Perdida em Crepúsculo: além do sonho. escrita por Andy Sousa


Capítulo 25
Irrefreável.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, tudo bem? Fiquei feliz de ver que bastante gente reapareceu pra comentar, eu senti saudades e eu tenho medo da solidão, então não me deixem :(
Bem, eu também acho que vocês voltaram por causa das reviews que finalmente eu respondi, agora que tô tentando retomar a fic aproveitei pra responder um monte de comentários que deixem sem resposta. (Nossa, me enrolei aqui rs)
MAS GENTE, EU LEIO TUDO! Só não respondo na mesma hora porque às vezes não dá tempo e eu gosto de conversar com vocês, de falar bastante, aí acabo deixando pra depois. Mas agora tô pondo em dia e logo termino e daqui em diante vou tentar responder assim que ler!
Tava vendo um post na comunidade do Nyah lá no face, falando sobre leitores fantasmas e gostaria de mandar um beijo enorme pros meus, nem que sejam uns dois, tenho quase certeza que tenho. Eu também já fui leitora fantasma, admito que sou até hoje, porém estou tentando mudar, porque sei como um comentário faz a diferença. Ainda assim, obrigada por ler essa fanfic, fantasma ou não, eu agradeço muito! :)
Leitores novos, lindos e maravilhosos sejam SEMPRE BEM VINDOS! Obrigada por lerem Perdida em Crepúsculo ♥
Gente, esse capítulo tá bem legal e é só o que eu vou dizer rs
Boa leitura!



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Edward PDV

"Eu já estive aqui algumas vezes antes
E estou perfeitamente ciente de que estamos morrendo.
Suas mãos acenam despedidas
E eu a aceitaria de volta, se você me quisesse.
Vamos, me deixe abraçar você, tocar você, te sentir sempre;
Beijar você, provar você a noite inteira, sempre.
E eu sentirei falta da sua risada, de seu sorriso,
Admitirei que estou errado, se você me pedir.
Eu estou tão cansado das brigas, odeio elas!
Vamos começar novamente, pra valer.
Então, aqui estou eu, estou tentando.
Então, aqui estou eu, você está pronta?"

Always – Blink 182

~*~

Alice tinha me lançado um olhar significativo antes de entrarmos na escola, depois dos vários minutos que havíamos passado no estacionamento, enquanto policiais faziam uma busca por pistas de um garoto desaparecido. O caso era que em Forks coisas assim eram completamente incomuns, em geral esta era uma área pacata, mortes podiam ser causadas por acidentes, entretanto por crimes era algo que quase não acontecia. Lugares pequenos onde os vizinhos conheciam uns aos outros ajudavam a diminuir a incidência de violência.

“Esse menino não desapareceu por acaso, algo está acontecendo e você sabe disso!”

Este havia sido o último pensamento que compartilhara de minha irmã, em seguida fora obrigado a me separar dos outros e seguir para meu armário, a fim de pegar o material para o dia de aula.

Tinha a vantagem de possuir raciocínio rápido, de modo que enquanto fingia ser humano por mais um dia, podia deixar minha mente vagar em sua própria busca por sinais.

Desde o fatídico acontecimento em Port Angeles me pusera em alerta, fora obrigado a me afastar de Aneliese esperando que desta forma pudesse mantê-la segura e consequentemente me envolvi com Lauren. Meu plano, no entanto se mostrou mais árduo do que eu poderia imaginar. Sabia que garotas humanas tendiam a se exceder, a possuírem ar afetado quando se tratava de questões amorosas, mas Lauren conseguia ser pior que as expectativas. Ela era tão exaustivamente superficial que os momentos a seu lado me forçavam a fazer algo que comumente evitava: deixar todos os pensamentos ao redor se tornarem audíveis, pois preferia aturar a insensatez dos outros humanos do que ter de conviver com a tolice dela.

Tentara por diversas vezes aconselhá-la, sua natureza era infantil, impulsiva e em nada iria lhe acrescentar, contudo tendia a insistir nos mesmos erros, na mesma linha de raciocínio fugaz. Somente duas coisas pareciam ocupar seu tempo: namoro e programas de tevê...

De todo modo me sentia na obrigação de protegê-la, além de garantir sua segurança eu conseguia tirar Aneliese de evidência, e isto era o que mais importava.

