dos jogadores era a mesa onde os jogadores de futebol da nossa escola sentavam com as suas respectivas “ficantes”.

Vi que Nathan não estava com nenhuma garota em seu colo, como os outros garotos estavam, e isso me deixou um pouco aliviada. Apesar de tudo, Nathan não era tão babaca.

Não sei por quê, mas meu olhar recaiu sobre Lucas e vi que ele tinha uma menina em seu colo. Uma diferente daquela que ele estava se amassando na biblioteca. Sério que aquele garoto ficava com uma garota todos os dias?

Ele olhou pra mim e nossos olhares se cruzaram, mas eu me virei para onde estavam os meus amigos.

—Nina, pare de encarar. –censurei.

—Sophia, ele não está com nenhuma garota. –ela sorriu. –Parece que ele não é afetado pelo Lucas...

—Nina, você sempre soube que eles, apesar de serem melhores amigos, não são iguais. –falei, arqueando uma sobrancelha.

—Sophia, ele tá vindo para cá. –Nina falou, apressadamente. –Vamos fingir que estávamos conversando sobre moda. Vai.

Quando vi que ele se aproximava mais, comecei a falar:

—O vestido daquela mulher no desfile de ontem foi horrível. Pelo amor de Deus, que raios de vestido era aquele?

—Ridículo mesmo. –ela comentou apenas.

Nathan chegou e me deu um beijo na bochecha.

—Oi Sophia. –saudou.

—Oi Nathan. –falei e sorri.

—Rafael. –ele acenou com a cabeça. E caminhou na direção de Nina. –Oi Nina.

—Oi. –ela falou e vi que ela se segurava para não chorar.

Ele se aproximou dela e lhe deu um beijo na bochecha.

—Preciso conversar com você. –ele falou e eu senti uma pontada de esperança. Talvez eles fossem voltar.

—Agora? –ela perguntou.

—A hora que você quiser. –ele falou e eu vi que seus olhos castanhos claros brilhavam.

—Depois que eu terminar aqui eu te encontro no depósito do zelador. Tudo bem?

—Claro. –ele disse e lhe deu um beijo na testa. –Até mais.

Ela apenas deu um sorrisinho e ele saiu.

Quando ele já estava a uma distância segura, ela falou:

—Eu vou beijar aquela boca. Ele querendo ou não. –ela suspirou. –Ele fez isso para me testar. Queria ver como eu agiria.

—E? –Rafa perguntou, com a cara fechada.

—E nada. Só quero beijar ele. E naquele depósito apertadinho será ótimo.

Rafa suspirou e continuou a comer.

Ás vezes eu achava que ele era apaixonado pela Nina. Mas se ele fosse, já teria me contado. Somos amigos desde... desde sempre!

Ele esteve comigo quando eu dei os primeiros passos, quando eu falei minha primeira palavra. Nossas mães costumam dizer que minha primeira palavra foi “Rafa”. Ou seja, somos MELHORES AMIGOS FOREVER.

Então ele não esconderia nada de mim.

Continuei a comer e, quando Nina acabou, ela saiu correndo para o depósito do zelador.

Ao me levantar e me virar, novamente cruzei meu olhar com os de Lucas. E aquilo me deixou arrepiada. Eu estava me sentindo constrangida novamente.

Saí do refeitório sem olhar para trás.

...

O sinal tocou. O dia de aula finalmente acabou. Suspirei e guardei minhas coisas. Aquela aula de física havia me esgotado completamente.

Fui para meu armário para deixar alguns livros que não seriam necessários e acabei derrubando um livro sem querer. Apanhei ele e coloquei-o no armário. Quando fechei a porta do armário, me deparei com Lucas. Ele estava com a cabeça encostada no armário, os olhos fechados. Ele respirava lentamente. Ele estava sem ar, provavelmente.

Olhei para os lados e vi que haviam pessoas ali que poderiam ajudar. Pouquíssimas pessoas. Mas haviam.

Ele era meu inimigo de infância. Mas eu me perguntei: quem, em sã consciência deixaria de ajudar uma pessoa por causa de inimizade?

Meu orgulho me deixou neste momento e eu me vi perguntando:

—Você está bem?

Ele afirmou com a cabeça.

—Não parece que está bem. –comentei.

Ele me encarou e eu fiquei com medo. Aqueles olhos azuis estavam bastante ameaçadores para mim.

—Cadê sua bombinha? –perguntei.

Ele balançou com a cabeça.

—O que você fez? –perguntei, acusatória.

Ele respirou fundo e disse:

—Não preciso da sua ajuda.

Vi uma gota de suor escorrer pela sua testa.

—Deixa de ser idiota, por favor. Vamos, vou te levar para a enfermaria. –falei e, antes de ele falar qualquer coisa, arrastei ele pelos corredores, na direção da enfermaria.

