Por Esparta, até a morte. escrita por Manu


Capítulo 17
Uma noite sem estrelas.


Notas iniciais do capítulo

Por favor, caso goste do capítulo de hoje, manifeste sua opinião comentando, eu gostaria muito de saber o que está achando dos acontecimentos.



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Emma correu para a casa de Dilios, sem mais explicações. O chão da entrada da casa estava finalmente limpo, percebeu ao passar rapidamente e adentrar. Começando a organizar suas coisas, deu por si que Dilios a havia seguido.

—O que pensa que está fazendo?-Ele perguntou, observando com cuidado enquanto ela arrumava seus pertences.

—Eu já o disse, não faz realmente muito tempo. -Você não vai para lugar algum. -Nosso rei me garantiu que eu não seria uma prisioneira, posso deixar Esparta no momento em que eu desejar fazê-lo.-Emma disse no momento em que guardava também o grande saco de ouro que Leônidas havia lhe dado, em troca do ouro persa que havia trazido, a qual era uma afronta, e havia sido derretido pelo rei no mesmo dia. Havia sido ótimo, mas desde aquele dia, ela nunca teve necessidade de tirar quase nenhuma quantia de lá. Agora precisaria.

—Você não vai!-Dilios falou em um tom alto e a virou bruscamente para frente, fazendo-a esquecer sua ação anterior. Ele parecia carregar a morte em seu olhar. Era difícil olhar para Dilios de perto.

—E se eu for? O que vai fazer? Me matar da mesma forma que matou Fandrall?

—Queria que eu o deixasse continuar?

—Você estraçalhou um homem na minha frente!

—Um homem que queria te foder!Por que se ressente por aquele miserável? Estava gostando do que ele fazia com você, não é?

Naquele momento, Dilios partiu seu coração. Emma quase podia ouvi-lo quebrar dentro de si. Ela reuniu a dignidade, juntou as forças e deu uma tapa no rosto de Dilios.

—Como pôde dizer isto? -Ela gritou, se afastando ele. Sentindo as lágrimas voltarem. Emma amarrou a bolsa improvisada e a carregou até a porta.

—Emma!

—Não! Eu não quero sequer ouvir sua voz.

—Para onde você vai?

—Para o mais longe que eu puder de você. Ela bateu a porta, enrolou-se em seu capuz preto e encarou a rua numa noite sem estrelas. Dilios não poderia estar em pior situação. Suspirou e engoliu a maior quantidade de vinho que conseguiu, e tratou de lavar todo aquele sangue que o manchava. "Se eu for atrás dela agora, será pior" Ele pensou. Emma correu entre os becos, com medo de que ele a seguisse. Chegou na casa onde o rei residia.

—Meu rei...-ela ia falando até perceber que ele estava completamente sem roupas, na frente de casa, admirando a lua. Emma virou o rosto para o lado, no susto. O corpo não era uma vergonha para os espartanos, as roupas que fabricavam davam mostras disto. Ao notar a moça, o rei se preocupou.

—Emma, o que aconteceu? Parece aflita, alguma coisa aconteceu com Dilios? Ela continuou sem olhar para ele, mas respondeu.

—B-bom, eu.. preciso de ajuda. Ao perceber o motivo da falta de atenção da moça, e o todo o constrangimento que lhe causava, Leônidas entrou em casa e enfiou uma roupa de baixo. Ao voltar, percebeu que Emma carregava algumas coisas consigo, e por debaixo do manto, viu um rosto triste. Absurdamente desolado.

—O que aconteceu? Deve confiar seu rei.

—Eu fui embora da casa dele, Dilios está bruto, mais do que o normal, ele.. me atribui culpa pelo que Fandrall estava fazendo. Eu gritei por socorro quando ele invadiu a casa, eu o agredi. Como posso eu ter culpa pelas ações dele?

—Dilios tem um temperamento forte, como deve ter percebido, está sobrecarregado com tudo a seu redor, não justificando ainda, suas ações.

—Eu não queria incomodar o senhor, mas eu suplico que me ceda um cavalo, quero deixar Esparta o mais rápido possível.

—Minha jovem,eu não seria imprudente a ponto de deixá-la sair de Esparta, ainda no meio da noite.

