A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 28
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada pelos comentários :) Aqui vai mais um :)
Boa leitura :)



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Scorpius encarava Rose à espera que esta dissesse alguma coisa. O silêncio tinha tomado a torre há alguns minutos. Rose tinha dito a Scorpius que ia contar a história toda, o porquê de ela se ter afastado de Albus, mas até agora, ela não tinha prenunciado mais nenhuma palavra.

Rose voltou a encostar-se na varanda. Ela não queria encarar Scorpius enquanto estivesse a contar toda a história. A verdade é que ela tinha receio da atitude de Scorpius. De certo modo, Rose tinha medo de perder a amizade de Scorpius. Ela não podia esquecer a parte de que Albus era o melhor amigo dele.

—Scorpius, eu não sei como vais reagir depois disto. Eu não sei se me vais achar idiota depois disto tudo. Eu não sei se me vais criticar, se me vais apoiar. Eu estou com medo de perder a tua amizade.

—Rose. – Scorpius segurou nos braços dela e voltou-a para que esta o encarasse – Tu nunca me vais perder, ouviste? Nunca! – frisou Scorpius.

 Para Scorpius era um absurdo Rose pensar aquilo. Ele nunca acabaria a sua amizade com Rose. Ela era demasiado importante para ele.

—Scorpius, tu conheces-me. Tu sabes como eu sou. Eu vou ter sempre medo de te perder.

Aquela afirmação de Rose fez o interior de Scorpius saltar de alegria. Naquele momento, ele conseguiu perceber o quanto era importante para Rose. Ele conseguiu perceber que, tal como ele, Rose também já não via a sua vida sem ele. E ele gostou de ter ouvido aquilo. Aliás, ele gostou muito de ter ouvido aquilo.

—Eu disse que ia contar e é o que vou fazer. – começou Rose, voltando-se, outra vez, a encostar à varanda. Apesar do que Scorpius lhe tinha dito, ela preferia contar-lhe sem o encarar - Desde pequena que eu tive problemas em relacionar-me com outras pessoas. Não sei se é defeito meu, mas eu sempre fui assim. Difícil de alcançar. Ao dizer isto até pareço alguém que tem a mania, mas não é nada disso. Espero que entendas o que quero dizer.

—Eu entendo Rose. – respondeu prontamente Scorpius. Este, apesar de Rose não estar a olhar para ele, observava-a. Ele nunca se cansaria de a observar. Ela era linda.

—Bem, com o tempo, o Albus começou a aproximar-se de mim. Insistiu, voltou a insistir até ultrapassar esta barreira invisível à minha volta. Ele foi o meu primeiro amigo. E até à pouco tempo, o único que eu tive. Eu era mesmo chegada a ele. Sempre que estávamos juntos, nós não nos largávamos. Andávamos juntos para todo o lado. Houve até uma vez que a minha avó disse que essa amizade ia dar em casamento. Nós éramos crianças, inocentes e achamos imensa piada aquilo que a nossa avó tinha dito. Até fingimos que nos casamos. Esses foram os momentos que eu comecei a falar mais com os meus primos. Nós sempre estivemos todos juntos na Toca, mas eu costumava ficar no meu canto enquanto eles brincavam. Com o Albus meu amigo, isso mudou um bocado. Eu participava em algumas brincadeiras deles. Finalmente comecei a encaixar-me e a deixar de pensar que tinha algum problema que envolvesse relacionar-me com outras pessoas.

—Mas tu eras apenas uma criança. Como podias pensar que tinhas algum problema? – perguntou Scorpius curioso. Ele não conseguia pensar numa criança a pensar naquilo tudo. Aquele era o tempo da inocência, o tempo em que eles não tinham quaisquer preocupações.

—Eu tinha oito anos e não tinha qualquer amigo. Isso era no mínimo de estranhar. O máximo que eu tinha era quando a minha tia Ginny levava a Lily lá a casa e eu ficava a tomar contar dela e do meu irmão. – explicou Rose. Scorpius compreendeu e pediu para ela continuar – Esses foram dos melhores anos da minha vida. Mas tudo mudou quando nós viemos para Hogwarts. Como tínhamos combinado, eu e o Albus fizemos a viagem juntos. Na altura éramos pouco primos a andar em Hogwarts, por isso a cabine ia praticamente vazia. Não é como agora que é uma confusão total.

—Eu sei como é. – brincou Scorpius arrancando um sorriso de Rose. O primeiro que via no rosto dela desde que estavam ali.

