Uma Qualquer História Especial escrita por UQPE


Capítulo 22
Capítulo 22 - O Esclarecimento




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Lia não tinha a certeza se estava de boca aberta ou não, mas uma tumescência acusadora no seu queixo fê-la perceber que sim. Tom, que tinha feito esta sua entrada triunfante, assumiu uma posição um pouco embaraçada e entrou pela porta outra vez. Lia fechou a boca e começou a raciocinar. Ele queria falar-lhe de Bill e Lúcia e ela tinha-o assustado com a sua baba! Para além de não estar a resolver os problemas da amiga, estava a ser uma má fã! Mas na verdade Tom voltou a sair, com um pacote de lenços na mão. Tirou um e estendeu-o a Lia:
- Here. – e até sorriu.
Lia limpou o queixo e dobrou o Kleenex como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. “Concentra-te rapariga! Tens de ajudar a Lúcia, mantém a cabeça fria!”
- Thanks. Ahm… Tom… Can I call you Tom?
- Yeah, well, that’s my name.
- Oh of course it is, I meant… ahm, nothing. So, Bill and Lúcia.
- Yeah. Do you know her?
- She’s my best friend. And I know I have to get her and Bill together again.
- I know what you mean. Bill’s like a zombie ever since all of that happened… besides… he won’t even talk to me…
Lia sentiu realmente pena de Tom. Oh, se o pudesse embalar como um bebé!
- Yeah... me and Lúcia weren’t speaking for a while too…I’m a huge fan of yours… and she lied to me about seeing Bill…
Lia tinha o olhar de quem está muito longe…
- But let’s get serious. We need to get them together. – continuou.
- Right. And we have to set everything straight. Bill doesn’t even know the German girl!
- What?
E compararam e discutiram toda a situação. Como a história da namorada de Bill ser uma farsa, como Lúcia se sentira tão magoada ao ponto de se querer vingar de Bill, como de Bill se sentir traído pela namorada e pelo gémeo... A certa altura repararam que estavam de pé à demasiado tempo, e Tom convidou-a a irem tomar um café (não faltou o brincar com o piercing). Lia não coube em si de contente e aceitou de imediato. Tom voltou à sala para ir buscar uns óculos de sol e um boné de escuteiro (aparentemente a ideia de Lúcia era muito boa) e foram até à Brasileira.
Lia estava ainda a tentar registar que estava a tomar café com Tom Kaulitz, mas tinham de resolver isto. Discutiram a chegaram a um consenso. Tom ia falar com Bill... Despediram-se como amigos, com um beijo na cara. Trocaram números de telefone. Tom sorriu com o seu sorriso patenteado e Lia foi apanhar o metro. Ainda não conseguia acreditar no que tinha acontecido... Mas tinha de pôr tudo isto de parte.

