A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Rose notou o brilho no olhar de Scorpius depois do que ela disse. Ele olhava-a com expectativa. Ele queria saber qual era o plano de Rose Weasley.

—De que estás à espera para me contares. – disse Scorpius empolgado. Rose sorriu com o entusiasmo de Scorpius.

—Bem, eu estive a pensar. A única forma de chegares à tua avó é se aparatares. É a única forma. Podíamos recorrer aos trestálios mas nenhum de nós os vê. A rede de flu também está fora de questão porque a única lareira de transporte em Hogwarts encontra-se no escritório da McGonagall. Havia a possibilidade da chave de portal mas nós não temos nenhuma. Por isso sobra a aparatação.

—Mas nenhum de nós sabe aparatar. – comentou Scorpius e como sempre Rose tinha uma resposta na ponta da língua.

—Eu estava a pensar que podíamos pedir ao Sirius. Ele já tem licença para aparatar. – sugeriu Rose. Naquele instante, o sorriso de Scorpius murchou um pouco. Tinha de ser sempre o James?, pensou Scorpius. Rose notou a alteração de humor de Scorpius mas preferiu não comentar nada. Poderia ter sido só impressão sua.

—Se achas que podemos confiar nele para nos ajudar por mim tudo bem.

—Ele é a pessoa em quem eu mais confio neste castelo. – respondeu Rose sem saber o quanto aquela resposta tinha afetado Scorpius. Ele já suspeitava que assim fosse, afinal ela no início do ano só falava com James mas ouvir da boca dela isso acabou por o atingir mais do que o que ele queria.

—Se assim é, ele entra no plano.

—Pronto então é o seguinte. Amanhã, tu fugirás até Hogsmeade com o Sirius. Vocês têm de ir até à fronteira do vilarejo onde dará para aparatar. Simples e eficaz.

Scorpius tinha de admitir que era um bom plano. Simples e eficaz como dissera Rose. Seria fácil fugir para Hogsmeade sendo James um dos possuidores do mapa do Maroto e da capa da invisibilidade.

Naquela noite, Scorpius e Rose ultimaram os últimos detalhes do plano. Rose sabia que James iria na próxima noite, junto a Dominique e Fred, buscar as bebidas para a festa de anos de Hugo. Não havia necessidade de James ir a Hogsmeade especificamente para aquilo.

Combinaram também que seria Scorpius a falar com James. Rose propôs isso a Scorpius que acabou por concordar. Scorpius não sabia mas Rose não queria que James soubesse desta sua ligação com o Malfoy. Ela sabia que se por acaso ele soubesse, o interrogatório seria longo e implicaria contar sobre o seu sítio preferido, a torre de Astronomia.

Mais tarde que o habitual, Rose e Scorpius desceram da torre de Astronomia para, como nos outros dias, se dirigirem para os seus respetivos dormitórios.

Os corredores de Hogwarts estavam desertos, silenciosos e escuros. Aliás, a única luminosidade que existia era os pontinhos brancos nas varinhas de Scorpius e Rose.

—Quem está aí? – perguntou uma voz que ambos reconheceram que pertencia a Diana Anderson.

Instintivamente, Rose empurrou Scorpius para dentro de uma pequena sala e fechou a porta atrás de si. Decidiu manter-se fora para não levantar suspeitas, afinal a Anderson não desconfiaria de nada se a visse ali. Ambas eram monitoras. Pior que isso. Elas eram parceiras de ronda.

Rose sentiu Anderson a aproximar-se.

—Weasley, que andas a fazer por estas bandas? – perguntou Diana com um sorriso de lado. Ela tinha ali a pessoa que mais odiava em Hogwarts completamente sozinha e indefesa.

Rose não queria entrar numa discussão com Diana onde provavelmente seria insultada e humilhada sem motivo, apenas para diversão de Diana. Por isso decidiu seguir o seu caminho ignorando a loira à sua frente.

