Real world escrita por Bi Styles


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente! (dei uma de Kéfera agora)
Desculpem pelo atraso do capítulo, mas é que eu estava fazendo provas e enfim, não deu. Mil desculpas ♥
Mas espero que gostem!



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O despertador soou e eu abri os olhos lentamente. Pietro nem se mexeu, o que eu achei totalmente estranho.

Assim que tentei me levantar, senti uma dor atravessar meu útero. Ah não, cólica não!

Me deitei novamente, ficando em posição fetal.

—Pietro... –chamei, mais como um gemido.

Não houve uma resposta. Que criatura do sono pesado!

—PIETRO. –chamei mais alto e senti como se mil agulhas estivessem penetrando em meu corpo.

—O que foi? –sua voz saiu abafada. Devia estar debaixo das cobertas.

—Vá pegar um remédio pra mim... –choraminguei.

—Tá sentindo o quê? –ele desceu rapidamente da cama de cima. Uma coisa que eu gostava em Pietro: praticidade.

—Hmmmmmmm. –gemi, colocando as mãos no pé da barriga.

—Ah, isso de novo. –ele revirou os olhos. –Volto já.

E agora, o que eu iria fazer? Caramba, eu tinha que sentir isso logo hoje, na apresentação de trabalho? Que droga!

Pietro chegou logo com um copo de água e um comprimido na mão, que engoli sem pestanejar.

—Como está a cólica dessa vez? –ele perguntou, prestativo.

—Sentindo como se um E.T. estivesse destruindo tudo dentro de mim com uma arma de laser. –fechei os olhos e respirei fundo.

—Por que tem que ser um E.T.? Poderia ser um dinossauro. Dinossauros são bem mais legais. E eles já existiram.

—Fique quieto, idiota. –resmunguei e me deitei de costas para ele, tentando relaxar.

Não demorou nem dois segundos para que uma pessoa me cutucasse no ombro.

Abri os olhos e me deparei com minha mãe.

—Você não tá inventando não, né? –perguntou de olhos semicerrados.

—Por que eu inventaria uma coisa dessas, pelo amor de Deus?! –exclamei.

—Então você vai ficar em casa hoje. –ela informou. –Pietro me disse que você tinha um trabalho, mas se não se sentir melhor, não precisa ir. Mas, se melhorar, me ligue que eu venho de buscar.

Assenti e fechei os olhos, na esperança que a dor fosse embora.

Nem precisei de muito tempo para adormecer.

...

Quando acordei, a primeira coisa que percebi foi o extremo silêncio. Quanto tempo eu teria dormido?

Peguei meu celular e vi que eram 11 horas. Dava tempo eu ir apresentar o trabalho ainda.

Ao levantar, constatei que a cólica não havia passado completamente, mas não estava tão forte.

Liguei pra minha mãe e disse que ela poderia vir, já que eu só ia tomar um banho rápido e o percurso do hospital até aqui em casa demorava, em média, 25 minutos.

Assim que terminei o banho, coloquei minha farda e amarrei meu cabelo, descendo para a cozinha.

Chegando lá, ouvi minha avó cantarolando uma canção e sorri.

—Bom dia vovó. –saudei e lhe dei um beijo na bochecha.

—Olá querida. Você não deveria estar na escola? –ela franziu a testa, igualzinha minha mãe.

—É que eu acordei doente... Você não me viu dormindo lá em cima?

—Não... –ela murmurou, como se não tivesse certeza. –Você quer algo para comer?

Assenti e, embora estivesse um pouco enjoada, comi uma torrada com suco de laranja.

Mal tinha terminado de comer, escutei minha mãe buzinando lá fora.

—Thau vó! –me despedi e corri lá pra fora.

Ao entrar no carro, ela questionou:

—Está melhor?

—Dentro do possível.

—Tudo bem então. –ela deu partida no carro e acelerou.

...

Quando cheguei na escola, já era hora do almoço. Os corredores estavam cheios e algumas pessoas cochichavam e apontavam para mim. Recebi alguns olhares de escárnio e outros de pena. O que estava acontecendo?

Fui para o meu armário e coloquei minha bolsa lá dentro. Apesar de eu ter merendado agora, eu queria ir no refeitório ver meus amigos.

Quando cheguei lá, meus olhos varreram cada mesa á procura de Rafa e Nina. Não demorou muito para que eu achasse eles em uma mesa no canto. Fui até lá e me sentei, recebendo um olhar mortal de Nina.

