A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 59
Capítulo 58


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Durante muitos anos, Sarah sentiu-se perdida, confusa. E isto tudo devia-se à sua melhor amiga, Octavia. A primeira vez que Octavia lhe apresentou um namorado, Sarah sentiu-se estranha. Ela não sabia explicar o que se passava com ela. Ela só sabia que no fundo, mesmo não querendo admitir, queria que Octavia acabasse com o namorado.

As primeiras suspeitas aconteceram no quarto ano. Sarah ficou completamente furiosa quando soube que Benjamin Boone, namorado de Octavia naquela altura, a tinha traído. Nunca ninguém soube mas foi ela a razão de Benjamin passar duas semanas na enfermaria.

Sarah tentou negar todo aquele sentimento. Várias vezes se envolveu com rapazes mas não adiantava nada. Ela simplesmente não sentia nada e os seus pensamentos voltavam a Octavia.

No fim do quinto ano, mais especificamente quando Octavia começou a namorar com Albus, Sarah admitiu o que andou a negar durante aquele tempo. Ela estava apaixonada pela melhor amiga e não sabia o que havia de fazer em relação a isso.

Ela não se sentia bem de cada vez que dizia a Octavia que Albus não era homem para ela. Ela sentia-se cruel por estar a fazer isso à amiga, mesmo não gostando de Albus. Ela via o quanto Octavia gostava de Albus.

Mas, naquele momento, tudo desabou. Alguém tinha descoberto o seu segredo. Mas não era um alguém qualquer, era Albus. Albus encontrava-se na sua frente à espera de uma resposta.

—De onde é que foste tirar essa ideia? – perguntou Sarah tentando disfarçar todo o seu nervosismo.

—Os homens são todos iguais. Eu sou a única que não a faz sofrer. Queres que eu continue? – perguntou Albus sem tirar os olhos de Sarah. Ele estava à espera de uma reação que confirmasse tudo o que ele tinha acabado de descobrir.

—Tu estás completamente maluco. Essa cabeça não está a funcionar bem. É por isso que eu acho que tu e a Octavia não foram feitos para ficar juntos. Tu não bates bem da cabeça e és gryffindor. – respondeu Sarah mantendo a postura para manter o seu segredo a salvo - Queres que eu continue? – perguntou Sarah num tom sarcástico imitando Albus.

—Eu não acredito em ti, Finnigan.

—Eu não preciso que acredites em mim. – respondeu Sarah, disfarçando o medo que estava a sentir naquele momento. Claro que ela queria que Albus acreditasse nela. Ela queria que ele tirasse aquela ideia da cabeça – A única coisa que eu preciso, neste momento, é que me deixes em paz. Eu não tenho tempo a perder com gryffindor.

—Eu sei que o que eu estou a dizer é verdade. – gritou Albus enquanto Sarah se afastava – E eu vou provar isso.

A primeira coisa que Sarah fez quando saiu do campo de visão de Albus foi correr. Ela queria correr o mais rápido que conseguia para se esconder. Ninguém a podia ver naquele estado. Ninguém a podia ver naquele estado de fraqueza.

Mas o que Sarah não esperava era esbarrar com alguém enquanto virava numa das muitas esquinas dos corredores de Hogwarts.

—Desculpa. – pediu Molly esticando a mão para ajudar Sarah a levantar-se – Eu ia completamente distraída.

Sarah aceitou a ajudar sem dizer nada. Na realidade não era Molly que ia distraída, era ela. Ela é que ia distraída a pensar no que tinha acontecido nos últimos momentos. As lágrimas voltaram aos olhos. Ela tinha de sair dali o mais rápido possível.

—Está tudo bem? – perguntou Molly vendo a cara de Sarah – Não estás com bom aspeto.

—Muito obrigada pela observação. – respondeu Sarah rudemente. Logo a seguir seguiu o seu caminho sem dizer um simples obrigado a Molly.

—----//-----

—Estive a pensar no nosso admirador secreto. – disse Scorpius a Rose. O casal encontrava-se no quinto andar perto da entrada para o salão comunal dos Ravenclaw.

—No nosso admirado secreto? – perguntou Rose rindo-se do nome que Scorpius atribuíra a quem lhe estava a mandar as cartas – Está mais para serial killer.

—Serial killer? – perguntou Scorpius – O que é isso?

—É uma expressão muggle. – explicou Rose – É um assassino que mata várias pessoas seguindo um padrão.

—Um bocado exagerado não, princesa? – perguntou Scorpius com um sorriso no rosto – Eu acho que devíamos fazer uma lista de possíveis pessoas que possam ser quem te anda a mandar bilhetes.

