A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 22
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários :)
Boa leitura :)



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—O que é que vocês os dois estão a fazer juntos? – voltou a perguntar James face ao silêncio de Scorpius e Rose.

—Nós somos amigos por isso é normal estarmos juntos. – explicou-se Scorpius.

—E quando é que isso aconteceu? – inquiriu James.

—Não houve uma data marcada para isso acontecer. – voltou a responder Scorpius, agora com certa ironia.

James ia responder mas Rose impediu-o. Segurou no braço do primo e levou-o consigo, deixando Scorpius para trás.

À chegada ao castelo, James parou Rose. Ele queria saber como é que eles tinham ficado amigos.

—Vais explicar-me agora? – questionou James – É que as ironias do teu amiguinho não levaram a lado nenhum.

—Ele também é teu amigo, Sirius. Não o trates como se não fosse. – contestou Rose – Além do mais, não há nada para explicar. Eu tornei-me amiga dele como me tornei tua amiga, como me tornei amiga da Dominique.

—E porque nunca me contaste?

—Não era propriamente um segredo. – respondeu Rose com um tom de ironia recém adquirido.

—Rose, eu estou a falar a sério. – reclamou James face à atitude de Rose - Nunca pensei que estaríamos a discutir por causa do Scorpius.

—Nem eu. – respondeu Rose baixinho – Desculpa Sirius mas tu não tens controlo total sobre a minha vida. Eu e o Scorpius somos amigos. Agora podes discutir tudo o que quiseres que não me vais fazer mudar de ideias. – terminou Rose saindo de perto de James.

James socou a parede. Ele estava completamente irritado. Ele não conseguia que Rose visse o seu lado. Ele não estava com ciúmes, nem chateado por Rose ter mais amigos para além dele e de Dominique. Aliás, ele sempre quis que Rose fizesse o maior número de amigos possíveis. O problema era esse seu novo amigo ser Scorpius.

Scorpius entrou em Hogwarts e deu de caras com James. James seguiu rapidamente até Scorpius encostou-o à parede.

—O que é que tu queres da Rose? – perguntou James irritado, encarando Scorpius. Dava para perceber a fúria de James só de olhar para ele.

—Eu quero ser amigo dela, tal como tu. – respondeu Scorpius tentando manter a calma.

—Amigo Scorpius? Amigo? – perguntou James retoricamente num tom mais elevado enquanto agarrava com mais força o colarinho de Scorpius.

—Sim amigo. James, nós somos amigos.

—E é por sermos amigos que eu estou assim. Eu conheço-te Scorpius. Tu és igual a mim. Pelo menos igual a quem eu era antes de namorar a Domi.

—O que queres dizer com isso?

—Quero dizer que eu sei a forma como tratas as mulheres. Tu não és alguém que quer um relacionamento sério. Tu és daqueles que anda com uma mulher sem qualquer tipo de compromisso. Por isso volto a perguntar. O que é que tu queres da Rose?

—Já te disse. – respondeu Scorpius num tom completamente alterado. Ele tinha perdido a paciência com James – Eu quero ser amigo dela. Tal como tu, também eu me preocupo com o bem-estar da Rose. Eu preocupo-me quando ela está mal. Eu junto-me a ela quando ela está feliz.

—Só amigos portanto? – perguntou James afastando-se de Scorpius. Scorpius apenas confirmou com a cabeça – Eu espero bem que seja verdade. Porque se eu imagino que tu tentas alguma coisa com a minha prima para de seguida a magoares…tu nem imaginas do que eu serei capaz. Eu esqueço-me que somos amigos.

—Tal como tu, eu preocupo-me com o bem-estar dela. Eu não a quero magoar.

—Espero bem que não. Espero bem que mantenhas essas garras de mulherengo longe dela. Promete-me que nunca vais tentar nada com ela. – James olhou para Scorpius à espera da sua resposta mas esta não chegou – Promete-me.

—Eu não vou prometer isso. – James voltou a aproximar-se de Scorpius mas antes que agisse, Scorpius desviou-se – Eu não vou prometer algo que não tenha a certeza que vai acontecer. Para mim uma promessa é algo muito importante. Eu não prometo por qualquer coisa.

—Então estás a dizer-me que te vais meter com a Rose?

—Eu não estou a dizer isso. Eu estou a dizer que nunca se sabe o dia de amanhã.

James voltou a socar a parede. Ele não queria que Rose sofresse. Ele não suportaria ver Rose mal.

—Eu vou acreditar em ti. Mas se algo acontece…

—Tu esqueces que és meu amigo e eu não imagino do que tu és capaz. – completou Scorpius.

—Ficamos entendidos então. – disse James antes de abandonar Scorpius.

—Ficamos entendidos. – falou Scorpius para si mesmo.