—Por quê tá todo mundo me encarando? –perguntei e um pensamento horrível veio á minha mente. –Ai meu Deus, minha saia tá suja?

—Quem dera fosse isso, Soph. –Rafa falou e não me olhou nos olhos.

—Então o que foi? Tá todo mundo apontando pra mim e me olhando. –meu olhar procurou o de Rafa, que continuava encarando seu prato cheio de macarrão e almôndegas.

Nina perdeu a paciência e jogou os talheres em cima do prato, fazendo um barulho nem um pouco discreto.

Algumas pessoas olharam pra gente.

—Será que é por que você e o Lucas se pegaram? –ela indagou, cínica. Minhas bochechas arderam espontaneamente.

—Rafa! –repreendi.

—Não foi o Rafa quem me disse. –Nina interveio e riu debochada. –Tive que saber pela boca de outras pessoas, já que minha MELHOR AMIGA NÃO ME DISSE! –ela terminou a frase praticamente cuspindo as palavras em mim.

—Quem mais sabe do que aconteceu? –questionei, agora preocupada.

—A escola inteira sabe, sua idiota! –Nina gritou.

—Dá pra falar um pouco mais baixo? –pedi.

—Por que não me contou? Não confia em mim mais, é isso? –perguntou, aparentemente acalmada.

—Eu não queria que ninguém soubesse. –expliquei.

—Só o Rafa, né? Por que ele é mais amigo seu do que eu!

—Sim! –admiti. –E por que ele não explodiria igual a você!

—QUE ÓTIMO AMIGO ELE É ENTÃO! –ela explodiu de vez. –VIU QUE A MELHOR AMIGA TINHA FICADO COM UM IDIOTA E NÃO FEZ NADA! E AGORA TODOS ESTÃO FALANDO DA IDIOTINHA QUE FICOU COM UM GALINHA DE MERDA E...

—Eu posso não ter feito nada, mas também não explodi e falei coisas para todos ouvirem. –Rafa interveio e eu olhei ao redor. Todos estavam nos olhando, alguns até rindo. Eu estava fazendo papel de palhaça.

Fiquei com tanta raiva de Nina que tive vontade de dar um belo tapa em seu rosto.

Eu simplesmente me levantei e fui embora, sem ao menos dizer uma palavra.

...

Corri até o meu armário, no ímpeto de pegar minha bolsa e ir embora. Eu diria a minha mãe que a cólica havia voltado e que depois eu dava um jeito de apresentar o trabalho.

Cheguei lá e tentei abrir o cadeado, totalmente sem sucesso. Eu só queria abrir aquela porcaria antes que alguém viesse para os corredores e quisesse tirar sarro da minha cara. Não que eu tivesse me arrependido de ter ficado com Lucas. Ele era apaixonado por mim, não podia fazer nada. Mas o negócio é que todos iriam rir de mim por eu ter ficado com o meu pior inimigo, e ninguém nunca acreditaria que ele era apaixonado por mim.

Eu teria que falar com ele. Mas não hoje. Não agora que a escola inteira estava rindo de mim. Será que estaria rindo dele também, por ter ficado com a garotinha ruiva que pregou chiclete em seu cabelo? Da garotinha que ele devia odiar?

—Merda de cadeado! –falei, frustrada e puxei o cadeado com violência. –Abre!

—Quer ajuda? –uma voz perguntou atrás de mim e, no momento que eu me virei, me deparei com Brian.

—Eu não consigo abrir. –falei, sem graça.

—Vai pegar o quê? –ele perguntou enquanto conseguia abrir o cadeado.

—Minha bolsa. Estou indo pra casa.

—Mal chegou e já vai embora?

—Digamos que não há motivos para eu ficar aqui hoje. –disse, fria.

—Não fui eu quem espalhei, juro.

—Não estou dizendo que foi você, Brian. –suspirei, cansada. –Só estou muito chateada com uma pessoa e, por isso, quero ir pra casa.

—É com o Lucas?

—Por que eu estaria chateada com ele? –perguntei, confusa. –Ele deve ter falado para algum amigo e a história se espalhou, só isso.

Sua boca se abriu e ele riu, de um jeito irritado.

—Sophia, você é muito inocente. –ele riu novamente.

—Por que?

—Caramba, por que ele quem espalhou! E ainda disse que tinha sido por causa de uma merda de uma aposta!

