The Woods escrita por The Wanderer


Capítulo 19
Perdida


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, desculpa a demora, tive uma semana agitada...
Espero que gostem.



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QUE??

— QUE? – Reproduzi meus pensamentos quase gritando.

Ele riu. Eu realmente devia ter feito uma cara muito engraçada, também deu uns passos para trás como se ele tivesse dito que eu tinha asas.

SÓ QUE ELE DISSE QUE EU TINHA ASAS.

— Vou repetir caso você não tenha entendido. – Fez uma cara cínica. – Você. Tem. Asas. Entendeu?

Se fosse uma situação comum eu provavelmente reviraria meus olhos mas é claro, não era uma situação nada comum. E eu também não conseguia desfazer minha cara de boba com os olhos e boca abertos olhando para ele como se não compreendesse alguma coisa. E não compreendia mesmo.

— Não é tão chocante assim quanto deve estar soando para você Lucy.

Continuei o olhando com a mesma cara de boba e agora estava começando a me sentir retardada. Ele me lançou um olhar impaciente.

— Se você for ficar assim a cada coisa que eu te disser, vamos terminar seu treinamento quando você tiver a minha idade só.

Recuperei minha compostura. Só por fora.

— Como assim, voar?

— Lucy, não tem jeito mais claro e óbvio de falar isso. – Ele se sentou no chão. – Você tem asas e só não sabe disso porque nunca precisou delas e não sabe como as fazer aparecerem, se era isso que estava te confundindo...

Pisquei varias vezes inclinei levemente minha cabeça para o lado. Eu tinha quase certeza que estava tendo algum tipo de surto psicótico.

— Agora vem a parte mais complicada. – AINDA TEM ‘PARTE MAIS COMPLICADA?’ NÃO ERA AQUILO NÃO?- Você precisa de algum jeito, fazer com que as suas asas apareçam pela primeira vez e isso talvez não seja tão fácil.

Ele se levantou e voltou à biblioteca, retornando logo m seguida com um livro aberto em mãos, procurando alguma coisa no mesmo.

— Hum... Foi o que pensei... – Folheou um pouco mais o livro entortando os lábios se concentrando. – É o seguinte, para ajudar a controlar melhor o poder que você possui cada anjo tem algum tipo de amuleto, você também tem um. Ele vai inclusive te ajudar a abrir as asas.

Ainda estava tudo muito confuso na minha cabeça, mas eu precisava entender rápido, o tempo estava correndo e Cat ainda estava desaparecida.

— Eu tenho que achar esse amuleto, como eu acho?

Ele encarou o chão e franziu a testa.

— Eu acho que sua mãe deve ter a resposta disso, se tiver alguma coisa relacionada a você e sua antiga família que posso ser seu amuleto, ela deve saber.

— Então eu preciso encontra-la agora! – Me virei para correr e lembrei que ela não estava em casa e não ia adiantar nada eu ir para lá agora. – Acho que ela não está em casa agora.

Ele acenou com a cabeça e começou a falar algo sobre os treinos.

— Vamos começar nossos treinos logo amanhã, você não tem mais tempo a perder... Quanto aos livros... – Mas me dispersei no meio da frase porque não conseguia tirar minha mente das asas.

Provavelmente ele notou que eu havia dispersado porque parou de falar e começou a me encarar de novo. Eu devia estar com cara de boba de novo.

— Minha mãe voava?

— Todos os anjos podem voar Lucy, só não podemos deixar os humanos comuns verem senão eles morrem.

— Por quê?

— Porque eles veem nossa verdadeira natureza e simplesmente isso faz com que eles morram.

— O senhor voa?

— Voo, Lucy. – ele aparentava estar ficando entediado do meu questionário bobinho, mas eu não podia evitar.

— Como é voar? Abre as asas pra eu ver? – Tudo bem, eu definitivamente estava parecendo uma criancinha boba.

— É uma sensação... Inexplicável e não, não vou abrir minhas asas, simplesmente porque no momento é inútil, vou esperar até você conseguir abrir as suas.

—Ah não, como assim? Eu aprenderia melhor com exemplo. – Fiquei decepcionada.

Ele riu.

