Perdida em Crepúsculo: além do sonho. escrita por Andy Sousa


Capítulo 26
Criancice.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, tudo bem?
Essa semana parei pra dar uma geral na fanfic, colocá-la nos trilhos para o fim. Não, ela não vai acabar tão cedo, mas como tenho muitas ideias, sempre passo pro papel e, acreditem, só o resumo do que está por vir tem quase vinte folhas! :O
Bem, de toda forma, andei dando uma ajeitada nos fatos antes de continuar escrevendo os capítulos, porque não quero me perder. Vim postar mais um capítulo, assim que terminar de organizar o resumo acredito que vou poder escrever com mais foco e aí espero tornar a postar mais de um capítulo por vez como fazia antes.
Bem, é isso. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/671253/chapter/26

Aneliese PDV

"Um menino triste e cansado passa por mim,
Segurando a mão de uma menina;
Aquela vadia simples se afasta finalmente,
Agora posso roubar seu homem.
Alguém me disse ‘fique longe daquilo que não é seu’,
Mas ele era seu se me queria tanto?
Acalme-a, ela está me dando nos nervos,
Você não a ama, pare de mentir com essas palavras.
Não suporto vê-la choramingar,
Onde está sua chupeta agora?
Amá-la parece ser cansativo,
Então, garoto apenas ame a mim."

Pacify Her – Melanie Martinez

~*~

Pareceu que eu havia estado fora de mim pelos últimos minutos, que simplesmente tinha me perdido muito longe de Forks, em algum lugar mágico como uma terra de sonhos.

Sonhos e nada mais. Daqueles em que você acorda num sobressalto.

O que eu estivera pensando?

Lauren ainda estava parada no mesmo lugar, os olhos atentos pousados sobre nós. Me concentrei em demonstrar perfeita indiferença, me sentia tão confusa e não queria que ela suspeitasse de que há um minuto Edward e eu estávamos nos abraçando.

Mas será que chegara a ver alguma coisa?

— Acho melhor eu ir – murmurei.

Ela pareceu ouvir o que eu dissera e se aproximou de nós, porém se manteve deliberadamente distante de Edward. Havia cruzado os braços sobre o peito e sua expressão demonstrava aborrecimento. Seu olhar passou de um rosto ao outro como se fôssemos acusados de um crime, era verdade, porém que eu não me orgulhara do que fizera, tinha vindo confrontar Edward e acabara rodeada por seus braços, isso estava errado. Devia ter tido mais noção do perigo, devia ter me afastado, ele era perfeitamente capaz de me subjugar e eu não queria que fizesse isso, eu não queria ser outra vez sua vítima.

— Você parece melhor Aneliese – debochou.

— Estou melhor – ignorei sua tentativa de me provocar.

Ela se voltou para Edward.

— Aneliese se machucou ontem durante um jogo de handebol.

Você me machucou ontem durante um jogo de handebol – corrigi.

— Eu já disse que foi acidente.

Contive um suspiro.

— Preciso ir para a aula.

Mal dei um passo e ela se pôs a minha frente, me impedindo de passar. Lauren parecia adorar fazer isso.

— O que você quer?

Tentava por tudo no mundo ser equilibrada ao lidar com aquela menina, mas ela conseguia ser tão insuportável que meu controle raramente ficava em minhas mãos.

— Não se preocupe, vou deixar você ir assim que disser o que fazia perto de meu namorado.

Vai me deixar ir? Isso é sério?

— É mesmo? Ou o quê? Vai me bater?

Um suspiro pesado preencheu o ar e Edward se aproximou, pareceu momentaneamente indeciso, seus olhos encararam os meus por apenas um segundo e então sua feição ficou fria e ele repousou a mão sobre o ombro de Lauren, ficando bem perto dela.

— Venha Lauren.