Percebera desde o primeiro momento que ela havia ficado incomodada, sem dúvidas confusa pelo que presenciara e era justo que se sentisse assim, uma vez que eu insistira em meu amor por ela e de repente havia me afastado, me envolvido com outra. Cada minuto a partir de então tinha sido praticamente impossível de aturar. Isto por que apesar de o desprezo de Aneliese se mostrar igual, eu agora não tinha mais como me manter por perto, mesmo contra sua vontade. Para que meu esforço surtisse efeito, tive de me desligar completamente de tudo que a envolvia, inclusive procurar tentar tirá-la de meus pensamentos.

Mas neste quesito em particular eu falhava ridiculamente.

Todavia apesar da estratégia bolada, minha irmã não deixara sequer um instante de discordar. Alice não somente era inteiramente contrária à ideia de ter Lauren conosco, como também considerava que minha escolha representava iminente fracasso. No início ela havia cumprido bem seu papel, tinha colaborado, mas ao passar dos dias começara a ficar inquieta. Além da saudade que sentia da amiga, tinha de lidar com a inconveniência de não poder prever seu futuro por culpa dos lobisomens; Aneliese havia se tornado muito próxima de um deles e isto impedia que a previsão de seus atos fosse exata.

Com efeito, nada disto havia deixado Alice contente. Seu mau humor logicamente era direcionado a mim, já que Carlisle a havia proibido de ser rude com Lauren, depois de um episódio de descontrole que ela havia demonstrado.

No entanto, apesar da clara influência que os sentimentos exerciam sobre sua concepção, ela conseguia ser perfeitamente racional. E ultimamente sustentava mais do que nunca a ideia de que algo suspeito acontecia na cidade, acreditava que os nômades não haviam se distanciado, mas sequer conseguia provas para embasar suas palavras. Ainda assim, passara a investir vigilância redobrada em cada passo que Liese dava, genuinamente preocupada com seu bem-estar.

Eu sempre confiara cegamente nela, seu dom era muito útil e nos ajudara inúmeras vezes a descobrir as intenções dos humanos quando eles começavam a suspeitar de nossa verdadeira identidade, mas eu não via sentido em causar alarde desta vez, tendo em vista que suas suspeitas eram apenas suspeitas. E Aneliese de forma alguma ficaria vulnerável, mesmo que detestasse admitir, ela tinha a Jacob e por consequência ele e os demais lobos a mantinham a salvo. Quando dialogava com Alice, porém expondo minha opinião só conseguia deixá-la ainda mais irritada, pois para ela a proteção de um lobisomem era algo com o qual se podia viver sem, afinal se tratavam de criaturas voláteis e representavam ameaça para os humanos.

Eu respeitava seu ponto de vista, mas nem por isso mudaria o meu. Alice não entendia que qualquer mudança que fizesse, a mim significava trocar o certo pelo duvidoso. Não era tolo, entendia que meu plano apresentava falhas, mas no momento era o melhor que podia fazer e as coisas estavam bem da maneira que estavam. Enquanto conseguisse garantir que Aneliese permanecesse incólume, valeria à pena.

Os corredores estavam repletos de pessoas, os alunos agora se encontravam em estado de polvorosa, discutindo os acontecimentos com excitação desnecessária. Ao que parecia até mesmo o corpo docente tinha sido impactado pela manhã anormal, pois nenhum professor se encontrava à vista. O garoto desaparecido era estudante do primeiro ano, um adolescente retraído, com poucos amigos, porém bastante envolvido nas questões escolares, sempre alcançando boas notas; eu fora capaz de traçar seu perfil apenas observando as opiniões que eram expressas sobre ele, portanto a teoria de que o tal Spencer teria fugido não era equivocada. Ironicamente pessoas desligadas da vida social acabavam por serem aquelas que mais ansiavam por interação.

— Edward.

Um vampiro nunca era pego de surpresa. Nunca.

Mas sempre havia uma primeira vez...

Eu que até então estivera concentrado nos livros que guardava em meu armário, deliberadamente me mantendo alheio ao mundo exterior, repentinamente fui arrancado de meus devaneios pela conhecida voz chamando meu nome.

Aneliese estava próxima a mim, seus olhos logo se fixando aos meus. A expressão, apesar de não revelar muito não parecia amigável. Como não a vira se aproximar? E o que ela fazia aqui? Era tão incrivelmente angustiante não poder lhe desvendar, eu sempre estaria disposto a dar tudo o que tinha em troca de poder ouvir seus pensamentos.