—Uma lista?

—Sim, uma lista de alunos de Hogwarts que possam ter motivos para fazer isso. Tem de ser algum deles pois viram o que fizeste à Diana.

—Pois. Eu não sei o que me deu na cabeça. Eu explodi completamente. Acusei-a de mandar os bilhetes sem saber se isso é verdade. E se não for ela? Eu fui completamente injusta. – lamentou-se Rose.

—Tu não foste injusta, Rose. Mesmo que não tenha sido ela. Tu precisavas de fazer isto por todas as vezes que ela te intimidou. Tu precisaste de mostrar que não voltavas a ser pisada por ela. E eu estou muito orgulhoso, Rose Weasley. – revelou Scorpius beijando de leve Rose – Eu estou muito orgulhoso pelo que fizeste.

—Desculpem interromper o casal.  – disse Octavia aparecendo ao lado deles.

—Como é que deste connosco? – perguntou Scorpius.

—A tua namorada pertence a esta casa, totó. – disse Octavia mostrando o óbvio – E vocês não estavam na biblioteca.

—Foi um bom palpite teres ido lá primeiro. – elogiou Rose.

—Obrigada. – agradeceu Octavia – Vocês viram o Albus? Ele combinou de se encontrar comigo, mas não apareceu.

—Vamos a ver já te trocou. – brincou Scorpius.

—Vê lá se a Rose também não te troca. – provocou Octavia.

—Ela não me trocava. – ripostou Scorpius.

—E porque não? – perguntou Rose, provocando Scorpius. Scorpius esperava esta pergunta mas não vinda de Rose. O que é que ela queria dizer com aquilo?

—Tu estás a pensar trocar-me? – perguntou Scorpius chocado. Ela não podia fazer isso!

—Achas, totó? – perguntou Rose, sorridente – Eu não te trocava por nada deste mundo.

—Certo, muito mel por aqui. Já vi que não sabem do Al por isso vou continuar à procura dele. Adeus pessoas. – despediu-se Octavia seguindo o seu caminho.

—Se tiveres dúvidas, eu não também não te trocava por nada deste mundo. – disse Scorpius recebendo um sorriso gigante da namorava e de seguida um beijo.

—----//-----

Octavia encontrou Albus perto do salão principal, completamente longe do local onde tinham combinado encontrar-se.

A expressão de Albus era séria e Octavia suspeitou que alguma coisa se tinha passado. Ela só não sabia o que podia ser. Scorpius e Rose pareciam tão despreocupados para que se passasse algo com Albus.

—Onde te meteste? – perguntou Octavia, com os braços cruzados, aparecendo no campo de visão de Albus.

—Desculpa, O. Tive umas coisas para fazer.

—Que coisas? – perguntou Octavia em tom desconfiado. Ela não estava a gostar nada daquela conversa.

—Estive a tirar umas dúvidas com a Wikilson. – mentiu Albus. Ele não queria estar a mentir a Octavia, mas também não queria contar que esteve a falar com Sarah.

—Nem te atrevas a continuar com esse discurso, Potter. – disse Octavia assumindo o tom mais sério possível. Ela não iria passar por idiota – Eu sei muito bem que tu não foste tirar dúvidas com a Wikilson. Tu tens essa aula com a Rose e se isso tivesse acontecido, a Rose tinha-me dito que tinhas ficado com a professora. Por isso nem te atrevas a mentir-me. Isso é a pior coisa que podes fazer para a nossa relação. A menos que queiras terminar com ela.

—Claro que eu não quero terminar com a nossa relação, Octavia. – afirmou Albus – De onde é que foste tirar essa ideia?

—Se calhar o que a Sarah disse até tenha um fundo de razão. Porque se assim não for, tu não tinhas razão de me mentir. Portanto, a questão é simples? Tu tens outra? – perguntou Octavia mantendo os braços cruzados e sem nunca tirar os olhos de Albus.

—Claro que eu não tenho outra, O. Como é que podes pensar isso? Eu estou completamente apaixonado por ti.

—Então porque me estás a mentir? – perguntou Octavia num tom completamente frágil. Num tom que Albus nunca tinha ouvido vindo de Octavia – Porque não assumes o que realmente estiveste a fazer?

—Eu já…

—Não vais continuar com a mentira, Potter. Eu conheço essas mentiras. O Boone fez o mesmo. E sabes o que ele realmente estava a fazer? Estava a meter-me os cornos! É também isso que estás a fazer?

—Octavia, o que é que estás para aí a dizer? – perguntou Albus aproximando-se da namorada. Mas esta não o deixou aproximar. A cada passo que ele dava, ela afastava-se. Naquele momento, ela queria o Albus Potter o mais distante possível dela – Pronto, deixa-me explicar. – pediu Albus derrotado – Mas, por favor, não fiques chateada comigo.

