The Woods escrita por The Wanderer


Capítulo 18
Alex Hootchwolf


Notas iniciais do capítulo

Eu vou falar um pouco aqui de como eu escrevo cada capitulo. Eu queria muito poder escrever tudo de uma vez para ficar uma coisa só homogenia, mas eu não consigo devido ao meu tempo e também pelo fato de que eu não consigo mais escrever depois de determinado tempo por cansaço. Então eu escrevo quando eu posso e isso acaba sendo muito afetado por como eu estou me sentindo no dia e no momento, porque escrever é muito importante para mim e isso é o meu refúgio.
Enfim, isso tudo era só para explicar porque uns capítulos são mais pesados que outros.
Boa leitura.



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A tênue luz do lampião do bibliotecário era completamente engolida pela escuridão quase palpável da escadaria estreita e interminável. Não conseguia sequer vê-lo a minha frente, apenas continuava no ritmo que estava de modo automático, não trocamos sequer uma palavra pelo percurso, o único som que ouvia era dos nossos sapatos ecoando pela escadaria de forma ritmada e irritante.

Finalmente chegamos ao lugar em que a escada levava e por um segundo o escuro me engoliu completamente no meio tempo em que o homem mais velho levou para apagar a chama do lampião e ascender uma fraca luz que era encarregada de iluminar a sala inteira. Bastou apenas esse segundo para eu questionar toda minha sanidade em estar ali com um completo estranho.

O lugar era ridiculamente enorme.

Havia estantes enormes organizadas em duas fileiras igualmente enormes nos lados direito e esquerdo da sala, no meio tinha uma mesa com quatro cadeiras e um tapete grande e eu podia ver ainda uma porta no final da sala. Ou seja, o lugar era maior ainda.

Eu olhava completamente embasbacada para o recinto tentando registrar cada detalhe que conseguia, como o cheiro de pó e mofo dos livros e como o ambiente parecia estar úmido, o padrão do papel de parede dourado e preto que estava descascando e manchado em estilo vitoriano, o modo como a madeira das estantes eram lixadas e entalhadas de modo comum, mas mesmo assim estavam perfeitamente conservadas, como a estampa do tapete  vermelho com arabescos pretos não tinha nada a ver com o papel de parede, como a única luz do lugar não iluminava direito deixando o recinto com um ar de mistério... Meus pensamentos foram interrompidos pelo bibliotecário.

— Já estava na hora de você conhecer esse lugar, o que me diz, gostou?

— Adorei! – Disse ainda olhando ao redor sorrindo.

— Sabia que iria gostar. – Sorriu. – Eu adoro esse lugar.

— O que exatamente é esse lugar?

— E como uma biblioteca, só que para nós.

— Para nós?

— Nós, anjos.

~’’~

Catelyn acordou tonta e desorientada presa a uma cadeira por cordas. Assim que reparou, tentou se livrar das amarras, inutilmente, então gritou por ajuda.

O ambiente era escuro, a única luz que entrava vinha de uma janela muito alta e pequena, completamente vedada, a sala cheirava a mofo e era pequena, a cadeira em que estava se encontrava no centro da sala.

— Ninguém vai te ouvir. – Falou uma voz preguiçosa por trás dela.

— Quem é você e o que você quer comigo? – Perguntou Catelyn desesperada.

— Ainda bem que você é direta, vai me poupar esforços. –Deu uma risada desdenhosa. – Simples, eu quero a Lucy.

— Pessoa errada.

— Tonta. – Cat sentiu sua cabeça ser jogada para o lado e latejar, a pessoa havia lhe dado um tapa.

— PARA, O QUE VOCÊ QUER QUEM É VOCÊ?

— Pode me chamar de...Max.

— Que?

— CALA A BOCA. – Outro tapa, Catelyn gritou dessa vez. – Eu faço as perguntas.

Cat sentiu as lágrimas começarem a escorrer e pela primeira vez considerou que talvez não saísse com vida daquele lugar quando ouviu o barulho de uma faca sendo afiada.

— É o seguinte. – Disse enquanto ainda fiava a faca. – Eu vou fazer as perguntas e você vai me responder, simples assim.

Catelyn se limitou apenas a emitir um ruído de choro.

—Estamos entendidos? – Cat permaneceu em silencio.

Max puxou o cabelo da menina para trás com força a fazendo erguer a cabeça.

— Estamos. Entendidos?

— S-Sim...

— Ótimo. – Girou a faca na mão e andou até ficar na frente da garota.

Ele usava uma capa longa preta com um capuz que cobria seu rosto.

— É simples, é só me responder. Lucy sabe que é um anjo?

— QUE?

Max levantou a faca e encostou a ponta afiada no braço de Catelyn. Uma gota de sangue saiu deixando o seu primeiro rastro em sua pele.

— Lucy sabe que é um anjo?

— Não, eu juro que eu não faço ideia do que você está falando, eu não sei de nada, por favor. – Disse a garota desesperada.

Max desceu a faca pelo braço de Cat, fazendo um corte. Sangue escorreu pelo seu braço.