Emma encarou aquilo como desconfiança.

—Mas meu senhor, eu.. juro, eu nunca falaria nada sobre Esparta, sobre qualquer coisa que possa prejudicar meu rei e esta terra.

—Não se trata disto, Xerxes a procura, agora que sabe sua localização, com toda certeza irá distribuir recompensas e promessas à pessoas ao redor por informações. Além de que se você sair agora, se arrependerá.

—Mas por que..?

—Você o ama?

Emma olhou para o céu, tentando buscar forças.

—O que o senhor me indica que eu faça?

—Conheço uma casa longe daqui, está inabitada. Você pode ficar lá, caso não se oponha. -

Eu aceito. Basta que me diga onde é.

—Eu a levarei agora.

Não trocaram palavras durante o caminho, mas Emma agradeceu mentalmente pela companhia, as ruas estavam vazias e a noite era traiçoeira. Ao chegarem, era realmente uma casa boa, adequada em ser distante.

—Eu o agradeço, meu rei.

—Fique bem. Caso necessite de alguma coisa, me procure.

—Ele se virou para ir embora.

—Rei Leônidas!-Emma o chamou de volta.-Por favor me prometa que não dirá nada a ele sobre minha localização.

—É o que deseja, minha criança?

—Por favor. -Então está prometido. Emma correu e o abraçou rapidamente, agradecendo por tudo. O rei Leônidas sorriu, mas não retribuiu. Isto não diminuiu a amizade, nem poderia. Depois de vê-lo ir embora, Emma fechou a porta, jogou suas coisas sobre a cama empoeirada e pensou em Dilios, como queria que fosse tudo diferente. Talvez fosse melhor não tê-lo conhecido, mas então não teria descoberto o amor, não teria seu espartano. Seu guerreiro instável e teimoso. Lembrar dele a fez sentir-se só, como não havia se sentindo desde que tinha fugido da Pérsia. Emma fechou as janelas, tirou seu manto preto e o colocou pendurado na cama. Trocou de roupa, tirou a poeira da casa, guardou seus pertences nos lugares devidos e se voltou para a roupa que havia tirado. Rasgou o resto, não queria lembranças daquele dia. Embora soubesse que isto não seria possível. A angústia veio fazer companhia, e ela adormeceu pensando em como toda aquela desgraça  havia acontecido. O sol apareceu. Dilios abriu os olhos com a cabeça pulsando forte, resultado de toda a bebida que havia consumido. Não importava, seu pensamento era para Emma. "Não deveria ter deixado ela ir, devia tê-la amarrado se preciso fosse." -Pensou ele.Para onde teria ido? E se tivesse acontecido algo?... Não. Não adiantava, tinha que procurar por ela. Dilios sentia que estava enlouquecendo. A única casa onde havia pessoas que ela conhecia era a do seu amigo e rei, Leônidas. Não pensou outra vez, foi em direção ao caminho. Não haveria treino naquele determinado dia, era luto por Fandrall, embora tivesse feito o que fez, havia sido um guerreiro dedicado à Esparta.

—Meu rei! Emma o procurou na última noite?-As palavras saíram em um tom mais desesperado do que o planejado.

—Sim. A jovem pediu minha ajuda.

—Ela está aqui?

—Não.

—Tem ideia de onde ela possa estar?

—Creio que não deva lhe responder isto.

—Meu amigo, não me abandone agora, eu preciso falar com Emma. Preciso encontrá-la.

—Não sou um homem que quebra as promessas que faz. Eu o estimo imensamente, é meu amigo e o tenho na mais alta consideração. Mas devo admitir que se ela fugiu, você a afugentou.

—Eu não queria ter falado aquilo.

—Mas falou, e as palavras já fizeram o seu estrago.

—Eu preciso dela. Vou pedir que me perdoe. O rei tocou no ombro de Dilios.

—Terá que achá-la para isto,meu amigo. Mas eu garanto,que se ela vier a mim e quiser falar com você, eu a escoltarei imediatamente até sua presença.

—Não deixou ela sair de Esparta,deixou?

—Que tipo de rei e amigo seria eu? Nada mais devo dizer.

—Obrigado, meu rei. De verdade.

Leônidas entrou de volta em casa,e Dilios começou sua busca.


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