Real world escrita por Bi Styles


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa pelo atraso para postar mais um capítulo, mas é por que estou em época de provas e está tudo muito corrido. Sorry :(
Quero agradecer por uma leitora ter saído do anônimo e ter comentado! MUITO OBRIGADA! ♥
Espero que gostem ♥



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Quando acordei no domingo, me espreguicei. Olhei para a cabeceira da cama e fiquei surpresa por o meu celular estar lá.

Minha mãe não tinha pego ele na noite anterior?

Peguei ele cuidadosamente, com medo de ser alguma pegadinha, e vi que eram 10 horas. Dormi bastante.

—Pietro, tá na hora de acordar... –falei me levantando e constatando que meu irmão não estava na cama de cima.

Fui para o banheiro, com a testa franzida e lavei o rosto, escovando os dentes em seguida.

Como não esperava que ninguém (de fora) estava na minha casa, desci de pijama mesmo.

Porém, o que eu não esperava era que Pietro estava na sala de estar conversando com um amigo.

E que esse amigo era o Brian.

Olhei para o meu pijama e tive a certeza de que ele mostrava muita coisa. Tipo, metade das minhas coxas.

Dei meia volta e já ia subindo as escadas novamente, quando Pietro me chamou.

—Agora acordou, bela adormecida? –falou debochado.

Me virei vagarosamente e disse:

—Hoje é domingo.

Brian olhou para mim e tentou com todas as suas forças para não olhar para as minhas pernas á mostra. Se fosse Lucas, ele já teria soltado alguma piadinha.

Ah... Lucas.

Não, não era saudável ficar pensando naquela criatura. Muito pelo contrário, deveria fazer mal a saúde.

Mas, como você reagiria quando um cara diz que é apaixonado por você desde criança?

Eu pensei bastante á noite e tirei a conclusão: Se Lucas realmente gostasse de mim, ele não teria dito á mais tempo? Eu o conheço bem e sei que ele não tem medo de nada, além de ser bastante impulsivo.

E também tem o fato de ele sempre ter pego várias garotas...

O pior é que eu não sabia se devia contar aos meus amigos. Contar a Pietro estava fora de questão. Ele mataria Lucas no mesmo momento e, digamos, que eu não queria estragar a relação dele com Lauren e...

—Sophia? –o chamado do meu irmão me fez sair dos devaneios.

—Oi. –respondi.

—Você está no mundo da lua hoje, hein? –ele riu.

—É a fome. –menti. –Vou comer algo.

—Tá. –ele disse e voltou a conversar com Brian que tentou não olhar para mim.

Entrei na cozinha e enchi um copo com leite. Peguei um cookie e mordisquei-o.

Me encostei na bancada e queria pensar em qualquer outra coisa a não ser Lucas. Droga, e eu nem gostava dele. O fato era que aquela frase mexeu comigo. De verdade.

—Hey Soph. –meu irmão falou, entrando na cozinha. –O Brian vai passar o dia com a gente.

—Sério? –perguntei.

—É. –ele assentiu. -A mamãe foi com a vovó e os gêmeos para Liverpool, para ver uma tia doente. Então vai ser o dia todo somente eu e você. –ele informou, pegando um cookie da minha mão.

—Sem problemas. –dei de ombros.

—E trate de tirar esse projeto de vestido. –ele provocou. –Sua bunda fica enorme com ele.

Senti minhas bochechas pegarem fogo.

—Minha bunda não é enorme. –retruquei.

—Fala isso pro Brian, que começou a gaguejar quando você virou as costas.

Acho que minhas bochechas estavam tão vermelhas que iriam explodir a qualquer momento. QUE DROGA!

—Mas isso não é ruim... –ele riu. –Todo cara adora uma bundinha pra...

—CALE A BOCA. –pedi, envergonhada. –Vou tirar essa roupa agora mesmo. –falei e simplesmente saí correndo da cozinha.

Subi as escadas tão rápido que pensei que iria cair. Entrei no meu quarto e coloquei um vestido mais logo e um pouco rodado, só de alças.

Então ouvi vozes no corredor e coloquei a cabeça para fora da porta do meu quarto.

—Vão para onde? –questionei.