— É assim que vai funcionar.

~’’~

Não falei nada. Ainda não conseguia entender isso, na verdade eu não conseguia entender nada daquilo.

— Você eventualmente vai aceitar a ideia...

— Não consigo imaginar isso.

— Creio que eu também não conseguiria.

— Por isso que eu estou aqui, não? Pra ter respostas.

— Sim e para ter ser treinamento também.

Meu que?

— Você já vai descobrir. – Falou como se isso justificasse tudo.

— Mas então... Fale-me dessa biblioteca... Para “nós”. – Falei fazendo aspas no ar. Ia ser mais fácil começar assim.

— Aqui estão todos os livros de historia e teoria sobre anjos que um dia foram escritos.

Olhei mais uma vez para a infinidade de livros. De repente senti como se já estivesse perdendo tempo ali parada conversando com esse homem, que eu já deveria estar sentada naquela mesa com uma pilha de livros do meu lado, lendo o primeiro deles.

— Ai meu Deus...

Ele riu.

— Não se preocupe, eu vou te orientar nisso, vou escolher os mais relevantes e que você precisa para entender tudo.

Apenas o encarei. A verdade é que eu não tinha resposta pra isso, nunca na minha vida imaginei ter uma conversa assim.

— Não sei se estou preparada para tudo isso...

— Ah acredite, eu sei, você está.

— Como você pode saber?

— Existe um grande poder dentro de você Lucy, eu consigo sentir, essa energia emana de você em ondas.

Novamente não sabia como responder.

— A propósito, meu nome é Alex. – Só agora tinha me tocado de que não sabia o nome dele. – Hootchwolf. Alex Hootchwolf.

Ele devia vir de uma família importante ou no mínimo tradicional, seu sobrenome parecia de alguém importante.

— Caso esteja se perguntando, sim, eu vim de uma família bastante conhecida no lado da luz... Embora claro não tão conhecida como a sua.

— Minha família...

— Era muito importante. Eles faziam parte do Conselho.  – Viu minha expressão confusa e continuou. – Lugar onde eles decidiam tudo, táticas de defesa, ataque, como disseminar o bem, essas coisas aí.

— Mas por que minha família era tão importante?

— Sua família era inteligente e poderosa Lucy, basicamente montaram a tática que ganhou a guerra.

Eu não conseguia acreditar nisso. Se a minha família era assim tão importante e poderosa, alguma responsabilidade disso recaiu sobre mim?

— Tenho um livro aqui da sua família. – Ele andou até uma estante e voltou com um livro ligeiramente empoeirado nas mãos, igualzinho o que a minha mãe tinha embaixo da cama. – Acho que você deveria lê-lo primeiro.

Assenti, peguei o livro e agradeci.

— Sobre os treinamentos... – Ele continuava falando cobre isso, eu não sabia o que queria dizer.  – Vamos começar imediatamente, não temos tempo a perder.

Dito essas palavras ele começou a andar e eu o segui, não iria ficar plantada sozinha naquela sala sombria.

— O treinamento consiste em armas luminescentes. – QUE? -  Armas que os anjos usam.

Deu de ombros enquanto explicava e andava até o final da sala.

— Como você já deve ter lido, a arma caraterística da sua casa era o arco e a flecha, sua família era a melhor nisso, você vai aprender. Existem ainda vários e vários outros tipos de armas e treinamentos em combates físicos, teorias, esse tipo de coisa, eu vou ser o seu melhor treinador – Parou, virou de costas e sorriu. – E o único, claro.

Nesse ponto eu já estava quase correndo para acompanhar seu ritmo, seus passos eram largos. Ele alcançou a porta no final do corredor e a abriu.

A sala na qual eu entrei era completamente diferente da biblioteca. Era bem iluminada tiha o teto alto e era menor que a anterior, também havia estantes nos lados direito e esquerdo só que por sua vez, repletas de armas. No centro da sala tinha um grande colchão e mais no canto eu podia ver uma corda que descia do teto.

Não me diga que ele vai me fazer subir na corda como nas aulas de educação física que eu odiava. Lembranças do completo fracasso que eu era ao tentar subir essa corda invadiram minha mente me deixando com uma sensação nada agradável.

Mas o que mais me deixou intrigada foi a espécie de escada que se encontrada da parede oposta a porta com plataformas como se fossem aquelas de natação.

— Pra que é isso?

Ele franziu o cenho e me olhou com uma cara estranha.

— Mas você não sabe disso ainda?

Lancei-lhe um olhar impaciente.

— Claro que eu sei, afinal eu sabia perfeitamente que eu era um anjo minha vida toda, só não quis comentar nada até agora pra não cortar sua graça. – Disse irônica.

— Ah me desculpe Lucy, só achei que já tivesse descoberto que você possui asas. – Deu de ombro e perdi completamente minha pose cínica tomada pelo choque. – Você vai aprender a voar, oras.


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Notas finais do capítulo

Eu sei de pessoas que vão me matar por esse capítulo...
Comentem o que acharam!!



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