Por Esparta, até a morte. escrita por Manu


Capítulo 18
Saudade




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Emma levantou de súbito. "Foi só um pesadelo" pensou ela. Havia muito o que fazer naquele dia, tinha que procurar alguém para que a ajudasse com a casa. Como não haviam escravos em Esparta, servos eram contratados e pagos mensalmente. Emma se banhou sem pressa, colocou um vestido cinza que ia até os pés, e desceu seu capuz sob seu rosto. Como estava sem fome alguma, não fez diferença não possuir nenhum alimento dentro de casa. Também teria que comprar, mas... se saísse por aí correria o risco de encontrá-lo. Começou então a repensar a idéia de sair até a rua, não havia o que fazer. Não poderia ficar naquela casa sozinha, e também não havia nenhum mantimento, talvez sentisse fome mais tarde. Decidiu que iria, e voltaria o mais rápido possível. A moça bateu na porta da casa do lado. Ao abrir, uma mulher de aproximadamente 50 anos a encarou assustada. Era de se esperar, Emma era diferente das outras pessoas que habitavam Esparta obviamente Isto era muito notável.

—Bom dia, senhora.-Saudou-a tirando o capuz do seu rosto.-Poderia me dizer onde encontrar alguma serviçal para me ajudar?

—É assim que me sustento, moça, ficarei feliz em conhecer sua casa.

—Oh. Bom, eu me mudei para a casa ao lado na última noite, gostaria de ir lá agora? A mulher seguiu Emma e entraram na casa.

—Mas esteve fechada por muito tempo, não foi?-A mulher lhe perguntou

—Sim... eu acho.

—A senhorita é nova na cidade?

—Que indelicadeza a minha, não perguntei seu nome-Emma disse,para despistar o assunto.

—Doreah, e quanto a moça?

—Emma. Fico feliz em conhecê-la e saber que pode me ajudar.

—Ah. Claro, esse trabalho vem em boa hora, o meu marido faleceu há alguns anos, tem sido difícil sustentar meus filhos desde então.

—Meus pêsames.-Emma falou, realmente sentindo muito.

Elas combinaram o valor do pagamento rapidamente.

—Só mais uma coisa,Doreah. Posso confiar em você?

—Pode sim, Emma. Seus segredos não sairão daqui.

—É que... Não deve contar a ninguém que eu estou aqui. Não pense que sou uma fugitiva(omissão) ou cometi algum crime(verdade),mas estou evitando alguém.

—Será como deseja. -Fico agradecida.

Naquele dia conversaram sobre muitas coisas de mulheres, intermináveis assuntos. O que não fez Emma esquecer...dele. Mas pelo menos ela não estava sozinha, agora tinha alguém com quem conversar. Dilios bateu em cada porta de cada rua ao redor de sua casa, decidiu ir mais distante, nem sabia quantos quilômetros haviam se passado desde sua casa, mas procuraria em toda Esparta se fosse necessário. Chegou até uma rua diferente, o sol já estava se pondo e ele teria que voltar para casa logo. Mesmo assim, decidiu que iria procura ali também. A Doreah voltava com os alimentos necessários, e Emma estava apoiada na janela, olhando as pessoas passarem. Ela reconheceu Dilios mesmo de longe, batendo na porta de uma casa. Rapidamente fechou a janela, e esperou que Doreah chegasse. Quando ela entrou, Emma quase gritou, mas lembrou que tinha que falar baixo.

—"Rápido, Doreah. Feche a porta"

Doreah colocou os alimentos na mesa, depois de fechar a porta. E virou-se para Emma.

—O que está acontecendo? -Um homem baterá na porta e perguntará algo, não sei o que será, mas, por favor, diga que não mora ninguém aqui além de você. A porta foi batida neste momento. Doreah calmamente a abriu quando Emma correu para dentro do seu quarto.

—O que deseja, senhor?

—Não quero tomar seu tempo, apenas... mora alguém aqui além de você?

—Ah. Não, meu filho. Apenas esta que lhe fala.

Dilios observou a expressão da mulher.

—Certo. E na casa ao lado? -Meus filhos. Achei que deveriam ter uma casa só pra eles, então me mudei para esta aqui ontem.

Dilios sentiu-se cansado.

—Obrigado-Ele agradeceu e foi embora.

Doreah fechou a porta. Emma saiu devagar por trás de uma parede e abriu a janela, vendo ele já ao longe ao caminho para sua casa.

Doreah se aproximou dela, viu que havia lágrimas insistindo em cair de seus olhos.

—Emma... É este o homem que... -

Sim.-Ela lhe respondeu, não conseguindo mais segurar o choro.-É alguém que não quero ver.

—Então,por que ainda está na janela, minha querida?

Emma se deu conta de que não podia evitar. A noite foi um inferno ainda pior para Dilios, sentia falta de Emma, uma terrível saudade, cortando-o por dentro. Mas lembrou-se das palavras de seu rei, e descobriu que estavam com a razão. O único culpado por ela ter ido embora era ele próprio. Por que tinha que ter dito aquilo sobre ela e Fandrall? E se não a encontrasse, como pediria seu perdão?

Sentiu-se como um miserável, ainda mais quando descobriu que também estava duro. Ele e Emma costumavam ser bastante frequentes. Estava difícil de aguentar, mas Dilios decidiu que não resolveria isto sozinho, não merecia tal coisa. Ao invés disso, bebeu cerveja forte até perder os sentidos e adormecer onde estava. Emma, deitada em sua nova cama, pensou em como Dilios parecia perturbado, se procurava por ela, a queria, isto era um fato inegável. E ela também o queria, como o queria...


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