Sobre Príncipes e Princesas escrita por Hanna Martins


Capítulo 28
Escândalo na realeza?


Notas iniciais do capítulo

Ah, vocês nem imaginam o quanto fiquei feliz com os comentários do último capítulo, deixou meu coração quentinho rever vocês. Fiquei com vontade de abraçar cada um, em um esmagador abraço de urso. Nem sei como agradecer por estarem comigo nessa jornada. Vocês são MARAVILHOSOS, sabiam? Quero que saibam que cada palavra significou muito para mim. Muito obrigada!
Espero que divirtam-se lendo esse mais novo capítulo da vida de nossa princesa herdeira!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/671087/chapter/28

— Consegui um estágio na editora da universidade! — comemora minha colega Amy.  

— E eu, como assistente do editor da revista “Literatos”! — se exibe meu outro colega.  

— Eu, como princesa herdeira — murmuro apenas para mim. — Parabéns, Emma, eis o seu emprego de férias! 

— O quê? — pergunta Adam.  

— Nada, nada. 

Será que ele me ouviu? Acho que falei alto demais.    

— Adam! — Amy fala toda serelepe, lançando olhares sugestivos em sua direção.  

Desconfio que as garotas da minha classe estão fazendo uma aposta sobre quem conquista o “poeta, que é pura poesia” (apelidinho carinhoso que Adam ganhou de minha classe). O fã-clube de Adam tem crescido muito nesses últimos dias. É, acho que Sebastian tem um grande concorrente em potencial.  

— Sim? 

— Você vai fazer algum estágio nestas férias? — pergunta Amy. 

— Estágio? Bem... vou fazer algo assim... Vou trabalhar em uma revista de arte, cobrindo alguns eventos... 

— Ah! — Ela lança um sorrisinho para ele. — E você, Emma?  

Só se conseguissem alterar certas regras da realeza. 

— Não, eu... 

— Acho que Emma estará bastante ocupada nestas férias, não é mesmo? — diz Adam, sorrindo para mim.  

Os olhares de minhas colegas voltam-se todos para a porta. E certos pulmões ficam sem oxigênio. Sebastian e suas aparições. Ele deveria considerar seriamente se transformar em uma celebridade ao algo do tipo. Fã-clube já tem. Bem, com essa aparição, acredito que o posto de rapaz mais cobiçado ainda pertence ao meu guarda-costas. Adam, mais sorte da próxima vez.  

— Tenho que ir. 

— Até o próximo semestre, Emma! — fala um dos meus colegas. 

A convivência com Adam fez com que algumas coisas fossem alteradas na minha classe. Meus colegas já começaram a me ver como Emma, a colega de classe e não como Emma, a princesa herdeira. Não digo que me tratam normalmente (pelo menos ainda não), porém, já não sou a atração da classe, não sinto os olhares sobre mim durante as aulas. Deve ser devido ao fato de Adam me tratar assim, apenas como uma colega. Ter uma vida acadêmica relativamente normal é uma grande conquista.  

— Sebastian, seu fã-clube vai sentir saudades! — falo, me aproximando dele.  

Ele sorri. Desconfio que esse sorriso foi intencional, só para deixar as pobres garotas sem ar. Certo, Sebastian, melhor eliminar a concorrência.    

— Bom trabalho — falo, dando uma palmadinha em seu braço. 

 — O quê? Eu não fiz nada! — defende-se inocentemente.  

— Claro, claro, Sebastian.  

Coloco minha mochila nas costas, que está repleta de livros e apostilas. Terminei o segundo semestre sem quase nenhum problema. Minhas notas foram até boas, claro que não foram nenhum espetáculo, mas, pelo menos, não reprovei em nenhuma disciplina e nem fiquei de exame final. Estudar entre um intervalo e outro dos eventos, reler os resumos durante jantares chatos, quando alguém estava fazendo um daqueles enfadonhos discursos, valeu a pena.  

— Me deixe levar isso — Sebastian se oferece. 

— Não. — Puxo minha mochila. — Não estamos em nenhum evento público. Eu posso carregar minhas próprias coisas! Que regra mais absurda essa da princesa herdeira não poder carregar nada em eventos públicos?  

Se rebelar contra as regras da realeza dá sempre um gostinho de vitória. Aprendi nestes meses que pequenos atos de rebeldia provocam a sensação que ainda tenho certo controle sobre minha vida.  

— O que temos para hoje? 

Com uma voz tranquila, ele começa a recitar a minha “pequena” lista de afazeres, enquanto caminhamos até o carro.  