—Brian vai me ajudar a organizar umas coisas no sótão. Tem umas tábuas soltas, uns vidros quebrados... –Pietro explicou.

—Querem ajuda?

—Vá estudar que é melhor, Soph. –meu irmão pediu. –Soube que você tem um seminário amanhã...

Fuzilei Brian com o olhar. Não acredito que ele possa ser tão traíra!

Ele sorriu amarelo e eu fechei a cara.

—Okay então. –falei e entrei no meu quarto.

Peguei o notbook do Pietro e comecei a pesquisar sobre minha parte do seminário. O trabalho era sobre Napoleão Bonaparte e eu teria que explicar sobre as guerras napolêmicas.

Depois de mais ou menos meia hora, eu já estava conseguindo falar muito bem. Desliguei o notbook e, quando ia saindo do quarto, meu irmão passou quase correndo pelo corredor.

—O que foi? –indaguei.

—Lauren está passando mal. –ele disse e desceu as escadas.

—Eu vou com você. –falei e fui atrás.

—Não. Fique aqui. Brian pode precisar de alguma coisa. –ele pediu e eu assenti, mesmo querendo muito ir com ele.

Assim que entrei no meu quarto, ouvi meu celular tocar. Peguei e vi que era Rafa.

Ah meu Deus, ele iria perguntar como tinha sido o show.

E eu não queria mentir para ele.

                       LIGAÇÃO ON

—Oi Rafa. –falei, tentando soar bem normal. Mas na verdade, meu coração batia beeeeem acelerado de nervosismo.

Encostei a porta do meu quarto e deitei na minha cama, de costas para a porta.

—Esqueceu que iria me dizer sobre o show ontem? —ele parecia irritado. –Eu esperei a noite toda, mandei mensagens para você...

—Minha mãe pegou meu celular ontem á noite. –expliquei. –Hoje de manhã ele apareceu misteriosamente na minha cabeceira.

—Ah sim. —ele parecia mesmo aliviado. –Vai me contar ou não?

—Bem, o show foi incrível. –fiz uma pausa. –Só a companhia que não foi essas coisas.

—Você não tinha ido com seu irmão? —ele pareceu bastante confuso.

—Sim, só que ele se encontrou com a namorada lá e me deixou com o irmão dela.

—Não parece tão ruim.

—O irmão dela é o Lucas.

—Ah, parece ruim sim. —ele riu. —E como foi passar o show da sua vida com seu melhor amigo perto?

—Ainda bem que você está sendo irônico. –comecei a mexer no tecido da cama. –Não foi tão ruim assim, porque no começo ele ficou apenas calado e assistindo ao show. Só que, na hora que você me ligou, ele me seguiu até lá fora e eu me molhei toda por causa da chuva.

—Pelo menos seu celular é a prova d’água. —ele confortou.

—Rafa, a parte ruim vem agora.

—Eu aguento. Manda ver.

—O Lucas me beijou. –soltei de uma vez e prendi a respiração.

—... —Rafa ficou em silêncio por tanto tempo que temi que ele tivesse desmaiado.

—Rafa? –chamei.

—Só estou tentando processar isso. —ele exasperou fundo. –Não é brincadeira não, né?

—Quem dera fosse. –suspirei.

—PELO AMOR DE DEUS, SOPHIA! —ele berrou. –O QUE DIABOS LUCAS DISSE PARA QUE VOCÊ BAIXASSE A GUARDA ASSIM?

—Eu não baixei a guarda! Muito pelo contrário, eu tentei me desvencilhar dele, mas ele é muito forte e...

—O que o Lucas te disse?

—Ele não me disse nada! –exclamei, torcendo para que ele não pressionasse mais. Que pena que meu amigo sempre faz o contrário.

—O. Que. O. Lucas. Te. Disse?—pela forma pausada que ele falou, vi que era melhor admitir logo.

—Ele disse que era apaixonado por mim desde que éramos pequenos. –tive que afastar um pouco o celular da orelha, pela estrondosa risada de Rafa.

—Jura, Sophia? Usei esse mesmo truque para pegar uma menina semana passada. —ele ironizou.

—Que merda, Rafael! –apesar de ele não poder me ver, revirei os olhos. –Bem que eu não queria te dizer.

—É, claro. Esconder isso do seu maior BFF.

