Real world escrita por Bi Styles


Capítulo 35
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Hello my loves! Espero que entendam a demora, porque eu estou totalmente sem tempo, e estou fazendo o possível para fazer capítulos.
Espero que gostem!
(não me matem pelo capítulo, pf ♥)



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Ok. Falar tudo aquilo para Luke sem derramar uma lágrima, como eu havia planejado, saiu bem errado. Eu não suportava a ideia de ficar sem os beijos dele, sem ele me tocar. Mas tinha que ser assim. Eu teria que me acostumar com a ideia de que na equação Luke+Sophia o resultado dava negativo.

E ele realmente era um canalha. Na aula de música ele ousou tocar minha música favorita com aquela piranha novata. A mesma música em que nos beijamos pela primeira vez. Quer dizer que eu não significava mais nada para ele? Ou, quer dizer que eu NUNCA signifiquei?

Eu estava totalmente destruída. Não havia chorado depois de ter falado com ele, porque causaria alarde em Nina e Rafa, e eu não queria isso. Eles deveriam continuar pensando que eu apenas acabei com Luke e que não foi tão ruim assim.

No final da aula, Rafa e Nina me acompanharam até o ônibus.

—Tem certeza que você está bem? –perguntou Rafa, pela milésima vez.

—Estou. –respondi e sorri, bem confiante. Uma confiança que era apenas fingimento. –Foi até fácil.

—Pense que foi o melhor que você poderia fazer. Ele é um canalha. –Nina disse e me abraçou. –Só não volte atrás.

—Não irei voltar, pode ter certeza. –assegurei.

—Qualquer coisa, se bad bater, me liga. –Rafa falou. –Aí eu chego correndo na sua casa.

—Pode deixar. –falei e entrei no ônibus.

A bad nem precisava bater. Ela já era de casa, não tem pra quê formalidades.

...

Cheguei em casa mais cedo do que de costume.

Chegando na porta, procurei as chaves na minha bolsa mas não achei.

Tive que chamar pelo nome dos meus três irmãos para alguém finalmente abrir a porta.

Era minha mãe. Havia esquecido completamente que ela tinha vindo passar o dia com os gêmeos (que não teriam aula) para que Pietro pudesse ir estudar.

—Chegou cedo. –falou e deu espaço para eu chegar.

—O ônibus veio mais rápido do que eu imaginava. –informei.

Ela me olhou, semicerrando os olhos.

—O que foi? –perguntei.

—Nada. –respondeu e foi para a cozinha.

Fui para meu quarto e joguei minha bolsa em um canto. Troquei meu uniforme por um vestido folgado e fui para a cozinha, ajudar minha mãe a fazer a janta.

A primeira coisa que notei foi um jarro com flores em cima da mesa. Minha mãe odiava flores. Vi que algo estava redondamente errado.

—Que flores são essas? –perguntei.

—Eu que deveria perguntar. Mandaram elas para você. –ela se virou e ficou me encarando com aquela cara de “Não adianta mentir, já sei de toda a verdade”.

—Tinha cartão ou algo do tipo?

—E eu sei lá. Só me perguntaram: “Aqui é a casa de Sophia Grace? Estas flores são para ela”.

—Não tenho a mínima ideia de quem tenha mando essas flores. –menti.

—Tem certeza? Nenhum rapaz chamado Luke lhe trás lembranças?

—Você disse que não sabia se tinha cartão!

—Não mude de assunto!

—Ele é só um amigo. –desconversei.

—Pensava que você o odiava. –ela murmurou e me olhou de canto de olho, enquanto cortava cenouras.

—Fizemos as pazes... –respondi, em baixo tom.

—Espero que seja só por isso que ele tenha mandado as flores. –ela informou e virou o rosto, se concentrando na comida.

—Tem certeza de que não tem nenhum cartão?

—Eu não vi. Se quiser, joguei o embrulho lá fora. Vá ver se tem algo.

Assenti e fui até o jardim, onde havia uma grande lata de lixo. Abri e um odor nada agradável escapou lá de dentro. Tapei o nariz com uma mão e com a outra agarrei um embrulho rosa que é usado para colocar flores.

Observei ele de ponta a ponta, mas nada achei. Ele certamente deveria ter mando as flores apenas como mais um motivo para eu me iludir.