Apertei o braço dele com força, para que ele não caísse. Nossos corpos estavam muito perto e eu podia sentir o cheiro dele. Era muito bom. Muito bom mesmo.

Abri a porta da enfermaria e por sorte a enfermeira Mary estava lá.

—O idiota aqui deve ter perdido a bombinha de ar. –informei e coloquei ele sentado em uma cadeira.

—Pode deixar que daqui eu assumo. Obrigada Sophia. –Mary falou e eu fui embora.

Quando cheguei lá fora, o ônibus já havia partido. E eu estava sem carona, já que Nina e Rafa já haviam ido embora. Na verdade, todos já haviam ido. Até o Brian.

Olhei para o céu e vi tudo ficar nublado.

Eu teria que correr.

E muito.

Ajeitei minha mochila e andei depressa. Seriam uns 30 minutos a pé até minha casa, então que não chova até lá, por favor.

Escutei um trovão. Apertei mais o passo. Quando percebi, estava correndo.

Começou a serenar. Meus cabelos começaram a grudar na minha testa. Uma raiva começou a crescer dentro de mim. Eu havia ajudado uma pessoa, mas não havia ninguém para me ajudar.

Eu poderia ligar para a mamãe. Mas não estava com meu celular.

O céu ficou mais escuro. E eu corri mais.

Outro trovão. A chuva ficou mais forte.

Agora minha farda estava pregada no meu corpo.

Poças já se formavam no chão. Pisei em várias, mas não me molhei.

Um caminhão passou por cima de uma poça e me molhou completamente.

—VALEU VIDA! –gritei, enquanto corria mais.

Ouvi uma buzina. Que bom, agora um motorista resolveu me importunar.

Eu já estava tão estressada que me virei e já ia dizer umas boas palavras, quando vi que era o carro de ninguém mais, ninguém menos do que Brian.

Corri até lá e ele abriu a porta.

—Entra vai! –falou e eu entrei com tudo.

Ele deu a partida no carro e viu que eu estava tremendo de frio.

Ele apertou num botão, que eu supus ser o aquecedor. Tudo ficou um pouco mais quente.

—Você vai pegar uma hipotermia... –ele alertou. –Pegue meu casaco. –ele disse e retirou o casaco que estava com ele, colocando em meus ombros.

Me aconcheguei no banco e comecei a sentir menos frio. E aquele cheiro que emanava do casaco... Era um cheiro muito bom.

—Perdeu o ônibus? –ele perguntou, me tirando dos pensamentos.

—Sim. –respondi, e vi que meu cabelo pingava. –Vou molhar seu carro todo...

—Não tem problema. O importante é que você não fique doente.

—Obrigada.

—Não precisa agradecer. Por que perdeu o ônibus?

—Porque sou idiota.

—Não se chame de idiota porque perdeu o ônibus. Acontece.

—Não, não é isso. Falei que sou idiota por ter ajudado Lucas, que por sinal não me agradeceu e depois ainda perdi o ônibus.

Ele riu.

—Pensava que vocês dois não se falavam. –ele disse enquanto ria.

—E não nos falamos. Mas ele estava passando mal. Não poderia deixa-lo lá. –falei e dei de ombros.

—Você fez bem. Ás vezes, rancor não faz bem a ninguém.

—Na verdade, não tenho raiva dele ou algo do tipo. Só não acho certo falar com ele. E creio que ele pensa a mesma coisa.

—Eu quero muito perguntar sobre o por quê de vocês não se falarem, mas acho que você não gosta de falar nisso. Estou certo?

—Está. Mas digamos que foi besteira de criança. Só isso.

—Se foi besteira, porque não se falam?

Abri a boca para falar. Mas nada saiu.

Realmente, se foi besteira, porque não nos falamos?

...

—Obrigada novamente, Brian. –falei enquanto abria a porta do carro. –Se não fosse por você...

—É um prazer ser útil, Sophia. –ele sorriu e me entregou um papel com um número. –Precisando, é só ligar.

Sorri em agradecimento e devolvi seu casaco.

—Deve estar molhado, mas... –falei.

—Não tem problema. –ele falou. –O que importa é que você não ficou com frio.

—Obrigada mesmo, Brian.

Ele deu uma piscada para mim e eu corri até a porta da minha casa. Hoje ele fez questão de me deixar em frente a minha casa. Não pude evitar.

Bati na porta e minha avó veio atender.

—O que houve, Sophia? –perguntou, dando espaço para eu entrar.

—Perdi o ônibus. E tipo, começou a chover...

—Vá se secar. Vou fazer um chá para você e pegar alguns cobertores.

Confirmei com a cabeça e subi para o meu banheiro.

