Nostro Impero escrita por Yas


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaaaaaaaa!
Quanto tempo ein?
Eu juro que queria aparecer por aqui antes, mas o capítulo não ficava bom de jeito nenhum, e queria que ele ficasse bom, já que esse é o inicio de uma nova fase na história.
Eu espero que gostem muito dele, porque eu amei hahaha
Boa leitura!



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 Capítulo 30

Porque está muito frio
Para você aqui e agora
Então me deixe segurar
Suas duas mãos nos bolsos do meu suéter

The Neighbourhood - Sweater Weather

A animação do extenso jardim era marcado pelos gritos e risadas infantis. Aquilo aquecia o coração da anfitriã que sempre sonhou com aquele momento. Era isso, sua vida estava completa! Nada mais a faria feliz... Apesar de ainda faltar algo. Dez anos atrás, havia feito uma lista com três desejos, dois deles haviam se realizado e seguiam muito bem. O terceiro... Ela se perguntava como ele estaria nos dias de hoje.

Sua atenção voltou-se para a pequena criatura que puxava sua saia.

— Mamãe... – A voz naturalmente fina saiu arrastada e manhosa. Os olhos escuros cheios de lagrimas.

— O que foi, meu amor? – A mãe perguntou, se abaixando. Acariciou o rostinho vermelho pela euforia e limpou as lagrimas secas pela bochecha.

— O Dante brigou comigo – Sussurrou, aceitando o carinho materno.

— Ah, é? E por que ele brigou com você, Eleanor?

Eleanor arregalou os olhos, desconfiada, fazendo um beicinho com os lábios finos. Ah, claro, havia algo ali, e a mãe sabia bem.

— Eleanor...

— Ele tava brincando de carrinho, mas eu queria pra brincar com a minha barbie, ai ele não me deu, ai eu peguei. O Dante ficou irritado e me empurrou. Ó, tá ralado aqui – Ela mostrou o cotovelo esquerdo.

— Você já não estava brincando com as suas Barbies? E você tem o carrinho, bem mais legal que o dele pra sua Barbie. Você só queria implicar, né?

— Não foi!

— OK, vamos lá falar com ele.

Mas antes que ambas pudessem seguir para onde Dante estava, uma bela mulher entrou carregando duas sacolas e por elas estarem perto do portão, não foi difícil vê-las.

— Tia Jo!

Eleanor se animou na hora, nem parecia que um minuto atrás estava chorando. Correu para os braços da tia que a abraçou apertado, dando vários beijinhos em seu rosto.

— Tia, eu já ganhei vários presentes, sabia? A minha mãe chamou várias pessoas que ela conhece e m deixou chamar minhas amigas.

— É porque você é muito amável, querida. Toma aqui ó, é pra você – Entregou uma das sacolas para ela que a abraçou agradecida e correu até onde as amigas estavam.

— Jo!

— Elena! – Ambas se abraçaram apertado, fazia tempo que não se viam, a rotina corrida e sem horário fixo das duas não ajudava – Parabéns, a festa está incrível!

— Obrigada, Jo. Achei que nunca conseguiria – Elena sorriu orgulhosa reparando na decoração.

Tudo havia sido preparado por ela. Desde a comida, a montagem da mesa e os balões. Dante e Eleanor haviam ajudado, agora que estavam mais grandinhos faziam sua parte, mas o que eles mais queriam era comer os doces antes da hora. Ah, foi difícil controlar os dois pestinhas cúmplices!

— Imagino – Jo a puxou para se sentarem em uma das mesas – Eu nunca tive tempo pra preparar tudo isso, então sempre contráteis tudo. Alias, obrigada por suas mãos magicas nos aniversários do Adam.

Elena gargalhou, negando com a cabeça. Adam era o filho de Jo, ele possuía oito anos, um ano mais novo que os gêmeos de Elena, mas isso não os impedia de serem bons amigos. Na verdade, Adam estava ali desde cedo junto com o pai que havia ido para ajudar Elena na montagem.

— Como Alaric se saiu na missão? – Jo sorriu, olhando apaixonada para o homem que corria preocupado atrás de três crianças.

— Muito bem!

Como sempre, Elena se pegou observando os filhos de nove anos recém completados brincando com sorrisos enormes. O cachorro Archie corria atrás deles, tão animado quanto. Mas depois de alguns instantes, ele parou, se deitando na grama macia, a lingua para fora, estava cansado. A idade já não o deixava aproveitar muito, mas como o fiel escudeiro que era, estava sempre atrás das criançada, as protegendo e cuidando. Dante parou, voltando-se ao cachorro. Ele deitou na grama, com a cabeça sobre os pelos macios do cachorro. Era incrível a sintonia deles, Dante era o mais apegado, amava animais tanto quanto a mãe e Archie era seu melhor amigo desde a barriga.

