A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 58
Capítulo 57


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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A semana que se passou foi marcada pelo silêncio que se fazia sentir entre Rose e Scorpius. O casal não trocou uma única palavra nestes dias. Eles e Albus continuavam a sentar-se juntos nas aulas, mas era só isso. Albus tentava ao máximo que eles falassem, mas era impossível. Rose por mais de uma vez tentou entrar nessa jogada de Albus para que Scorpius lhe voltasse a falar, mas não deu resultado. Scorpius estava completamente irredutível. Ele queria a verdade.

Albus chegou mesmo a perguntar, mais do que uma vez, a Scorpius o que se passava para este não falar com Rose, mas a resposta era sempre a mesma. Scorpius tinha as suas razões.

Também Albus tentou falar com Rose, mas a resposta levou-o à mesma conclusão aquando a conversa com Scorpius. Rose fechou-se completamente em copas e a única coisa que admitiu foi que a culpa era totalmente dela.

Durante aqueles dias, Rose mudou a sua rotina. Ia às aulas todas, ia ao salão principal para todas as refeições mas, no resto do tempo, toda a gente que quisesse falar com Rose Weasley encontrava-a numa mesa distante das outras na biblioteca. O único hábito que manteve foi a sua ida á torre de Astronomia na esperança que Scorpius aparecesse. Coisa que nunca aconteceu.

Mas, naquela amanhã, houve algo que alterou a rotina de Rose. Naquela manhã, Rose voltou a receber outro bilhete.

Afinal não foi preciso fazer nada. Conseguiste acabar com os teus últimos dias de felicidade com o Scorpius.

Parabéns Rose Weasley

Mesmo depois de ler e reler o bilhete, este ainda permanecia na sua mão. Por mais que detestasse a pessoa que estava por detrás destes bilhetes, numa coisa ela tinha razão. O facto de estar a ocultar isto tinha estragado a sua relação com Scorpius. A verdade é que esta pessoa não fez nada para afetar a sua relação com Scorpius. A única pessoa que fez alguma coisa para os prejudicar foi ela própria.

Assim, Rose tomou uma decisão. Ela não ia deixar que estes bilhetes prejudicassem o seu namoro com Scorpius. Ela podia resolver toda a situação. A única coisa que precisava de fazer era falar com Scorpius.

Ainda faltava algum tempo para a aula da tarde, por isso, Rose foi em busca de Scorpius.

O que Rose não esperava era que a meio do caminho encontrasse Diana Anderson. Ela não sabia que era esta que mandava os bilhetes apesar de desconfiar que sim. Por isso, com uma raiva que nunca antes sentira e com uma coragem obtida por aquele momento, Rose correu até Diana empurrando-a contra a parede e apontando-lhe a sua varinha.

—Se voltas a mandar mais algum bilhetinho, eu esqueço que estou em Hogwarts e desfaço-te em pedacinhos. – sussurrou Rose perante o olhar assustado de Diana que tinha sido apanhada desprevenida.

—Não sei do que estás a falar, Weasley. – respondeu Diana no mesmo tom, apesar do medo que estava a sentir naquele momento. Ela não tinha qualquer hipótese contra Rose Weasley e ela sabia-o.

—Sabes sabes, Anderson. E é por isso que só te digo uma vez. Tu já me tentaste separar uma vez do Scorpius e não conseguiste. E garanto-te que não o vais fazer mais nenhuma vez. – avisou Rose – Espero que estejamos entendidas.

Rose soltou Diana e seguiu o seu caminho apontando a varinha para Diana até que esta desaparecesse do seu campo de visão. Ela não queria sofrer nenhum ataque nas costas e sabia que Diana era pessoa de fazer uma coisa dessas.

Rose continuou a sua busca à procura de Scorpius. A adrenalina daquele momento ainda não tinha passado. Ela nunca tinha feito isto com ninguém. Ela nunca tinha desafiado assim Diana. Mas Rose sentia-se bem. Pela primeira vez, ela demonstrou que não tinha medo de alguma coisa. Pela primeira vez, ela não ficou intimidada com Diana.

Rose seguiu pelo sétimo andar em busca do namorado, se é que Scorpius ainda a considerava sua namorada. Mas, antes que chegasse em frente à entrada para a sala comunal dos Gryffindor, um pequeno pássaro feito de papel caiu a seus pés. Rose pegou nele e abriu-o. Ela sabia a quem pertencia aquele bilhete.

Rose andas a descontrolar-te. Atacar pessoas inocentes é a tua nova forma de vida agora que perdeste o Scorpius?

Rose rasgou o bilhete em mil pedacinhos e seguiu o seu caminho em busca de Scorpius. Aquilo tinha de acabar. E ela sabia que precisava de Scorpius para isso. Pois juntos eram mais fortes.

Scorpius e Albus encontravam-se à entrada da sala comunal dos Gryffindor quando Rose os avistou.