—Você é muito idiota. –falei e levantei da cama, dando de cara com um Brian bem surpreso na porta. Pela cara dele, devia ter ouvido boa parte da conversa. –Preciso desligar, Rafa.

—Peraí que você ainda não me contou tudo...

—Eu realmente preciso desligar. Te ligo depois. Beijo. –falei e, sem esperar resposta, desliguei.

                      LIGAÇÃO OFF

—Sabia que é muito feio ouvir a conversa alheia? –questionei, soltando um meio sorriso.

—Não é que... –ele engoliu em seco. –Eu achei uma caixa e... Queria que você visse.

—Onde?

—No sótão. –ele me encarou por um breve instante e desviou o olhar.

—Vamos, então. –falei e sorri, esperando um sorriso de volta. Ele não veio.

Ele definitivamente tinha ouvido a conversa.

Quando chegamos ao sótão, ele me mostrou uma caixa que estava em um canto de parede.

Abri-a e vi que eram álbuns. Estranhei. Geralmente os álbuns minha mãe deixavam em seu guarda-roupa.

Peguei um e comecei a folheá-lo. Vi o motivo de minha mãe deixa-lo aqui em cima na hora. Em uma foto havia uma criança ruivinha sendo segurada por um homem.

—Meu pai. –falei e senti um nó na garganta. Merda! Por que sempre que falava nele eu tinha de sentir isso? Por que era tão difícil pra mim compreender que ele saíra pela porta da frente, deixando 4 crianças sem pai, sem ao menos dizer adeus?

—Acho que não devia ter te mostrado. –Brian disse e pegou o álbum das minhas mãos.

—Não. –peguei o álbum das mãos dele. –Eu quero ver.

Aquele álbum era do meu aniversário de 1 aninho. Pietro aparecia em muitas fotos, sempre correndo ou fazendo careta. Ele era uma praguinha quando criança.

Peguei outros álbuns e vi que eram fotos somente da época em que meu pai ainda estava conosco. Ou seja, fotos minhas ou de Pietro com 2 e 3anos, respectivamente. Tinha até mesmo uma foto de meu pai comigo de quando eu tinha 3 anos, pouco antes de ele ir embora.

Não quis chorar em nenhuma vez. Era apenas aquele maldito nó que se formava em minha garganta que me incomodava.

Comecei a mostrar fotos para Brian que continham histórias incríveis. Ele ria, mas não era aquela risada de verdade. Era aquele tipo de risada sem emoção, triste.

Mostrei tantas fotos e contei tantas histórias que nem vi o tempo passar.

Até que eu vi uma foto que me chamou atenção. Um menininho loiro me beijava na bochecha. Vi a data e foi uma semana antes de meu pai ir embora.

—Quem é? –Brian perguntou.

—Não sei. –respondi e ouvi a porta do sótão abrir.

—O que estão fazendo aqui? E sozinhos? –Pietro perguntou com uma expressão nem um pouco feliz.

—Brian encontrou uma caixa. –abri espaço para que ele observasse melhor. –Tem muitos álbuns aqui. Tem fotos do papai.

—Então era melhor tacar fogo. –Pietro ironizou, mas eu sabia que a vontade dele era realmente fazer aquilo. Como eu já disse antes, meu pai foi um pai merda para Pietro.

—Tem fotos interessantes também. –mostrei a foto com o menino misterioso. –Você conhece ele?

—Não. –ele negou. –Deve ser um menininho qualquer que a mamãe encontrou por aí e disse: Vem tirar uma foto com minha filha!

—Você é muito idiota. Ás vezes penso como é capaz de você ser meu irmão. –falei séria, tentando conter o riso.

—Eu já te disse mil vezes que você é adotada, mas você não acredita. –ele deu língua e ouvi Brian rir. Ao que parecia, a raiva havia passado.

—Vocês dois são demais. –ele comentou e riu.

—E eu vou fazer o almoço. –informei, mas Pietro balançou a cabeça.

—Vou encomendar comida. Não quero comer suas gororobas. –ele disse e pegou o celular.

—Vou me lembrar disso quando você disser que está morrendo de fome. –falei e cruzei os braços, fingindo estar zangada.

Ele ligou para um restaurante que fazia entrega á domicílio e eu aguardei. Quando ele desligou, lembrei de perguntar algo.

