Nunca Fui Beijada 2 escrita por Larissa Carvalho, MorangoeChocolate


Capítulo 26
Let Me In


Notas iniciais do capítulo

E lá vem BOMBA por ai.
Dois caítulossss
Reta finalll
Emoções a vistaaaa
Beijos e Boa leitura



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POV DIMITRI

— Você não tinha o direito, mãe. – gritei. Estávamos no escritório, apenas há uma hora do jantar que Vikka tinha inventado.

— Dimitri, não era um segredo meu. – disse minha mãe. Com seu macacão preto luxuoso e seu salto alto, ela parecia estar ainda mais jovem.

Eu sabia que a culpa não era dela, afinal foi Rose quem pediu para guardar o segredo e não contar sobre Jade. Mas eu tinha que mostrar a minha indignação por não saber da minha filha por cinco anos.

E era como se eu nunca tivesse ficado longe de Jade. Ela lembrava Vikka em sua infância e lembrava a Rose inocente que eu conheci e magoei.

— Eu sei que é duro, eu ser sua mãe e ter escondido isso de você, mas eu sabia o quanto ela tinha sofrido também.

— Eu fui que nem um louco até o aeroporto. – falei. – Eu queria entrar naquele avião.

— Mas entrou? – perguntou minha mãe, fitando-me com a sobrancelha arqueada.

— Não. – respondi, sentindo aquele silêncio pesado.

— Querido... – começou, aproximando-se de mim. Olena pôs as mãos no meu rosto de forma delicada e sorriu, como ela fazia com Vikka quando não queria dar bronca sobre algo estar errado.

Ela apenas manteve-se doce e sorriu como se ainda tivesse motivos para isso. Dona Olena era uma mulher especial, mas já tinha sofrido o bastante. Ela e meu pai amavam-se e eu admirava isso. Eu queria ter isso.

Quando eu fui atrás de Rose, eu queria isso. Eu não sabia que ela estava grávida, mas queria ter entrado naquele avião. Eu não ia fazer uma declaração, pois o melhor amor é aquele que se vê todos os dias, em atos pequenos o quanto é forte.

— Não me dê palavras de conforto, mãe. – disse ele. – Eu a perdi.

— Não ainda. – disse minha mãe. – Enquanto ela não disser sim na frente de um padre, você não a perdeu.

Então, eu respirei fundo.

Eu já sabia o que ela estava me mandando fazer.

                                                     ***

A casa já tinha alguns amigos de Vikka e Mase. Minha mãe estava radiante com a gravidez da minha irmã e eu estava feliz por eles e principalmente por Mason que sempre quis um filho. Cris também tinha chegado, junto à Lissa e Janine.

Mas Jade ainda não estava aqui, nem Rose e muito menos Jason. Algo no meu coração se apertou e eu achei que eles pudessem não vir ou já ter ido embora. Eu não podia desistir dela assim. Não de novo.

Subi as escadas e respirei fundo. Estava precisando saber o que eu tinha que fazer agora. Eu ia perder o hotel e ia enfrentar Sheron e seu ego. Estava pronto para abrir a porta, mas já estava aberta.

Aproximei-me devagar, lembrando que depois que coloquei meu terno preto, eu tinha trancado aquela porta. Aproximei-me do portal e a luz estava acesa, clareando o papel de parede azul com dourado, que tinha sido trocado pela minha mãe recentemente.

Olhei para as costas de Sheron. Ela estava com as cartas de Rose na mão. Seu vestido azul claro longo com uma fenda na perna esquerda, até que valorizava seu corpo magro. Seus cabelos presos em um coque e seus olhos examinando as cartas.

Eu tinha colocado tudo em cima da minha escrivaninha e não contava com ninguém entrando no meu quarto para ler. Ela segurava e carta e ria baixinho com as palavras ali, observei-a por mais algum tempo e pigarreei.

Ela me olhou e seu tom de pele, mudou para vermelho. Ela engoliu a seco e colocou a carta em cima da escrivaninha novamente, afastando-se dela. Eu cruzei os braços.

— O que está fazendo aqui? – perguntei. Ela mordeu a boca.

— Vim procurar você. – murmurou.

— Estava no escritório. – falei, observando-a. – O que está realmente fazendo aqui?

Ela sorriu, aproximando-se de mim.

— Não importa. – disse ela. Sheron passou a mão no meu peito, fazendo-me descruzar os braços. – Faço o que eu quiser com você, esqueceu?

Então, eu tirei as mãos dela do meu peito e sorri, sem humor.

— Não posso esquecer uma mulher feito você. – disse para ela. Ela sorriu, sedutora.

— Uma mulher incrível? – disse ela. Eu sorri, apertando seus pulsos.

— Uma cobra. – falei, empurrando-a para longe de mim. Ela desiquilibrou no começo, mas logo ficou de pé.

Seu rosto expressava toda a raiva dela no momento.