—----//----

Albus acordou mais cedo que o normal. Ele bem tentou voltar a dormir mas foi impossível. Há já alguns dias que isto acontecia. Demorava para adormecer e acordava mais cedo que o normal. Ele não sabia o que se passava. Albus só sabia que estava farto disto. Ele queria voltar a ter uma noite descansada como há muito não tinha.

Depois de se vestir, Albus desceu até ao Salão Principal. Como era de esperar, este estava vazio. A comida ainda nem sequer tinha sido servida.

Ao longe, Albus avistou Octavia Bale encostada com a cabeça na mesa da sua casa, Slytherin. Os seus cabelos negros estavam espalhados pela mesa. Albus não conseguia ver o seu rosto mas acreditava que esta estava a dormir. O que era estúpido, achava Albus. Era cedo e se Octavia queria dormir podia estar perfeitamente no seu dormitório.

Albus aproximou-se da mesa da Slytherin de modo a incomodar Octavia.

—Aqui não é sítio para dormir. – falou Albus num tom elevado para acordar e assustar Octavia e sentou-se em frente a esta.

—Aqui também não é sítio para gryffindor’s. – respondeu Octavia referindo-se ao facto de Albus estar sentado na mesa da Slytherin.

—Sempre de bom humor. – ironizou Albus.                          

—Para ti, querido, sempre. – respondeu Octavia sarcasticamente.

—Sempre simpática.

—Já sabes que sim. Agora desaparece. – disse Octavia voltando a encostar a cabeça ao seu braço.

—Não me apetece. Estou a gostar do que estou a ver. – respondeu Albus com um sorriso no rosto.

Por momentos, Octavia não soube o que responder. Ela não esperava que Albus dissesse uma coisa daquelas. Ela esperava todo o tipo de resposta menos aquela. Octavia recompôs-se rapidamente para que Albus não percebesse que ela tinha ficado incomodada. Mas claro que aquele momento não passara despercebido por Albus. Ele tinha dito aquilo propositadamente para ver a reação de Octavia.

—Não precisas de corar querida. – comentou Albus frisando a palavra querida.

—Eu não corei, QUERIDO. Já estou habituada a esses piropos.

—Convencida.

—Não é convencida, é ser realista. Tu próprio disseste que gostavas do que vias. – respondeu Octavia inclinando-se na mesa, aproximando-se de Albus e deixando o seu decote mais à mostra – Gostas do que vês? – perguntou Octavia em tom de desdém. Albus encarava o decote de Octavia, descaradamente.

—Claro. Agora ainda gosto mais que antes. – Albus aproximou-se de Octavia. Eles estavam a centímetros um do outro – Podias deixar fazer uma avaliação detalhada. – sugeriu.

Octavia continuou a encarar Albus, agora séria. Albus jurou para si mesmo que ela estava a considerar a sua sugestão. E, quando Albus pensou que Octavia acabaria com o espaço entre os dois e o beijaria, esta começou a gargalhar.

—Tu achas-te mesmo irresistível, não achas? – perguntou Octavia entre gargalhadas – Cresce rapaz.

Octavia afastou deixando Albus sem palavras. Ele acreditava veementemente que tinha Octavia nas mãos. Ele tinha a certeza que tinha conquistado a rapariga com o seu charme irresistível. Mas ele estava redondamente enganado. Octavia estava a fazer pouco de si.

Albus levantou-se da mesa da Slytherin e dirigiu-se para a mesa da Gryffindor deixando para trás uma Octavia às gargalhadas. Ele estava completamente frustrado. Octavia podia ter muitos defeitos mas uma coisa era verdade. Ela era linda que se fartava. E Albus não se importava nadinha de se envolver com ela.

Entretanto a comida já tinha aparecido na mesa. Albus retirou o que queria e começou a comer. Aos poucos, a mesa da Gryffindor, e todo o salão, foram-se enchendo. Alunos sentavam-se perto de Albus e cumprimentavam-no. Este respondia brevemente e voltava ao silêncio.

—Bom dia maninho. – cumprimentou Lily ao sentar-se.

—Bom dia Lils. – cumprimentou Albus de volta.

—Madrugaste hoje.

—Tenho andado a dormir mal. – respondeu Albus brevemente.

—E pelos vistos isso anda a afetar-te o humor.

—Se andasses a dormir mal há algum tempo, também estarias assim. – respondeu Albus bruscamente.

—Também escusas de falar assim. Eu não te fiz mal nenhum. Se andas frustrado ou chateado com alguma coisa, não é para vires para aqui descarregar em cima de pessoas que não te fizeram mal nenhum.

Lily pegou num bolo e levantou-se, saindo. Ela tinha ficado aborrecida com o irmão por este lhe ter falado naquele tom. Ela sempre se dera bem com o irmão, ele sempre falava bem com ela, ele protegia-a sempre até quando esta fazia asneiras e agora ele estava assim. Completamente mal-humorado, sempre com sete pedras na mão. Lily ficava triste por ver o irmão assim e sem saber como ajudar para ele melhorar.

