A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 23
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários :)
Boa leitura :)



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Passaram-se dias e mais nenhuma palavra foi trocada entre Albus e Scorpius. Depois da discussão entre os dois, Scorpius tentou falar várias vezes com Albus, mas sem sucesso. Albus estava decidido a ignorar o melhor amigo. Para ele tinha sido uma traição vê-lo tornar-se amigo de Rose. E tudo piorou quando Scorpius se negou a ajudá-lo a descobrir o porquê de Rose não lhe falar.

—Reparei que tu e o Albus não se estão a falar. – comentou Rose naquela noite. Ela e Scorpius encontravam-se na torre de Astronomia, como já era costume.

—É verdade. – respondeu Scorpius brevemente.

—E posso saber o porquê? – perguntou Rose delicadamente. Ela sabia o quanto Albus e Scorpius eram amigos e não percebia como eles podiam estar assim.

—Ele ficou chateado porque me recusei a ajudá-lo numa coisa.

—Que coisa?

—Desculpa Rose mas eu preferia não falar sobre isso. – respondeu Scorpius. Rose corou. Ela tinha ido longe demais. Ela não queria ser inoportuna com Scorpius.

—Desculpa. – pediu Rose.

—Nada disso Rose. – Scorpius levantou-se e esticou a mão para ajudar Rose a levantar-se. Depois levou-a até a uma das varandas da torre de Astronomia – Hoje a lua está linda. – comentou.

—Está mesmo. Acho que nunca a tinha visto tão brilhante.

—E reparaste também que as constelações estão mais brilhantes por causa dessa luz? – perguntou Scorpius fascinado.

—Sim. A constelação Scorpius está particularmente bela esta noite. – comentou Rose chamando a atenção de Scorpius – Nunca te disse mas essa é a minha constelação favorita. – confessou.

—Não sabia. – respondeu Scorpius encarando Rose. Esta sentiu o olhar de Scorpius sobre si e corou.

—Pois mas é verdade. Adoro a forma dela. Adoro a forma como brilha. – comentou virando-se para Scorpius. Este mantinha o olhar sobre si.

Um silêncio entre os dois se formou naquele momento. Apenas era possível ouvir a respiração dos dois. Rose e Scorpius encaravam-se. Azul sobre cinzento. Rose estava corada. Estava totalmente da cor dos seus cabelos. Scorpius adorava aquela cor. Adorava ver que Rose ficava assim por sua causa. Não sabia o porquê de sentir isso. Apenas sentia.

Scorpius aproximou a sua mão da face de Rose e acariciou-a. Inconscientemente, Rose fechou os olhos. Aquele simples toque estava a causar-lhe arrepios por todo o corpo.

Scorpius começou a aproximar-se ainda mais de Rose sem que esta percebesse. Esta continuava de olhos fechados.

As palavras de James vinham à sua mente como um aviso. Mas ele não queria saber. Naquele momento só lhe apetecia beijar Rose e não pensar nas consequências disso.

O toque do relógio pareceu despertar Rose. Esta abriu os olhos e reparou que Scorpius estava próximo. Aliás, muito próximo. Rose lembrou-se do que lhe tinha chamado a atenção. Olhou para o seu relógio de pulso e viu que já era meia-noite.

—Já está tarde. Temos de ir. – comentou Rose afastando-se um pouco de Scorpius. Esta não tinha a certeza do que Scorpius ia fazer. Tinha apenas uma leve teoria mas parecia-lhe absurda. Afinal ele era Scorpius Malfoy e podia ter as mulheres que quisesse. Já ela…ela era apenas a Rose Weasley. Uma garota estranha que tinha problemas em relacionar-se com outras pessoas.

—Sim vamos. Eu levo-te até à entrada do salão da Ravenclaw.

Rose concordou e juntos deixaram a torre de Astronomia. Durante o caminho sussurravam para falarem, afinal não podia ser apanhados juntos àquela hora da noite. Rose era monitora mas Scorpius não. Scorpius era apenas um aluno que levaria detenção se fosse apanhado fora do seu salão comunal aquela hora.

—Bem chegamos. – disse Scorpius, constatando o óbvio, à chegada à entrada do salão da Ravenclaw.

—Pois foi. Até amanhã Scorpius.

 -Até amanhã Rose. – Scorpius aproximou-se de Rose. Os pensamentos anteriores de Rose voltaram na maior força. Será que Scorpius ia beijá-la? Não foi o que aconteceu. Quando Rose já começava a fechar os olhos à espera do contacto dos seus lábios com os lábios de Scorpius, Scorpius beijou a sua testa. Depois seguiu o seu caminho em direção ao sétimo andar.

Ao longe, Albus viu toda a cena. Este estava a acabar a ronda e a dirigir-se para o sétimo andar quando avistou Scorpius e Rose. Ele não conseguia perceber o que eles estavam a fazer sozinhos àquela hora da noite. Rose era monitora e por isso era normal ela estar ali mas Scorpius não era nada disso. E Rose, como monitora, tinha a obrigação de lhe passar uma detenção. Mas ela não o fez. Apenas seguia o seu caminho ao lado de Scorpius enquanto conversavam animadamente. Albus não conseguia perceber de onde vinha tanta intimidade. Parecia que eles já se conheciam há anos, o que não era verdade. Pela conversa que tivera com Scorpius, ele sabia que esta amizade era recente.

