Nostro Impero escrita por Yas


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Adivinha quem está despedaçada com esse capítulo? Eu mesma. Mas ao mesmo tempo muito orgulhosa, tanto de mim quanto da Elena. Acho que de todos, ela é a personagem que mais me surpreendeu.
Enfim, me perdoem pela demora, algumas pessoas vieram me cobrar nas MPs e eu respondi. Semana retrasada foi super corrida por causa da escola, era a ultima semana de aula e era meu último ano, então foi uma correria atrás de trabalho e nota. Aí essa semana eu ainda estava me ajustando a nova rotina de trabalho de quase dona de casa hahahah
Eu sei que não é desculpa, mas esses foram meus motivos pela demora. Vou tentar postar com mais frequencia.
Vou deixar para conversar mais lá embaixo.
Boa leitura!



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Eu fui longe demais
quando eu estava implorando de joelhos/
Implorando por seus braços
pra você abraçá- los ao meu redor
Eu fui longe demais e
beijei o chão sob seus pés
Aguardo por seu amor
Aguardando para os nossos
olhos se encontrarem

Aurora - I Went Too far 

Capítulo 29

 

— Desculpe por ter dito que a gente namora – Foi a primeira coisa que Marcel disse quando entramos no elevador, um em cada extremidade, até ali estávamos quietos, imersos em nossos próprios pensamentos.

Neguei com a cabeça, chutando algo invisível.

— Não, você só estava me protegendo, não precisa se preocupar – Eu disse, o olhando pela primeira vez depois do que pareceu uma eternidade encarando o chão do elevador. Marcel possuía um olhar sério e uma expressão dolorida.

— Elena, eu não posso mais te ver sofrer por ele.

— Eu não consigo parar, Marcel, sinto muito te decepcionar.

— Você não me decepciona, ele me decepcionou. Você é uma mulher incrível e ele não dá a mínima.

Aquilo era uma verdade, mas Marcel não soube o quanto ouvir aquilo me magoou. Em algum momento, eu teria que aceitar e desistir, mas não parecia correto desistir de Damon sem tentar mais do que eu já havia feito. Nunca fomos claros um com o outro, nunca havíamos começado algo, mas nunca terminamos o que quer que tínhamos antes de ele ir para aquela maldita viagem.

Eu não respondi nada, voltei a encarar o chão, apertando com força a barra da parede em minhas mãos, até que o elevador abrisse. Caminhamos em silencio até o carro e assim fizemos o caminho.

O clima era desconfortável, mas parecia que nada que disséssemos mudaria isso.

Meu coração estava em pedaços, e eu acreditava que assim sempre estaria, independentemente do tempo que se passasse. Não queria que Marcel ficasse preso à mim, uma pessoa completamente apaixonada por outro cara, mas meu outro lado, a Elena egoísta que teimava em ainda existia, não queria que ele se fosse e me deixasse à mercê do universo, sem a proteção de um amigo fiel.

Quando o carro parou em frente a minha casa, eu não sabia o que dizer, nem como reagir. Mais uma vez, Marcel tomou a dianteira e se inclinou, dando um beijo demorado na minha testa e me lançando um olhar preocupado e sincero.

— Se cuida.

Saí do carro e o vi sumir pela rua. Suspirei.

Entrei em casa e antes que eu pudesse correr para o meu quarto, ouvi a voz da minha mãe me chamando da sala. Sem opção, mudei meu percurso e me sentei no sofá.

— Eu sei que você recusou o restaurante e não vou insistir mais nisso... – Apesar disso, eu conhecia a Senhora Gilbert e como ela podia ser persuasiva, afinal eu havia herdado isso dela.

— Mãe... – Resmunguei, bagunçando meus cabelos.

— Você tem muito a aprender, Elena, e minha teoria é que você se prende por causa de nós, seus pais. Eu sei que você sempre odiou viver nas nossas sombras, dos seus irmãos também, por isso você tem que começar a escrever sua própria história, minha filha, mas eu temo que aqui você nunca conseguirá alcançar o seu verdadeiro potencial.

— A onde quer chegar, mãe? – A olhei desconfiada.

— Uma das maiores universidades de culinária da Itália abriu novas vagas, o que eles não faziam a muito tempo, geralmente eles convidam os alunos. Seu pai e eu conversamos e achamos que seria uma ótima oportunidade para você expandir seus horizontes e conseguir mais experiência.

— Mãe... – Agora eu estava chocada.