—Finalmente vos encontro. – sibilou Rose mal chegou perto deles.

—Rose, não me digas que já não consegues viver sem nós? – brincou Albus arrancando um pequeno sorriso de Rose. Já Scorpius não mexeu um único músculo.

—Scorpius, preciso de falar contigo. – pediu Rose encarando o namorado. Scorpius encarou-a de volta e acenou. Pelo menos não recusou, pensou Rose.

Albus seguiu em busca de Octavia enquanto que Rose e Scorpius se refugiaram na sala das Necessidades para ter a conversa que ambos ansiavam mas nenhum dos dois admitia.

—Tinhas razão. – admitiu Rose chamando a atenção de Scorpius – A carta não era do meu padrinho.

—Demoraste uma semana para admitir isso. – acusou Scorpius num tom que Rose nunca ouviu. – Porquê?

—Porque eu não te queria preocupar. Porque nós finalmente estávamos felizes depois de tudo o que passamos. Finalmente estávamos bem.

—Até tu estragares tudo. – acusou Scorpius mais uma vez.

—EU SEI, ESTÁ BEM? – gritou Rose assustando Scorpius e a ela própria. Os acontecimentos da última hora, os acontecimentos dos últimos tempos tinham-na afetado mais do que ela poderia imaginar – Eu não queria e peço desculpa por isso. Mas não peço desculpa por ter escondido porque se o fiz foi a pensar que seria para o teu melhor. Eu fi-lo porque não te queria preocupar.

—Não resultou muito bem. – comentou Scorpius, agora num tom mais calmo.

—Pois não. – concordou Rose – Isto porque tu reparaste que eu tinha recebido três cartas e não duas.

—Não foi só isso. Tu estavas diferente naquele dia. Tu estavas estranha.

—Eu não sei quem foi a pessoa que me mandou aquela carta. – revelou Rose – Eu suspeito de alguém, mas não tenho a certeza de nada.

—Como assim? – perguntou Scorpius abandonando completamente o tom acusatório e tomando um tom preocupado.

—Desde o dia que fomos para casa para as férias de Natal que eu ando a receber bilhetes a ameaçar a nossa relação. – revelou Rose o resto da verdade.

—E não pensaste por um momento dizer-me?

—Não, porque como te disse nós estávamos bem e eu pensei que fosse alguma das tuas admiradoras a mandar aquilo e que não passasse de um bilhete. Mas isto já se tornou mais do que um bilhete. Isto já fugiu completamente do meu controlo. Ainda há pouco não sei o que me deu, quando dei por mim estava com a minha varinha apontada ao pescoço da Anderson.

—Tu apontaste a varinha à Anderson e ameaçaste-a? – perguntou Scorpius sem crer nas palavras da namorada.

—Exato. É como te digo, isto fugiu completamente do meu controlo. Eu suspeito que é ela ou a Makoto, ou as duas que estão a mandar os bilhetes, mas eu já não sei mais. Só sei que, com isto tudo, a pessoa que está a mandar os bilhetes não precisou de fazer nada para nos separar porque eu fiz questão de fazer isso. Desculpa Scorpius. Eu não queria fazer nada disto. Eu apenas queria resolver a situação.

—Nós estamos juntos, Rose. Nós podemos resolver a situação.

—Mas lá está. Eu sei que preciso da tua ajuda. Sei que juntos vamos conseguir. A questão é que eu sinto que estou tão dependente de ti que não consigo resolver nenhuma situação sozinha.

—Isso não é verdade, Rose. – disse Scorpius aproximando-se de Rose. Até aquele momento, eles tinham-se mantido a uma distância considerável – Há coisas que se resolvemos sozinhos e há outras que resolvemos em conjunto. Esta é uma das situações. E percebe-se isso a partir do momento que tiveste de me mentir. Porque tu não tinhas razão para me mentir. Tu não tinhas razão para fazer isto por muito que disseres que era para me proteger.

—Desculpa Scorpius, mas não concordo contigo porque se a situação fosse ao contrário, eu sei que tu tentarias de tudo para não me envolver na situação. Só o farias quando fosse necessário. Por muito que discordemos em várias situações, eu sei que terias feito exatamente o mesmo que eu.

—Provavelmente. – concordou Scorpius.

—Então podemos parar de estar chateados? – pediu Rose. Scorpius sorriu para ela. Claro que podiam deixar de estar chateados. Só ele sabia o quanto tinha sofrido naquela semana sem estar com Rose.

—Claro. – respondeu Scorpius terminando com a distância entre ele e Rose e beijando-a.

—----//-----

—A Sarah não me larga da mão. Ela está sempre com a mesma conversa. Diz que me vais magoar a qualquer momento e que eu não devia confiar em nenhum Gryffindor. – contava Octavia a Albus.