Mas claro que Diana não ia deixar aquilo tão fácil. Quando Rose tentou passar, Diana não deixou.

—Onde pensas que vais? – perguntou Diana com arrogância – Ainda não respondeste à minha questão.

—Não tens nada a ver com a minha vida. – soltou Rose mas a sua voz não saiu firme como queria. Ela voltou a ser aquela Rose indefesa que sempre foi. Aquela que se deixava humilhar pela Diana e não atacar de volta.

—Querida, eu é que decido isso. – Diana apontou a sua varinha diretamente à face de Rose.

Rose encarou-a com certo receio. Ela sentia-se patética. Ela sabia todos os feitiços possíveis e imaginários e mesmo assim não atacava Diana. Ela sentia-se uma cobarde. Claro que alguém como ela nunca pararia na Gryffindor. Tudo o que lhe apetecia fazer era responder a Diana e lançar-lhe um feitiço. Mas faltava-lhe a coragem para o fazer.

Scorpius estava a ouvir a conversa. Mal Rose o colocou naquela sala, ele encostou o seu ouvido à porta para a ouvir. Ele já tinha assistido uma vez a um confronto entre as duas. Ou melhor, a uma tentativa de humilhação de Diana para Rose que na altura foi impedida por James. Ele esperava que aquilo não chegasse a esse ponto. Ele já viu Rose reagir a diversas situações contra ele e queria acreditar veementemente que Rose reagira contra Diana. Só para se defender claro.

—Então sua filha de sangue de lama, não me vais responder? – Scorpius ouviu Diana a perguntar. Diana estava a passar completamente os limites.

Scorpius preparava-se para sair da pequena sala onde se encontrava para defender Rose. Ele não queria saber o que Diana poderia pensar desse ato. A única coisa que ele queria era proteger Rose de ouvir aquelas coisas. Mas foi impedido por uma terceira voz.

—Que se passa aqui? – Scorpius reconheceu a voz de Albus e suspirou, aliviado.

—Nada Potter. Não se passa nada. – Scorpius conseguia perceber a ira de Diana só pelo modo como ela respondeu. Pelos vistos, ela tinha algo preparado para Rose. E parece que tinha arranjado o timing necessário para o fazer. Azar o dela que Albus apareceu.

—Rose estás bem? – perguntou Albus.

—Sim. – ouviu Rose responder.

—Queres que vá contigo até à entrada do salão comunal?     

—Não é necessário. Aliás, tens a Alice à tua espera.

Albus voltou-se para trás e realmente Alice ainda se encontrava ali. Por breves momentos esqueceu-se dela. Só lhe importou o bem-estar de Rose. Albus acabou por sair dali com Alice deixando Rose para trás. Já esta, quando viu o caminho livre, disse a Scorpius que ele podia sair daquela pequena salinha.

—Estás mesmo bem? – perguntou Scorpius enquanto ambos se dirigiam à entrada do salão comunal da Ravenclaw. Scorpius fez questão de levar Rose até lá.

—Pela milésima vez, sim. – pararam em frente da porta da Ravenclaw – Boa noite Scorpius.

—Boa noite Rose.

—----//-----

O dia amanheceu e com ele veio mais um dia de aulas. Os primeiros flocos de neve caíam em Hogwarts.

Num dos quartos masculinos do sexto ano da Gryffindor o reboliço era total. O que normalmente acontecia em todas as manhãs naquele dormitório. O que era estranho era o facto de Scorpius ainda estar a dormir e não ter acordado com aquela algazarra.

—Scorpius. – chamou Albus tentando acordar o amigo. Mas o que recebeu em troca foi um simples resmungo. Conclusão, Scorpius continuava a dormir. Albus, decidido a acordar o amigo, atirou-lhe uma almofada que lhe bateu em cheio na cara. Conclusão, um Scorpius muito mal-disposto começava a acordar.