—E a Lauren, como está? –indaguei.

—Está bem. Foi somente uma intoxicação alimentar. –ele deu de ombros.

—Ela não tá grávida não, né? –brinquei.

—Soph, sabia que existe uma coisa chamada camisinha? –ele falou tão sério que eu fiquei vermelha. –O homem coloca no...

—Todo mundo sabe como se usa, Pietro. –Brian intrometeu-se, aparentemente envergonhado também.

—Você já deve ter usado bastante, não? –Pietro brincou e Brian ficou MUITO vermelho.

Aquilo reverberou como um “Sim” nos meus ouvidos.

Ah, qual é! Um cara lindo como aquele ser virgem? Só se fosse brincadeira.

—Deve ter muitos Brian’s Junior’s por aí. –Pietro provocou e Brian finalmente falou algo:

—Sabia que existe uma coisa chamada camisinha?

Ri. Realmente ele já havia pego umas meninas...

—Vamos descer. A comida jajá chega. –Pietro disse e obedecemos.

...

Depois que almoçamos, Brian foi embora, dizendo que precisava estudar para o trabalho de amanhã.

Como de costume, eu e Pietro fomos assistir um filme no sofá. Não tinha muitos filmes bons, por isso optamos por assistir Titanic um clássico que eu já assisti 1923849201 vezes.

Pietro logo adormeceu, pois odiava romances.

Aproveitando a deixa, peguei meu celular e disquei o número de Rafa.

Depois de dois toques ele atendeu.

                         LIGAÇÃO ON

—Pensava que não ia ligar mais. —Rafa começou, antes de eu sequer dizer oi.

—Brian ficou aqui até agora.

—Pois agora termine de me dizer. Por que você desligou naquela hora?

—Por que o Brian ouviu nossa conversa.

—E ele falou o quê?

—Nada. Eu cortei ele na hora.

—Nossa, agora ele realmente vai investir em você.

—Ah, eu não fiz nada demais.

—Claro que fez! Sophia, você ficou com um cara só porque ele disse que era apaixonado por você! O Brian vinha fazendo isso todos estes dias e você nem dava bola.

Ah, merda! Não conseguia falar. Por isso que ele aparentou estar tão chateado.

—Soph? —Rafa chamou.

—Oi.

—Sabe, não fica triste. Desculpa eu ter falado assim.

—Não, tudo bem.

—Olha, amanhã conversa com o Brian. Ele vai entender.

—E por que eu deveria fazer isso?

—Porque ele já provou, inúmeras vezes, que não é um babaca. E, ao que parece, você gosta da companhia dele. Não seria bom também ter a companhia da boca dele?

—Não era você que dizia para eu não dar mole pra ele?

—Ah, antes você tinha muita coisa a perder... Agora, você só tem a ganhar.

—Como assim?

—Bem, sua dignidade você já perdeu, ficando com Lucas. Recupera ela ficando com o Brian.

—Mas e se Lucas gostar de mim?

—Ele vai continuar o mesmo babaca de sempre.

—Mas agora ele sabe que eu sei.

—Enfim, Soph. Só dei uma opinião. Você faz o que quiser.

—Vou primeiro falar com o Lucas. Depois com o Brian.

—Tratar o garoto como segunda opção? Sério?

—Rafa...

—Tá bom, tá bom. Você faz o que quiser.

—Obrigada.

—Preciso desligar. Se cuida, Soph. E não faz merda, por favor.

—Parece que estou ficando boa em fazer isso.

Ele riu e desligou.

                    LIGAÇÃO OFF

Respirei fundo e fiquei tentando imaginar o que diria para Lucas.

“Hey, eu queria saber se é realmente verdade que você gosta de mim.”

Ou melhor não.

Melhor só falar com o Brian.

Ou não.

Melhor só falar com o Lucas e deixar o Brian em paz.

Ou não.

Sou indecisa?

Talvez.

Ou não.

Que droga!

Continua...


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Notas finais do capítulo

Gostou? Não? Comente o que achou do capítulo, suas críticas (se forem construtivas, claro) e o que vcs acham que vai acontecer!

ps: só avisando que no próximo capítulo, a vontade de vcs vai ser matar um homenzinho aculá....



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