Ao entrar lá no meu quarto, vi Pietro deitado na cama falando no celular com alguém. Quando ele me viu, se despediu de tal pessoa e desligou.

—Chegou atrasada hoje. –ele falou.

—Digamos que eu perdi o ônibus de novo. –falei e tirei meus tênis.

—Por que?

—Porque fui ajudar Lucas.

Ele ergueu uma das sobrancelhas.

—Sério? –perguntou, aparentando incredulidade.

—Sério. Ele estava passando mal.

—Entendo. Então veio a pé?

—Mais ou menos.

Ele franziu a testa.

—Brian me encontrou no meio do caminho e me deu carona. –informei e entrei no banheiro.

Tirei minha farda e, pensei: porque me secar se posso tomar banho? Então liguei o chuveiro e tomei um banho quente.

Ao sair de toalha, vi meu irmão sentado na sua cama mexendo no celular.

—Está ficando viciado... –falei e fui procurar uma roupa na cômoda.

Ele ficou em silêncio.

—Você pode me dar licença? –pedi. –Preciso trocar de roupa.

Ele afirmou com a cabeça e saiu do quarto, com o celular na mão.

Coloquei um vestido leve, daqueles de pijama mesmo e fiz um coque no meu cabelo. Olhei no relógio e vi que iria dar 6 horas. Mamãe logo chegaria e Pietro logo iria embora.

Ao abrir a porta do meu quarto, meu irmão mais velho entrou sem falar nada. Ele sentou-se na minha cama e me encarou.

—Soph, lembra quando fizemos o juramento de nunca esconder nada do outro? –ele falou.

—Lembro.

—Eu não estou honrando esse juramento...

—O que você está escondendo de mim? –perguntei, sentando ao seu lado.

—Eu estou “ficando” com uma menina...

—Sério? –sorri. –Isto é bom.

—Mas tenho medo de você não me apoiar com ela...

—Sempre vou te apoiar, Pietro. Sempre.

—Talvez você não goste da família dela.

—Pietro, se ela te faz feliz, quem sou eu para julgar?

Ele deu um pequeno sorriso.

—Sabia que você entenderia. –falou e me abraçou.

—Eu sei, eu sei. Sou a melhor irmã do mundo.

—É mesmo. E é por isso que vou te levar para um show...

—Que show? –perguntei.

—Um show de uma boyband... que vai entrar em uma pausa agora. –ele falou e sorriu.

—NÃO ACREDITO! –gritei. –COMO VOCÊ CONSEGUIU COMPRAR OS INGRESSOS?

—Lembra daquele dia que você falou que a One Direction ia vir para cá, para realizar o último show, mas já tinham acabado todos os ingressos?

—Sim.

—Então, como vi que o show seria no dia do seu aniversário, eu entrei em contato com algumas pessoas. E consegui dois ingressos, na arquibancada.

—SÉRIO? –gritei, histérica. –MEU DEUS MEU DEUS MEU DEUS. EU VOU TER UM TROÇO.

—Calma. –ele riu. –Espero que você ainda queira ir...

—CLARO QUE EU QUERO! –gritei. –MEU DEUS MEU DEUS MEU DEUS. EU VOU PARA O SHOW DA ONE DIRECTION!

—Pois vá se preparando, porque só falta um mês.

—Okay. Okay. –respirei fundo. –VOCÊ É O MELHOR IRMÃO DO MUNDO! SÉRIO!

Ele sorriu.

Eu estava pirando.

Por quê?

Bem...

No dia do meu aniversário eu iria para o show da maior boyband de todos os tempos. E eu poderia levar quem eu quisesse.

Não cabia tanta felicidade em meu peito.

Meu irmão, que tanto suava para ganhar uma pequena quantia, havia retirado uma graninha pra me fazer feliz.

Ás vezes, o amor que eu tinha por ele era tão grande, que eu achava que... Sei lá. Explodiria?

...

O dia do baile amanheceu nublado, assim como no dia anterior. Tentei respirar e vi que meu nariz não estava entupido. Pelo menos não estava com resfriado. Olhei no meu celular e vi a hora: 7 e meia. Bem, eu não conseguiria dormir mais mesmo.

Quando me levantei de vez, bati minha cabeça com tudo na cama de cima, a de Pietro.

Eu escutei ele rir.

—Não tem graça. –murmurei. –Ai. –falei e esfreguei minha mão na testa, tentando aliviar a dor.

Fui para o banheiro e vi que a região estava um pouco vermelha, mas nada demais.

—Pietro, pega uma bolsa de gelo pra mim, por favor? –pedi, e ouvi ele resmungar enquanto abria a porta do quarto.

Enquanto eu esperava ele, escovei os dentes e tomei um banho rápido, do pescoço para baixo.