Em breve, vou estar livre por alguns dias dessa loucura toda. Vou poder ficar uma semana na casa dos meus pais. Vou poder ver minha família, finalmente. Tenho riscado literalmente cada dia em meu calendário. Depois de tanto trabalho, um pouco de descanso. Poderei fazer tanta coisa nestes dias, só de pensar nisso, começo a contar os minutos, ou melhor, os segundos. 

Uma música suave toca no rádio do carro. 

— Perdão — fala Kevin, meu motorista particular, tentando desligar o aparelho. 

— Não, pode deixar ligado. Eu gosto desta música.   

— Essa música é tão bonita.  

— É mesmo — concordo.  

As notas suaves do violino, acompanhadas por um piano, formam uma melodia harmoniosa e delicada. Um som agradável de se escutar, daqueles que fazem você não pensam em mais nada.  

— Lyane é uma das melhores violinistas de nosso país — Kevin diz, admirado.  

Lyane... já faz alguns meses que ela regressou do Canadá. Quem imaginária que em poucos meses ela se transformaria no “primeiro amor da nação”, apelido dado pela imprensa. Ela fez uma rápida participação em um programa de TV, aliás, ela apenas havia retornado ao nosso país para participar deste programa, que homenageava uma de suas professoras de música. Foi o que bastou para a nação inteira se apaixonar pela bela, jovem e talentosa violinista. No dia seguinte, o nome Lyane Orlins era o mais buscado na internet. E a música clássica ganhou muitos fãs, principalmente, fervorosos admiradores de violino.   

Abro o notebook. Tento escrever alguma coisa. Mas, minha mente está dispersa, sem qualquer foco. Abro uma página qualquer de notícias.  

“Conheça os segredos de Lyane, a violinista que roubou nossos corações” diz o título de uma matéria, outro anuncia: “Será que o coração do primeiro amor da nação tem dono?”, ainda há outro: “Lyane desmente rumores de namoro com famoso pianista”. Mas, em meio a todas estas manchetes, uma pequena matéria me chama a atenção: “Sun, o escritor misterioso”. 

“Ninguém conhece a identidade de Sun. Há alguns meses, um conto publicado na revista “Jovens na literatura”, assinado sob um pseudônimo ganhou destaque. Desde então o misterioso autor tem publicado regularmente na revista, colecionado admiradores e curiosos. Várias questões rondam a identidade do escritor. Não sabemos nem mesmo se é um homem ou uma mulher. Sua identidade é mantida sob total sigilo, até mesmo os editores da revista “Jovens na literatura” desconhecem a identidade do escritor. Alguns críticos chegaram a cogitar que Sun seria o pseudônimo de algum escritor famoso. Contudo, a incógnita permanece. Quem seria Sun? Uma coisa é certa, Sun ganha cada vez mais admiradores.” 

Fecho rapidamente o notebook. 

— Leon está no palácio? — pergunto para Sebastian, quando chegamos.  

— Sim, ele está na aula de esgrima.  

— Obrigada.  

Vou para a pequena academia do palácio (pequena é um eufemismo), onde Leon e seu instrutor praticamente dançam com seus sabres. Contemplo um verdadeiro ballet, repleto de estratégias. É preciso saber o momento exato de recuar e atacar. Qualquer precipitação ou hesitação pode ser fatal. Os dois por fim acabam o jogo. Leon dispensa o instrutor e olha para mim.  

— Consegue me vencer? — indaga em posição de ataque.  

Pego um sabre e subo até a pista.  

— Veremos — falo, tentando o acertar com o sabre.  

Ele se esquiva sem a menor dificuldade.  

— Você sabe que minha especialidade é chutar traseiros. — Faço um gesto com a minha perna.  

— Claro, e Buffy, a caça-vampiros, é a sua mestre.  

— Isso mesmo! Aprendi cada truque com ela.  

Ele sorri, aproxima-se de mim e segura meu pulso, me deixando na posição adequada para segurar o sabre.  

— Assim está melhor. 

— Do meu jeito é melhor — garanto.  

— Como foi sua aula? — pergunta, passando a mão por minha cintura para me deixar na posição correta de ataque.  

— Foi ótima. Estou oficialmente de férias! — comemoro. — Agora, você não é o único de folga.  

As aulas dele na faculdade terminaram um pouco antes das minhas. Por isso, ele ficou se exibindo por aí.  

Dou alguns golpes no ar com o sabre.  

— Dá para acreditar que próxima semana, eu vou para a casa dos meus pais?  

Leon sorri para mim e se posiciona na minha frente. Ataco-o. Mas meus golpes não são nada efetivos. Ele é tão ligeiro como um tigre. Antes mesmo de eu o atacar, ele se esquiva, como se pudesse ler a minha mente.  