Largar tudo aqui? Como? Minha vida estava nessa cidade, nesse país. Cada alegria, decepção, meus amigos, minha família, cada capítulo que me fez chegar até aqui. Como deixar tudo para trás por um objetivo incerto?

— Eu sei que é repentino, e não exigirei uma resposta agora, você tem tempo para pensar nisso. Eu te amo, filha, e desejo apenas o seu melhor – Minha mãe sorriu, beijou minha testa carinhosamente e sumiu para a cozinha.

Subi para o meu quarto e me joguei na cama. Meus sentimentos e pensamentos estavam uma bagunça, entre Damon e tudo que ele causava em mim.

Por mais que eu odiasse admitir, eu estava aqui agora, na casa dos meus, aprendendo culinária, por causa dele. Damon foi o motivo. Mas também era culpa dele essa minha bagunça emocional, eu não conseguiria largar tudo aqui sem antes me resolver com ele, o que quer que resolver significasse.

Para seguir em frente, eu tinha que deixar esse sentimento fincado em meu coraçãoir embora. Eu tinha que fazer algo, por mim e para mim.

Movida por toda a insegurança, dor e confusão, eu não pensei muito sobre o que eu faria, joguei a razão para o alto e segui minhas emoções completamente bagunçadas naquele momento.

Eu tinha que ir atrás de Damon! – Era a única coisa que passava pela minha cabeça.

Eu não era mais a perseguidora de Damon, por isso liguei para Stefan para saber onde Damon estava. Ele me deu o endereço de um hotel próximo a saída da cidade, disse que ele estava organizando um evento lá em nome da empresa da família.

Anotei e liguei o GPS em um dos carros dos meus pais. Não avisei a ninguém, minha mente estava em branco, eu não pensava direito. Parecia que todos pensamentos que eu ignorei sobre Damon nos últimos meses, voltaram com força, tirando minha capacidade de pensar em qualquer outra coisa.

Pouco mais de quarenta minutos depois, eu estacionei em frente ao hotel. Entreguei minha chave ao manobrista – que me reconheceu, afinal aquele hotel também era bem frequentado pelos meus pais para eventos – e entrei correndo, desesperada, arfante.

O estabelecimento estava fechado para o tal evento, haviam apenas os funcionários e equipe de organização, e claro, Damon. Ele estava mais ao fundo, parecia extremamente entediado enquanto verificado algo no tablet. Não usava mais roupas simples como camiseta e calça, ao invés disso, seu look era composto por um terno azul marinho que apesar de deixá-lo ainda mais bonito, não combinava tanto assim com ele.

Olhá-lo assim, me remeteu a alguns meses atrás, quando eu não tinha nenhuma preocupação e tudo que eu queria fazer era conquista-lo. Meu coração se apertou em saudade, e amor. Os dois eu sentia do homem que nunca seria meu.

Depois do que pareceu uma eternidade – eu quase me sentia a própria decoração parada na entrada –, Damon finalmente me notou, seus olhos azuis se arregalaram quando me viu. Apressado, ele entregou o tablet a um funcionário e correu até mim.

— Elena! – Ele estava surpreso, mas não mais que eu por estar ali – O que faz aqui?

— Nós... podemos conversar em um lugar reservado? Eu sei que é repentino, provavelmente sua noiva não vai gostar de eu estar aqui, mas...

— Vamos – Ele segurou minha mão e ignorando o chamado de um funcionário, entrou no elevador comigo – O escritório está sendo usado, então vamos para um quarto.

Nós dois em um quarto de hotel? Tudo bem, Elena, só vamos conversar, está tudo bem. Nada demais irá acontecer, afinal este homem está noivo e sabemos que ele nunca a trairia, por mais que ela seja o diabo encarnado.

O elevador se abriu no quarto da cobertura, diferente de todos e requintado até demais. Não precisávamos daquilo para uma conversa, podíamos ter ido para um café, ou para o restaurante do hotel, certo? Mas...

— Sobre o que queria conversar? – Ele perguntou, se afastando da porta.

— Eu...

Mas nenhum pensamento coerente se formava na minha mente, tudo que passava na minha cabeça era que eu estava sozinha com Damon em um quarto, e antes que eu percebesse, eu já havia pulado sobre ele, o beijando desesperadamente. Damon não hesitou em retribuir o beijo, me puxando apela cintura. Rodeei minhas pernas em seu quadril, sentindo suas mãos apertarem minha bunda enquanto meus dedos brincavam com seus cabelos grandes.