Assim que essas palavras saíram da boca dele, eu me arrepiei por inteira. Não, não era verdade. Lucas me odiava, mas nunca faria isso comigo. Nunca. E ainda mais por uma... aposta?

Droga, sempre tive medo disso acontecer. Essa questão de alguém ficar com outra pessoa por aposta sempre ocorreu na escola, e eu morria de medo de acontecer comigo. Era exatamente por isso que eu nunca quis ninguém de lá. Tinha medo de servir de brinquedinho para alguém. E era isso que eu tinha acabado de ser para Lucas.

Sempre falei que Nina era meio ingênua por acreditar em palavras de certos cafajestes, e eu tinha acreditado nas simples palavrinhas de Lucas. “Sabia que sou apaixonado por você desde quando éramos pequenos?” O CU DELE QUE ERA!

Ah não. E eu ainda tinha pensado na possibilidade de conversar com esse imbecil! QUE DROGA DE PESSOA EU SOU?

—Sophia, você está bem? –a pergunta de Brian me tirou dos pensamentos.

—Eu não... consigo. Acreditar. –as palavras saíram meio sussurradas.

—Calma. Finja que não liga. –ele se aproximou de mim, querendo colocar a mão no meu ombro. Eu me esquivei e disse, com raiva:

—Caralho, Brian! Eu guardei esse momento para ser beijada por alguém que eu gostasse! Aí vai, eu beijo meu pior inimigo, o que ele me diz me deixa louca, sem dormir, eu brigo com minha melhor amiga e eu tenho que fingir que não LIGO? –bato meu pé no chão, com raiva. –Ah, eu vou quebrar a cara daquele moleque.

—Sophia... –Brian segura meu pulso. –Ele é maior e mais forte que você.

—Eu não ligo! Vou matar aquele desgraçado da pior forma possível.

—O melhor que você pode fazer é ferir a reputação dele. –Brian disse, pensativo. Depois de um tempo, um sorriso malicioso surgiu em seus lábios. –E acho que já tenho uma ideia do que fazer. Mas não sei se você vai gostar.

—O quê?

O sorriso malicioso surgiu novamente e eu tive a certeza de que não viria boa coisa por aí.

...

Eu tinha acabado de apresentar o trabalho de história e já estava na hora do lanche da tarde. Eu não fui para lá, já que eu certamente daria de cara com mais pessoas cochichando e olhando pra mim. E eu não aguentava mais isso.

Na aula foi um saco. Ouvi várias pessoas falando meu nome, e várias vezes tive vontade de sair correndo. A única pessoa que me manteve lá foi Brian, sempre me olhando e dizendo que o plano iria funcionar.

Era agora que veríamos se esse plano daria certo.

Caminhei até o banheiro e notei que só haviam algumas garotas por lá. Esperei elas saírem e entrei em um dos box’s.

Esperei. Esperei. Esperei.

Então escutei a vozinha irritante de Britney, seguida das vozes de suas “discípulas”. Elas sempre vinham nesse horário. Sempre.

Respirei fundo e comecei a falar:

—Oi Brian. Liguei apenas pra dizer desculpa.

As vozes das garotas pararam abruptamente. Dei graças a Deus por aquelas garotas serem tão fofoqueiras.

—Eu não queria ter beijado Lucas. Foi apenas uma falha minha. E teve aquele dinheiro que me ofereceram pra eu fazer isso. Desculpa.

Escutei uma risadinha de Britney e fiquei torcendo para que ela realmente estivesse acreditando.

—Olha, sei que nada vai fazer você me perdoar. Afinal, traição é traição. Mas eu te amo e você sabe disso, não sabe? –peguei meu celular, para quando eu saísse elas realmente acreditassem que eu estava falando com Brian. –Me perdoa?

Fiquei um tempo em silêncio, como se esperasse a resposta dele.

—Obrigada meu amor. –falei e ri. –Prometo não te decepcionar de novo. Te amo. –fiz uma pausa. –Nos vemos mais tarde? Okay. Beijo.

Saí do box ainda com celular na mão. Quando vi aquelas garotas me encarando, apenas ignorei. Lavei as mãos e saí do banheiro.

Assim que saí de lá, vi Brian escorado na parede do lado de fora.

—Oi amor. –ele saudou e eu corri até o seu encontro, lhe dando um mega abraço.

—Oi amor. –respondi.

Escutei vozes saindo do banheiro e logo entendi que as garotas deveriam estar vendo tudo aquilo.