De volta ao hotel onde tinham ficado antes, Tom comia uma barra de chocolate, no quarto de Gustav, tentando arranjar coragem para ir falar com Bill. Acabada a barra, pôs-se a caminho do quarto do irmão. Tentou livrar-se da pressão que sentia. Por pior que isto corresse, ele sabia e sabia que Bill sabia que o que os ligava era muito mais do que a pior zanga do mundo. Mesmo se agora não parecesse.
Bateu à porta e desviou-se para o irmão não o ver pelo óculo da porta. Quando Bill abriu, Tom mostrou-se e Bill começou a fechar a porta mas Tom não o deixou, segurando a porta com o pé.
- Wir müssen reden. (Temos de falar.)
- Sie wissen, dass ich nichts habe, zu Ihnen zu sagen. (Sabes que não tenho nada para te dizer.)
- Es handelt von Luutsia. Sie müssen dies bitte hören. (É sobre a Luutsia. Tens de ouvir isto, por favor.)
Bill fraquejou. Abriu a porta, não encarando Tom, e foi-se sentar na cama. Olhou para o irmão, como quem desafia.
- Sprechen Sie. (Fala.)
Tom sentou-se num pouffe à frente de Bill e disse:
- Das erste Ding ist, habe ich sie nicht geküsst. (Em primeiro lugar, eu não a beijei.)
Bill olhou para o irmão com um olhar de desdém.
- Es ist wahr. Ich war nur dort und sie hat sich selbst an mir geworfen. Sie hat nur Sie gewollt, es zu sehen... (É verdade. Eu só estava lá, e ela atirou-se a mim. Ela só queria que tu visses.)
Bill apoiou a cabeça nas mãos, a olhar para baixo. Tom decidiu continuar.
- Heute nach der Sitzung, habe ich mit einem Freund von ihrem gesprochen. Sie der beste Freund. Sie sagt Luutsia ebenso miserabel als Sie. Sie wissen, die Zeitschrift. Sie hat gedacht, dass Sie auf ihr betrogen haben. ..Now sie fühlt furchtbar, weil sie Sie ebenso verletzt hat. (Hoje, depois da sessão, falei com uma amiga dela. A melhor amiga dela. Ela diz que a Luutsia anda tão miserável quanto tu. Sabes, a revista. Ela pensou que a tinhas traído... Agora, sente-se pessimamente por te ter magoado.)
Bill olhou para a parede, depois outra vez para baixo. Tom continuou:
- Hören Sie, ich nie habe gesehen zu, dass Sie dies vor mögen. Es ist offensichtlich, dass Sie zwei etwas besonder haben. Sie sollten das wegen eines Missverständnisses nicht wegkommen lassen. (Ouve, nunca te tinha visto assim. É óbvio que vocês os dois têm qualquer coisa de especial. Não deviam desperdiçar isso só por causa dum mal-entendido.)
- Es ist nicht nur ein Missverständnis.(Não foi só um mal-entendido.)
Era a primeira vez desde há muito tempo que Bill lhe falava.
- Sie mag offensichtlich nicht mich genug, oder sie wäre gekommen, zu den mich zuerst und gefragt hat. Anstatt, sie wollte nur zurück an mir werden. (Ela obviamente não gosta de mim o suficiente, ou tinha vindo ter comigo perguntar primeiro. Em vez disso, só se quis vingar de mim.)
- Jeder macht Fehler, Bill. Ist nicht was Sie zwei haben wichtiger als das? (Toda a gente comete erros, Bill. O que vocês têm não é mais importante que isso?) - Captou o olhar de Bill e disse mais baixo - Ist nicht was wir haben wichtiger als das? (O que nós temos não é mais importante que isso?)
Bill não disse nada, olhou outra vez para baixo. Tom também não disse nada. Não era preciso. Bill levantou a cabeça e disse:
- Ja... it ist. Tom. (É... Tom.) – sorriu, pela primeira vez desde... há muito tempo - In beiden Fällen. Ich habe daran gedacht. Ich war ein Esel zu Ihnen. Mit Luutsia ist es mehr erschwert. ..even, wenn wir Dinge sortieren könnten, zweifle ich, dass sie je mich wieder wird sehen wollen. Es hat verloren... (Pensei nisto. Fui um estúpido contigo. Com a Luutsia é mais complicado... Mesmo se pudéssemos resolver as coisas, duvido que ela ainda me queira ver... Está tudo perdido...)
Baixou a cabeça e confessou ao irmão:
- Ich sah sie heute. (Eu vi-a, hoje.)
Tom olhou estupefacto. Bill contou-lhe que a viu chorar depois de dizer que ela era ninguém.
Bill Não aguentou. Chorou tudo o que nos últimos dias não chorou. Não sabia se de alegria, por ter feito as pazes com o irmão, se de tristeza, por ter dito aquilo em frente de Lúcia.
- Es hat verloren. (Está tudo perdido.)
- Was ist, wenn ich Sie erzählt habe, dass es nicht genau ist, wie das? (E se eu te dissesse que não é bem assim?) – disse Tom, a sorrir.
Bill olhava estupefacto.
- Ich würde sagen, dass Sie hoch waren. (Dizia que deves estar mocado.)
- Nicht heute kleiner Bruder. (Hoje não, maninho.)
No bolso acariciou o telemóvel.

To be continued...


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