Nunca Fui Beijada 2 escrita por Larissa Carvalho, MorangoeChocolate


Capítulo 11
Piece of me


Notas iniciais do capítulo

Bônus!



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— Vai embora. – disse, entredentes.

— Não sem antes me explicar de quem a Jade é filha.

— Não devo explicações para você. – disse, batendo a porta atrás de mim. Ele ficou espantado por alguns segundos, mas logo voltou a sua posição de macho alpha.

— Então eu vou te fazer explicar, Rosemarie. – gritou Dimitri.

Eu sabia que agora toda a vizinhança escutava nossos gritos e ameaças, mas eu não me importava. Eu queria que ele fosse embora e se sentisse ameaçado. Mas ele estava determinado.

— Por que você está aqui? – disse Rose.

— Ela é minha filha. – sussurrou Dimitri. – Ela nasceu há cinco anos, quando na verdade você disse que ela tinha menos que isso.

— Não é da sua conta. – gritei. – Ela é minha.

— Ela não é uma propriedade, Rose.

— Eu também não era um brinquedo, Dimitri. – gritei de volta. Nossas vozes estavam cada vez mais altas.

— Então é isso. – disse Dimitri. – Foi uma vingança.

Eu arfei.

— Vingança? – perguntei a Dimitri. – Nem cheguei perto da minha vingança contra você.

— Eu não posso ter feito a você tão mal assim.

Eu ri sem humor, depois fitei-o, já com sua carranca desfeita e um olhar cansativo.

— Eu te odeio. – disse Rose. – Você e seu amigo pensaram que eu era um brinquedo, quando na verdade eu era de carne e osso. Eu não queria que a minha filha fizesse parte dessa aposta ridícula, Dimitri. Ela foi fruto de uma droga de aposta.

— Não. – gritou Dimitri, interrompendo-me. – Ela foi fruto do meu amor por você naquela casa de barco.

— Mentira. – gritei, em um instantâneo ataque de raiva. – Você nunca me amou, mentiu até o último segundo.

— Você não sabe de nada, Hathaway.

— Eu não sei? – perguntei a Dimitri. – Eu fui o seu brinquedinho até a formatura. – ele fitou-me com pesar. – Eu sou a que mais sei. A que mais sentiu. A que mais sofreu.

— Eu sofri, Rose.

— Não sofreu. – falei, com rancor. – Nas revistas não mostrava isso.

Ele levou a mão aos cabelos e pareceu nervoso, o envelope tinha sido arremessado para o chão no momento em que estávamos gritando um com o outro. E eu estava curiosa para saber quem tinha autorizado um exame daquele porte com a minha filha.

Então, continuei.

Dimitri Belikov exibe namorada na inauguração de empresa na Holanda. – repeti a manchete de uma revista que eu anda guardava. Ele fitou-me, sem saber o que dizer. – Nesse dia, eu quase perdi a melhor coisa que você me deu. E você não estava lá.

— Porque eu não sabia. – gritou Dimitri. – Se eu soubesse, tinha procurado por você até o fim do mundo. – disse ele, dando um passo para frente.

— Não Dimitri. – falei, balançando a cabeça para os lados. – Eu não queria você por causa da Jade, não queria que você se sentisse responsável. Eu queria que você viesse atrás de mim, porque me queria.

— Eu ainda quero você. – gritou ele. E então, eu fitei-o, engolindo a seco.

— Isso não vem ao caso. – murmurei.

— Eu quero fazer parte da vida dela. – disse Dimitri. – Você não vai me afastar mais da minha filha, Rose

— Você não decide isso. – falei.

— Os tribunais decidem então. – gritou.

Eu tremi. Não poderia fazer a minha filha passar por isso tão jovem, quando acabara de sair do hospital. Pensei em tirar ela correndo de Montana e leva-la para algum lugar que nunca mais visse Dimitri, mas já era tarde demais.

— Você não estava lá na primeira vez que ela respirou. – sussurrei. O silencio da sala, fazia com que Dimitri ficasse atento às minhas palavras e minhas lágrimas. – Não estava na primeira papinha ou no primeiro dentinho. – continuei, de modo calmo, ainda fitando-o. – Nem quando ela sorria por um motivo bobo ou deu o primeiro passinho. Na primeira vez da escola. – eu respirei por alguns segundos, com lágrimas por meu rosto. – Eu estava, Dimitri. Por ela. Eu estava.

— Isso não foi escolha minha. – rebateu. – Eu queria ter estado com ela e com você, durante os últimos cinco anos.

— A escolha foi sua quando não me disse a verdade. – falei, dando um passo à frente. – Quando decidiu me beijar e concluir a maldita aposta.

— Eu quero uma chance com a minha filha Rose. – gritou ele.

— Não. – gritei ainda mais alto.

Eu gritaria mais se o olhar de Dimitri não fosse dirigido para alguém atrás de mim. Virei-me rapidamente, e percebi Lissa. Ela estava sozinha, assustada com a gritaria. Depois de alguns segundos, examinando-nos ela fechou a porta e veio até mim.

— Vocês estão loucos? – perguntou ela. – Da para ouvir a gritaria do início da rua.

— Desculpe, Lissa. – disse Dimitri, agora tentando permanecer calmo.

— Vai embora, Belikov. – disse ela, em seu modo educado. – Amanhã, com a cabeça fria, vocês conversam.

— Já disse tudo. – falei. – Não tenho mais nada para tratar com esse senhor.

— Mas eu tenho, Rose. – disse ele. – E eu vou exigir todos os direitos possíveis.

— Você não vai conseguir nada com isso. – retruquei.

— Vamos ver se não. – ameaçou-me. Dimitri assentiu para Lissa e passou por mim de modo rápido, batendo a porta de modo forte atrás de si.

Lissa ficou em silencio por tempo suficiente, para só então, voltar a respirar. Ela me encarou com um ar de medo e quando eu me mexi ela tremeu. Caminhei lentamente até o envelope branco jogado no chão e o peguei. Lissa continuou no mesmo lugar que estava.

— Foi o Mase. – disse ela, enquanto eu encarava o envelope. – Dimitri insistiu em assinar os papéis do hospital e bancar tudo, e viu a ficha de Jade. – eu suspirei, ainda de costas para ela. – Ele exigiu um exame de DNA e o Mason não conseguiu negar.

Apertei ainda mais o envelope nas minhas mãos e virei-me para Lissa. Ela fitava-me com pesar e eu não sabia mais quais eram os sentimentos que me dominavam. Suspirei novamente e ela fez o mesmo.

— O que vai fazer agora? – perguntou ela. Eu mordi a boca.

— Eu nunca fui boa em responder a essa pergunta.

— Não vai embora, não é? – perguntou Lissa.

— Claro que não. – falei. – Defender Jade nunca foi uma razão tão forte para ficar.


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Notas finais do capítulo

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