—Você acha que elas acreditaram? –ele sussurrou ao meu ouvido.

—Acho que sim.

—Então não vai precisar do selinho? –ele fez voz de decepcionado.

—Não. –respondi e ri, sem graça.

Ele desfez o abraço e disse, olhando no fundo dos meus olhos:

—Então, nos vemos mais tarde. –ele se aproximou tão depressa que nem pude escapar do selinho. Me surpreendi com o ato e ele sorriu, saindo logo em seguida.

Ele pode não ter visto, mas um sorriso se estendeu de ponta a ponta em meu rosto.

...

Que droga. A professora de geografia me enrolou muito tempo dentro da sala, querendo saber o por quê de eu não ter feito a lição de casa. Alguém deveria avisar a ela que estamos no ensino médio, não no prezinho. Provavelmente havia perdido o ônibus. De novo.

Corri até meu armário de joguei uns livros lá dentro, para a bolsa ficar mais leve e fácil de levar para casa.

Ao fechar o armário, senti os olhos azuis de Lucas me fuzilando.

—O que foi que você fez? –aquela vozinha não parecia nada com aquela que eu ouvira no dia do show.

—Eu? –perguntei, inocente.

—Você não sabe com quem está lidando. –ele disse em tom de aviso.

—Isso foi uma ameaça? –semicerrei os olhos, desconfiada.

—Garota... –ele trincou os dentes.

—O quê? Quer que eu diga a todas as garotas que o Brian beija infinitamente melhor que você?

Isso foi o que fez ele perder a paciência. Ele me empurrou contra o armário, fazendo um pouco de barulho. Os braços dele me seguraram com força, para que eu não me soltasse.

—Você tá me machucando. –falei e tentei me soltar.

—Não quero que você saia espalhando mentiras para acabar com minha reputação.

—Me obrigue. –provoquei, soltando um sorriso irônico.

—Olha, garota, não quero te machucar. Gosto muito de seu irmão. Então fique fora do meu caminho.

—Quem entrou no meu caminho foi você! Você quem me beijou!

—Ah, quanto a isso... –ele deu um daqueles sorrisos que eram maravilhosamente lindos, mas que eu simplesmente odiava, porque sempre precedia algo incrivelmente cafajeste. –Eu não queria beijar você. Eu só queria provocar o Brian.

Sinceramente, me senti decepcionada. Apesar de ele ter dito a todos que tinha ficado comigo por conta de uma aposta, eu tinha a esperança de que ele havia mentido apenas para não perder a posição de bad boy da escola. Não que eu gostasse dele, mas eu queria me apegar a algo para me confortar pelo fato de meu primeiro beijo ter sido com ele.

Mas agora todas as minhas esperanças desceram pela descarga. E aquela voz na consciência gritou: SUA IDIOTA, VOCÊ PEGOU SEU PIOR INIMIGO!

Meu sorriso, porém, não vacilou.

—Que pena você não ter conseguido. –respondi e ele me soltou. –Eu adoraria ver o Brian dar uma surra em você.

Uma faísca de diversão passou pelo seu olhar.

—Vocês com todo esse amor só se assumirem agora... Muito estranho.  –ele sorriu, mostrando aquelas covinhas.

—Digamos que nós não ficamos nos comendo nos corredores. Somos discretos, não como certas pessoas.

—Indireta, talvez?

—Não. Isso foi uma direta. –assim que completei a frase, ajeitei minha bolsa no ombro e comecei a andar.

Ele pegou meu pulso e me puxou para trás.

—O que foi? –perguntei, impaciente.

—Você sabe que seu ônibus já foi, certo?

—Sei.

—E como planeja ir para casa?

—É da sua conta?

—Só estava preocupado, senhorita não-me-toque-estou-na-tpm. –ele provocou e eu dei língua pra ele.

Saí dali antes que ele falasse mais alguma coisa.

Quando saí da escola, o sol ainda estava bastante alto. Suspirei e criei coragem para caminhar até em casa.

Eu pensei durante quase todo o caminho, que Lucas ia aparecer em seu conversível e me oferecer carona. Mas isso não aconteceu. Eu fiquei um pouco (ou muito, quem sabe) decepcionada.

...

—Preste atenção da próxima vez. –minha mãe me repreendeu no jantar, depois de eu contar sobre meu atraso.

—Não foi por que eu quis. –disse em minha defesa. –Tem umas questões de monitoria que eu tive que resolver.