Sua presença era tão inesperada que eu sequer consegui encontrar uma maneira razoável de reagir, apenas a encarava em silêncio, me perguntando se seria melhor me afastar. Sim, claro que seria melhor me afastar, era arriscado para ela me manter perto, mas meu cérebro não conseguia enviar os estímulos necessários para que meus pés se movessem, meu corpo era inteiramente contrário à ideia de partir, estando a tão pouca distância eu conseguia sentir o cheiro inconfundível de seu sangue pulsando nas veias. Era enlouquecedor e imediatamente tomou conta de mim, me mantendo preso ao poder inconsciente que ela exercia.

— Preciso falar com você.

Estava claro que era por isso que viera, mas tinha percebido minha falta de reação, o que a obrigara a insistir.

Não a responda. Você tem de ir. Sabe que é o certo a fazer.

Um segundo foi suficiente para que me decidisse e esperei que minha escolha não colocasse a perder tudo o que fizera até agora, sabia que me odiaria e recriminaria mais tarde, mas não me importei, a saudade que sentia conseguiu facilmente me subjugar.

— E sobre o quê exatamente quer falar?

Ao menos meu tom conseguira soar desinteressado, eu tinha de manter a postura, não podia deixar que ela soubesse que travava uma batalha interna e que mesmo o simples fato de me manter ali exigia enorme concentração e empenho. Era muito simples que me desviasse de meus preceitos, o que era absurdo. Deveria mostrar maior autocontrole, eu era um fracasso.

Ela cruzou os braços e suspirou. Por um instante tive a impressão de que estava tão indecisa quanto eu. Seria imaginação?

— Não faz ideia do que possa ser Edward?

Por favor, pare de falar meu nome, me ajude Aneliese, me ajude a não perder a cabeça.

— Não até que você me diga. Pensei que evitasse falar comigo, foi o que demonstrou desde que retornei a Forks.

Ela mordeu o lábio e desviou o olhar, as bochechas corando levemente. Eu apenas prendi a respiração, era a melhor maneira de reprimir o desejo.

— Sim, você está certo. Eu não vejo motivo para me aproximar, contudo não estou aqui por mim mesma e sim por Spencer Davies.

— O garoto desaparecido?

— Exatamente. Quero que me diga o que afinal aconteceu com ele.

— E como poderia saber?

Ela fez um som de reprovação e me olhou com firmeza.

— E como não saberia? Imagino que já esteja a par de todo o ocorrido e sabe melhor que ninguém que a explicação beira o sobrenatural.

— Você acha que fiz algo a ele?

— Não. Não você.

Mantive o silêncio por um instante, Liese demonstrava determinação, a maneira que estava com os braços cruzados sobre o peito e o queixo erguido dava a entender que sua intenção era parecer intimidadora. Eu só conseguia pensar em como era adorável, incapaz de fisicamente me ferir, mas firme em demonstrar o oposto.

— Entendo. Então quem? Carlisle?

Minha tentativa de provocá-la surtiu efeito imediato. Seus olhos semicerraram e ela começou a respirar rapidamente.

— Não faça piada disto. Não tem graça nenhuma, você deveria ao menos demonstrar respeito.

Contive o impulso de sorrir.

— E demonstro. Porque pensa que não?

— Porque lhe conheço muito bem.

Sim, era verdade. Ela me conhecia e chegava a ser desconcertante. Odiava admitir que este fora o motivo desde o início que fizera me aproximar, quando pensava ser tão impenetrável ela simplesmente aparecera e derrubara todos os muros que eu levara tanto tempo para construir. Sem querer conseguira abalar meu discernimento e me fez perder o controle de mim mesmo.

— Tudo bem. Você é boa em me confundir, então deixe-me ver se estou acompanhando seu raciocínio: acredita que o garoto foi vítima de um vampiro?

Ela assentiu.

— Mas ao que parece não culpa minha família.

— Até o momento não, a não ser que você me dê razão para pensar o contrário.

— E veio até mim por que...?

Ela se aproximou, o rosto muito perto enquanto procurava manter a conversa apenas entre nós.

— Porque apesar de não culpar nenhum Cullen, culpo seus amigos. Qualquer vampiro que conheçam que não seja adepto de seus costumes representa perigo aos humanos.

— Mas em quem poderá cair a responsabilidade por tal coisa? Se acha que estamos recebendo visitantes em nossa casa, lhe asseguro que não estamos.