Amassei o papel com raiva de tudo o que estava acontecendo. Luke era tão babaca!

Foi então que vi que o papel estava rasgado em um canto, expondo uma espécie de fundo secreto. Era como se tivessem colado dois papéis. Terminei de rasgar esse tal “fundo secreto” e vi que tinha um pequeno papel.

Nele dizia:

“Sei que sua mãe ou irmão provavelmente estarão em casa, então deixarei esse bilhete escondido. Sei que você vai estar curiosa o suficiente para descobrir esse fundo falso.

Eu certamente já devo ter dito algo a você, então não será necessário muitas delongas. Só queria deixar um trecho de uma das minhas músicas favoritas, Fix you, de Codplay.

Fix You

 

And the tears come streaming down your face

When you lose something you can't replace

When you love someone but it goes to waste

could it be worse?

 

Lights will guide you home

And ignite your bones

And I will try to fix you.

Ele terminou o bilhete de uma maneira tão simples, mas que fez meu coração disparar. Eu sabia exatamente o que significava aquela música. Ele iria me consertar. Ele era meu super-herói.

Enxuguei uma lágrima nojenta que quis descer pelo meu olho. Não. Ele só sabia iludir. Ele não era meu super-herói. Não era e nem iria ser. E eu o odiava profundamente por isso.

Amassei o papel e o joguei no fundo da lata do lixo.

Hoje de noite eu iria sair para me divertir.

E já sabia exatamente com quem.

...

Minha mãe tinha voltado para o hospital no período da noite. Pietro pediu folga no trabalho e disse que poderia ficar com os gêmeos, enquanto eu iria dar uma saída.

Eu estava quase terminando de me arrumar. O vestido preto curto marcava todas as minhas curvas, e o batom vermelho acentuou meus lábios. Meus cabelos avermelhados estavam rebeldes, mas bonitos.

Pietro chegou no meu quarto e encostou no batente da porta.

—Só quero saber com quem vai, pra eu ter certeza de que estará bem. –ele pediu.

—Você sabe quem é, ele é de confiança. –assegurei, colocando meu par de brincos preferido.

—Luke não é de confiança. –ele balançou a cabeça.

—Quem disse que é Luke? –perguntei e ri.

—Ah, vocês terminaram?

—Terminar o quê, se nem começamos?

Ele arqueou uma sobrancelha.

—Sophia, com quem você vai sair? –perguntou.

Nesse exato momento, soou a campainha da minha casa.

—Deve ser ele. –falei e saí correndo escada abaixo, com Pietro em meu encalço.

Ao abrir a porta, vi Brian sorrindo pra mim.

—Está muito bonita. –elogiou e me deu um beijo na bochecha.

—Você também. –respondi e sorri, avaliando-o de cima a baixo. Ele usava uma calça jeans escura e uma camiseta de uma banda de rock que eu não conhecia. Calçava um tênis Nike branco e seu cabelo estava penteado para o lado, como sempre.

—Brian. –meu irmão saudou e veio para a minha frente.

—Ah, olá Pietro. –Brian disse e apertou a mão do meu irmão.

—Vê se toma de conta de Sophia, viu? –falou, mais soando como ameaça do que conselho.

—Pode deixar. –Brian assegurou e eu o segui até o seu carro.

Ele abriu a porta pra mim, como um verdadeiro cavalheiro, e depois entrou no lado do motorista.

—Acho que seu irmão me ameaçou indiretamente. –ele brincou.

—Pensava que ele gostava de você.

—Perto da irmã dele não. –ele brincou novamente e eu ri.

—Vamos para onde? –perguntei, assim que ele deu a partida no carro.

—Em um restaurante novo que abriu antes de ontem. Dizem que ele é muito bom.

—Acho que ouvi falar. –comentei e de repente parou um silêncio perturbador.

Eu não sabia por quê Brian passou os últimos dias sumido. E ainda havia o fato de eu não ter perdoado completamente o que ele havia feito comigo.

Vocês devem estar se perguntando: Então por que você está saindo com ele?

Nina me disse que eu quero parecer estar dando a volta por cima.

Rafa disse que é porque eu quero uma pessoa para esquecer Luke.

Não sei qual dos dois está mais certo.

