Real world escrita por Bi Styles


Capítulo 28
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Peço mil desculpas pela demora do capítulo! Eu sei que disse que nas férias eu postaria com mais frequência, mas eu viajei e não tinha net onde eu estava :/
Mas para a felicidade de vocês, postarei dois capítulos hoje! ÊÊêH!
Provavelmente também postarei na outra fic, então fiquem atentos!
Espero que gostem :)



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—A noite realmente foi muito boa. –Pietro avaliou quando finalmente se deitou em sua cama em cima da minha. Tínhamos chegado já fazia um bom tempo e só agora ele tocava no assunto.

—A comida estava deliciosa. –respondi.

—Não foi isso que eu quis dizer... –ele disse e riu.

—Espero que um sobrinho não esteja a caminho. –brinquei.

—Sophia, você já ouviu falar de camisinha?

—Claro.

—Espero que sim. Do jeito que você e Luke estavam ali hoje, tive receio de ser titio logo, logo.

Ainda bem que estava escuro, se não Pietro veria o quanto eu estava vermelha.

—Não estávamos fazendo nada demais. –justifiquei.

—Claro que não. –ele ironizou. –Estavam apenas se comendo em cima de um banco.

—Pietro...

—Quero ver quando é que vocês vão se assumir, Sophia.

—Nós não temos nada sério! –falei, irritada. –Somos somente amigos.

—Creio que ele te considera algo mais.

—O quê? –perguntei, surpresa. Luke, nutrindo algo a mais? MELHOR PIADA.

—Do jeito que ele te olhou hoje...

—Deixe de ser idiota, Pietro. Luke e eu seremos somente amigos, e fim.

Pietro permaneceu um tempo em silêncio. Por fim, fez uma pergunta que fez meu coração disparar:

—E se ele não quisesse só isso?

Fiquei calada. Não conseguia dizer nada.

As memórias da noite passada invadiram minha mente.

É por isso que estou apaixonado por você, Sophia.

Não, não, não. Luke estava bêbado. Ele mesmo disse que estava muito bêbado e que não se lembrava de nada. Deveria ter dito isso apenas pelo calor do momento ou então estava apenas me confundindo com alguém. Tipo aquela novata ridícula. ARGH!

Ele não falou sério. E isso, por incrível que pareça, me machucou. De verdade. Quando nos falamos hoje á noite, tive que me segurar para não chorar. Eu não sei muito bem o que eu sinto por Luke, mas é algo forte. E eu tenho que sair disso antes que eu descubra o que é e me machuque. Por que se envolver com Luke só dá nisso: se machucar. Nina está de prova.

Não sei o que passou na minha cabeça para eu aceitar essa “amizade colorida”. Eu não preciso de Luke. Não preciso, não preciso. Tem milhares de garotos melhores do que ele, mais bonitos que ele, que devem beijar melhor do que ele e que simplesmente estão por aí, sem ninguém. O que eu preciso é simplesmente sair dessa coisa toda com ele. E isso acabaria amanhã.

—Sophia? –meu irmão chamou.

—Oi. –minha voz saiu quase um sussurro.

—Você não respondeu minha pergunta.

Recapitulei a pergunta de Pietro. E se ele não quisesse só isso?

—Luke não é garoto de uma menina só. –respondi, apenas.

—Pessoas mudam por amor, sabia?

Sabia. Pietro era a prova disso. Ele era um tremendo filho de uma mãe com todas as meninas que ele ficava. Mas foi só conhecer Lauren e ele ficou todo... romântico.

—Luke não é esse tipo de pessoa.

—E se ele for?

—Se ele realmente for, vai ter que provar.

...

Assim que cheguei na escola na manhã seguinte, fui interceptada pelos meus amigos.

—Olá, sumida! –Nina provocou e me deu um cutucão no braço. –Por quê faltou ontem?

Pensei no que dizer, enquanto caminhávamos ao meu armário.

—Estava doente. –respondi vagamente. Como iria dizer que tinha saído com meu ex inimigo e bebido até altas horas?