— Sei que irá me dizer que não tenho direito algum de lhe exigir nada, mesmo assim te peço que não me trate como burra, pois sei que você está mentindo.

— Jamais a considerei burra, sabe disso. E tampouco procuro lhe importunar, estou falando a verdade. Qual motivo teria para mentir?

— O óbvio. Manter a salvo seu segredo, acobertar os responsáveis de forma que isto sirva para afastar os olhares curiosos de sua família.

Ela acreditava no que alegava, não havia dúvidas. Mas porque estava tão convencida de que um de nós estaria envolvido no sumiço?

— Não é certo acusar pessoas, ninguém nunca lhe disse isso?

— Você quer falar sobre o que é certo ou errado, tem certeza? – Pareceu repentinamente desconfortável e aprumou os ombros antes de prosseguir. – Não estou disposta a aturar brincadeiras, Edward. Me fale o que houve com o menino, eu quero saber e se não me disser, encontrarei quem diga.

— Sinto que a esta altura deveria entender seus motivos, mas a verdade é que não entendo.  Porque lhe preocupa tanto o desaparecimento?

— Porque sou humana. Apenas por isso. Porque se trata de alguém que não conheço, mas poderia ser diferente, poderia ser Jessica, Mike, até mesmo Charlie. Porque vocês vampiros fazem sempre o que querem sem se preocupar com a vida, mas eu me preocupo e se posso de alguma forma ajudar a defender os moradores de Forks, eu o farei.

Não me surpreendia ver que sua atitude era altruísta, Aneliese costumava ser diferente dos demais adolescentes justamente por conseguir pensar nos outros e não somente em si mesma. Contudo, mesmo que acreditasse em suas intenções eu reconhecia algo mais, outro motivo que a fizera vir até mim. Suas palavras podiam não revelar a verdade, mas seu corpo não conseguia esconder que ela temia. Estava com medo, eu reconhecia a preocupação em seus olhos.

E suas acusações, mesmo errôneas eram embasadas em motivos reais. Era verdade que um vampiro podia facilmente machucar um humano, era verdade que minha família representava um número insignificante se comparado aos demais de nossa espécie, mas fora sincero ao dizer que há tempos não recebíamos visitantes. Então ao menos desta vez não tínhamos qualquer ligação com o acontecido, mas isto não anulava seu efeito.

— Há algo mais a incomodando? Você parece nervosa.

— Eu estou bem.

— Se esquece de que não é a única a saber tudo sobre a pessoa à sua frente, eu não acredito no que diz.

— Não me importa o que pensa, isto não me diz respeito. Quero apenas respostas, não é possível uma pessoa simplesmente desaparecer sem mais nem menos.

— Se deseja desvendar o caso terá de aumentar o leque de suspeitos. Admita que sua espécie consegue ser tão vil quanto a minha.

— Minha espécie? Os humanos, você quer dizer... Ignora que também já foi um de nós? Será mesmo que a humanidade lhe deixou por completo? Não é difícil de acreditar.

— Deveria ficar surpreso que ainda tenha a pior opinião a meu respeito?

— Não, não deveria. Sabe o quanto o desprezo.

Aneliese era boa com as palavras, mas não enganava a mim, eu a compreendia o suficiente para captar o receio que demonstrava em se aproximar, em se expor. Ela agora mantinha deliberada distância e eu sabia que procurava não se deixar dominar, afinal, eu ainda era um predador, ainda podia deixá-la sujeita a minha vontade. Que escolha ela tinha quando era a presa?

Tinha conhecimento de que o que fazia era perigoso e errado, sabia que faria bem em me afastar, mas ela estava tão perto, tão ao alcance de meus dedos que chegava a doer considerar esta hipótese.

E justamente o que fiz foi o oposto. O número de estudantes próximos a nós havia diminuído consideravelmente, a maioria das pessoas já tinha se encaminhado para suas respectivas aulas o que me incitou ainda mais a me aproximar. Era tão fortemente atraído por essa garota humana, eu estava condenado para sempre.

Quem é a presa de quem, afinal?

— Você me despreza realmente? É somente o que sente? Nada mais que sentimentos ruins? Será que não há nenhum ponto positivo em mim ou na relação que tivemos que lhe sirva para transformar estas sensações em coisas boas?

— E que diferença isto faria para você? É namorado de Lauren Mallory, com certeza não se esqueceu disso.

