"Algumas coisas mudam a nossa vida para sempre ".Era o que dizia o livro antigo da biblioteca do meu biso que meu pai guarda até hoje escondido. Ele dizia que seu avô tinha uma biblioteca antes da terceira guerra.Meu biso conseguiu esconder alguns livros antes que o recém formado exército de Panem os destruíssem.E quando ele morreu, deixou a casa junto com o esconderijo que ele mesmo construiu,para seus filhos e sucessivamente para o meu pai, que os esconde em uma parede falsa atrás da estante do porão. Nunca revelamos isso a ninguém nem a Finnick ou Elle que são conhecidos da minha a família há tanto tempo.

Acho que essa frase faz todo o sentido.Uma pequena coisa pode midar tudo pro bom ou para o ruim. Como por exemplo sem os pais de Finnick não trabalhassem com barcos estariam vivos ou se Rosimella não tirasse um papel com seu nome na sua colheita ou se...

–Aonde está ela?. A voz de Rosimella me tira de meus pensamentos.Sinto que Elle segura minha mão sem apertar. A solto e caminho lentamente em direção ao palco. Não olho pra cara de Elle ou Tyson ou Finnick muito menos dos meus pais.Ao subir no palco olho pro chão para não ter que olhar Finnick. E ao tomar o meu lugar do lado direito de Rosimella olho para várias pessoas menos as que eu conheço. Seguro as lágrimas para não parecer uma idiota para os outros Distritos mais tarde.

Rosimella sorrir para mim e eu sorrio para ela.-Agora vamos ver o nome do rapaz. Ela volta a frente do microfone abrindo o papel. -Tyson.No mesmo instante que ouço seu nome olho para meu irmão, que esta sem expressão.-Newnote.Um pequeno alívio percorre pelo meu corpo seria muita desgraça para os Cresta em um dia só . Vejo um menino de cabelos escuros bem lisos saindo da fileira de 12 anos assustado. -Annie Cresta e Tyson Newnote. Ela diz por fim levantando nossas mãos.

Depois disso somos condizidos pelos pacificadores até uma sala, onde fico sozinha. Poucos minutos depois meus pais entram.Minha mãe estava desolada não parava de me abraçar, chorar e tremer.E meu pai esta quase no mesmo estado.

–Eu vou tentar. Digo por impulso após observar o estado dos dois .-Eu prometo.

–Você tem que tentar voltar para casa filha.A gente te ama.Meu pais disse antes que dois pacificadores os arrancacem de mesu braços. -Amo vocês.Digo deles sairem da sala.

Elle entra e me abraça.

-Elle.você me promete uma coisa?pergunto sentando no sofá ao seu lado.

–Sim Annie o que você quiser.

–Na verdade duas.

–Sim.

–Cuida do meu irmão se eu não voltar.Faça ele feliz e não deixe que a amizade de vocês com o finnick se perca. Digo com a voz falhando.

–Prometo.Ela olha em meus olhos.

–Elle,você foi a melhor amiga que alguém pode ter.digo e ela me abraça.-Você também Annie. Sempre vou lembrar de você. Não quero ser a senhora Cresta sem ter você por perto. Ela termina com o rosto sujo por causa da maquiagem.Imagino que a essa altura eu esteja assim também. Um pacificador entra na sala e ela sai do jeito que eu gosto;sem muitas despedidas.Provando como era minha amiga e como me conhecia.

Tyson entra sendo o último da minha lista de pessoas que acho que viriam. -Anninha. Vejo seu rosto todo vermelho. E o abraço. -Queria poder trocar com você. -Você não pode desistir. Sinto um nó se formando em minha garganta. -Não vou.Vou fazer o que eu puder.Eu prometo.-Acabo de perder a noção de quantas vezes prometi algo hoje. Estávamos abraçados quando a cana do pacificador arrancando alguém que amo de mim acontece pela terceira vez.

Depois que saio da sala,me levam junto com Tyson Newnote. Para a estação onde o luxuoso trem da capital nos aguarda.Não vejo Finnick no meio do caminho. Rosimella nos mostra o interior do trem e fala que poderiamos descansar em nossos quartos antes do jantar. Resolvo fazer isso mas não para dormir e sim para chorar e pensar pois se eu for cumprir minhas promessas terei que matar o garotinho de 12 anos mais desnorteado do que eu.

O quarto do trem era espaçoso e bonito. Tinha uma cama de casal, um guarda roupa, um sofá uma tv, uma janela e uma porta para o banheiro.Fico sentada no chão até que alguém bate na porta e entra.Era Finnick ele vem ate mim e me abraça.

–Preciso falar com você. Ele diz

–sobre?

–Ontem você me perguntou sobre eu ter tentado ajudar você. Ele me solta e olha nos meus olhos. Percebo que parece ser sério

–Sim.

–Precisamos conversar sobre isso.