Real world escrita por Bi Styles


Capítulo 29
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Eu falei que ia postar em minutos, mas parece que se transformou em horas kkkkkk. Mas, como prometido, aqui está o outro capítulo. Daqui pro final de semana posto outro, de certeza viu?
Espero que gostem :) ♥
ps: OLHEM AS NOTAS FINAIS ♥



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O que posso dizer? Sou uma mulher sem palavra.

Só foi chegar na quadra que Luke me agarrou. E eu recuei? Óbvio. Que não.

Eu gostava de ser beijada por Luke. Gostava da forma como ele segurava minha cintura e como beijava meu pescoço.

A única conversa que fluiu até agora foi entre nossas línguas. E só.

Estava sem fôlego e o empurrei. Ele encostou sua testa na minha e disse, sem fôlego também:

—Cara, acho que vou ter uma crise asmática.

Abri os olhos, preocupada.

—Sério? –perguntei, com medo dele começar a ter uma crise bem ali na minha frente.

—Estou brincando. –ele falou e sorriu.

—Por que você queria que eu viesse para cá mesmo? –perguntei e ele me puxou pela cintura.

—É que... –ele começou a dizer e ouvimos um barulho vindo do portão da quadra.

Luke pareceu confuso por um momento, mas lentamente arregalou os olhos.

—Que dia é hoje? –perguntou.

—Quarta, eu acho. –respondi.

—Droga. Hoje tem jogo! –ele disse e me puxou. Começamos a correr na direção dos vestiários.

—Sério que você vai querer se esconder no vestiário? –ironizei.

—Eu sei o que estou fazendo, Sophia. –ele disse e demos de cara com a porta do vestiário feminino.

—Está trancada. –falei, o que era meio óbvio.

—Bem, a quadra está trancada todos os dias. E a gente vem para cá, não é?

—Como? –eu estava muito surpresa.

—Eu tenho as cópias das chaves. –ele balançou um molho de chaves na minha cara. –Essa aqui é da sala dos professores, essa é do gerador, essa é do...

Ouvi vozes.

—Dá pra abrir a porcaria dessa porta? –perguntei, assustada. Se me pegassem ali, seria suspensa por três dias.

Ele sorriu e abriu a porta do vestiário. Depois a trancou por dentro.

—Vem, por aqui. –ele instruiu e eu o segui.

Chegando a uma estante, ele a empurrou para o lado e eu pude ver uma porta.

Ele, no emaranhado de chaves, pegou uma e abriu a porta.

Entramos no cômodo e eu olhei ao redor. Era sem portas, com apenas uma janela, que iluminava todo o cômodo. Tinha uma mesa com quatro cadeiras e um armário no canto. Fora isso, não tinha mais nada. 

—Onde estamos? –perguntei.

—Aqui é onde planejam os jogos, antes deles acontecerem. Os técnicos vem com os líderes do time masculino e feminino e discutem as melhores táticas. –ele explicou. Iria perguntar como ele sabia daquilo tudo, mas calei-me. Luke era líder do time masculino. Até que Brian tomou seu lugar.

Ele olhou ao redor, como se fosse uma boa lembrança. Devia ser difícil para ele que tanto adorava futebol ter sido substituído.

—E o que viemos fazer aqui? –perguntei.

—Ah... –ele sorriu, safado. –Depende do que você quer.

“Eu quero parar de querer você, droga!”

—Eu quero saber o que você queria conversar. O que seriam 10 minutinhos. –cruzei os braços.

—Ah, Sophia... –ele se aproximou e eu fiquei estática, vendo aquele garoto do topete perfeito caminhar até mim.

Ele colocou meu cabelo que tanto teimava em cair no meu rosto para trás da minha orelha.

—Eu queria dizer que... –ele engoliu em seco. –Que... que seu irmão pode ir quando quiser para a minha casa. Diga isso a ele.

—Pietro?

—Juan.

—Ah, para a revanche. –lembrei da noite passada. –Pode deixar.

—É. –ele pareceu desapontado. Não parecia ser comigo, mas com ele mesmo.

—Posso ir agora? –perguntei, louca para ele tirar a mão do meu rosto. Eu ficava louca com aquela proximidade.

—Pode. –ele respondeu e retirou a mão.

Caminhei até a porta por onde entramos e abri, já que ele não havia trancado.

—Sophia. –ele me chamou e notei que ele tinha se aproximado de mim por trás.

—Pode falar. –respondi e me virei, ficando cara a cara com ele. Nossos narizes se encontraram e ele mordeu o lábio.

—Eu queria que você ficasse aqui. –ele pediu.

—Por quê? –perguntei, na tentativa de que ele dissesse algo que fizesse meu coração dar piruetas.

—Porque eu quero beijar você como parte da...

—...amizade colorida. –completei. Aquele título estava começando a me irritar.

Ele viu que eu estava um pouco irritada e me deu um selinho.

Correu e trancou a porta.

—Gosto quando você fica irritadinha. –falou e me puxou para perto.

—Luke eu queria falar com você... –falei e ele começou a beijar meu pescoço, dando leves mordidas.