— O que você vai fazer na próxima semana? — pergunto. 

— Não sei... — Dá os ombros. Mas, ele permanece em alerta não permitindo que nenhum dos meus golpes o acerte. — Teoricamente, tenho alguns dias de férias na próxima semana... Talvez, visitar meus pais no palácio. 

É um tanto estranho ver Leon se referindo aos reis como seus pais. Por vezes, até eu mesma me esqueço que antes de eles serem o rei e a rainha são os pais de Leon. Aliás, raramente eu os vi interagindo sem as normas. Pensando bem, eu não os vi interagindo sem qualquer regra uma única vez. Cada família tem seus problemas. Algumas mais do que outras.  

— Ou talvez não — diz, brincalhão.     

— O que você tem para hoje? 

— Agora, à tarde um encontro com alguns diplomatas, à noite um coquetel... Tudo muito interessante. — Boceja. — Muito mesmo.  

— Aham... 

— Claro, um dia muito interessante me aguarda — tenta soar animado, enquanto dá outro grande bocejo.  

— Repita isso por... uma mil vezes até que seja verdade. 

Leon sorri e aponta o sabre para mim.  

— Me vença! — desafia.  

— Isso é fácil! 

— Fácil, é? — Levanta a sobrancelha, como um desafio.  

— Claro! — Sorrio. 

Largo o sabre no chão e me aproximo dele vagarosamente. Invado seu espaço pessoal, ficando a poucos centímetros de distância, ele me olha com expectativa, aguardando meu próximo passo. Coloco minhas mãos em seu rosto, obrigando-o a se curvar. Trago seu rosto para próximo do meu. Meus lábios lentamente se aproximam dos dele, roço-os. Ele, impaciente, tenta prender meus lábios, mas não permito que capture minha boca. Sou boa em me esquivar também.  

— Não disse que vencer você era fácil? — Me afasto, apontando para seu sabre jogado no chão.  

Suas mãos pousam em minha cintura e me levam para perto de si. Seus olhos brilham como os de um felino.  

— Certo. Você me venceu. Mas os derrotados precisam de consolação, sabe, ficamos muito desolados.  

— Ah, claro, posso ver o tamanho de sua desolação.  

— Sim, ela é imensa. Não gosto de ser derrotado. Preciso de consolação... — Seus lábios se levantam em um malicioso sorriso.  

— Pobre príncipe! Sua Alteza Real, é um mau perdedor.  

Como resposta, me vejo no chão nos braços de Leon. Seu corpo me envolve completamente, não deixando nenhum centímetro livre. Ele inverte nossas posições, me deixando com as costas no chão. Apoia-se nos braços, ficando soerguido sobre mim.  

— Emma, tcs, tcs, tcs, não se deve mexer com o fogo. Não te ensinaram que quem mexe com o fogo, acaba se queimando? 

— Talvez, eu tenha faltado nessa aula — provoco.  

Acerca seus lábios dos meus com lentidão. Fica a milímetros de apanhar minha boca, porém, em uma doce vingança não a toma para si. Sou eu quem fico sedenta agora. Seu hálito quente, seus lábios vermelhos e macios... me chamam.  

— Isso é uma punição por sua derrota?  

Ele sorri enigmaticamente e passa o polegar pela pele fina e extremamente sensível dos meus lábios, os contornando sem nenhuma pressa.  

— Isso é por você me deixar sozinho nesse palácio em pleno verão, mofando, sem nada para fazer... 

— Então, é disso que se trata no final das contas?  

— É — admite. — Você vai me deixar aqui sozinho. Não tem pena de mim, não? Um pobre cara solitário, abandonado... 

— Até parece que vou deixar você por uns mil anos — brinco. 

— Para mim vai parecer uns mil anos, o tempo é subjetivo, lembre-se?  

— Oh, vai sentir minha falta? 

Seus lábios vão parar nos meus imediatamente, os sugando com voracidade, com necessidade, uma necessidade tão intensa que atravessa minha pele, chegando ao âmago do meu ser.  

— Isso responde a sua pergunta? — fala, largando meus lábios.  

Coloco a mãos nos seus ombros, forçando-o a inverter nossas posições. Sento-me em seu ventre e apoio minhas mãos no chão, me inclinando sobre ele.  

— Eu também vou sentir a sua — admito.  

Leon acaricia meu rosto e suspira.  

— Promete que logo irá voltar? — Sua voz perdeu o tom brincalhão de segundos atrás.  

Assinto. 

— Logo estarei de volta, prometo. 