—Naquela noite, eu fui selecionada para a Ravenclaw e o Albus para a Gryffindor. Não estou a dizer que isso interferiu com alguma coisa porque não é verdade. Vejo pessoas que são de casas diferentes e que se dão lindamente.

—Como nós. – Scorpius exemplificou.     

—Como nós. – repetiu Rose. Rose não sabia porquê mas tinha gostado que Scorpius tivesse dito “nós”. Aquela palavra significou muito para Rose naquele momento – De repente, o Albus começou a afastar-se. Já não estava tanto comigo. Claro que eu entendia que havia horários que não eram compatíveis, mas mesmo assim. Ele estava a afastar-se completamente. Cada vez que o via, ele estava contigo ou com outro gryffindor. Sempre.

—Estás a dizer-me que eu fui a causa de tu teres deixado de ser amiga do Albus? – perguntou Scorpius a medo. Ele esperava bem que essa não tenha sido a causa se não…se não ele nem saberia o que pensar disso, sinceramente.

—Não. Tu não foste a causa. Confesso que no princípio fiquei com ciúmes. Albus passava muito tempo contigo e acabava por me deixar de lado. Mas eu compreendi que não era a única amiga na vida de Albus. Havia mais pessoas na vida de Albus e ele apenas estava a distribuir o seu tempo por elas.

—Compreendo que te tenhas sentido mal com isso.

—Sim senti. Mas é como te digo, eu compreendi. Até um dia. Uns dias depois de termos começado Hogwarts, estava eu a caminho da biblioteca. Não me lembro o que ia fazer lá, eu só sei que ia. De repente comecei a ouvir vozes. Com tantos anos de convivência, eu soube que uma das vozes era do Albus. Eu ia passar por lá e ia perguntar se ele queria vir comigo já que não estávamos há tanto tempo juntos. Mas algo me fez parar antes de chegar lá. Eu ouvi o meu nome ser pronunciado. Quem quer que fosse que estava a falar com o Albus, ele estava a falar sobre mim. Eu não sou daquelas pessoas de ficar a ouvir a conversa das pessoas atrás das portas, mas foi o que eu fiz naquele momento. Claro que podia ser uma situação ocasional. O Albus podia simplesmente estar a dizer que vinha ter comigo ou algo assim. Mas não foi isso que aconteceu. Ele estava a falar mal de mim. Ele estava a dizer que eu era simplesmente prima dele, quando eu o considerava um amigo. Aliás, o meu melhor amigo. Ele… - Rose parou para tentar segurar as lágrimas – Ele disse que simplesmente se dava comigo porque me via sempre sozinha. Ele praticamente afirmou que andava comigo por pena.

—Oh Rose. – Scorpius pegou em Rose e abraçou-a. Rose não prendeu mais as lágrimas e deixou-as correr livremente pelo seu rosto.

—Eu pensava que ele era meu amigo. – disse Rose entre soluços – Mas ele simplesmente dava-se comigo por pena. Eu não queria ninguém na minha vida que se desse comigo por pena. Naquele momento um velho ditado fez total sentido. Mais vale só do que mal acompanhado. Por isso é que eu deixei de falar com o Albus de um momento para o outro. Eu queria afastar-me dele o máximo que conseguisse. Eu não o queria ver, não queria falar com ele. Eu só queria que ele me deixasse em paz.

—Mas ele não deixou.

—Não. No início, ele aproximava-se de mim para falar comigo normalmente, mas eu simplesmente seguia o meu caminho. Ele tinha sido completamente falso e eu não me sentia na obrigação de lhe dar explicações. Depois de um tempo, ele deixou de insistir. Claro que continuava com aquelas coisas de tentar ficar sentado ao meu lado para tentar falar ou algo assim, mas isso começou a aconteceu cada vez menos. Até este ano. Não sei porquê, mas a insistência dele piorou dez vezes mais.

—A tua amizade com o James. Esse fator foi um motor para o Albus agir. Enquanto não tiveste amigos ele não ligou. Mas ver-te a dar-te com outras pessoas sem ser com ele, fez com que ele pirasse. Depois piorou quando te começaste a dar comigo.

—Também tu, Scorpius? – perguntou Rose afastando-se. Scorpius olhou para ela sem entender – O Albus também acha absurda a nossa amizade. Tudo porque os nossos pais eram inimigos.

—Eu não quis dizer isso, princesa. Estou a falar pelo facto de ele me contar todas as suas frustrações contigo e depois ver-me a falar contigo. Ele pirou de vez.     