—Pode dizer. –ele disse e continuou trabalhando no meu pescoço.

Aquilo era o paraíso. Poderia ficar ali o dia inteiro.

—É que... –eu comecei a dizer, mas a fala entalou na garganta.

Valia a pena terminar algo tão bom? Aquilo não estava me prejudicando, pelo menos não por enquanto. Eu poderia acabar mais á frente, quando estivesse sentindo algo a mais. Agora, eu só queria ser beijada por ele. E só.

—Não... Nada. –falei e suspirei.

Ele parou de beijar meu pescoço por um momento e me olhou, preocupado.

—Aconteceu alguma coisa? –perguntou.

—Não. –sorri amarelo. –Nada com que se preocupar.

Um lampejo de preocupação apoderou de seus olhos azuis.

—É a sua avó? –indagou, analisando meu rosto.

—Não. –balancei a cabeça. Em partes era, mas não queria passar minha preocupação a ninguém.

—Eu sei que talvez a sua família não possa pagar o hospital... –ele começou a dizer, mas eu coloquei meu dedo indicador em seus lábios, o calando.

—Não quero falar sobre isto, está bem? –pedi, sentindo lágrimas começarem a embaraçar a minha vista.

Ele entendeu que aquele poderia ser um assunto delicado, então parou de falar.

Ele se afastou repentinamente, como se precisasse pensar ou algo do tipo.

Se virou para mim de maneira rápida e falou:

—Eu posso ajudar a pagar.

Me aproximei dele e puxei a sua gravata, fazendo com que seu rosto colasse ao meu.

—Já falei que não quero falar sobre isso. –falei. –Mas a gente pode fazer outras coisas...

Ele entendeu o recado. Sempre entendia.

Nossas bocas se encontraram e eu senti gosto de menta. Quando é que ele tinha começado a chupar um chiclete? Nossas línguas brigavam por espaço. E eu achava tão bom.

Não sei como, mas a coisa toda começou a esquentar um pouco. Talvez estivéssemos um pouco animados com tudo o que estava acontecendo, ou sei lá. Só sei que, quando dei por mim, eu já estava sentada em cima da mesa que havia lá. Luke continuava em pé, se encaixando no meio das minhas pernas. E não, não estávamos pelados. Ainda não.

Sua boca se desgrudou da minha por um segundo e deu uma mordida no meu pescoço. Aquilo deixaria marcas, tenho certeza. Minha blusa estava um pouco desabotoada em cima, o que mostrava uma amostra dos meus seios. Ele olhou algumas vezes, mas não deu muita atenção. Nem parecia aquelas outras garotas que ele simplesmente colocava a mão lá dentro.

Outra coisa que eu notei foi o fato dele ter deixado suas mãos sempre nas minhas costas. Ou no meu rosto. Ou enrolando meus cabelos em seus dedos. Em outras garotas ele aproveitaria sua bunda.

Minhas mãos foram para trás de sua camisa, onde comecei a arranhar suas costas. Ele gostou.

—Adoro quando faz isso. –ele murmurou, enquanto mordiscava minha orelha.

Arranhei com mais força. Se ele deixaria marcas, também deixaria.

—Caralho, Sophia! –ele falou um pouco mais alto.

Senti algo pinicando na minha perna. Ah não, não poderia ser o que eu estava pensando.

—Luke... –falei e ele seguiu o meu olhar.

—Cara, como eu vou controlar isso até o horário de voltar para a aula? –ele falou e riu.

Olhei para baixo e vi o grande volume que se formou na calça dele. Caramba...

Ele viu eu encarando aquilo e sussurrou no meu ouvido:

—Se quer ver, é só pedir.

Agora foi a minha vez de corar.

—Qual é, Sophia! –ele falou e se afastou. –Parece que é a primeira vez que vê um homem assim...

Pela minha falta de jeito, ele certamente percebeu que era a primeira vez sim que eu via um homem daquele jeito.

—Cara, nem Pietro? –ele perguntou.

Balancei a cabeça, negando.

—Tá, desculpa. –ele pediu e se aproximou de novo. Beijou minha testa e me olhou nos olhos. –Não quero que você passe por um constrangimento desses, tá bem? Acho que não seria legal continuar te beijando enquanto estou assim...

Eu só assenti. Eu sou ótima em estragar bons momentos.

—Você sai primeiro. –ele instruiu. –Tenho que baixar esse treco antes de sair. –ele sorriu e eu sorri também.

Dei as costas, mas antes de sair, Luke disse:

—E, ah, Sophia... –sua voz saiu com um misto de riso e sarcasmo. –Melhor abotoar a camisa.

Sorri, envergonhada, e abotoei tudo o que estava desabotoado.

Saí da pequena sala e fiz o mesmo caminho de volta. O jogo ainda estava rolando e ninguém prestou atenção em mim. Era por isso que era bom ser invisível.

Eu era tão ingênua! Não deveria ter ficado tão sem graça com uma coisa tão natural. Eu deveria me acostumar com aquilo, se não perderia outros momentos incríveis.

Estava tão perdida em pensamentos, que não percebi quando me aproximei de Britney e suas discípulas.