—Há já algum tempo que eles fazem isto. – Albus ouviu alguém comentar. Olhou para trás e ali encontrava-se Diana Anderson, uma ficante ou ex-ficante de Scorpius.

—Do que é que estás a falar?

—Potter não te faças de parvo, tu percebeste bem o que eu queria dizer. O Scorpius e a Weasley. Há já algum tempo que eles andam nestes encontros noturnos. Não sei como é que o Scorpius se pode dar com uma pessoa como ela.

—Não fales assim da Rose.

—Já me esquecia que tu fazes parte da família dela. – comentou Diana – Mas como te estava a dizer, eles agora andam todos amiguinhos. E custa-me admitir mas desde que eles começaram esta amizade que o Scorpius não me procura mais. Tu sabes, para os nossos encontros noturnos.

—Sim eu sei. Dispenso pormenores. – clarificou Albus.

—A questão aqui é que eu quero o Scorpius de volta. Eu sei que não tinha nada de sério com ele mas tenho que admitir, o sexo com ele era do melhor que eu tinha.

—Volto a dizer, demasiados pormenores.

—Potter não te armes em santo. – Diana aproximou-se de Albus e beijou-o de leve – Tu és igual a ele.

—O que é que tu queres de mim afinal? – perguntou Albus encarando os lábios de Diana.

—Quero que me ajudes. Quero que me ajudes a acabar com aquela amizade ridícula entre o Scorpius e a Weasley.

—E o que é que eu ganho em troca? – perguntou Albus. Na realidade, ele teria muito a ganhar. De certo modo, ele queria acabar com amizade dos dois porque Scorpius se recusou a ajudá-lo. Mas isso Diana não precisava de saber.

—Não sei…mas podemos pensar em algumas coisas divertidas. – disse Diana voltando a beijar Albus, só que agora não foi um simples beijo.

—Acho que me convenceste. – respondeu Albus.

—----//-----

Os primeiros raios de sol começavam a aparecer. Rose estava a acabar de se arranjar. Naquele dia, Rose tinha acordado mais cedo porque Makoto Chang, uma colega de quarto, tinha-lhe pedido ajuda relativamente a um feitiço que tinham aprendido na última aula. Makoto era filha de Cho Chang, editora do Profeta Diário. Muitos diziam que Makoto era igualzinha à sua mãe quando adolescente.

Rose não conhecia muito bem Makoto mas esta sempre parecera simpática, por isso decidiu ajudá-la.

Piertotum Locomotor. – pronunciou Rose para que Makoto repetisse. O problema de Makoto com o feitiço era que ela não o estava a pronunciar direito.

—Piertoto Locomotor. — repetiu Makoto. Mas mais uma vez a estátua à sua frente não se mexeu.

—Não é Piertoto, é Piertotum. – corrigiu Rose.

Piertotum.

Exato. – confirmou Rose.

Piertotum Locomotor. – pronunciou Makoto e à sua frente a estátua finalmente conseguiu mexer-se – Consegui! Consegui!

Rose sorriu para Makoto. Ela estava feliz por ter conseguido ajudar a sua colega de quarto. E também estava muito feliz por Makoto ter conseguido realizar o feitiço com sucesso.

  -Vamos tomar o pequeno-almoço. – sugeriu Makoto. Rose concordou e ambas seguiram até ao salão principal.

Ao chegarem ao salão principal, Rose e Makoto sentaram-se na ponta da mesa da Ravenclaw, perto da mesa dos professores. Ao passar pela mesa da Gryffindor, Rose acenou para Scorpius que retribuiu o aceno.

—Não sabia que tu e o Scorpius eram assim tão amigos. – comentou Makoto.

—Somos amigos.

—Por acaso não sabes se ele tem namorada? – perguntou Makoto indo direta ao ponto.

—Não tem. – respondeu Rose. Ela estava a começar a ficar incomodada com a conversa de Makoto. Ela não percebia onde ela queria chegar.

—Será que mo podias apresentar. – pediu Makoto. Esta encarava Rose à espera que esta dissesse alguma coisa. Há muito tempo que Makoto estava interessada em Scorpius mas nunca tinha conseguido arranjar uma maneira de chegar até ele. Até agora. Até ao momento em que a sua colega de quarto, Rose Weasley, se tornara amiga dele.

—Posso. – respondeu Rose sem perceber que estava a ser usada por Makoto.

Makoto levantou-se e arrastou Rose consigo até à mesa da Gryffindor. Rose não conseguia perceber qual era a pressa para tal apresentação. Se bem que ela tinha perguntado se Scorpius tinha namorada.

—Olá Scorpius. – cumprimentou Rose envergonhada. Ela e Makoto tinham chamado a atenção de diversos alunos da Gryffindor.

—Bom dia Rose. Bom dia…

—Makoto. – apresentou-se Makoto estalando dois beijos na cara de Scorpius.     

