Leiam as notas iniciais...

Hermione Granger:  

Três dias depois... 

Hoje faz três dias que toda aquela cena com a Parkison aconteceu; tudo caminhava para que o momento de calmaria fosse formado; na minha minha opinião essa calmaria momentânea era sinônimo de tempestade, pois desde que entrei em Hogwarts e me tornei amiga de Rony e Harry vivíamos em “vigilância constante,” nunca até este momento, desconfiei de minhas intuições, muitas vezes foram elas que nos fizeram sobreviver, principalmente na guerra de quase três anos atrás. O meu único medo é elas se provarem certas mais uma vez.  

Caminhava pelo castelo fazendo a ronda pelos corredores, quando me deparei com uma situação bem estranha; as amigas de Pansy Parkison estavam meio escondidas sob um arco lateral que dava passagem para outro corredor, elas tentavam passar despercebidas sob as luzes bruxuleantes, mas eu as enxergava com perfeição. Ao me aproximar silenciosamente, notei que elas estavam extremamente concentradas na própria conversa que mesmo que eu fizesse um único ruído as mesma não teriam me escutado, conversavam aos sussurros; claramente para não serem ouvidas e muito menos entendidas, mas quanto mais eu me aproximava do local podia entender palavras como: “o tempo está acabando”, “devemos apoiar a Pansy”, “temos que confiar”, “com eles tudo voltará a ser como antes!”. Claro, estranhei no ato, ainda mais que ao escutar a última frase, um calafrio desceu por minha coluna, causando-me arrepios. Mas fingi não dar importância, portanto, caminhei ainda mais determinada ao encontro daquelas duas.  

— O horário do toque de recolher já foi anunciado. - informei com firmeza  

Mesmo fazendo barulho elas deveriam estar bem envoltas nesta conversa, pois mesmo quando falei a primeira vez, pareceram não me ouvir, entretanto, deram-se conta apenas quando a minha ilustre pessoa estava muito próxima.  

— O que quer aqui sangue-ruim? - questionou Dafne Greengras  

—  Já passou do toque de recolher – tornei a repetir  

— E nós com isso? - respondeu Emília Bulstrud  

—  Sou monitora chefe o que além de vocês ganharem uma detenção com o professor Hagrid, podem perder pontos para sua casa. Portanto, eu teria mais cuidado na forma como falam comigo. - retorqui 

Era perceptível a chama de raiva que se fazia presente ali, mas antes que elas pudessem me insultar novamente Malfoy apareceu, ele parecia nervoso e inquieto ignorando que suas colegas de casa se encontravam presentes ele disse:  

— Granger precisamos conversar me encontre em nossa sala (torre dos monitores) após a ronda. - falou apressado – E quanto a vocês acho bom seguirem as regras não quero a sonserina perdendo pontos por causa de vocês – disse extremamente sério.  

Sua seriedade era tanta que elas não ousaram ariscar mais e saíram. Logo a ronda havia acabado; fui para a torre dos monitores, esquadrinhei o local até que o encontrei observando algo pela janela que havia em nossa sala, aproximei-me com cautela, pois até então Malfoy se encontrava resoluto e perdido em seus pensamentos; uma face totalmente contrária da que me foi apresentada durante todos os anos.  

— Já estou aqui? O que queria? - chamei sua atenção para minha presença. 

Encarou-me pelo canto dos olhos, e voltou-se para a janela novamente. Ao ficar lada a lado com ele, pude perceber que seu semblante era preocupado e que seus olhos continham uma chama de fúria, o que eu não entendi, por não saber do que se tratava toda aquela conversa estranha; foi aí que o mesmo virou-se para mim por completo. Por um mero instante senti que me analisava, o que fez com que um arrepio corresse por minha nuca; ao mesmo tempo em que minhas perguntas eram respondidas com outra.  

— Você realmente acha que eles. estão bem protegidos? Acha que realmente pode protegê-los? - perguntou sério 

Mais que disparate era aquele? Em que ele estava pensando? Ou melhor há quem ele estava se referindo? Neste momento, eu deveria estar transparecendo minhas dúvidas, pois logo tratou de esclarecê-las.  

— Hoje diferente de você, a carta que estava endereçada a mim era uma espécie de ameaça. - Acho que me encontrava num pequeno estado de choque, não conseguia compreender o que Malfoy quis dizer com aquelas palavras. - Após o julgamento dos comensais, onde mamãe e eu fomos absolvidos por causa dos depoimentos que Potter, Weasley e você deram; descobri que minha mãe estava grávida; com isso tomei precauções, caso algum comensal fugitivo se revoltasse por nós dois desertarmos no meio da guerra. Eu sabia que meu próprio pai seria um deles, já que tudo o que mais importava para ele (dinheiro e status) lhe foi tirado.  

Ele suspirou meio perdido nas recordações e antes que eu pudesse interrompê-lo, este continuou:  

— Levei minha mãe para um local seguro e lá ela deu à luz a minhas irmãs, Adhara e Ártemis. Entretanto, com a recente ameaça de Lúcio, tenho quase plena certeza de que o mesmo se referia aos nossos filhos. - terminou sombrio. 

Isso me assustou como o inferno. Como era possível que Lúcio Malfoy tenha sabido sobre meus filhos? Pensar sobre isso fez com que a profecia que a Treloway fez quando nos esbarramos passasse em minha mente.  

"Nascidas unidas e marcadas pela estrela, seu poder domínio deve ter. Filhos de duas casas rivais, unidos e em paz devem se encontrar; o perigo se espreita, logo a verdade revelada será e somente juntos pelo coração como devem ser o bem triunfará." 

Senti como se um fantasma tivesse acabado de atravessar por mim, o medo de que algo pudesse acontecer com os meus filhos e com aqueles que amo se fazia presente em mim.  

— Como pode ter tanta certeza de que seu pai sabe sobre Nick e Lyra? - questionei nervosa  

— Por que desde que eu possa me lembrar, meu pai nunca me parabenizou; nem mesmo em meus aniversários ou pelos meus feitos. E na carta o mesmo disse "pela primeira vez você fez algo de útil na sua vida"... Isso foi somente uma confirmação de que ele sabia e muito bem sobre eles, sobre nossos filhos. - respondeu igualmente nervoso ainda que mais controlado.  

Nem quando estava sendo torturada pela Bellatrix senti tanto medo quanto agora, entretanto, esse medo era pelos meus filhos e não por mim; e foi ali que surpreendi Draco Malfoy e a mim mesma. Com uma coragem que nem mesmo eu sentia naquele momento.  

— Agora escute uma coisa Draco Malfoy, nós vamos escrever uma carta para seu pai, posso estar sendo estúpida; mas é o que vamos fazer. Nela ele terá uma resposta a sua ameaça. - disse com um sorriso cínico- Não se preocupe eu não estou louca. Seu pai vai aprender a não mexer com os leões.