—Que vento, não é meninas? –perguntou enquanto balançava seu cabelo perfeito. –Ao que parece, nem todas as pessoas tem a sorte de ter um cabelo BOM que não embarace.

Saquei na hora que a indireta era pra mim. Luke simplesmente adorava mexer no meu cabelo, do jeito dele. E o jeito dele era bagunça-lo. Eu deveria estar extremamente apresentável.

—Sophia, eu posso te indicar uma ótima cabelereira. –Britney continuou a alfinetar. Eu apenas ignorei, passando reto delas.  –Quer dizer, se sua família conseguisse pagar, não é mesmo?

As suas amigas começaram a rir. Eu parei onde estava. Odiava quando falavam da minha família. E parecia que Britney sempre tinha que colocar o nome de algum deles no meio, pra tentar me irritar!

Me virei para ela e disse, trincando os dentes:

—Acho melhor você não meter o nome da minha família nisso aí.

—E se eu falar? Você vai fazer o quê? –ela fez biquinho de deboche.

—Nada. Só que o nome digno de minha família não é para estar nessa sua boca suja! –falei e engoli em seco. Eu estava com raiva.

—Ah, querida! Quem não tem dinheiro para comprar creme dental aqui é você...

—E a sua família com tanto dinheiro não teve condições de comprar vergonha na cara para você? –soltei, o que a fez sorrir.

—Pelo menos eu tenho um PAI. –ela falou e eu senti uma onda de ódio surgir dentro de mim. Desta vez, as lágrimas não queriam sair. O que eu queria fazer era gritar para aquela idiota parar de falar aquelas coisas. Ela não conhecia minha família. Mal me conhecia.

—É melhor eu ir parando por aqui... Vai que ela chame o papai... Ops. –ela colocou a mão na boca e riu, debochada.

Minhas mãos se fecharam em forma de punho. Eu não bateria nela. Não bateria. Respira.

Me virei e comecei a andar, antes que eu fizesse alguma besteira.

—Só não vá se afundar na bebida, querida! –a sua voz soou atrás de mim.

SABE DE UMA COISA? CHEGA.

Me virei e andei rapidamente até ela. O sorrisinho que Britney ostentava até então se desmanchou.

Peguei-a pelo colarinho de sua camisa e a puxei, fazendo-a me encarar nos olhos.

—Minha família é a coisa mais importante que eu tenho. É melhor você nunca mais dizer uma palavra dirigida a ela. E quanto ao meu pai, não vejo problema. Eu posso não ter um, mas a minha mãe me criou e me deu amor o suficiente por dois. Ao contrário de certas pessoas que precisam de uma boa dose de amor. –terminei praticamente cuspindo aquelas palavras na cara dela. A soltei e me afastei.

—Pra quê amor se eu tenho dinheiro? –ela perguntou enquanto eu me afastava.

—Continue pensando assim. –falei por cima do ombro e disparei para o canto onde eu certamente encontraria meus amigos: no depósito do zelador.

Parei no meio do caminho e tentei me recuperar. A cada dia que passava, Britney ficava pior, com piadinhas cada vez mais cruéis. Um dia ou outro eu não conseguiria me controlar e certamente daria na cara daquela imbecil. E o que aconteceria? Seria suspensa. E ela? Ficaria desfilando de boa pela escola. Isso era injusto? Muito.

Enxuguei algumas lágrimas que caíram sem querer e ergui a cabeça. Não podia me rebaixar a ninguém. A minha família era digna. Podíamos ter dificuldades financeiras, mas nunca passávamos por cima de ninguém. Tem gente tão bem de vida que só sabe humilhar os outros...

E meu pai... Bem. Ele foi um covarde. Mas, como disse, não me importava. Ás vezes eu sentia a necessidade de pensar no por quê dele ter nos deixado, mas ás vezes eu simplesmente esquecia que ele existia. Um homem que não dá valor a família não merece ser lembrado. Enquanto isso, tinha minha mãe que me criou, sendo uma mãe e pai pra mim. E Pietro, que ás vezes agia como um pai. E eu amava tanto os dois, que ás vezes parecia doer.

Respirei fundo e abri a porta da sala do zelador.

Ela estava como sempre: bagunçada e cheirando a desinfetante. Mas uma coisa mudou.

Antes não tinha ninguém se pegando no canto do cômodo.

Agora haviam duas pessoas lá, se beijando como se não houvesse amanhã.

E o pior que essas duas pessoas eram meus melhores amigos. Nina e Rafa.

Não pude conseguir conter minha surpresa.

—Mas o quê... –comecei a falar e eles me olharam, totalmente envergonhados.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Gente, gostaria da ajuda de vocês :)
Eu estava aqui pensando e vi que seria bom eu meio que mostrar a vocês como imagino os personagens da fanfic. Da outra fic eu até fiz um trailer e tal, mas é muito trabalhoso e tem que ter muito tempo, coisa que não estou tendo ultimamente. Decidi que seria legal então eu colocar o link das fotos aqui, nas notas finais. O que acham? Comentem! Caso tenham alguma ideia melhor, sugestões são super bem-vindas. Aguardo seus comentários ♥