Elena sentia orgulho de si mesma. O caminho até ali não havia sido fácil. Ser mãe solteira foi definitivamente a coisa mais difícil que fez na vida, continuava sendo, mas nada a dava tanto prazer quanto ver o sorriso de Dante e Eleanor e saber que esses sorrisos eram devido ao seu infinito esforço.

— Ah, estou morto! – Alaric se jogou na cadeira ao lado da esposa, se abanando com o guardanapo.

— Mas você mal começou – Elena riu, aceitando o suco que o garçom lhe ofereceu. Alaric ficou com a cerveja e Jo recusou qualquer bebida – Ainda bem que você contratou ao menos garçons.

— Estou cansada, nunca conseguiria servir também – Ela sorriu.

— Como vai a doceria, Elena? – Perguntou Jo, roubando um gole da cerveja do marido que a olhou torto.

— Uma loucura. Estou ensinando April o que eu sei, quero que ela cuide da loja quando eu ir embora, sabe? Ela é esforçada, mas ensinar é tão difícil, e ainda tem as crianças. Eles estão de férias então tenho que me transformar em duas.

— Em três, você quer dizer – Disse Alaric – Você naturalmente já é duas por conseguir fazer tudo isso.

Elena deu de ombros, sorrindo. Estava tão feliz, tudo estava dando certo, apesar do começo difícil naquele país que logo se tornou seu lar.

A tarde se passou voando. Tirou fotos com as crianças e foi a anfitriã que seus pais sempre desejaram, cantaram os parabéns e cortaram o bolo em meio a uma alegria constante. O primeiro pedaço de ambos, óbvio, foram para a mãe. Dante e Eleanor logo iniciaram uma discussão sobre qual a mãe aceitaria, e Elena não teve escolha a não ser comer os dois, sobre os olhares atentos dos dois irmãos.

O suspiro cansado e aliviado foi inevitável quando Elena se jogou no sofá no fim do dia. As crianças brincavam juntos no tapete com Archie. O cachorro tinha a cabeça apoiada na perna de Dante, que vez ou outra acariciava sua cabeça, pausando a brincadeira.

— Já está muito tarde, ne? Que tal um banho bem gostoso? – Elena perguntou, mas ela mesma estava cansada demais para se levantar.

— Não está tarde, mãe – Dante respondeu, apontando para o relógio que marcava oito da noite – Não quero tomar banho agora.

— Mas você está sujo – A mãe retrucou.

— Mãe... – Eleanor se aproximou com uma voz manhosa, largando a boneca no chão e se sentando no sofá ao lado da mãe. Elena bem sabia que vinha alguma coisa aí.

— O que você quer, senhorita? – Elena ergueu uma sobrancelha, a olhando desconfiada.

— Amanhã a gente pode ir no parque?

— Filha... vocês já não se divertiram hoje? Vamos descansar amanhã.

— Mas você nunca tem folga e amanhã você não vai trabalhar. Vamos, mãe!

— Eu também quero. Vamos! Vamos! – Dante logo estava do lado da irmã a incentivando.

— Então vamos fazer assim, eu vou ligar para tia Jo, ela comentou comigo que queria levar o Adam. Aí vocês vão com ela, tá bom? A mãe tem que arrumar a casa amanhã.

Dante e Eleanor fizeram um bico, idênticos. Apesar das características opostas, ambos tinham muito um do outro.

— OK – Disseram juntos.

xXx

Depois de muita insistência, as crianças finalmente aceitaram tomar banho, e após coloca-los na cama, Elena pode finalmente ir descansar. Após o banho, se jogou na cama, a qual estava desejando desde cedo. Amava os filhos e amava fazê-los felizes, mas estava morta de cansaço, nunca que iria conseguir sair no dia seguinte. Já havia combinado com Jo sobre o passeio no parque e ela concordou na hora, disse que Adam ia amar.

Quando estava quase caindo no sono, sentiu uma movimentação na cama e ergueu a cabeça, vendo Archie se aconchegar no outro lado. Elena sorriu, e acariciou sua cabeça, se virando para ele.