Mesmo que o namoro entre Octavia e Albus já durasse há algum tempo, Sarah, a melhor amiga de Octavia, ainda não via esse namoro com bons olhos. Para ela, Albus não era flor que se cheirasse.

—Espero bem que não vás na cantiga dela, O. – disse Albus em tom receoso – Eu não quero perder a minha namorada só porque a melhor amiga dela quer.

—Claro que não. – respondeu Octavia – Tu sabes o quanto eu desconfiei de ti, no início. Eu confio completamente em ti e olha que me custa admitir uma coisa destas. Agora, eu não percebo porquê que ela continua a insistir na conversa se já sabe que não vai dar a lado nenhum. Eu gosto muito dela, mas isto já está a ultrapassar os limites.

—Pode ser que ela desista. – disse Albus sem estar muito convicto no que acabara de dizer.

—Ela é uma slytherin, Al. Ela não vai desistir. Eu espero que ela o faça, mas não sei.

—Vai correr tudo bem.

—Esperemos que sim. -  disse Octavia levantando-se – Agora, já estamos atrasados para as nossas aulas.

A primeira coisa que Albus notou quando chegou à aula foi que Rose e Scorpius tinham, finalmente, feito as pazes. A segunda coisa que Albus notou foi que não iria estar atento à aula. Por mais que tentasse, as palavras que trocara mais cedo com Octavia insistiam em invadir a sua mente. Ele não conseguia perceber o porquê de Sarah estar tão contra o seu namoro com Octavia. Ele sabia que ela tinha um ódio de estimação por todos os gryffindor, apesar de o seu pai ter pertencido a essa mesma casa. Se calhar esse era o seu motivo de ódio. Mas, mesmo assim, ela parecia ter um ódio especial por si.

Cada vez que ele se aproximava para cumprimentar Octavia ou para a ir buscar por terem combinado alguma coisa, Sarah torcia sempre o nariz. Ele não sabia o porquê de isso acontecer, mas tomara uma decisão para resolver a situação. Ele iria falar com Sarah e tentar descobrir.

—Onde vais com tanta pressa? – perguntou Scorpius quando viu Albus a despachar-se a arrumar as suas coisas no fim da aula.

—Tenho coisas para fazer. Falamos logo.

Albus seguiu para o primeiro andar, onde sabia que se encontraria Sarah que aquela hora estava a terminar a aula de Transfiguração junto com Octavia.

Albus não apareceu logo. Ele não queria que Octavia soubesse o que ele ia fazer. Assim, esperou que elas se separassem para finalmente confrontar Sarah.

Isso não demorou muito a acontecer. Ele e Octavia tinham combinado encontrar-se no fim das aulas o que levou Octavia a separar-se da amiga e seguir em busca de Albus.

Aquela era a oportunidade para falar com Sarah.

—Sarah precisamos de falar. – disse Albus aparecendo nas costas de Sarah.

Sarah voltou-se para encarar Albus.

—O que é que queres, Potter? – perguntou Sarah – A Octavia não está aqui.

—Eu acabei de dizer que quero falar contigo.

—E o que é que um gryffindor pode querer comigo? – perguntou Sarah, inocentemente.

—Quero saber o porquê de insistires com a Octavia para acabar comigo.

—Talvez porque sejas alguém que não preste e eu não quero ver a minha melhor amiga sofrer. – respondeu Sarah. Albus notou um pequeno tom sarcástico em Sarah.

—E quem te disse que eu a vou fazer sofrer, Sarah? – perguntou Albus, ofendido – Eu gosto dela. E ela gosta de mim. A última coisa que eu quero fazer é fazê-la sofrer.

—Isso é o que dizem todos, meu querido. Todos dizem que não nos querem fazer sofrer e depois pimba, lágrimas por todo o lado.

—Isso não acontece de todas as vezes. – contrapôs Albus.

—Acontece. Com ela acontece. Os rapazes com quem a Octavia esteve sempre a fizeram ficar em lágrimas. E no fim sou eu que estou aqui para consola-la. Para lhe dizer que tudo vai ficar bem. Eu é que fico ao lado dela e mais ninguém. Eu sou a única pessoa que não a faz sofrer.

—Espera…o que tu estás a dizer é que a Octavia não merece ficar com ninguém. Que a única pessoa que a merece és tu… - Albus interrompeu o seu próprio discurso quando se apercebeu de toda a situação – Tu só estás a fazer isso porque estás com ciúmes. Estás com ciúmes da minha relação com a Octavia porque tu…porque tu querias ter uma relação com ela. Porque tu estás apaixonada por ela.


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Notas finais do capítulo

Que acharam da Rose confrontar a Diana com os bilhetes? Acham que é ela que os está a mandar? Tivemos a reconciliação e a revelação da verdade...que acharam? Que acharam do Albus ir falar com a Sarah? Acham que ele fez bem? E a revelação do final...que acharam?
Contem-me tudo nos comentários :) Beijos :)