Ela sabia exatamente como ser imune a meu controle, era tão boa neste jogo quanto eu. Mas hoje, apenas hoje não a deixaria ganhar. Quando teria outra oportunidade como essa? Era arriscado, mas não havia como voltar atrás quando já havia me envolvido tanto, agora até mesmo meu cérebro deixara de raciocinar com clareza, tudo o que eu queria era tê-la comigo novamente. Apenas isso. Seria tão errado?

— Não acho que esteja em posição de dar sermão ou ignora o fato de estar envolvida com um lobisomem? Pelo que vejo ambos estamos prestes a exceder os limites.

Liese se retraiu infinitesimalmente ao sentir nossa proximidade, todavia tampouco saiu de onde estava, senti que ansiava por aquele momento tanto quanto eu e quis acreditar que fosse verdade.

— Você está perto demais – sussurrou.

Eu sentia sua respiração perto de meu rosto e foi quando percebi que ouvia nitidamente as batidas de seu coração e elas eram aceleradas, urgentes.

— Se é isso o que pensa, se afaste. Não há nada que lhe prenda aqui e não a impedirei de partir.

Pareceu muito rude de minha parte dizer algo assim, foi involuntário, sem querer eu me apegava ao que era correto, haviam sido muitas horas investidas em acreditar que manter distância dela era necessário e sadio, eu agora mal sabia como agir.

Ela me fitou e suas bochechas novamente coraram, desta vez por um incentivo diferente, os olhos azuis tinham se tornado marejados e a boca se comprimiu em uma linha fina.

— Me desculpe – o pedido saiu desajeitado.

— Pelo quê você está pedindo desculpas? Me explique, por favor. Eu já não sei mais quantas vezes o ouvi dizer isso e ainda assim você insiste no erro. Vou lhe dar um conselho: pare de me machucar, assim não terá mais que se desculpar.

— Não foi minha intenção, você não entende...

— É verdade, eu não entendo. Não entendo você, então me explique o que pretende. Você está com ela, está com outra pessoa Edward, mas parece gostar de brincar comigo. Por quê? Porque faz isso? Meu coração não aguenta mais desilusões, eu não aguento mais! Eu não aguento...

Senti inveja de sua capacidade de demonstrar tristeza, pois era inábil de fazer o mesmo. Eu queria manifestar que sentia muito, queria lhe provar que mesmo separados ela era quem eu desejava, ela e ninguém mais!

Foi sempre ela.

Não havia mais forças dentro de mim para lutar e eu não me importei. Dei um passo e a alcancei e antes que pudesse me rejeitar, a puxei para perto. Mas Liese não pareceu se importar, estremeceu em meus braços e fechei os olhos imaginando que nada existia entre nós, nada capaz de me separar da única garota que já amara.

Eu senti sua falta em cada minuto que fui forçado a ficar longe de você. Eu senti sua falta!

Não importava que ultimamente tivesse a companhia de Lauren, me pareceu que há muito tempo não sabia o que era o calor de um corpo humano, Liese me fazia sentir vivo, inteiro. Era conhecida a sensação de abraçá-la, de sentir sua respiração.

Como conseguira permanecer tão distante?

— Nós não devíamos estar aqui, não há mais ninguém fora das salas de aula, vamos ter problemas.

Afastei-me alguns centímetros e sorri. Não havia como ela escapar e mesmo que tentasse se desvencilhar, eu não permitiria.

— Não me importo com isso – dei de ombros.

Ela franziu o cenho. Estava prestes a dizer algo quando ouvimos passos apressados ecoando pelo corredor, Liese aproveitou a deixa para se aprumar, logo não mais estávamos juntos.

Os pensamentos incisivos me atingiram pouco antes de ouvir a voz, logo que me virei avistei Lauren nos olhando.

— O que está acontecendo aqui?


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Notas finais do capítulo

Se você estivesse no lugar da Aneliese neste momento, o que faria? E você acha que tá na hora dela perdoar o Edward? Ou não, ele tem que sofrer um pouco mais? O que acham que a Lauren vai fazer? E o Jacob, por onde será que anda, o que será que tá pensado?
Bem, as coisas não resolvidas aos poucos vão se resolver, acho que hoje mesmo começo a escrever outro capítulo, provavelmente essa semana teremos atualização e vou tentar trazer mais de um, quanto mais, melhor né?
Um beijãaaaaaaao, até logo!