— Volte para casa agora Lucy, sua mãe já deve estar voltando essa hora, ache o amuleto.

~’’~

Catelyn Tess acordou do que achava ter sido um pesadelo. Havia sonhado que fora sequestrada e jogada em uma sala pequena, escura e úmida e seu carcerário chamava Max.

Exceto pelo fato de que não era um sonho.

Ela havia perdido um pouco a noção do tempo, mas sua pequena janela alta indicava que já estava de noite e algumas goteiras e poças no chão indicavam que havia chovido.

De repente ouviu uma voz que lhe dava arrepios vindo de trás dela.

— Srta. Tess, finalmente, achei que tivesse morrido... Apesar de que daqui alguns dia você vai desejar estar morta de qualquer maneira.

Catelyn gelou. Sentiu seu estômago se revirar e nesse momento sabia que estava ferrada, perdida.

— Por favor... – Sussurrou sem esperança.

— Não implore tão cedo, senão mais tarde não vai ter mais forças para implorar. – Cat ouviu passos por trás dela. – Vou perguntar mais coisas e você vai me responder, vou te dar um incentivo.

Cat sentiu seu cabelo e suas roupas grudarem no seu corpo quando Max jogou um balde inteiro de agua gelada da chuva nela. Ela começou a tremer de frio instantaneamente.

— Depois disso só vai piorar eu te garanto. – Seu tom era zombeteiro como se ele realmente gostasse de fazer aquilo. – Vou começar com as perguntas: Quantos amigos Lucy têm?

— Ela não tem muitos amigos acho que só eu.

— Então você é a melhor amiga dela?

— Sim.

— Ótimo. – Cat ouviu mais passos.

— Quantas coisas ela te conta?

Catelyn teve que pensar rápido para responder alguma coisa e tentar soar convincente.

— Nada, ela é muito fechada.

Primeiro erro.

Sentiu uma dor agua na pele gelada de suas costas onde Max enfiou a ponta da faca.

— Tem certeza que você não esta mentindo? – Enfiou a faca mais fundo e começou a desliza-la para baixo. Cat sentiu uma dor aguda e intensa enquanto sentia uma grossa camada de sangue escorrendo em suas costas fazendo contraste com sua pele gelada. Ela gritou.

— Está bem! – Quase gritou as palavras. – Até onde eu sei, ela me contava tudo.

Houve um momento de silêncio. De repente sentiu como se suas costas estivessem pegando fogo, a dor era quase insuportável. Ela gritou mais dessa vez.

— Aprenda com isso a não mentir mais para mim. – Ele havia jogado sal no corte dela.

Catelyn começou a chorar. Estava desolada, tonta, com frio e com dor. Nunca esteve tão desesperada em toda sua vida.

— Agora... Lucy te contou que é o último anjo de uma linhagem muito poderosa?

Cat engoliu em seco. Achava que o homem estava louco e que tudo dependia agora de sua concepção doida e distorcida de verdade.

—NÃO! VOCÊ PEGOU A PESSOA ERRADA, LUCY NÃO É UM ANJO, SOMOS APENAS GAROTAS NORMAIS. – Catelyn se desesperou e sabia que pagaria por isso.

Max cortou o pulso dela e espantosamente coletou seu sangue em uma ampola. Logo em seguida amarrou bem forte um pedaço de pano em torno do pulso de Cat para que ela parasse de perder tanto sangue.

Catelyn estava tonta demais para reclamar da dor.

— Não vou deixar você morrer tão cedo assim. – A risada doentia dele foi a última coisa que ela ouviu antes da escuridão tomar conta de sua visão.

~’’~

Cheguei em casa e estava tudo escuro o que indicava que meus pais ainda não tinham chegado. Passei tanto tempo dentro da biblioteca que havia chovido lá fora e eu tem tinha reparado.

Subi as escadas em direção ao meu quarto e assim que cheguei lá vi algo que me deixou paralisada em choque. Meu estomago revirou e eu sentia como se estivesse prestes a vomitar.

Bem no meio da janela do meu quarto, estava escrito em sangue:

Perdida.


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Notas finais do capítulo

Então é isso galera, não me matem muito, comentem o que acharam plis.



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