Hermione Granger:

   Depois daquela conversa desastrosa, cheguei o salão comunal muito nervosa, fui em busca dos únicos que conseguiriam fazer com que eu me acalmasse neste momento. Ao entrar no dormitório dos meninos, me deparei com eles se preparando para o jantar; e foi aí que notei, passei tempo demais presa com o Malfoy naquela sala.

— Droga Hermione! - resmungou Simas me tirando do choque.

— Não bate mais na porta não? - pergunta Dino correndo para por uma roupa, já que o mesmo se encontrava de cueca.

— Não sei para que tanto drama, a Hermione é a única que entra em nosso dormitório sem bater; além do mais já faz anos que ela frequenta este quarto .- falou Neville tranquilamente.

Ele estava deitado sem camisa, acho que estava respondendo à algum bilhete.

— O que houve Mi ? - perguntou Ron - Está mais vermelha que a bandeira da grifinória e parece bem nervosa.

Ele estava tirando a camisa quando entrei; Harry ao que parecia havia acabado de sair do chuveiro, esquecendo-se de que estava com a toalha na cintura, veio em minha direção.

— Vem sente-se aqui. - me fez sentar em sua cama - Agora respire fundo e nos conte o que está te afligindo.

  Meu olhar se conecta ao seu, do Ron e do Neville que observava tudo de longe, rapidamente se levantou e assim como Rony se aproximou da cama de Harry, onde eu estava sentada. Eles me entendiam como ninguém, nós éramos irmãos. Comecei a chorar, pois se com apenas um olhar conseguimos transmitir a gravidade das coisas, eu sabia que poderia contar com eles para sempre.

— Mi está nos assustando, o que aconteceu? - perguntou Harry enquanto me abraçava - Você não é de chorar, muito menos se for algo banal ou gravíssimo- completou Rony

— Eu... El... Sa...- tentei falar, mas o soluço preso em minha garganta se intensificou e não deixou que eu terminasse ou completasse uma palavra.

— Mi tente se acalmar por favor. Nós estamos aqui por você- falou Neville.

    Nem percebi quando Rony saiu do meu lado para pegar um poção calmante, ele me estendeu o pequeno frasco e me fez tomar uma boa dose. Logo a poção começou a fazer efeito e logo, o choro sessou, os soluços diminuíram gradativamente. Estalei os dedos, para Simas e Dino seria por causa do nervosismo, mas como o restante dos meninos sabiam de meus poderes, eles estavam cientes de que aquele era um dos muitos feitiços criados por mim, mas eles não sabiam em que eu havia usado como base (feitiço do silêncio); fazia com que aqueles que eu quisesse de fora, não entendessem, o que eu dizia nem mesmo por leitura labial.

— Por causa do empurrão que a Parkison me deu na aula de poções, esbarrei no Malfoy que passava atrás de mim, e como ele tentou se segurar, fez com que meu caldeirão com a poção balançasse e ele engolisse algumas gotas ....-

— Tá! E o que isso em haver com o seu choro? - perguntou Rony meio impaciente.

— Deixa ela continuar. - reclamou Harry

— Ele lembrou de tudo o que aconteceu na festa de quase três anos atrás. Ele viu as crianças, descobriu que é pai delas. Depois me levou à um lugar para que conversássemos; me pois contra a parede e tive que confirmar suas suspeitas. Dissemos coisas que no momento não vem ao caso e em seguida me alertou sobre a carta que eu recebi no final da aula. - suspiro antes de largar a bomba - Na carta eles me ameaçaram e disseram que não tenho pra onde fugir. - desabafei - O que eu vou fazer?

— Calma estamos aqui lembra? Não tivemos medo de enfrentar Voldemort e sua corja para o bem maior? É mesmo com esse mesmo medo e coragem que vamos enfrentar o que está por vir. Perigo? - pergunta olhando nos meus olhos- Eu rio na cara do perigo. Hahaha

E com essa foi impossível não rir e me jogar nos braços dos homens da minha vida. Deixei que terminassem de se arrumar e descemos juntos para o grande salão. Por mais relaxada que eu pudesse estar, não havia me esquecido da ameça implícita naquela carta. Até mesmo por que, havia pessoas que não suportavam ver o sorriso dos outros.

— Ora, Ora se não é a vadia da sangue-ruim. (Risos) Acho melhor a Lunática e a Traidora do sangue se cuidarem, logo você rouba os namorados delas neh! - exclamou ironicamente- Astória é outra imbecil que agora deu pra pensamentos ridículos.

  Desci das costas de Rony olhei em volta, e algumas pessoas observavam o desenrolar da discussão, ela queria me irritar e se ela continuar vai ter o que está pedindo a um bom tempo; e garanto que não vai ser com magia.

— Não me tome por você Parkison. - respondi indiferente. - Agora sai da minha frente porque se você estiver procurando vai ter.

   Puxei os meninos comigo e quando me preparei para dar mais um passo, sinto meu cabelo ser puxado com extrema força. Rapidamente fiz manobra que fizesse ela soltá-lo sem que arrancasse qualquer fio, lhe dei uma rasteira e como previ ela foi direto para o chão. Quem estava à nossa volta, assistindo ao show desataram a rir da mesma, por ser derrotada por um simples golpe e sem magia.

— Não se meta comigo Parkison. Eu já era considerada a melhor bruxa, com a guerra eu só aperfeiçoei, me tornando excelente; coisa que você nunca será. - vi sua raiva estampada não somente nos olhos como em sua expressão facial.

Quando pensava em virar-me novamente com os meninos, pelo canto dos olhos a vi sacar a varinha, mas não houve tempo para que me lançasse qualquer feitiço; pois o Malfoy apareceu não sei de onde e segurou a sua mão, olhou-a nos olhos e isto à deteve.

— O que pensa que está fazendo? Ficou louca de vez? Venha comigo. - disse autoritário

   Segurou em seu braços e a levou para outro lugar. Ninguém havia entendido absolutamente nada. Como ele a controlava desta maneira? Seja o que for acho que não gostaria de saber, abracei novamente os meninos e seguimos nosso caminho. Agora eu tinha mais certeza do que nunca, o tempo estava correndo e tenho quase certeza de que não é a meu favor; todo o cuidado seria pouco de agora em diante.