—Quem é que foi o idiota? – perguntou Scorpius mal-humorado.

—A menos que queiras chegar atrasado a Transfiguração, aconselho-te a levantares-te. - disse Albus ignorando o que Scorpius tinha dito.

Scorpius olhou para o seu relógio e viu que realmente estava atrasado. Levantou-se rápido e correu para a casa de banho. Mas voltou logo atrás. Tinha-se esquecido completamente da roupa.

Scorpius nem ligava muito se chegava ou não a tempo às aulas, apesar de ser bastante assíduo. Mas a professora Everdeen não tolerava atrasos. Se algum dia um aluno chegasse atrasado à aula da professora Everdeen bem podia esquecer a boa nota. Por isso, para não arriscar, Scorpius nem tomou o pequeno-almoço. Ele seguiu diretamente para a aula.

Por sorte, a professora ainda não tinha chegado. Scorpius juntou-se a Albus e Alice e juntos esperaram a professora.

Quando a professora Everdeen chegou, todos os alunos entraram na sala e começaram a ocupar os lugares vagos. Como sempre, Rose estava na fila da frente, sozinha. Ninguém se atrevia a sentar com ela. Mas naquele dia seria diferente. Naquela aula, Scorpius costumava sentar-se com Julia Foster, uma das suas ficantes. O motivo de não ficar com Albus nessa aula era Alice. Como eles estavam mais ou menos em um caso, eles sentavam-se juntos.

Scorpius aproximou-se da carteira onde Rose se encontrava e sentou-se ao lado dela. O espanto foi geral. Cochichos começaram a ser ouvidos por todas as partes. De certeza que aquele ato de Scorpius seria a notícia do dia.

—Silêncio. – ouviu-se a voz da professora Everdeen. O tom dela era firme o que fez com que toda a sala se calasse.

A aula prosseguia normalmente. Estavam a tentar transfigurar um animal noutro. Rose Weasley, como sempre, foi a primeira a conseguir. Já era normal isto acontecer numa aula onde Rose estava.

Rose voltou-se para Scorpius e viu que este ainda não tinha conseguido. O único avanço dele tinha sido transformar a cauda do lagarto na cauda de um rato. Rose riu chamando a atenção de Scorpius.

—Eu sei que não sou tão bom quanto tu mas escusas de estar a gozar comigo.

—Não Scorpius…não é nada disso. – Rose tentava explicar-se mas estava completamente atrapalhada. Ela apenas estava a rir porque o pobre animal estava engraçado e não porque Scorpius não estava a conseguir fazer o exercício – Não é nada do que estás a pensar.

—Tem calma Rose. – Scorpius colocou a mão no ombro de Rose. Ele via o quão atrapalhada Rose estava.

—Eu só me estava a rir do pobre animal. – Scorpius olhou para o seu animal e começou a rir. Realmente o bicho estava engraçado.

Quem não estava a achar piada nenhuma aquela situação era Albus. Ele só vira Scorpius falar com Rose duas vezes. A primeira foi na Toca mas Rose simplesmente lhe virou as costas e não respondeu. A segunda foi há pouco tempo. Foi no dia que eles tinham ido a Hogsmeade e partilharam a carruagem com Rose. Como é que eles poderiam estar ali a sorrir um para o outro como se já se conhecessem há muito tempo? Albus não percebia o que se estava a passar ali. Mas tinha a certeza de uma coisa. Ele iria descobrir.

Alice tinha acabado de transfigurar o seu animal. Contente com tal coisa, Alice queria partilhar este momento com Albus. Mas quando olhou para ele, ele não estava nem a fazer o exercício nem com a atenção nela. Os seus olhos estavam voltados para a mesa da sua diagonal. A mesa onde Rose e Scorpius estavam. Até podia estar a ver o amigo na conquista de mais uma mulher mas não era o caso. Alice conhecia Albus suficientemente bem para notar que ele estava chateado com o que via. E Alice não gostou nadinha de ver essa expressão em Albus. Logo diversas teorias começaram a matutar na sua cabeça. Será que Albus sentia alguma coisa pela prima? Será que Albus sentia alguma coisa por Scorpius? Alice pensava em todas as possibilidades e cada uma lhe parecia pior que a outra.