—Nem entrou no whats app ontem a noite... –Rafa disse e tive a certeza de que ele desconfiava de algo.

—Fui jantar na casa da namorada de meu irmão. –falei. –Seria mal educado ficar mexendo no celular enquanto jantava, não é?

—Quer dizer que você jantou na casa de Luke. –Nina disse e arqueou uma sobrancelha.

Bufei.

—Se quiserem perguntar algo, façam logo. Daqui a pouco o sinal vai tocar. –falei. Odiava quando os dois ficavam enrolando, ao invés de perguntar logo.

—Está rolando alguma coisa entre você e o Luke? –Rafa foi o primeiro a se pronunciar.

—Talvez. –respondi.

—Que ótimo. Então os boatos eram verdadeiros. –Nina falou, aparentemente irritada. –Por que eu sempre tenho que saber pela boca dos outros?

—Você fala como se a gente estivesse namorando. –revirei os olhos.

—E não estão? –Rafa questionou.

Olhei para ele, com as sobrancelhas arqueadas.

—Sério que você acha que Luke namoraria alguém? –indaguei e ri.

—Ele nunca fica sério com alguém. Só conheço uma pessoa que ele fez isso, e foi com Britney. Eles namoraram. –Nina informou.

—Por 1 mês. –frisei.

—Mas até hoje eles ainda dão uns pegas por aí. Vez ou outra estão nos corredores se pegando. –Nina falou e eu abri meu armário. Coloquei alguns livros lá dentro e o fechei.

—Bem, não sei se você não sabe, mas não sou Britney. –resmunguei.

—Podemos perceber isso nitidamente. –Rafa brincou e eu dei um murro de leve no seu braço.

—Mas e por que não nos disse? –Nina parecia mais conformada.

—Você não gosta dele e nem Rafa. Não queria estragar nossa amizade por causa de um ficante. –respondi e suspirei.

—Mas é só isso? Vocês estão ficando e... só? –Rafa pareceu aliviado.

—É... –respondi desconfortável com o assunto. Não queria mais falar de Luke, principalmente depois do que eu passei ontem. Depois de todo aquele turbilhão de sentimentos que eu senti e tal. Eu só queria conversar com ele e sair daquela amizade colorida o mais breve possível. O “corações partidos” que Pietro mencionara não parecia tão distante assim, vendo agora.

—Mas vocês estão ficando sério? –Nina interveio.

—Não. Ele pode ficar com outras pessoas e eu também. É tipo...

—Amizade colorida. Entendo. –Rafa completou. –Saia logo disso, pelo amor de Deus. Negócio de ficar com amigo não dá certo.

—Fala isso por experiência própria? –alfinetei, mas me arrependi totalmente. Rafa ficou totalmente sem graça e desviou o olhar.

—Já fiz isso uma vez. Não farei novamente. –ele respondeu, ríspido. –É por isso que você não deve fazer isso. Sempre uma pessoa ama mais que a outra e acaba se fodendo.

Engoli em seco. Esse era o meu maior medo. Eu acabar me apaixonando por Luke e ele, como verdadeiro cafajeste, acabar destruindo meu coração.

—Pode ficar tranquilo, Rafa. –o confortei. –Isso tudo vai acabar hoje.

O sinal tocou, indicando que era hora de eu me separar dos dois.

—Nos vemos no almoço? –perguntei e eles sorriram.

—Se for rosbife, quero um pedaço do de cada uma. –Rafa falou e correu para sua sala.

Nina foi para a sua e eu fui para a minha.

Começar o dia com matemática não foi nada fácil, principalmente porque Luke estudava comigo nessa aula.

Tentei não olhar para ele durante a aula, mas sim prestar atenção nas contas de contabilidade. Porém, parecia que ele era um ímã para o meu olhar e, toda vez que eu o olhava, ele estava olhando para mim. Era muito constrangedor.