 -A culpa foi dele e somente dele. Sabes que eu andei para ceder. No princípio. Mas depois as palavras dele vinham à minha mente. As lembranças das minhas lágrimas derramadas no dia em que ouvi aquilo. Podes-me achar cobarde por ter agido assim, mas é assim que eu sou.

—Eu não te acho cobarde. Sim, afirmo que se fosse eu tinha resolvido as coisas de outra forma, mas é a tua forma de ser. O teu jeito inocente e especial que te faz agir assim. Eu nunca te censuraria. Esse teu jeito é o que mais me fascina em ti. – confessou Scorpius. Rose olhou para ele sem saber o que dizer. Ela não sabia como reagir face a esta confissão de Scorpius. Tomou a decisão de se voltar a abraçar a Scorpius. Aqueles continuavam a ser os seus braços prediletos para abraços.

—----//-----

Se algum dia dissessem à Octavia que ela estaria, naquele momento, numa sala, com várias garrafas de álcool, com Albus Potter, ela simplesmente riria na cara de quem lhe dissesse isso. Mas ali estava ela, naquela caricata situação.

Depois de deixarem aquela sala de aula, antes que alguém aparecesse e visse o estado em que tinha ficado a porta, Albus sugeriu que fossem até à sala das Necessidades. Claro que Octavia protestou sobre isso pois pensava que Albus já se queria aproveitar. Mas ele simplesmente queria beber. Beber para esquecer. E Octavia podia recusar muita coisa, mas nunca um convite para beber. Ela não era nenhuma alcoólatra mas desde nova que se habituara a beber.

—Sabes, eu nunca te disse mas tu és gostosa para o caraças. – disse Albus atropelando-se nas palavras devido ao álcool que tinha ingerido.

—Eu sei fofo. – respondeu Octavia não estando melhor que ele – Eu realmente sou gostosa.

—E convencida. – provocou Albus.

—Não é convencida, meu querido. É ser realista. Ou vais dizer que não gostas do que vês.

—Eu acabei de admitir que és gostosa. Claro que não posso afirmar isso com cem por cento de certezas.

—Então porquê?

—Porque teria de ver mais de perto. – disse Albus gatinhando até Octavia. Ele encarava, sem descaramento algum, os seios de Octavia. Esta tinha os primeiros botões da camisa desapertados, dando uma visão do seu sutiã rosa – Ui, rosa? Quem diria que Octavia Bale gostava de rosa. – desdenhou Albus.

—Há muitas coisas que tu não sabes sobre mim. – sussurrou Octavia ao ouvido de Albus.

—Podias mostrar-me. – Albus puxou o rosto de Octavia para perto do seu. Os seus lábios estavam a milímetros. As suas respirações estavam completamente misturadas.

—Albus Potter a querer saber coisas sobre raparigas mais novas. Isso sim é novidade.

—Albus Potter abre sempre uma exceção.

—Como abriste quando te enrolaste com a Anderson. Ela nem sequer é bonita. Só é mesmo fácil.

—Concordo. E foi mesmo por isso que me envolvi com ela. Tu sabes, por ser fácil. Dava para o gasto.

—Vocês homens são todos iguais. – criticou Octavia – Mas já agora fiquei curiosa. E a mim? Também me achas fácil?

—Não. – respondeu prontamente Albus – Na realidade és a miúda mais difícil que tive até agora.

—E isso é bom ou é mau? – perguntou Octavia.

—É bom. É realmente bom. É sinal que és daquelas por quem vale a pena lutar para ter algo mais sério. – confessou Albus surpreendendo Octavia e a si mesmo. Ele nunca pensara dizer uma coisa daquelas a Octavia. Nem a Octavia, nem a outra rapariga qualquer.

—Bom saber isso. Mas isso não faz com que sejas diferente dos outros.    

—É verdade, não faz. Mas vais dizer-me que não vais aproveitar este homem que está aqui totalmente à tua disposição.

—Talvez. – respondeu Octavia com um sorriso de lado.

Albus acabou com os milímetros que os separavam e finalmente beijou Octavia. Desta vez, ela não o empurrou. Desta vez, ela correspondeu. Sem arrependimentos.


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Notas finais do capítulo

Em primeiro lugar deixo-vos aqui este link (https://www.youtube.com/watch?v=vZo1VPKiNnk) com uma música que me faz lembrar um bocado da história da Octavia com o Albus.
Em segundo...o que acharam desta história? A Rose teve razão? Ou acham que ela foi demasiado dura com o Albus? Que acharam da atitude do Scorpius com a Rose? E esta parte final? Que acharam do Albus e da Octavia?
Contem-me tudo nos comentários :)