—Sophia, queria pedir desculpas. –ele começou e eu percebi que eu deveria deixar ele falar, pelo menos uma vez. –Eu não deveria ter falado aquelas coisas para você, apesar de estar muito irritado. Você não merecia aquilo, e eu fui um babaca por ter feito isso.

Fiquei em silêncio, esperando mais alguma coisa que poderia sair da boca dele.

—Eu só estava com ciúmes de você com o Luke. Poxa, eu queria algo sério com você e de repente o Luke vem e estraga tudo.

—Então deveria ter descontado nele, não em mim. –murmurei.

—Eu sei. –ele suspirou. –Mas vamos deixar isso para trás. O que importa pra mim é que você me perdoe. Só isso.

—Eu já te perdoei, Brian. Não se preocupe com isso.

Ele sorriu e eu sorri de volta. Tinha me esquecido o quão era bom aquele sentimento que Brian transpirava.

—Eu não queria tocar no assunto, mas a curiosidade está me matando. –ele falou e eu já podia prever o que era. –Você e o Luke estavam juntos, pelo que me disseram. Mas você me chamou para sair e...

—Nunca estivemos juntos de verdade. E agora, realmente, não estamos mais juntos. –o cortei e ele ficou em silêncio, apenas encarando a estrada á sua frente.

Meu coração apertou só de lembrar de Luke. Mas não deixei transparecer. Eu iria me divertir naquela noite. E ninguém iria me impedir.

...

Chegamos no restaurante e eu percebi que ele era bastante chique. Só de ver os seguranças na porta, notei que deveria ser muito caro.

—Brian, esse restaurante parece ser muito caro... –comecei, mas ele balançou a cabeça.

—Nem venha com essa de caro. Eu posso pagar. –ele falou e entramos.

Se por fora o restaurante parecia chique, imagine por dentro. Aquele lugar era simplesmente incrível                                               

As cadeiras eram almofadadas e as mesas tinham incríveis arranjos de flores. Tocava uma melodia provinda de um quarteto de cordas de um canto do restaurante e eu fiquei encantada com as luminárias.

Um recepcionista veio nos receber na entrada e nos indicou uma mesa, que segundo ele havia sido reservada pelo próprio Brian. A nossa mesa era uma perto da janela, que tinha uma vista da rua movimentada.

Nos sentamos e um garçom pediu para pôr minha bolsa na cadeira ao meu lado. Deixei, claro.

Assim que peguei no cardápio, senti que era feito de camurça. Folheei cada página, não sabendo o que pedir. Eram vários pratos, um aparentemente melhor do que o outro.

—Está pronta para pedir? –ele perguntou.

—É tanta coisa que não sei o que quero. –admiti e ele sorriu.

—Vamos pedir uma sugestão do chefe, então. –ele ofereceu e falou o mesmo para o garçom.

Assim que o garçom anotou os pedidos, olhei ao redor, deixando transbordar minha admiração.

—Sabia que iria gostar. –ele falou e eu sorri.

—É incrivelmente encantador.

O silêncio se instalou entre nós novamente. Eu não estava mais suportando aquilo.

—Brian, por que passou esses dias fora? –perguntei, finalmente.

—Minha irmã estava aqui, lembra? –ele falou e eu lembrei que ele não foi até àquele encontro por causa dela. –Tive que leva-la de volta a cidade dela, e permaneci lá para ajuda-la com algumas coisas pendentes.

—Você nem avisou ninguém e tal...

—Não tinha a quem avisar. Você nem queria olhar na minha cara.

—Não preciso dizer o por quê, não é?

—Já pedi desculpas, Soph. –ele falou e olhou diretamente pra mim.

—E eu já desculpei. Só relembrei. –expliquei e sorri. Ele sorriu de volta.

—Senti sua falta, Soph. –ele falou e pegou minha mão por cima da mesa.

—Também senti, Brian. –falei, apesar de não ser totalmente verdade.

...

O jantar foi magnífico. O restaurante era incrivelmente bom e se não fosse tão caro, voltaria mais vezes. A sugestão do chefe realmente foi maravilhosa.

Depois de Brian pagar a conta (ele não permitiu que eu a pagasse), nos dirigimos até o carro.

—Quer ir para casa? –perguntou, assim que saímos do estacionamento.

Olhei a hora no relógio do carro. Ainda não eram nem 10 horas.