Nossos olhos se falam, enquanto nossos lábios se calam. Contorno seu rosto com a ponta dos meus dedos, sua mão em concha segura meu rosto. Me inclino ainda mais sobre ele, ficando a pouquíssimos centímetros de sua boca. Basta eu me inclinar um pouco mais e me esquecerei do resto do mundo. Roço levemente meus lábios nos seus.  

Escutamos um sutil pigarrear. Saio de cima de Leon, um tanto embaraçada, sem me atrever a olhar para o intruso.  

— Perdão — pede Sebastian. — Só vim avisar que a diplomata da França a espera para o almoço...  

— Sim, obrigada.  

Sebastian se inclina levemente e se retira. 

Olho para Leon. 

— Tenho que ir... 

— Tudo bem, mas à noite você não me escapa — diz, me roubando um rápido beijo.  

Meu dia passa rápido e finalmente me vejo indo cumprir meu último compromisso.  

A última tarefa da noite é a abertura de uma exposição de arte. Nos próximos dias não terei mais nenhum evento público, deve ser por isso que vou para a exposição cheia de entusiasmo. Nada de sorrisos falsos que deixam minha bochecha doendo, nada de palavras vazias sem nenhum significado... 

O trabalho de hoje é fácil. Apenas olhar alguns quadros, sorrir, concordar com algum crítico de arte sobre o caos na arte atual... bem, já fiz trabalhos mais pesados.  

Depois de cumprimentar várias pessoas, circulo pela exposição, olhando as pinturas ao acaso.  

— Isso seria uma vaca... uma vaca em um avião? — murmuro, enquanto observo uma pintura meio abstrata cujo título é “Os poderes da mente”. 

— Uma vaca e um par de sapatos. Ninguém pode dizer que o artista não tenha criatividade — diz Will, apontando para a obra.  

Me volto para ele, que beberica sua champagne com um ar divertido.  

Faz meses que não me encontro com o príncipe Don Juan da nação. Na verdade, desde aquele incidente com as fotos. Desconfio que a rainha deva ter mexido seus pauzinhos. Pelo menos, não recebi mais nenhuma convocação de minha amada sogrinha real para discutir sobre o assunto. Acredito que ela tenha conseguido contornar as coisas. Não se brinca com a eficiência da família real.   

— Emma, quanto tempo! — ele exclama, imprimindo um sorriso surpreso nos lábios.    

— É... 

— Eu estava... ocupado com algumas coisas... — Toma um gole de champagne.  

— Certo...  

— Aceita uma bebida?  

— Não, obrigada, estou bem.  

— Certeza? Acredito que o álcool ajuda a tornar certas experiências mais interessantes — diz com uma piscadela.  

Sei que devo evitar Will, os boatos podem ter morrido, mas nunca se sabe, basta uma pequena fagulha para acender uma fogueira. Além disso, não quero escutar outro sermão da rainha. Preciso encontrar uma desculpa para sair de sua presença. Por isso, quando avisto Adam fico dividida entre a surpresa e o alívio. Não esperava o encontrar nesse lugar. Aceno para chamar sua atenção.  

— Emma! — fala surpreso, indo ao meu encontro após notar minha presença. 

— Adam, o que faz aqui?  

— Preciso escrever uma matéria sobre essa exposição. Lembra do estágio que consegui naquela revista sobre artes plásticas? Então, eles estão cobrindo a abertura da exposição.  

— Ah.  

Ele volta-se para Will, que o observa um tanto intrigado. 

— Will, este é Adam, meu colega da faculdade — me apresso em apresentá-los. — Adam, este é o príncipe William.  

Os dois se cumprimentam com um aperto de mão. 

— Sua Alteza.  

— Pode me chamar de Will. Não sou fã de formalidades — diz, com um sorriso. — Aceita uma bebida, Adam? 

— Seria ótimo. Eu pego. Emma, quer uma também? — E antes que eu possa respondê-lo, vai atrás de alguma bebida.  

Ele volta rapidamente com duas taças de champagne. Termino por aceitar uma delas.  

— Olhe para este trabalho. — Will aponta um estranho quadro. — O que será que ele representa?  

Coloco a taça da champgne em daquelas mesas altas que estão espalhadas pela exposição para os convidados depositarem suas bebidas e terem as mãos livres e me aproximo-me da pintura. Cores fortes, violentas até, inundam a tela. As imagens são um tanto desconexas, brinquedos, livros, roupas, carros são algumas que consigo identificar.  

— O caos da adolescência — sugere Adam.  

— E por quê? — indaga Will. 

— Na adolescência você tem mil possibilidades, muitos caminhos, e está perdido em meio a tudo isso.  