Logo após o professor passar uma série de contas no quadro para a gente resolver, ele saiu, alegando estar com “problemas estomacais”. Seria melhor dizer que estava na hora de dar uns pegas na professora de biologia.

Antigamente, quando o professor saía, minha turma sempre fazia bagunça. E faríamos, se ainda estivéssemos juntos, porque desde que entrei no ensino médio essa escola tem o mesmo método: rodízio de salas. Cada aluno para uma sala diferente, com pessoas diferentes a cada aula que passa. Ou seja, para a aula de matemática vou para a sala 3 e tem pessoas como Luke, Mariah e Jones. Para a aula de biologia, vou para a sala 1 e tem pessoas como Rafa, Britney e John. Era horrível, honestamente.

Estava pensando nisso quando, de repente, notei uma pessoa vindo em minha direção. Luke.

A nossa conversa poderia ser agora. Poderia.

Meu coração começou a acelerar e eu senti medo. Eu não queria mais conversar. Não queria.

Aproveitando que um garoto interceptou ele no caminho, me levantei e me dirigi com meu caderno até a mesa da garota mais inteligente em matemática que eu conhecia.

—Oi, Lisa. –saudei e sorri. –Você poderia me explicar essa questão? Não estou entendendo muito bem.

—Claro. Sente aí. –ela disse e sorriu.

Eu adorava Lisa. Ela era superinteligente e ajudava quem tinha dificuldade. Minha mãe vivia dizendo que há pessoas que tem sabedoria e que não gostam de compartilhá-las. Já outras fazem isso com todo o prazer. Lisa era uma dessas pessoas.

Eu nunca fui muito boa em matemática, mas também não era de todo ruim. Nunca precisei de ajuda e só tirei umas 2 notas vermelhas nessa matéria na minha vida inteira. Estava ali para pedir ajuda a Lisa apenas para despistar Luke.

—No que você quer ajuda? –ela perguntou, atenciosa.

—Essa questão aqui... –apontei para a primeira questão, que ao meu ver era a mais complicada. Eu entendi ela de primeira, é claro. Mas eu fingi que estava bem confusa.

Ela me explicou como fazia e eu assenti, dizendo que tinha entendido completamente.

—Obrigada, Lisa. –agradeci e ela anuiu.

—De nada, Sophia. Precisando, sabe que estou aqui. –ela falou e foi ajudar outras pessoas.

Fui até a minha cadeira e tentei me concentrar na atividade. Porém, vi pelo canto do olho Luke tentar vir até mim novamente. Ah, droga.

Me virei para trás e tentei puxar conversa com o garoto que estava sentado lá.

—Olá, Ryan. –saudei e sorri.

Ele levantou a cabeça devagar e, meio confuso pela minha aproximação, respondeu:

—Olá, Sophia.

—Está achando fácil essa atividade? –indaguei.

—Na verdade, sou péssimo em matemática. Queria pedir ajuda a Lisa, mas ela vive ocupada, ensinando a outras pessoas. Fico com medo de atrapalhar o aprendizado dos outros.

—Não seja por isso! Eu entendi bem o conteúdo, posso lhe explicar se quiser.

—Seria ótimo. –ele falou e sorriu, de uma forma agradecida.

Comecei a explicar o conteúdo a Ryan, que sempre assentia. Ele até que era uma pessoa boa para aprender, diferente do que me disse. Estava começando a responder as questões com ele quando o sinal tocou, indicando que era hora do lanche da manhã.

Juntei minhas coisas e me virei para ele.

—Se quiser outra ajuda, sabe onde me encontrar. –falei e pisquei para ele.

—Obrigada, Sophia. –ele disse e me deu uma beijo na bochecha.

Sorri, tímida e fui até o refeitório. No caminho, Luke tentou se aproximar de mim, mas me misturei á multidão, o perdendo de vista.

Droga.

...

Sobrevivi a mais três aulas chatas: sociologia, filosofia e francês. Hoje a professora não me expulsou, o que foi ótimo. Apesar disso, me lançou olhares reprovadores durante toda a aula. Ridícula.