Eu procurava não deixar transparecer meus sentimentos, mas talvez estivesse falhando. A palavra ‘tola’ flutuava por meu cérebro, ilustrando perfeitamente o que eu havia sido nos últimos minutos. A perfeita indiferença de Edward e a acusação de Lauren faziam parecer que a culpa fora toda minha ou que simplesmente nada havia acontecido. De nenhuma dessas formas eu me senti satisfeita, pois se baseavam em mentiras, em mentiras que me afetavam.

Edward me abraçara! Ele me abraçara. E agora estava simplesmente parado sustentando sua expressão de boa índole.

— Lauren – insistiu ao ver que a garota sequer tirara os pés do lugar.

Ela o olhou.

— Porque você quer que eu vá embora? Está escondendo algo de mim? Está Ed?

Esfreguei o rosto com impaciência.

— O casal pode resolver seu problema sozinho, eu tenho que ir para a aula.

— Não! Você fica.

— Saia da minha frente, garota!

— Porque você estava aqui com ele? Hein?

Detestava estar envolvida em confusões, morando com Charlie aprendera a evitar ao máximo esse tipo de problema e Lauren não se importava de criar uma cena.

— Porque está perguntando isto a mim? – Procurei questionar o óbvio.

— Porque quero ouvir de sua boca que você não é uma invejosa, ladra de namorados.

Como?

Eu poderia rir, mas não me senti tão propensa a expressar esse tipo de reação, por mais que sua frase tivesse sido absolutamente ridícula.

— Você acha que não sei que ainda gosta dele? Eu vejo como o olha, ainda continua caidinha por Edward, admita Aneliese, admita!

— Você realmente não tem nada melhor para fazer do que me provocar, não é mesmo? Sinceramente fico lisonjeada que gaste seu fôlego falando de mim.

Seu rosto ficou vermelho.

— Não teria de perder meu tempo se você não fosse tão oferecida.

— É melhor você calar a boca enquanto ainda tem dentes – respondi com irritação.

— Calma Aneliese.

Ambas fitamos Edward, ele estivera tão quieto que parecera sequer estar ali.

— Porque está falando com ela? Você tem que se preocupar é comigo.

— Meu Deus Lauren! O que há de tão errado em conversarmos? – Procurei entender sua reação.

— Era apenas o que estavam fazendo? Acha que nasci ontem? – Cruzou os braços sobre o peito, parecia que não iria ceder.

Dei uma respiração profunda. Algo naquela sequência de acontecimentos me fazia me sentir muito desencaixada, estava fazendo papel de trouxa e a indiferença daquele rapaz só conseguia fazer meu sangue borbulhar nas veias, porque sempre se ocupava em manter um comportamento impecável? Porque parecia que, apesar de tudo ele estava fingindo? Será que me enganava em pensar que seu carinho agora há pouco tinha sido real?

— Quer saber, você está certa. Eu vim falar com Edward, tinha algo que lhe perguntar e nós conversamos por alguns minutos até que ele me abraçou. Não me pergunte o porquê, pois eu também não entendo, o namorado é seu, quem sabe tenha mais sorte em decifrá-lo.

O olhar dele continua inexpressivo, não parecia tão incomodado por eu ter revelado a verdade.

Sim, eu fiz o que você foi covarde demais para fazer!

— Isso é verdade Ed?

Finalmente sem ter como fugir ele apenas aquiesceu.

Inesperadamente um soluço escapou do peito de Lauren e então ela estava chorando, eu nem conseguiria dizer se era real ou não.

— Porque você fez isso? Por quê?

Gostaria de ouvir a resposta dele para isto, a dúvida também pairava por cima de minha cabeça.

— Vocês dois... Há quanto tempo andam mentindo? Estão se encontrando às minhas costas, não estão? Estão rindo da minha cara!

— Lauren... – Comecei a discordar, mas ela me impediu.

— Cale a boca! Eu odeio você! Sempre se fingindo de inocente, se fazendo de santa, você quer roubar meu namorado!

Não era possível, ela estava fora de si. Foi a vez de Edward procurar contê-la.

— Por favor, não faça escândalo.