— Obrigada por hoje, e por sempre. Você é o melhor amigo do mundo, Achie, meu e das crianças – Archie grunhiu como se concordasse e lambeu a mão de Elena, fechando os olhos em seguida. Elena o acompanhou e logo os dois estavam dormindo sossegados.

xXx

Elena só conseguia se perguntar da onde aquelas miniaturas de gente encontravam energias. Eram apenas nove da manhã e os dois já estavam de pé, brigando pelo banheiro. Elena esperneou na cama, não estava pronta para ser a adulta logo de manhã, mas não teve escolha quando ouviu o choro de Eleanor.

Se levantou e ainda sonolenta, seguiu para o quarto dos dois.

— Mãe! Eu levantei primeiro e a Eleanor não quer deixar eu tomar banho – Disse Dante, emburrado. Ele estava com a toalha enrolada na cintura, já sem roupa alguma, enquanto Eleanor anda vestia o pijama.

— Eleanor, seu irmão já está pronto pro banho, por que vocês estão brigando? Pode ir, Dante. Vai tomar banho no meu, Eleanor.

Era algo tão simples, por que eles não resolviam sozinhos? Claro que esse pensamento era fruto da mente cansada de Elena, ela tinha consciência que ambos eram crianças e ainda irmãos gêmeos de sexo diferentes. Se lembrava bem como Katherine e ela sempre brigavam.

Após a briga ser resolvida, Elena foi para a cozinha preparar um café da manhã reforçado para eles. Haviam combinado de que Jo que iria levar comida para fazerem um piquenique no parque, ela bem sabia como a amiga estava cansada.

Minutos depois, Dante apareceu arrumado e cheirando a homem, como Elena sempre dizia e o fazia se sentir todo, todo.

— Bom dia, meu amor – Disse Elena, roubando um beijo na bochecha de Dante. Depois de ter lavado o rosto, ela estava com um humor muito melhor.

— Mãe! – Dante virou o rosto, desgostoso, mas depois da insistência de Elena, ele logo sorriu mostrando as covinhas – O que você fez hoje?

— Panquecas! – Elena colocou o prato na frente dele, com o copo de suco e dois tipos de calda para ele escolher. Os olhos azuis de Dante brilharam, ele amava panquecas, ainda mais as que a mãe fazia.

— Mãe! Eu te amo – Ele riu, começando a comer.

Eleanor apareceu logo depois, vestia um shortinho rosa e blusinha branca com tênis, em suas mãos possuía um pente e uma xuxinha.

— Mãe, faz uma trança em mim.

Eleanor possuía os cabelos castanhos claros e bem longos, como o da mãe já fora. Mas agora Elena havia adotado o corte curto e mais despojado, era mais fácil e como chefe de cozinha, mas higiênico.

Quase uma hora depois, Jo tocou a campainha e após se cumprimentarem, eles foram embora para o parque, levando Archie, após muita insistência de Dante. Elena só esperava ter coragem e força para arrumar a casa.

xXx

­– Eu quero a equipe pronta para começarmos a gravação às nove da manhã. A modelo já está aí? – O terno escuro, o cabelo bem penteado, o olhar frio... tudo completava sua competência no serviço de presidente da empresa herdada pelos pais.

— Sim, senhor, a van já está a caminho do parque. Como você me pediu, procurei o melhor lugar e como o tema é vida saudável, escolhi o cachorrodromo. Hoje é segunda-feira, por isso o parque está mais vazio.

— Ok, você pode ir na frente, eu irei logo depois.

— Sim, senhor Salvatore.

Damon Salvatore. Presidente da Salvatore Corporation há dez anos. Um homem frio, sério, preciso no trabalho e imparcial sobre a vida pessoal. Em seu histórico? Nunca houve uma reclamação. Aqueles que queriam sua demissão, nunca encontraram motivos para um impeachment.

A sala da presidência era como qualquer outra: espaçosa, bem decorada e calma. Damon odiava a calmaria daquele lugar. Nada lhe dava mais prazer que uma multidão de gente falando alto e mostrando suas verdadeiras facetas. Naquele lugar, não havia nada disso. Cada pessoa que entrava, sempre usava roupas formais e falava culto. Damon não conseguia sorrir com isso, nem ao comandar um comercial, como estava indo fazer.

Se sentou na cadeira atrás da mesa e abriu uma das gavetas, trancada com uma chave. Dentro dela, havia apenas uma foto de uma bela mulher, jovial, com um sorriso sincero. Damon sorriu. Aquela foto era a única coisa que o fazia sorrir nos últimos anos. Ele estava cumprindo a promessa feita a dez anos, estava seguindo a vida, talvez não a vivendo como deveria, mas procurava seu lugar no mundo, como prometido.