— Interessante. E você, Emma? 

— Não sei... diria que o cotidiano de uma vida agitada... — falo, enquanto observo o quadro. Ele realmente desperta diversas sensações.  

Sem me dar conta, apanho minha taça e acabo tomando um gole de champagne. Não será um pouquinho de álcool que irá me deixar bêbada.   

— Preciso falar com aquele artista. — Adam indica com a cabeça um homem que conversa com um pequeno grupo. — Meu chefe não me deixará em paz se eu não o entrevistar. 

— Claro — falo. 

Adam se vai me deixando à sós com Will. 

— Seu colega é muito interessante, Emma — diz, bebericando sua champagne.  

— Sim, Adam é ótimo — concordo, enquanto tento decifrar uma pintura, no mínimo exótica, de um sapato gigante. 

Subitamente, minha cabeça começa a girar.  

— Emma? — Will me olha, preocupado. 

******************* 

— Emma! — uma voz distante me chama. 

Abro os olhos, tentando localizar a voz. Sinto-me envolvida por uma espécie de bruma, por isso demora um certo tempo para tomar consciência plenamente de onde me encontro. Estou deitada em uma cama. Ao meu lado, Leon me observa. Reconheço o meu quarto.   

— Como você está? — indaga, preocupado.  

— Bem... eu acho. — Sento-me com cautela. Ainda continuo um tanto área e com a sensação que há algo errado, apenas não sei o que exatamente.  

Minha cabeça dói e parece pesar uma tonelada, o que não ajuda a dissipar a confusão de meus pensamentos. Apoio-a em minha mão. Leon me oferece um copo de água, que tomo aos golinhos. 

— O que aconteceu? — pergunto, olhando ao meu redor. 

— Você passou mal na exposição de arte... 

— Passei? — Meu raciocínio está lento. 

— Sebastian disse que foi tudo bem repentino. Chamei o médico e ele disse que, provavelmente, você bebeu demais... 

— Mas, eu não bebi nada!  

Lembro-me de que apenas tomei um gole de champagne e depois... depois nada. Minhas lembranças acabam. Subitamente, me dou conta do que está errado, há uma enorme lacuna em minha memória.  

Leon me olha com o cenho franzido.  

— De qualquer forma, você precisa descansar. — Ele me ajuda a me deitar. — Vou pedir alguma coisa para você comer.  

Sigo as instruções e tento voltar a dormir, o que consigo com uma incrível facilidade, bastou fechar os olhos para ser levada para o mundo dos sonhos. Não sei por quanto tempo durmo, quando desperto novamente, sinto-me bem melhor.  

— Coma alguma coisa — diz Leon, colocando uma bandeja com um prato de uma sopa espessa de carne em cima da cama. — Se sente melhor? 

Assinto.  

— Minha cabeça já não dói tanto — digo, enquanto engulo um pouco da sopa.  

A comida ajuda com minha recuperação, no final do prato de sopa sinto-me quase totalmente recuperada.  

— Emma, você lembra-se do que aconteceu? — diz, pegando a minha mão carinhosamente e a envolvendo nas suas.  

— Não, a última coisa que me lembro é de que estava conversando com Will e senti tudo girando, depois nada... 

— Sebastian disse que foi Will quem te ajudou — explica. — Mas, Emma, precisamos chamar o médico novamente, se não foi a bebida que provocou isso em você... 

Alguém bate na porta, interrompendo-o.  

— Entre — diz Leon.  

— Com licença. — Sebastian surge com uma expressão entre séria e hesitante. — Bem... gostaria de falar sobre algo... — Noto que ele segura alguns jornais. 

—  Tudo bem, pode falar — diz Leon.  

Sebastian me olha, vejo por um instante uma sombra de dúvida passar por seu semblante.  

— É sobre... as notícias de hoje. 

Ele estende os jornais a Leon, que os apanha, intrigado. A expressão dele muda subitamente ao passar os olhos pelas manchetes. 

—  Isso é... — diz, agitado e irritado.  

— O que foi? — pergunto, preocupada com a atmosfera tensa que se instalou.  

Leon me estende os jornais silenciosamente.  

Fotos de mim sendo carregada por Will estampam as primeiras páginas. “O que está acontecendo com a família real?”; “Escândalo na família real?”; são algumas das manchetes.  

Olho para Leon, tentando compreender o que exatamente está acontecendo. A expressão de seu rosto está tão confusa quanto a minha.    


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Mais confusão na vida de Emma? E o que aconteceu aqui? Por que Emma desmaiou? Nos vemos em breve com certos segredos sendo revelados ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sobre Príncipes e Princesas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.