— Isto é por causa dela, não é? – gritou Sheron. Ela tinha ódio no olhar. Eu fitei-a mais a finco.

— Sim. – falei. – Não tem nada nesse mundo, nem o hotel que meu pai tanto idealizou, que me fará parar de amá-la.

— Tem sim. – falou, sorrindo. – Eu. – gritou. – Eu vou fazer você se arrepender. Vou tirar seu hotel e todo o resto Dimitri.

— Eu já estou cansado disso, Sheron. – gritei. – Não sou sua boneca de porcelana para poder me manipular. Não sou algo que seu pai possa comprar para você.

— Se eu fosse você, não teria tanta certeza disso. – falou, sorrindo. Ela tremia, mas não deixava se abalar. – Eu compro você e te obrigo ao que eu quiser.

— Compra um Hotel. – disse para ela. – O resto, está no meu domínio inteiro. A não ser que compre Vikka, nunca vai poder ter mais de um domínio sobre mim.

— Mas eu tenho seu tão precioso centésimo hotel. – disse ela. Meu peito se apertou. – Isso muda tudo, porque você prometeu ao seu pai conseguir.

— Eu consegui mais 20 hotéis depois da morte dele. – rebati.

— Mas esse não era o seu objetivo Dimitri. Era chegar ao número 100. – disse ela. Ela sorria, maldosa. – E você falhou. – ela respirou fundo. – Nós dois sabemos que você não vai conseguir conviver com isso.

Eu abri a boca, mas nenhum som saiu. Alguém bateu na porta e eu dei de cara com Mirian, a minha antiga babá, que agora é uma das governantas. Eu respirei fundo e Sheron fitou-a com cara de desprezo.

— Senhor, telefone... – começou Mirian. A senhora de cabelos brancos e olhos cansados, sorriu para mim enquanto estendia o telefone sem fio da casa. Eu sorri e peguei-o. A senhora virou-se e saiu, antes dando uma olhadela para Sheron seu bico.

Sheron afastou-se de mim para que eu tivesse ao menos um pouco de privacidade e eu dei meu primeiro Alô. Era um dos investidores do centésimo hotel e eu escutei tudo que ela tinha para dizer em silêncio.

Ela andava de um lado para o outro e nem imaginava que tudo que aquele senhor me dizia, acabava com todos os seus planos. Eu fingi rir de sua piada e desliguei o telefone, ainda fingindo um sorriso. Ela fitou-me, cheia de raiva.

— Sabe qual é a pior parte? – gritou Sheron. Eu fitei-a, esperando uma resposta. – Eu joguei aquela maldita carta fora para essa garota cair aqui de paraquedas.

Eu parei por alguns instantes, enquanto Sheron continuava andando de um lado para o outro. Ela parecia não ligar para o que tinha acabado de dizer, mas eu ligava e muito.

— Você o que? – perguntei, irritado.

— Oh... – começou, fingindo uma gargalhada. – Você nem imaginava que tinha sido eu?

— Você não fez isso. – falei, completamente indignado.

— Porquê não faria? – perguntou ela, fazendo gestos. – Eu li a carta e vi que uma pirralha ia atrapalhar meus planos. Então, eu queimei aquela droga de carta, que tinha chegado pelo correio para você e tratei de sair na primeira página de uma boa revista. Garantir que sua Roza visse.

— Ela pensou que eu sabia de Jade. – gritei.

— Essa foi a melhor parte. – falou, Sheron. Ela se aproximou de mim. – Destruir sua vida, sem que você soubesse.

Algo em mim, queria matar ela. Mas a outra parte queria Rose e sabia que tudo teria conserto com a declaração de Sheron. Tudo fazia sentido. A carta, Sheron ter frequentado minha casa na época e Rose me odiar tanto e querer manter Jade o mais longe possível. A capa de revista, pela qual nem sabia que eu ia sair, e Sheron detestar tanto uma criança.

Respirei fundo e olhei-a, com toda a raiva que poderia. Forcei um sorriso maldoso e ela levantou o cenho, tentando entender qual reação eu teria.

— Isso não vai ser mais um problema para você. – falei, sorrindo.

— Claro que não. – falou, aproximando-se de mim. – Você é meu agora. – ela parou à alguns centímetros de mim e sorriu.

— Não exatamente, Sheron.

Ela gargalhou.

— Então, como? – perguntou, debochando.

— Fizeram uma proposta melhor do que um presente para uma filha mimada para o seu pai, Sheron. – falei, sorrindo. – Compraram a centésima empresa, pelos menos os 50%. – disse para ela. – E não foi você.

E então, eu me aproximei dela. Sua expressão de interrogação foi a melhor e eu sorri, debochando da sua cara de tacho. Aproximei-me de seu ouvido.

— Parece que o jogo virou, não é mesmo?


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Notas finais do capítulo

Bom galerinha.... Boa noite
Gostaraaaam???
Comentem, comentemmm