Quando o telefone tocou e viu o nome da secretária no visor, soube que estava se atrasando. Guardou a foto e se levantou, observando o dia ensolarado pela parede de vidro. Era um dia perfeito para crianças brincarem, pensou.

Largou o paletó sobre o sofá da sala e tirou a gravata – estava calor demais para ser o formal presidente. Conferiu se a carteira e o celular estavam no bolso e após de certificar de que sim, seguiu para o parque.

Como Keyth, a secretaria, havia dito, o parque estava particularmente vazio, a não ser por algumas pessoas com cachorros e crianças.

O comercial era sobre uma marca de comida fitness, que já estava sendo gravado quando Damon chegou. Ele deu algumas instruções e observava minuciosamente, dando ordens quando algo saia errado. Com o tempo, ele adquiriu experiência suficiente para estar ali quase como um diretor de cena.

Foi interrompido quando sentiu algo em sua perna. Ele se virou, vendo um cachorro cheirando sua calça. Franziu o cenho, não era todos cachorros que se aproximava de si. Ele sorriu, se abaixando. Costumava não gostar de animais, mas aquele cachorro lhe lembrou um antigo amigo, do passado.

— Olá, como você está, ein? – Damon acariciou o topo da cabeça do cachorro, recebendo um latido como resposta, estava gostando do carinho.

— Archie! – Ouviu uma voz infantil e olhou na direção da onde esta vinha.

Era um garoto. Possuía os cabelos tão escuros como a noite de Nova Iorque, sem estrelas, e os olhos azuis mais claros que já havia visto. Sua feição e o modo como a boca se movia, lhe lembrou alguém, Damon só não pode dizer quem.

— Ei, garoto, eu fiquei preocupado – O garoto disse, acariciando a cabeça do cachorro, recebendo uma lambida em seguida – Você estava cuidando do meu cachorro?

Depois do que pareceu minutos encarando o menino, Damon se livrou do transe, assentindo. O menino sorriu agradecido.

— Obrigado, tio. Você pode ir comer na doceria da minha mãe de graça, na próxima vez, eu vou dar o recado para ela – Disse ele. Damon sorriu, encantado com uma criança como nunca antes havia ficado.

— Mas você nem sabe meu nome – Damon retrucou.

— E qual é o seu nome?

Mas antes que Damon pudesse responder, o nome do menino foi chamado por uma moça desesperada. Vendo-a de perto, Damon pensou em como os dois se pareciam, ambos tinham os cabelos escuros e olhos claros.

— Dante, você quase me matou de susto!

— Desculpa! – Ele sorriu.

— Me desculpe por isso, senhor – A mulher disse, o rosto corado pela corrida.

— Não foi nada. Tenham uma boa tarde.

— Para você também, tio – Dante acenou, segurando a mão da mulher e chamando o cachorro.

O cachorro ainda olhou para trás algumas vezes, como se conhecesse o homem que a pouco havia sido gentil.

Damon se levantou, ainda um pouco chocado com os sentimentos dos últimos cinco minutos, e quando se voltou para a gravação, tudo havia parado e todos olhavam para ele. Damon olhou interrogativo para Keyth.

— Quando o cachorro latiu tivemos que parar a gravação, atrapalhou nosso áudio porque ele estava muito próximo do microfone – Ela explicou, e quando ninguém mais os olhava, se aproximou de Damon e sussurrou: – E também, a cena de você, uma criança e um cachorro era muito fofa para qualquer um de nós ignorarmos.

Damon torceu o nariz, contrariado, mas não pode negar. Aquele garoto o havia deixado encantado.


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Notas finais do capítulo

Que jeito de começar o ano, né? Com um baque desse.
Espero que todo mundo tenha entendido o conceito do capítulo e tenha tido um gostinho do que vem para frente, porque to cheiaaaaaaa de ideias.
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Agora sério, sentem que lá vem textão.
Esse ano foi muito dificil para mim, minha vida pessoal virou um caos e afetou completamente minha escrita, tanto que fiquei sem escrever durante um ano.
Mas vocês não me abandonaram e acreditaram em mim.
Cada recomendação, cada MP ou até mesmo comentário, sempre foi um incentivo para mim e motivo para não desistir. Eu amo escrever e receber esse feddback só me ajuda ainda mais.
Muuuuuuuuuuito obrigada, você fizeram meu ano melhor.
E para 2018, eu desejo tudo de bom para vocês e para mim, que nosso ano seja incrivel e que Nostro Impero chegue ao fim com um fim incrivel como eu planejo hahahaha
Valeu, pessoal!
Amo vocês do fundo do meu coração!