Ao sair do banheiro, só de toalha, percebi que Pietro ainda não chegara.

Coloquei um short de malha e uma regata branca e desci para a cozinha.

Ao se aproximar da cozinha, ouvi meu irmão discutindo com minha mãe. Eles estavam falando bem alto, tanto que do final da escada dava para ouvir. Parei lá e tentei captar algo.

—...Você prende ela demais! Deixa a menina viver a vida dela! –Pietro falou, e ao julgar pelo seu tom, ele estava muito nervoso.

—Pietro, você baixe seu tom comigo. Eu sou sua mãe! –minha mãe gritou e certamente ela estava com o dedo indicador na cara dele. Pietro odiava quando ela fazia aquilo.

—Que raios de mãe é essa, que prende a filha e não quer deixa-la ir á um show com o próprio irmão?

—Pietro, eu não disse isso. Eu apenas falei que talvez não seja uma boa ideia. Seria bem melhor um jantar em casa. Ela chamava Nina e Rafa e tudo ficava bem.

—Mãe... –ele fez uma pausa. –Sabe de uma coisa? Faça o que você quiser.

Antes de ele me pegar ouvindo a conversa, subi as escadas correndo. Passei pelo quarto dos meus irmãos e vi a porta fechada. Benditos preguiçosos.

Minha avó deveria estar no jardim, cuidando de suas rosas. Certamente não quis interferir na discussão.

Entrei no meu quarto e sentei na minha cama.

“Naturalidade, Sophia. Naturalidade”, pensei.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Nina.

“Ninaaa! Qro saber que hrs vem aq para cs, pra a gnt se arrumar!!!! Responde logo!” 

Ela respondeu quase no mesmo momento.

“Vou lá para as três. O baile vai ser 7 horas”

Respondi de volta:

“E o Nathan...?”

Ela não respondeu.

Me deixou no vácuo.

Talvez eles estivessem mesmo terminado?

Não. Tudo bem. Era supernormal Nina me deixar no vácuo. 

Suspirei e ouvi a porta do quarto ser aberta. Quando olhei, era Pietro, trazendo consigo uma bolsa de gelo.

—Desculpe a demora. Tive um pequeno imprevisto. –ele falou e me entregou a bolsa.

Se tem uma coisa que eu e Pietro aprendemos a fazer foi saber ler a expressão uma do outro. A expressão dele dizia que claramente que ele estava com raiva. E digamos que, quando ele está com raiva, ele geralmente desconta em mim. Mas na TPM eu descontava... haha.

Eu não ligava que ele descontasse a raiva em mim. Não mesmo.

 -Pietro, eu ouvi os gritos de você e da mamãe. Não precisa fingir que está tudo bem. –falei enquanto pressionava a bolsa na testa.

—Olha Soph... –ele disse e se sentou ao meu lado. –Desculpa. Eu queria muito te levar.

—Não Pietro. Não tem problema. Não vai ser o último show deles. –dei um sorriso triste.

—Mas PORRA! –ele gritou. –Eu queria te dar algo especial. Este seria o primeiro ano em que eu daria algo de verdade para você, com meu próprio dinheiro. –ele suspirou. –Isso tudo é uma merda. E eu sinto muito.

—O que vai fazer com os ingressos?

—Vender, sei lá. Dou o dinheiro para você.

Assenti. Por fora, ostentava um sorriso. Por dentro estava destruída. Não iria para o show dos meus ídolos. Um show que poderia ser o último.

...

—Você tem certeza de que vai com esse vestido? –perguntou Nina, franzindo a testa. Ela tinha chegado na minha casa fazia pouco tempo, portanto era umas 3 e 10.

—Sim. Algum problema?

—Ele vai ficar curto. Muito curto.

—Está em um tamanho ótimo.

—Você já experimentou ele, Sophia?

Neguei com a cabeça.

—Você vai mostrar a bunda com ele. –ela afirmou.

—Não vou não. E de qualquer forma, já paguei. Então não adianta anda agora.

Um silêncio pairou no ar. Essa era a deixa que eu precisava para perguntar a Nina algo que me perturbava a algum tempo.

—Nina, e a conversa com Nathan? –perguntei.

Automaticamente, ela virou pra mim e sorriu.

—Ele me aceitou de volta! Ele me aceitou de volta! –ela exclamou enquanto agitava as mãos. –E, antes que me pergunte, a gente deu uns amassos sim.

—Que bom então. –falei e ri.

—Eu nem acredito. Sabe, eu nunca pensei que ia sentir falta dele como senti. Acho que realmente estou apaixonada por ele.

—Nina, vocês estão a um bom tempo juntos. É normal você estar apaixonada por ele.

—Eu sei. –ela sorriu.

E foi aí que escutei um grito.

Continua...


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Notas finais do capítulo

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