—Não sei. Está muito cedo ainda. –respondi.

—Poderíamos ir em alguma boate. –ele ofereceu.

—Por mim tudo bem. –respondi e ele nos levou à boate mais próxima dali.

Assim que ele estacionou o carro, vi um veículo bastante familiar. Entretanto, não conseguia me lembrar de quem era.

Entramos na boate e percebi que estava lotada. Uma música eletrônica tocava, e notei que era alguma do David Guetta.

Brian parecia bastante deslocado, como se não fosse comum ele sair à uma boate ou algo do tipo.

O puxei pela mão e fomos até o centro da pista de dança.

—Se deixe levar, Brian! –falei e comecei a dançar.

Ele começou a se soltar aos poucos e cerca de 15 minutos depois, já estava arrasando na pista.

Começou a tocar Worth It de Fifth Harmony e eu não aguentei. Aquela música era muito foda! Me requebrei inteira, só de escutar o toque.

—Quer beber alguma coisa? –Brian perguntou.

—Uma coca seria bom. –respondi. Ele assentiu e se dirigiu até o bar, meu olhar o acompanhando. Foi aí que reparei em um rosto familiar.

Luke.

Sabia que eu conhecia aquele carro de algum lugar. Era o dele, caralho!

Ao lado dele estava Nathan, e eles estavam... bebendo? Aparentemente, Nathan não gostava de beber, assim como Luke, mas estava lá para dar um apoio ao amigo. Olhei para Brian para ver se ele havia visto Luke ou vice versa, mas os dois não haviam trocado de olhares nem nada.

De longe, vi um sorriso se formar no rosto de Luke e quase pude ouvir sua risada. Nathan havia falado algo engraçado para ele.

Brian chegou ao meu lado e trazia consigo uma lata de coca-cola e um copo de alguma bebida.

—Você se importa de eu beber um pouco de tequila? –perguntou. Não sabia que ele bebia, mas estava pouco me fodendo pra isso.

—Não. –respondi e tomei um gole da minha bebida.

Recomeçamos a dançar, mas não estava completamente focada naquilo. Meus pensamentos vagam até Luke, lembrando da vez em que fomos para a balada e bebemos até perder a noção das coisas. Lembro de ter beijado ele, dele ter dito que estava apaixonado por mim. Tudo uma mentira. Cada beijo, cada frase.

Olhei de relance para onde ele estava, e não o vi mais lá. Só Nathan, e parece que ele também estava de saída.

Meus olhos começaram a caçar ele freneticamente pela balada. Brian percebeu isso.

—O que houve? –perguntou.

—Pensei ter visto meu irmão aqui. –menti.

—Relaxe. –ele falou e sorriu, me puxando para perto dele, até eu ficar com meu corpo completamente colado com o dele. Nossos narizes se tocaram.

Mordi meu lábio. Eu não queria beijar Brian. A única pessoa que eu queria beijar era Luke...

Olhei para trás de Brian e vi Luke saindo da boate com aquela novata. Algo inteiro dentro de mim se despedaçou. Afinal, aquele era Luke. O garoto que nunca se apaixonava e que sempre conseguia uma substituta.

Voltei minha atenção para Brian. Coloquei minha mão na sua nuca e o puxei para mim. Nossas bocas se encontraram de uma forma rígida. O começo do beijo foi incrivelmente ruim. Até parecia meu primeiro beijo. Então nos separamos e ele me olhou nos olhos, sorrindo em seguida.

O segundo beijo foi mil vezes melhor. As línguas tinham uma sintonia e nossos dentes não se bateram. Mordi o lábio dele algumas vezes, fazendo um suspiro sair da sua boca todas as vezes. Foi bom. Foi muito bom.

Melhor do que o de Luke? Não.

Mas, enquanto minha mente esquecia ele, era melhor me contentar com Brian.

Isso me fazia uma pessoa vazia e sem coração? Talvez.

Mas, ás vezes a vida não te dá escolhas a não ser se tornar uma pessoa assim. Dessa forma, ninguém vai conseguir te machucar.

Se eu fosse assim, não teria dado chances para que Luke me destroçasse como ele fez.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Será este o fim de Luphia? SERAAANNN????????????
Comentem o que acharam!
Obrigada por lerem ♥