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Durante a hora de almoço Scorpius conseguiu, finalmente, encontrar James. Andava desde a manhã à procura dele para lhe pedir ajuda mas parecia que James tinha simplesmente evaporado naquele dia.

Scorpius aproximou-se dele e pediu para conversarem a sós. James, ao ver o seu semblante, aceitou sem nenhum problema.

Os dois Gryffindor dirigiram-se para a porta do salão principal para conseguirem falar à vontade.

—Que me queres? – perguntou James curioso.

—Preciso de um favor. – James esperou que Scorpius prosseguisse. Se o favor estivesse ao seu alcance claro que ele o faria afinal Scorpius era seu amigo – Preciso que me leves até à Mansão Malfoy.

—E como pretendes que eu faça isso?

—Tu hoje vais a Hogsmeade arranjar as coisas para a festa do Hugo, certo? – James confirmou que sim – Então, eu preciso que venhas comigo até à saída do vilarejo e aparates comigo na minha casa. Tu já tens a licença de aparatação, não é?

—Sim tenho. E sim, podes contar comigo. – disse James sorrindo com aquele sorriso que só um maroto tem.

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O resto do dia passou normalmente. Scorpius podia afirmar que as suas aulas de Defesa contra a Magia Negra e Poções tinham corrido lindamente. Mas também não tinha outra maneira de ser pois aquelas eram as disciplinas favoritas dele.

Durante esse tempo ainda conseguiu falar com Rose e dizer-lhe que James tinha aceitado entrar no plano. Claro que isto não foi surpresa para Rose pois esta sabia que James nunca rejeitaria quebrar as regras.

Às dez em ponto, Dominique, Fred, James e Scorpius saíram do salão comunal da Gryffindor. A capa da invisibilidade que pertencera a Harry Potter cobria-os. Mas não na totalidade. Como estava muita gente debaixo dela, era possível ver-se os pés das pessoas que nela andavam. Claro que seria difícil vê-los, dada a escuridão dos corredores de Hogwarts mas mesmos assim eles não quiseram arriscar. Para além da capa, James também levou consigo o mapa do Maroto. Assim teria a certeza que não era apanhado.

Os quatro amigos seguiram até à parede onde se situava a entrada da sala das Necessidades. A passagem que eles usariam naquela noite seria aquela que os levava até ao Cabeça de Javali. O velho Aberforth já estava habituado a estas visitas noturnas, tanto que, quando viu o quadro da sua irmã a abrir a passagem já sabia que as teria.

Enquanto Dominique e Fred tentavam negociar com Aberforth as bebidas, Scorpius e James dirigiam-se até à saída do vilarejo.

Quando lá chegou, James pediu a Scorpius que este lhe segurasse no braço. Assim que o fez, Scorpius sentiu aquela sensação de se estar a desmontar. Ele estava a aparatar. Mas, ao contrário de todos os outros que tinham tempo para se recuperar depois da sua primeira aparatação, Scorpius não teve a mesma sorte. Ao aparatar na sala da Mansão Malfoy, Scorpius deu de caras com toda a sua família.

—Scorpius, o que é que estás aqui a fazer?


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Notas finais do capítulo

E temos aqui mais um capítulo. A festa do Hugo está a aproximar-se. Será que vai acontecer alguma coisa? O que será que Albus vai dizer a Scorpius depois de ter visto aquela cena? Veremos nos próximos capítulos.
Espero que tenham gostado :) Já sabem é só deixar um comentário a dizer a vossa opinião sobre o capítulo, sobre as personagens, sobre os acontecimentos, sobre tudo :)