— Por quê? Porque não posso gritar aos quatro ventos que você está me TRAINDO? Ainda por cima com ela! – Se aproximou de mim, os olhos vermelhos, os lábios tremiam. Como tinha ficado alterada tão rápido? – Pode tentar o quanto quiser, jamais o terá de volta você entende? Ele é meu! Edward ama a mim!

Se voltou para ele e o abraçou.

— Diz que você me ama, é a mim que você ama.

Nossos olhos se encontraram e por um instante senti pena, aquilo era mais que apenas paixão adolescente, ela estava realmente desvairada por causa dele e sabia que não tinha culpa, quem poderia manter a sanidade perto de um vampiro? Eram criaturas designadas para nos subjugar, para fazer de nós o que bem entendessem, afinal éramos a presa. Tive apenas pena de Lauren, se algum dia chegasse a se separar de Edward teria um caminho de suplício a enfrentar por causa da rejeição. Eu mesma já estivera nesta estrada e sabia o quanto era vil.

— Venha Lauren – repetiu ele.

— Não. Diz que me ama Edward, por favor. Diz pra mim.

Ela agarrava a gola de seu casaco e mantinha o rosto próximo ao seu, mesmo sabendo de sua propensão em fazer drama, mesmo sabendo que talvez fosse encenação eu senti meu coração apertado, o que ele responderia a isso? Será que diria que a amava? Será que seria verdade? Não, eu sabia que não. Meu lado racional gritava para que o ouvisse e foi o que fiz. Eu amara Edward mais do que pensara ser capaz e mesmo Lauren com toda sua superficialidade estava certa: eu ainda o amava. Mesmo tendo estado junto de Jacob por meses...

Se meu amor humano, mortal continuava intacto, forte do mesmo jeito que fora no começo, poderia o dele ser diferente?

O olhei em silêncio, mas soube que pelo momento em que me observou ele entendeu minha pergunta silenciosa.

Você ainda me ama?

— Lauren, é melhor irmos para a sala.

— Não, você está fugindo, não quer me responder. Por quê?

— Lauren...

— Diga que me ama.

— Não!

Houve silêncio, a voz de Edward pairou no ar, ecoando dentro de minha cabeça.

— Já lhe pedi para sairmos daqui, não quero ter de discutir.

Era como se falasse com uma criança, talvez eu não fosse a única a vê-la dessa forma.

Uma porta de abriu e um dos professores botou a cabeça para fora da sala.

— O que está havendo aqui?

— Não é nada, nos desculpe senhor Warren, nós já estamos indo para a sala.

Edward não teve problemas em fazê-lo acreditar em suas palavras, sem prolongar segurou Lauren pelo braço e a conduziu pelo corredor sem dizer mais uma palavra. A quietude se instalou de maneira muito estranha, difícil de assimilar, nem parecia que há pouco estivera discutindo com eles. Me dei conta de que seria melhor também ir para a classe e comecei a caminhar vagarosamente.

Outra porta se abriu e dessa vez fiquei surpresa ao ver Alice surgir. Ciente de que estávamos sozinhas ela se colocou a meu lado em menos de um segundo, havia tempos que não via os Cullen fazendo uso de suas habilidades sobre-humanas, acreditava ser algo que jamais deixaria de me surpreender.

— Posso ajudar? – Perguntei irônica.

Soltou um muxoxo e a ouvi murmurar algo como ‘vou matar Edward’.

— Liese, por favor, sem joguinhos. Sei que deve estar confusa e chateada por termos nos afastado de você, mas acredite, eu não tive escolha.

— Mesmo?

— Sim e pare de ser irônica. Estou falando a sério, apesar de todas as informações que possui, há coisas acontecendo que até mesmo você desconhece!

Senti uma de minhas sobrancelhas se erguer, demonstrando interesse. Alice sacudiu a cabeça.

— Não vou falar sobre isso agora, mas talvez logo você descubra a verdade. Por mais que eu mesma admita que meu irmão seja burro, tenho que concordar com algumas decisões que ele toma, quando não dizem respeito a mim.

