#MASTSCOMESOFTREES escrita por blue devil


Capítulo 6
06.


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo curto. Eu sou EXTREMAMENTE inconstante. O outro não teve cenas cortadas, esse também não, mas o próximo vai. Viram? Eu nem tento mais me defender -q. Espero que gostem. E que o Nico não esteja tão OOC, pelo amor de tudo que é mais sagrado.



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Havia algo muito confortável em se estar no céu, distante de todos os dilemas que queriam matá-lo. Por um momento, nada mais importava entre as nuvens. Era isso que Nico pensava ao voar sobre o pégaso negro que não relinchou nem se afastou dele quando Nico foi obrigado a montar em um. Ele tinha olhos vermelhos e uma cor de pelagem bem mais escura que a de Blackjack. Não era macio, na verdade parecia marcado com o tempo com algumas partes brancas, que se destacam na escuridão total do resto dos pelos.

O pégaso, que Hedge disse ser o mais ranzinza, pareceu gostar de Nico e não se incomodava quando o filho de Hades brincava com a sua crina, escovando-a com os dedos. Apoiava a cabeça sobre ele, completamente confortável.

Nico nunca achou que ia ser livre. No ar, no mar, na terra, não importava. Ele procurava a tão desejada liberdade desde os doze e já havia atravessado quase o mundo todo a procurando, e terminou apenas decepcionado.

E agora ele sentia-se exatamente assim, leve como uma pena enquanto era carregado pelo vento. Tocou as nuvens algumas vezes, sentindo algo quente e bobo dentro de si ao compará-las com algodão. Ninguém podia derrubá-lo ali, então era seguro, emocionante e tão perigoso ao mesmo tempo.

(Por que não, Nico não estava cego. Ele sabia muito bem que quanto mais alto se está, mais dolorosa vai ser a queda. E a queda sempre chega.)

Uma vez, quando era menor e impressionável, sonhou em voar com Percy em Blackjack. Queimava em extrema vergonha com a memória. Porém, naquele instante, não estava pensando nessa fantasia e sim em Festus.

Nico tinha um (enorme) fascínio por dragões desde sempre. E Leo havia construído um. Imagine que foda seria contar: “Nosso primeiro encontro foi num dragão (não num tapete mágico conhecendo o mundo todo, mas o que vale é a intenção e o dragão) voando por ai.”

Nico riu envergonhado da sua idiotice adolescente. Todo mundo tinha seus momentos, afinal. Ele achou que seria mais difícil. Mas não estava sendo. Nico era uma bomba de sentimentos negativos, mas uma bomba só demonstra perigo antes de explodir. Agora, não tinha muito que fazer além de evitar que acontecesse de novo.

Mesmo sendo perigoso, ninguém se afastou. O fazia acreditar que talvez não fosse tão ruim quanto pensava. De certa forma, Nico tentou contar para Leo o que havia acontecido, porém o latino o cortou, como se não importasse de verdade.

Nico sabia que importava. Nico sabia que não podia esquecer. E, principalmente, sabia que ninguém podia apagar o que aconteceu por ele. Mas isso não quer dizer que ele tinha que se martirizar. A culpa iria ficar de qualquer forma. Para quê remoê-la, engoli-la, digeri-la todos os dias como a merda de uma droga? Nico merecia muito mais (e se ele mesmo notava isso, então era por que a situação estava crítica).

Nico queria muito mais. Antes, não. Agora, era tanto que doía.

Do mesmo jeito que Leo agiram Reyna e Hedge. Eles não o julgaram, não o pressionaram a mudar. Simplesmente mostraram a escolha que ele tinha em confiar e aceitar que podia melhorar. Que aquele caminho não era o certo – e só o levaria a mais resultados negativos.

Agora se sentia aliviado, mesmo que não quisesse. O peso nos seus ombros havia diminuído. Nico achava que pensava com mais clareza. Mas, também, não podia tornar aquilo um hábito. Tinha que arranjar um jeito de deixar a mente limpa o tempo todo, como boa parte das pessoas. Não ter que explodir e machucar alguém para isso.

Bem, aquilo era mais fácil falar do que fazer.

Era mesmo uma responsabilidade enorme e assustadora, mas ainda era algo bom. Representava um futuro melhor que achou que teria. Algo menos vazio. De vagar, talvez Nico chegasse aonde queria. Faria por si mesmo, por que queria e entendia que precisava. Sem pressão, sem expectativa, apenas ele, a tentativa e o erro.

A parte mais difícil era tentar aceitar que outros estariam do seu lado nessas horas. Sozinho era mais fácil. Havia menos vergonha, menos humilhação. Nico sabia que ainda tinham muitos olhares atravessados que ia ter que passar, duvida e dificuldade, porém não queria pensar muito no lado ruim ainda.

Iria vivê-lo de qualquer jeito. Se doesse, Nico iria se medicar como sempre fez. E se doesse de mais e ele sentisse que não ia se levantar, então ia fechar os olhos e esperar alguém ajudar a lhe levantar para que ele continuasse andando. Era perigoso, não parecia agradável, mas pela primeira vez Nico quis tentar.

Talvez por que tivesse encontrado gente que o fazia questionar. E se… Leo colocava na sua cabeça. Talvez… Reyna complementava. E Nico queria ficar cego por um instante, só vendo a parte boa para seguir em frente. Sem mais fugir do acampamento, significava ficar mais tempo com Leo. Sem mais se fechar, significava melhorar suas habilidades sociais, por mais que isso demorasse.

Era tortuosamente positivo. Era medicina, e por mais agridoce que fosse, faria bem para a sua saúde. Nico entendia isso. Só precisava aceitar.


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