Rose olhou para o seu relógio e viu que estava quase na hora da aula. Reparou que Makoto não precisaria mais da sua ajuda, visto que, até se apresentou sozinha. Por isso, enquanto Makoto falava animadamente com Scorpius, Rose seguiu até à sala da sua aula, Defesa Contra a Arte das Trevas.

Enquanto caminhava até à sala, Rose pensava no aperto que estava a sentir por deixar Makoto com Scorpius. Ela não percebia porque estava assim. Mas, ao ver Scorpius e Makoto juntos, arrependeu-se de os ter “apresentado”. Ela não gostou nada de os ver juntos.

Tom Rashcof, professor de Defesa Contra a Arte das Trevas, chegou e abriu a porta para que os alunos começassem a entrar para iniciar a aula. Como de costume, Rose sentou-se na primeira fila, sozinha. Mas isso não demorou muito. Pouco depois de ter entrado, Scorpius chegou e sentou-se ao seu lado, hábito que adquirira desde que Albus deixou de lhe falar.

O professor Rashcof iniciou a aula. Como era normal, Rose anotava tudo o que achava importante. Ela era sempre assim, com um caderno à sua frente e uma pena na sua mão esquerda pronta para apontar tudo. Rose estava a tirar mais alguns apontamentos quando apareceu um pequeno bilhete à sua frente. Olhou para o lado para confirmar se o bilhete era de Scorpius. Este murmurou um pequeno “Lê” e Rose pegou nele cuidadosamente.

Desapareceste do salão principal. Passou-se alguma coisa?

Rose voltou a dobrar o bilhete, colocou-o debaixo do seu caderno e continuou a apontar as diversas coisas que ouvia.

Scorpius olhou para ela sem entender. Não lhe custava nada responder aquela pequena pergunta.

A aula terminou e todos os alunos começaram a arrumar as suas coisas. Scorpius saiu primeiro deixando Rose para trás. Assim é melhor. Assim ele não faz mais perguntas, pensou Rose.

Mas, quando Rose saiu da sala, ela deu de caras com Scorpius. Este estava à sua espera para conversar.

—Porque não respondeste ao meu bilhete? – perguntou Scorpius enquanto caminhavam pelos corredores de Hogwarts.

—Estávamos na aula. Eu queria estar atenta.

—Mas agora já não estamos. Podes explicar-me o que se passa?

—Não se passa nada.

—Não me mintas. – respondeu Scorpius firme. Rose olhou para ele, chocada. Scorpius nunca tinha falado com ela assim.

—Eu não estou a mentir.

—Então vais dizer-me que é completamente normal chegares perto da mesa da Gryffindor, com uma rapariga qualquer e ires embora deixando-a comigo.

Rose não soube o que responder. Claro que não era normal ela ter feito aquilo. A verdade era que nem ela sabia o porquê de o ter feito. Ela simplesmente sentia-se a mais.

—Não me vais responder, Rose Weasley?

—A aula estava quase a começar.

—Ainda faltava muito tempo para a aula começar. Rose, a verdade.

Rose voltou-se, prestes a tomar outro caminho mas Scorpius impediu-a. Virou-a para ele para que ela o encarasse. Mais uma vez, azul no cinzento. Mais uma vez aqueles olhares se cruzavam.

—Eu não estava ali a fazer nada, está bem? Tu e a Makoto estavam demasiado entretidos. Agora larga-me. – pediu Rose.

Scorpius, sem saber como reagir, largou-a. Ele não estava à espera que Rose dissesse uma coisa daquelas. Parecia que Rose estava com ciúmes. Seria possível? Scorpius sorriu com essa possibilidade.

Rose estava a caminhar até ao sexto andar para a sua aula de Runas Antigas. Ela continuava a pensar na sua conversa de há minutos atrás com Scorpius. Ela sentia-se estúpida por ter dito aquilo a Scorpius. Ele não precisava de saber que ela tinha ficado incomodada com aquela situação.

Rose entrou e sentou-se no lugar do costume. Albus ainda não tinha chegado. Desde o início do ano que Albus era o seu parceiro nas aulas de Runas Antigas. Não por sua vontade. Tudo aconteceu porque Albus se atrasou na primeira aula.

Rose pegou no seu caderno de Runas Antigas e abriu-o para estar pronto para quando a professora Wikilson começasse a aula. No seu interior encontrava-se um bilhete. Rose sabia que não era o bilhete que Scorpius lhe mandara mais cedo pois esse não era o caderno que usara. Para satisfazer a sua curiosidade decidiu lê-lo.

É melhor teres cuidado com o Scorpius. Ele não é o que parece. Ele apenas te quer acrescentar à sua lista de conquistas.

Um/a amigo/a


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Notas finais do capítulo

Parece que a discussão entre o Albus e o Scorpius foi séria? Acham que eles vão fazer as pazes? E estes momentos da Rose e do Scorpius? Que acharam? Diana e Albus juntos? Que acham que vai acontecer? E que acharam da Makoto? E por fim, que bilhete acham que foi este? Espero saber tudo o que acharam, encontramo-nos nos comentários :)



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