Ela cruzou os braços, parecia pensar sobre algo em especial, seu rosto perfeito revelava chateação.

— O que está acontecendo Alice? Sabe que não entendi uma só palavra do que disse. Porque não fala logo o que está havendo?

— Porque não posso – suspirou. – Você e Edward formam o casal de pessoas mais teimosas que já conheci e olhe que estou viva há uns bons anos! Sabe o que sente por ele Aneliese, porque simplesmente não admite?

— Ele é namorado de Lauren agora e deve saber que ela não está nem um pouco disposta a deixá-lo partir.

— Para o inferno com aquela garota! Nunca pensei que um humano sozinho fosse capaz de causar tanta amolação... Bem, de qualquer maneira, Edward tem suas razões para ficar com ela, confie em mim. E você também não dá um bom exemplo estando envolvida com o lobo.

Prendi os lábios e desviei o olhar.

— O que foi? Não estão mais juntos?

Mantive silêncio, não sabia ao certo se deveria lhe revelar o que ocorrera entre mim e Jacob, era sempre difícil aceitar a realidade.

Alice não agiu do modo que eu esperava. O que fez foi perscrutar nosso redor com os olhos semicerrados e então tornou a me fitar, repousando suas mãos frias sobre meus ombros.

— Está tudo bem com você?

Franzi a testa confusa por sua especulação.

— Que eu saiba sim.

— Há algo que queira me dizer?

Hesitei. Porque ela me perguntava aquilo? Fora quase a mesma indagação que Edward fizera, será que eu estava deixando transparecer algo? Com seu irmão eu não fora sincera, mas sentia que com Alice podia me abrir, no entanto, nem eu mesma sabia o que temia. A impressão de estar sendo observada nos últimos dias parecia ser uma suspeita insana demais, até mesmo para mim. O que poderia haver que os Cullen não soubessem? E também os lobisomens. Qualquer ameaça seria interceptada por eles, era bobagem lhes causar preocupação sem motivos.

— Acredito que não tenha nada para falar que você já não saiba – assinalei.

Ela me soltou e ajeitou uma mecha do cabelo que lhe caia sobre os olhos.

— É o que espero.

Não era comum vê-la insegura, mas foi o que nosso encontrou revelou, ela estava apreensiva, preocupada com algo que não queria revelar, será que sabia sobre a estranha aparição que eu andara vendo? Alguém de sua família seria capaz de fazer aquilo apenas para me amedrontar? Talvez Rosalie, tinha certeza de que ela ainda me detestava. Contudo qual seria a motivação por trás de suas atitudes? Não fazia sentido.

Senhorita Cope cruzou o final do corredor e nos avistou enquanto se aproximava, pressentindo os problemas que arranjaríamos por estar fora da sala fomos obrigadas a nos separar, Alice pareceu relutante em me deixar, como despedida ela me deu um sorriso breve e em seguida partiu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por continuar acompanhando ♥
Acredite, eu não tenho quase incentivo aqui em casa para continuar escrevendo, muita gente acha que vida de escritor é besteira, perda de tempo e dinheiro. Então você pode pensar que seu comentário não faz diferença, mas faz. Se alguém aqui também escreve e sabe como é difícil, comente, desabafe comigo - eu sempre gosto de ler o que vocês tem a dizer!
Por enquanto, apenas me desculpe a demora e muito obrigada :)

PS. Deu pra perceber que Alice está de saco cheio de seguir o bendito plano de Edward, não é? Vocês podem esperar por mais aparições dela nos próximos capítulos. E também, coincidentemente neste mês de Halloween teremos comemoração na fic, pois eles estão nessa época lá. Vou precisar de fantasias pros amigos de Liese: Jessica, Angela, Ben, Tyler, Mike e também para os meninos da banda, alguém tem alguma sugestão? As melhores eu vou usar hein! Espero que isso os anime um pouquinho, eu pelo menos tô quebrando a cabeça tentando decidir o que fazê-los vestir, até agora só decidi a da Liese rs