Arrumo todas as minhas roupas e saio daquele quarto direto para a biblioteca...

Assim que entro, vejo que aquele local está escuro e assim não consigo enxergar nada que tinha ali. Lembro-me da lanterna de meu celular, então a ligo para vasculhar a biblioteca.  Alí tinha várias estantes de livros velhos e novos. Andei mais e mais naquela biblioteca gigante até que bati o meu pé em alguma coisa dura. Coloquei o celular no local para clarear e noto que se tratava duma mesa de madeira velha, com vários livros abertos. Parecia que aquilo não era fechado há anos.

Ultimamente estou mais curiosa do que o normal, mas realmente, muita coisa de estranho tinha neste lugar... Observo aqueles livros e vejo que um deles tem um flecha encravada no livro, que estava estragando uma pintura de quatro jovens andando de cavalo. No livro ao lado tinha um desenho feitos à mão de um leão, de guerras e batalhas.

 Tudo estava muito interessante, no entanto, ao me afastar, bato em algo -denovo-, esse algo era um guarda-roupa velho de madeira rústica, com vários detalhes e, assim que abro,  vejo que tem vários livros e uma caixinha de madeira com bordas de ouro. Confesso que fiquei com medo de abrir, no entanto a curiosidade falou mais alto e quando a abro, descubro que tem um frasco com um líquido. Sinto que devo ficar com aquilo, mesmo sabendo que não usaria, porém seria útil se eu precisar assustar aquela turma da minha sala.

Resolvi voltar para meu quarto, pois já estava de madrugada e nem tinha percebido como o tempo passou naquele lugar incrível. Troquei de roupa e fui dormir, pois amanhã também seria um dia muito agitado.

Acordo com o sol no meu rosto. Encaro o meu relógio por uns dois minutos voltando a cochilar, quando acordo novamente e vejo que já era quase meio dia. Corri rapidamente para trocar de roupa, escolhendo um vestido azul. Logo em seguida vou escovar os meus dentes e desço para a cozinha com intenção de encontrar o almoço pronto.

—Olá Senhorita. -- Uma voz calma me sauda.

Viro-me de supetão e vejo Jonathan meio que sem graça por ter me assustado de novo.

—-Ei! Oi Nicholas! Tudo bem? – Cumprimento de volta, mesmo estando alterada pelo susto.

—-Melhor agora. - Ele arquea uma sobrancelha, fazendo graça. Eu rio, constrangida.

—-Pare com isso.  Está me deixando com vergonha – Brinco, fazendo-o rir. -- Cadê o resto do pessoal?

—-Seus pais saíram e a cozinheira foi ate a mercearia. -- Explica.

—-Aah... Okay, então. Vou subir para meu quarto. Quando eles estivem aqui, pode  me avisar? – Eu sorrio para ele.

—-Aviso sim, senhorita. - Ele diz, formal demais para meu gosto, mas vai entender esses rapazes.

—-Vou pedir mais uma coisa... -- Dou um sorrido, para assegurar ele. -- Me chame apenas de Samy. Sem senhorita.

—Tudo bem então, "apenas Samy" -- Ele brinca, fazendo as aspas no ar. Eu rio dele antes de sair para subir as escadas.

—-Bobo. -- Rolo os olhos. -- Agora vou subir e parar de te atrapalhar.

—-Tudo bem senhori...Samy. Só para você saber: nunca me atrapalha. -- Ele diz, me fitando nos olhos. Percebo que fico vermelha como a maça que estava em minha mão. – Mais tarde passarei para te levar no estábulo. Seu pai me disse que você gosta dos animais. -- Fala ele, com um sorriso. Eu assinto.

—-Okay!E sim, eu amo animais! -- E então ambos seguimos nossos rumos.

Ando naqueles corredores pensando no que acabara de acontecer, e penso que talvez Jonothan estivesse flertando comigo. No entanto, logo empurro esse pensamento besta para longe e entro em meu quarto.

Sentada na naquela cama grande e macia, observo tudo de novo com muito cuidado dando, uma mordida na maça, que estava realmente gostosa. Ando em circulos naquele quarto, até que paro e vou observar o quadro do palácio.

Aquele quadro me trazia paz, curiosidade e vontade de estar lá. Tudo ao mesmo tempo. Em volta daquele palácio há um riacho com água cristalina, se movimentando suavemente...

Espere! Se movimentando? Como assim...

Fecho os olhos para ver se não estava sonhando e os abro em seguida, descobrindo que não. Estava pior! Tudo que escutava era barulho de mar em movimentos bruscos e pássaros cantando.

Olho assustada para aquele quadro e coloco minha mão nele, arregalando os quando ao notar que minha mão passa para algum lugar. Retiro  depressa, e quando eu coloco novamente sou sugada pelo quadro.

De uma maneira que não deu tempo nem de respirar....