Nunca Fui Beijada 2 escrita por Larissa Carvalho, MorangoeChocolate


Capítulo 12
Clocks


Notas iniciais do capítulo

Olá galera.
Estou deixando mais um capítuloo
Beijos Beijos
e Boa leitura



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Pov Dimitri

Aquele zumbido me acordou.

Olhei para o lado, ainda tonto pelo sono e me acomodei no que descobri ser o sofá do meu antigo quarto na casa da minha mãe. Eu sentia falta do meu apartamento em Los Angeles, mas não podia ir embora. Ainda mais, depois de descobrir a verdade sobre Jade.

Cinco anos longe de Rose e da minha filha. Eu era pai. Ainda que não no papel, mas era seu pai biológico e o resto se resolveria o mais rápido possível. Eu queria reconhece-la, conhece-la. Queria Jade perto de mim e queria-a para minha herdeira. Queria ser pai da minha filha. E não deixaria que Rose me negasse isso.

Peguei o telefone e consegui clicar na tela para atendê-lo, levei-o até o ouvido e consegui sentir a respiração da pessoa do outro lado da linha. Eu respirei fundo antes de falar.

— Alô. – eu disse.

Dimitri?— perguntou uma voz feminina do outro lado. – Você está bem?

— Quem é? – perguntei, deixando a minha voz transparecer o esforço de levantar do sofá.

Não reconhece mais sua prima?— perguntou a mulher. – Sou eu. Karolina.

Abri a boca em entendimento e percebi ainda estar com as roupas de ontem. Respirei fundo e tentei ficar acordado para dar atenção a ela.

— Desculpe. – falei. – Estou passando por uma manhã difícil.

Tudo bem, Dimka.— disse ela, sempre compreensiva. – Só liguei para avisar que estou indo para Montana. Ficarei até o casamento da Vikka e depois vou embora.

— Eu vou avisar a minha mãe. – falei, ainda tonto

Hey, está tudo bem? — perguntou, eu suspirei.

— Não sei, Kar. – murmurei, lembrando seu velho apelido.

Ainda está gostando da Rose?— perguntou ela. – Lembro que tive que sair de Baia para te consolar.

— Quase isso. – falei. – Ela teve uma filha minha.

Um momento de silencio e eu sorri.

Oh Meu Deus.— gritou Kar. – Eu sou tia.

Eu gargalhei.

— Talvez... – murmurei. – Se ela me deixar assumir a minha filha.

Kar arfou do outro lado.

Eu chego em dois dias, Dimitri. Aja o que houver, ou faça o que fizer, não deixa essa menina escapar da sua vida. Você conseguiu uma chance de se redimir pelo que fez com a mãe dela.

— Como? – perguntei, já desesperado. – Eu quero a minha filha, mas são cinco anos perdidos. Ela tirou cinco anos de mim.

Tudo bem vai. – disse Kar, com uma voz séria. – Você merecia uma vingança, mas ela não sacrificou apenas você.

— Eu estava errado, e não sei se um dia vou conseguir ganhar o perdão que tanto almejo de Rose. Mas eu quero a minha filha, Kar.

Então, vai atrás da sua filha Dimitri. Não seja fraco, seja insistente. Mostre que veio para ficar e que querer tudo que lhe for de direito. Mostre que quer a sua filha.

E era isso que eu ia fazer.

                                                     ***

Já tinha tomado um banho e trocado a roupa. Coloquei jeans e uma blusa de manga comprida preta, devido à uma fina chuva que estava em Montana. Estacionei o carro junto aos outros do hospital e caminhei sem pressa até a recepção.

Fiquei parado lá uns quinze minutos até observar uma morena com jeans e blusa regata branca. Até parecia a desengonçada que eu beijei e magoei. Agarrada à sua calça estava Jade.

Tão linda quanto à primeira vez que a vi.

Seu vestidinho amarelo e seu sapatinho branco de boneca me fizeram sorrir, bobo. Eu sabia que ela se parecia comigo, mas lembrava Rose. Essa era a melhor parte. Eu ter uma miniatura da minha Roza para mim.

—...você pode pegar o carro... – consegui escutar Rose dizer ao taxista ao seu lado. Ela dava a mão para Jade e segurava uma bolsa rosa.

Respirei fundo e comecei a me aproximar, até ela me perceber e arregalar os olhos. Eu sorri, receptivo, enquanto Jade me analisava atentamente, confusa.

— O que está fazendo aqui? – perguntou, irritada.

Virei-me para o taxista ao seu lado e sorri.

— Você não precisa mais fazer essa corrida.

— O que? – gritou Rose. Ela olahava para mim e para o Taxista. – De jeito nenhum você vai dar ordem para mim. 

— Pode ir. – eu disse, ainda fitando o taxista.

O homem barrigudo e baixinho coçou a barba branca, confuso com tanta informação e disputa por seu Taxi. Mas ai, eu lembrei sobre o que Kar falou no telefone. Seja insistente, não desista... E eu faria isso. Não desistiria.