Éramos movidos pela magia do momento, nenhum pensou na realidade que nos esperava e no que éramos fora daquele quarto.

As mãos de Damon passeavam pelo meu corpo quando ele me jogou na cama e subiu em cima de mim. Nossas roupas logo estavam no chão. Nosso suor se misturando e nossos gemidos de prazer sendo a mais bela canção.

Damon era carinhoso, intenso, mostrava seus sentimentos em cada toque suave pela minha pele nua: Damon me amava, eu o amava, por que era tão difícil?

Tudo teria sido mais fácil para nós dois se tivéssemos pensado nisso naquele momento, mas enquanto nossos corpos se tornavam um, não pensávamos em nada além de dar prazer ao outro.

Ah, eu fui a lua e voltei naquela noite. O clima se manteve fresco e o vento que vinha da janela acariciava nossa pele.

No fim, estávamos os dois caídos na cama, a respiração afoita e sem palavras. Eu não sabia o que dizer, o que pensar depois daquilo.   

Damon e eu transamos... não, Damon e eu fizemos amor. Naquela noite eu percebi a diferença entre as duas expressões.

Ele me olhou, acariciando meus cabelos, descendo seus dedos por meu rosto. Seu toque era suave, como um pincel sobre uma tela.

— Não devíamos ter feito isso – Sussurrei.

— Você se arrepende? – Ele perguntou.

— Lençóis desarrumados não são alianças de compromisso – Murmurei – Não podemos continuar, Damon, é a nossa sina seguir caminhos diferentes.

— Eu queria que tudo fosse diferente, eu queria ser mais forte, como você, Elena – Seu olhar carregava tanta dor que doeu meu coração. Eu me aproximei, ficando sobre seu peito, estávamos nus ainda, extasiados pela nossa primeira vez juntos.

— Quem sabe o que o futuro nos reserva – Eu sorri, beijando seus lábios – Precisávamos disso, Damon, não para lutarmos um pelo outro, mas para nos deixarmos ir. Eu preciso ir! Preciso tirar você dos meus pensamentos e do meu coração. Preciso escrever minha própria história, sozinha dessa vez, e você, Damon Salvatore, precisa se encontrar onde quer que seja o seu lugar. Precisa aprender a parar de se colocar em segundo plano e dar valor a si mesmo, precisa aprender a se amar, Damon, ver as qualidades incríveis que você possuí. As qualidades que eu amo.

Antes que eu pudesse controlar, as lágrimas caíram de meus olhos, meu coração quebrado em mil pedacinhos. Damon se levantou, me apertando em seus braços, cheirando meus cabelos. Ele beijou meu ombro delicadamente e voltou a me encarar, segurando meu rosto em suas mãos calejadas.

— Eu te amo, Elena Gilbert.

Aquilo era o que eu sempre quis ouvir, mas eu sabia porque doía tanto aquelas palavras finalmente passando por meus ouvidos: mesmo nos amando, naquele momento não podíamos ficar juntos.

— Eu te amo, Damon Salvatore.

Nos beijamos novamente, dessa vez um beijo calmo, sem malicia, mas cheio de significados. Era a nossa despedida.

Guardei a imagem dele em minha mente ao se declarar e não o olhei mais, me vesti de costas para ele, e sem olhar para trás, saí do quarto.

Aquela foi a ultima vez que eu o vi, e apesar de tudo, naquele momento eu soube: estava pronta para seguir a minha vida, me descobrir em outro país e sair das sombras de quem quer que fosse.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que vocês querem me matar, mas não se desesperem, esse casal vai alcançar a felicidade, apenas não agora, temos que ser pacientes, afinal os dois tem que encontrar a felicidade individual para depois poderem ser felizes juntos. Ficou confuso? Me perdoem, acabei de escrever e ainda estou chorosa, sim, eu chorei escrevendo, sou fraca mesmo.
Espero do fundo do meu coração que vocês tenham paciencia comigo e não desistam da fic, ela vai entrar em uma fase que não tenho certeza se todos vão gostar.
Sobre essa nova fase: ponderei muito antes de decidir realmente colocá-la na história, mas no fim foi a melhor pedida, já que eu não podia fazer Damon e Elena ficarem juntos agora, sim, é uma fanfic, mas os personagens ainda são humanos.
Ahh, dia 11 de janeiro é aniversário de um ano da fic, estava pensando em fazer um especial, o que vocês gostariam de ver? Pode ser qualquer coisa, sobre qualquer casal, vou levar em consideração. Me contem nos comentários.
Beijoooos