—Não era preciso ter falado assim com ela, Albus. – repreendeu James.

—Não me chateies tu também. – disse Albus levantando-se  e saindo.

—Eu vou falar com ele. – disse Scorpius indo no encalço do amigo.

Scorpius seguiu Albus. Este andava pelos corredores sem qualquer destino.

—Albus. – chamou Scorpius. Mas Albus continuou o seu caminho – Albus. – voltou a chamar Scorpius.

Albus olhou para trás e esperou que Scorpius se aproximasse.

—Não era preciso teres falado assim com a tua irmã. – repreendeu Scorpius – Tu sabes o quanto ela gosta de ti e sabes o quanto ela se preocupa contigo.

—Sim eu sei. Eu depois falo com ela. – Albus voltou-se para continuar o seu caminho mas parou ao ouvir a voz do amigo.

—Mas não é só isso. O que se passa contigo?

—Não se passa nada comigo. – respondeu Albus ainda de costas para Scorpius.

—Al, tu és o meu melhor amigo. Eu conheço-te. Eu sei que se passa alguma coisa contigo.

—Eu só não percebo como é que tu foste capaz.

—Fui capaz do quê? – perguntou Scorpius confuso.

—Tu estás a brincar comigo? – perguntou Albus voltando-se para Scorpius – Então tu tornaste amigo da Rose e não me contas nada.

—Albus é uma coisa recente. Aconteceu de nós ficarmos amigos.

—Uau, aconteceu. E tu não pensaste um só segundo no teu melhor amigo? Aquele que tu sabes que anda há anos a tentar voltar a tornar-se amigo dela. Como é que tu achas que me sinto ao ver que até contigo ela falou e tornou-se tua amiga e comigo nada.

—Como assim até comigo? Não estou a perceber onde queres chegar.

—Tu és um Malfoy, Scorpius. O meu tio sempre odiou a tua família e tu sabes perfeitamente isso.

—Isso era coisa de adolescentes. Essa rivalidade já não existe mais. – disse Scorpius seguro do que acabara de dizer. Rose tinha-lhe contado sobre ter contado a Hermione sobre a amizade deles. Ela não se importava de Rose ser sua amiga.

—Isso dizes tu. Sabias que o meu tio, no nosso primeiro ano, disse à Rose para ela não se aproximar de ti e para te superar em tudo. Essa rivalidade continua a existir e a Rose costumava fazer tudo o que o pai dizia.

—Disseste bem, costumava. Agora ela pensa por ela própria e sabe distinguir o bem do mal. Ela sabe perfeitamente que a rivalidade que existiu entre os nossos pais não nos impede de sermos amigos.

—Quem te ouvir falar até parece que a conheces muito bem.

—Conheço o suficiente para saber o caráter dela. A Rose é uma pessoa dócil e justa. Ela não deixaria de falar comigo porque o pai mandou. Eu não lhe dei nenhuma razão para ela o fazer.

—Estás a dizer que eu dei? – perguntou Albus irritado.

—Claro que eu não. Albus não ponhas palavras na minha boca. Eu sei perfeitamente da tua história com a Rose e compreendo o que estás a sentir quando a vês a falar com toda a gente menos contigo. Mas tu tens de parar de agir assim. Tu tens mudanças constantes de humor. Tu tratas mal pessoas que só querem o teu bem. Olha para o exemplo da Lily. Ela ficou mal por teres falado assim com ela. Eu fico triste por teres ficado mal com a minha amizade com a Rose.

—Eu tenho razões para isso.

—Não, não tens.  Eu não sei o que houve para a Rose se afastar de ti.

—Mas podias descobrir. – sugeriu Albus – Podias descobrir o motivo dela se afastar.

—Eu podia mas não o vou fazer. Não a vou forçar a falar de uma coisa que ela não quer. A Rose é uma pessoa complicada. Ela detesta ser pressionada. Ela é uma pessoa completamente fechada e se tu a pressionas, fica ainda pior.

—Então isso quer dizer que não me vais ajudar.

—Não vou. Só te posso ajudar se ela contar isso de livre e espontânea vontade. Eu não a vou pressionar.

—E dizes-te meu melhor amigo. – acusou Albus – Que raio de melhor amigo eu fui arranjar.

Albus saiu dali. Ele já não conseguia ver Scorpius à sua frente. Ele pediu-lhe um simples favor e Scorpius não se dispôs a fazê-lo. Ele começava a duvidar se Scorpius seria realmente seu amigo.   


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Notas finais do capítulo

Tivemos a reação do James. E tivemos uma conversa entre o James e o Scorpius. O Albus e a Octavia continuam com as suas provocações. E por fim tivemos uma conversa entre o Scorpius e o Albus. Que acharem disto tudo? Contem-me nos comentários :)



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