— Eu vou querer a corrida sim. – falou Rose. Percebi um sorrisinho na boca de Jade e que ela estava atenta a cada palavra ou detalhe ali. Eu também sorri.

— Não, não vai. – falei, tirando cinquenta dólares da carteira e estendendo para o Taxista, que piscou. – Pode ir.

— Não! – gritou Rose. Todos à sua volta fitaram-na, e ela pareceu corada. Rose rolou os olhos e eu assenti para que o taxista fosse embora. – Não. – murmurou ela, quando o taxista afastou-se nós.

Eu sorri para as duas.

— Vejo que ficou sem carro. – falei. Ela rolou os olhos.

— Por sua culpa. – disse, irritada. Ela pegou Jade no colo, e apertou-a para si. – Vamos arranjar outro Taxi.

— Não tão rápido quanto esse, Hathaway. – falei, enquanto ela se distanciava. Ela parou ainda de costas para mim, tentando equilibrar Jade e uma bolsa de roupas, provavelmente. – Você deve se lembrar do sacrifício que foi para conseguir esse.

— Qual é a sua? – perguntou Rose, enquanto voltava novamente para a minha frente. Jade parecia divertida com a situação.

— Levar as minhas meninas para casa. – falei, sorrindo. Ela suspirou.

— Não sou sua. – respondeu, malcriada. Jade sorriu. Uma risada gostosa, de criança.

— Se eu fosse você não tinha tanta certeza. – falei, galanteador.

— Você é um idiota. – disse Rose.

Jade fitou-a, ainda em seu colo.

— Mamãe xingou. – disse, rindo ainda mais alto. Eu também sorri.

Rose pareceu arrependida de ter dito aquilo, mas sua carranca estava pior que antes. Ela olhava para mim com todo o ódio guardado por cinco anos e rolou os olhos.

Então, eu peguei a bolsa rosa, enquanto ela segurava-a de modo protetor, e finalmente quando consegui, ela se mexeu na minha frente para sairmos dali.

— Não pode xingar. – sussurrei.

— Cala a boca. – gritou ela, em resposta. Eu gargalhei.

Seria difícil. Mas eu ia conseguir. Eu ia conseguir as duas.

                                                     ***

Depois de meia hora, chegamos à antiga casa de Rose. Ela saiu do banco do carona e abriu a porta do passageiro para Jade. Ela correu para Janine na porta e a abraçou. Eu sorri quando bati a porta do carro e percebi Rose ainda com sua carranca.

— Não foi tão ruim. – eu disse, aproximando-me dela. Observamos Jade e Janine ao longe. Ainda na frente do carro, Rose rolou os olhos para mim e logo em seguida, bufou. Eu adorava seu jeito malcriado.

— Ficar perto de você não é ruim. É pavoroso. – disse ela.

Eu sorri.

— Não achou isso na casa de barco. – falei, fitando-a.

Ela me examinou por alguns segundos e arfou.

— O que você quer? – perguntou. – Ela é uma criança, camarada. Sabe que vai para inferno por magoar uma criança, não sabe?

Rose sorriu irônica.

— Claro. – falei, fitando-a. – Só quero tentar algo de conto de fadas e reconquistar a família que você tirou de mim. – ela rolou os olhos novamente. – Cadê a sua parte romântica, Rose?

Ela gargalhou.

— É difícil eu ser romântica, atualmente. – falou. – Tenho um ego do tamanho do oceano atlântico.

Eu sorri com seu comentário. Tinha saudades das suas piadas fora de hora e eu jurei que iria recuperar tudo isso para mim novamente.

— Eu vou derrubar esse ego. – disse para ela. Rose sorriu, brincalhona, ainda de braços cruzados.

— Vou esperar ansiosamente.

— Isso significa que vai me deixar fazer parte da vida da minha filha?

Ela bufou.

— Isso significa que eu e a minha filha estávamos muito bem sem a sua presença, mas você descobriu e eu não posso colocar a Jade em uma batalha judicial quando ela é tão nova e frágil.

Eu assenti.

— Concordo. – disse à ela.

— Conquiste a minha filha e não vá com sede ao pote. – disse ela, à mim. –Eu vou vigiar cada passo seu, camarada.

— Até quando eu for ao banheiro? – perguntei, levantando o cenho, com um sorriso de canto de boca.

— Toda regra tem sua exceção. – murmurou Rose.

Ela começou a caminhar para longe de mim e então eu sorri com sua forma de andar e de quando estava com raiva, por sua calça jeans apertada e por seu modo de me mandar para o inferno todas as vezes que me via.

— Amanhã eu volto, Roza. – gritei.

Ela acenou para mim ainda de costa, como quem diz que tanto faz e entrou junto à Jade e Janine, olhando-me de longe pela pequena brechinha que se formava enquanto ela empurrava a porta para fechá-la.

Eu queria aquele olhar que me fez morrer de amores.

Eu queria a minha família.


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Notas finais do capítulo

Beijooos
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