—Estou à espera. – disse Octavia num tom frio. As lágrimas estavam à beira de se soltar. Ela estava preparada para o pior. Ela não queria chorar à frente de Albus.

—Eu fui falar com a Sarah. – revelou Albus.

—Tu fizeste o quê? – perguntou Octavia em tom incrédulo. Por um lado, ela estava completamente aliviada. Era plausível que Albus tivesse ido falar com Sarah depois de todas as queixas que ela lhe fez sobre ela. Mas, por outro lado, ela estava furiosa com Albus. Ela queria resolveu aquilo sozinha. Octavia não queria que Albus pensasse que ela precisava dele para tudo – Eu disse-te que resolvia as coisas a Sarah.

—E eu acredito que o consigas fazer. Agora, eu também tenho o direito de saber o porquê de ela querer que a nossa relação termine.

—Mas ela não te é nada.

—Mas é a ti. Ela é a tua melhor amiga e neste momento não se está a comportar como tal. Neste momento, ela está a arranjar maneira de nos separar, sem razão aparente. A única coisa que ela dizer é que te vou fazer sofrer. Quem é que lhe garante isso, O? Quem? Eu amo-te demasiado para pensar em fazer-te sofrer. Eu só te quero ver feliz. – desabafou Albus, desesperado. Ele queria que Octavia entendesse bem aquilo.

—Eu também te amo muito. – desabafou também Octavia, esquecendo completamente a discussão e beijando Albus ardentemente.

—----//-----

Os dois meses seguintes passaram sem acontecimentos novos. Albus continuava a tentar arranjar maneira de provar que Sarah estava apaixonada por Octavia. Rose e Scorpius continuavam sem descobrir quem andava a mandar bilhetes, mesmo a pessoa não tendo mandado mais nenhum durante aquele tempo.

—O problema da tua poção ter dado errada é porque te esqueceste de dar a volta anti-relógio depois das setes voltas no sentido do relógio. – explicava Rose a Lily, na biblioteca – Esse foi o teu único problema.

—Pois, mas esse único problema vai fazer-me tirar péssima nota no trabalho. Rose, eu não vou conseguir terminar Hogwarts. – dramatizou Lily.

—Não sejas tonta, Lily. Isto foi apenas um erro, mais nada. Cometeste-o agora? Melhor. No exame vais ser perfeita.

—Obrigada pelo incentivo. – agradeceu Lily, sorrindo para a prima – O Scorpius agora também já te manda bilhetinhos em forma de pássaro. Ele passou muito tempo no Ministério. – comentou Lily face ao pássaro de papel que tinha acabado de pousar em cima dos livros de Rose – Não vais ler?

—Agora não. – respondeu Rose tentando esconder o nervosismo – Eu vejo depois de acabarmos aqui.

—Não te prendas por mim. Vá-se lá saber e o Scorpius quer marcar um encontro tórrido contigo. – brincou Lily deixando a prima completamente vermelha – Não fiques assim, Rose. É completamente normal acontecerem essas coisas entre casais. Certamente já aconteceu entre ti e o Scorpius.

Rose não respondeu nada. Ainda não tinha acontecido algo de mais sério entre ela e Scorpius. Aquilo era tudo novo para Rose e esta pedira a Scorpius para irem com calma. Sem qualquer pressão.

—Tu e o Scorpius ainda não…tu sabes? – perguntou Lily vendo a cara da prima face à sua última afirmação. Rose nada respondeu. E Lily não precisou que ela o fizesse – A nossa explicação acaba aqui. Lê o bilhete do teu namorado e aproveita a vida, minha cara prima amiga. – Lily despediu-se de Rose e deixou-a sozinha.

Rose encarou o bilhete à sua frente. Ela sabia que aquele bilhete não pertencia a Scorpius. Ela sabia muito bem a quem pertencia.

Tic-tac, tic-tac…

Pensavas que me tinha esquecido de ti? Nunca Rose Weasley! O teu tempo está marcado. Em breve, vais dizer adeus ao Scorpius.


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Notas finais do capítulo

Que acharam do resto da conversa entre o Albus e a Sarah? Tivemos momentos fofinhos entre a Rose e o Scorpius...que acharam? E que acharam da discussão entre o Albus e a Octavia? Acharam que o Albus fez bem em mentir à Octavia? Acham que a reação da Octavia foi a melhor ou a pior? E por fim, que acharam de mais um bilhete?
Contem-me tudo nos comentários :) Beijos ♥