—O que é isso? –minha mãe ficou confusa.

—Os alunos que tem mais facilidade em algumas matérias ensinam ao resto da sala, aí são chamados de monitores. –expliquei. –Não é Pietro?

Meu irmão mal tinha me olhado durante a janta. Na hora que chamei seu nome, ele mal levantou os olhos do prato.

—É sim. –respondeu, apenas.

—Quando eu estiver lá, não serei nenhum bicho desses. –Juan observou e eu ri.

—Monitor, Juan. –corrigi.

—Tanto faz. –ele deu de ombros.

Pietro, que mal falara no jantar, se levantou e se despediu de todos, menos de mim.

Algo estava muito errado.

...

Eu já tinha colocado os gêmeos para dormir e estava esperando Pietro chegar. Já eram 11 horas e nada. Até minha mãe já tinha chegado e ele não.

Cansei de esperar e coloquei meu pijama, me deitando logo em seguida.

Quando já estava quase pegando no sono, a porta do quarto se abriu e Pietro entrou no quarto.

Ele acendeu a luz e eu institivamente tapei-os com as mãos.

—Não faz isso! –reclamei.

—Ah desculpa. Não sabia que estava acordada. –ele apagou a luz.

—Estava te esperando. –expliquei.

—Não precisava.

—Eu queria saber por que você está com raiva de mim.

—Não estou com raiva de você.

—Pois pareceu na hora do jantar.

Ele ficou um tempo em silêncio. Por fim perguntou:

—Sophia, você confia em mim?

—Claro. –respondi sem hesitar.

—E por que não me contou que o Luke te beijou?

Graças a Deus o quarto estava escuro, por que se não ele iria ver o quão minha boca se abriu.

Ele, percebendo meu silêncio, riu.

—Ainda não confia em mim o suficiente para assumir? –perguntou.

—Pietro... –minha voz simplesmente sumiu. Eu não sabia o que dizer.

—Sophia, por que você não me conta o que exatamente ocorreu no dia do show?

—Quem te disse? –foi a primeira coisa que me ocorreu.

—Não importa.

—Foi o Brian? –ele não seria tão baixo a esse ponto.

—Até o Brian sabia e eu não? –Pietro pareceu incrédulo.

—Eu não queria contar a ninguém. Meio que todo mundo descobriu.

—Mas eu sou seu irmão, Soph. Você sempre me contou tudo o que acontecia com você.

—Mas é porque dessa vez é diferente. –tentei explicar. –Eu não queria que ele me beijasse, mas simplesmente aconteceu.

—Quer dizer que ele te forçou? Eu vou matar aquele moleque.

—Não. –me apressei em dizer. –Eu quis dizer que eu não tinha planos para que aquilo acontecesse.

Ele ligou a luz e se sentou ao meu lado na cama.

—Por que você não me disse? –perguntou.

—Por que eu não queria que ninguém soubesse que eu fiquei com meu pior inimigo.

—Então a Nina e o Rafa não sabem?

—Pro Rafa eu contei. Mas a Nina descobriu de uma maneira um pouco desagradável.

—Como?

—Você promete que não vai fazer nada?

—Prometo.

—É por que o Lucas espalhou para a escola inteira que havia ficado comigo por causa de uma aposta e...

—EU VOU MATAR AQUELE DESGRAÇADO! –Pietro se levantou de forma brusca.

—Hey, você prometeu que não ia fazer nada. Agora sua palavra não vale nada agora?

Ele exasperou forte e assentiu.

—Okay. –suspirou. –Mas você não fez nada?

Fiquei em silêncio.

—Você não fez nada? –ele perguntou novamente.

—Eufingiqueeranamoradadobrian. –falei bem depressa, fazendo com que Pietro franzisse a testa, confuso.

Repeti:

—Eu fingi que era a namorada do Brian. –prendi a respiração, esperando um belo sermão vindo do meu irmão.

Mas ele apenas disse:

—Ah sim. Agora entendi. –e sorriu.

—Você não tá irritado por eu ter feito isso?

—Não. Pelo menos fez o Lucas sair como o enganado. E estou satisfeito com isso.

—Okay. Agora vamos dormir. –falei e me virei para a parede.

Antes de pegar no sono, pensei em como eu era sortuda por ter um irmão como Pietro. Ele me entendia como ninguém.

E eu o amava com todas as minhas forças.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Comentem, favoritem, recomendem e acompanhem!
Obrigada por ler ^^



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