Quando o sinal tocou para o almoço, quase gritei de alegria. Juntei minhas coisas e as deixei no armário, me encaminhando diretamente para o refeitório, onde Rafa me aguardava.

—Vamos esperar Nina. –pedi e ele anuiu.

Demorou uns 5 minutos para ela chegar.

—Aquele maldito professor de química me prendeu na sala por mais tempo somente porque eu não sabia para que servia o hidróxido de carbono! Ficarei de novo reprovada na matéria dele, caramba! –ela reclamou e vi que estava tensa.

—Peça ajuda a quem entende do conteúdo. –dei a ideia. –Rafa é bom nessas matérias.

—Sou bom com cálculos, não com misturas. –ele resmungou.

—Deixe disso. Você só não é bom em matérias decorativas. –falei.

—Bem, se quiser, posso te explicar, Nina. –ele se ofereceu e ela assentiu.

—Obrigada. –ela falou e sorriu amarelo.

Fomos para a fila e pegamos nosso almoço. Como Rafa previu, era rosbife. Tivemos de dar, cada uma, um pedaço para ele.

Sentamos na mesa de sempre, perto dos jogadores. Luke agora não estava mais lá. Ele tinha perdido seu lugar no time e quem estava lá agora era Brian, que acenou para mim. Apenas sorri de volta. Olhei quem estava do lado dele e cutuquei Nina.

—Nathan voltou. –falei e ela olhou “disfarçadamente” para ele, que sorriu para ela.

—Ele veio falar comigo ontem. –ela disse. –Perguntou se podíamos conversar hoje no almoço. –ela engoliu em seco. –Acho que ele quer voltar.

—E você, quer? –perguntei.

Ela podia achar que eu não tinha notado, mas ela olhou rapidamente umas três vezes para Rafa. Algo estava acontecendo entre eles, disso eu tinha certeza.

—Não sei. –ela respondeu. –Irei conversar com ele pra ver no que dá.

—Ele é uma boa pessoa, Nina. Talvez valha a pena tentar novamente.

—Se bem que quando uma coisa não dá certo de primeira, de segunda é que não dá. –Rafa murmurou, em um tom quase inaudível.

—Veremos. –ela falou e começou a encarar o seu prato de comida.

Rafa fez a mesma coisa e eu me senti no meio de uma guerra. Cara, estava definitivamente acontecendo algo entre eles.

—O que está acontecendo... –comecei a perguntar, mas uma pessoa sentou ao meu lado.

—Oi, Cupcake. –Luke disse e sorriu.

—Ah, oi Luke. –falei e senti meu coração disparar. Droga, e o que era aquele maldito embrulho no estômago?

—Eu queria conversar com você, se possível. –ele falou e percebi que estava nervoso.

—Hoje?

—Sim. Depois que terminar de comer.

—Não sei se será possível...

—Por favor, Sophia. Só dez minutinhos.

Olhei para Nina, que me encarava com a sobrancelha erguida. Engoli em seco.

—Dez minutos? –indaguei, o encarando pela primeira vez.

—Prometo. –ele respondeu e pressionou os lábios, apreensivo.

—Ok. Somente dez minutos. –respondi e ele piscou pra mim.

—Te vejo na quadra. –ele avisou e saiu.

Quando ele saiu do meu campo de visão, me virei para os meus amigos. Nina me encarava, com um sorrisinho nos lábios. Rafa continuava a comer, mas vi que estava segurando o riso.

—Então, e aquela história de que ia acabar hoje? –Nina perguntou.

—E vai acabar. Estou indo conversar com Luke para dizer que não quero mais. –expliquei e me levantei.

—Tem certeza de que não vão dar uns pegas naquela quadra? –Rafa perguntou e sorriu.

—Tenho. Hoje Luke não encostará um dedo em mim. –prometi e saí.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Haha! Essa Sophia, não sei não viu? Kkkkkkk
Nos vemos próximo capítulo, que sairá daqui a alguns minutos! Hehe