A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Scorpius tentava assimilar tudo o que acabava de ler. Custava-lhe a crer que a sua avó se tivesse tentado matar. Mas ele também sabia o estado em que ela tinha ficado depois do seu avô ter falecido. Apesar de todos os erros do passado, Lucius Malfoy tinha-se mostrado arrependido e tinha começado do início. Uma vida de bem.

Involuntariamente, Scorpius seguiu até à torre de Astronomia. Era o único lugar em que ele conseguia colocar as ideias em ordem.

Aproximou-se de uma das varandas e retirou a carta do seu bolso para relê-la. Várias e várias vezes. Ainda era difícil acreditar no que a sua avó tinha tentado fazer. Ela era Narcisa Malfoy. Ela era forte, determinada, carinhosa. Não uma mulher que desiste tão facilmente da vida por causa das adversidades existentes nela.

Quando deu por si, já a primeira lágrima caía. E com essa, todas as outras se seguiram. Ele não era alguém sensível, frágil mas também não era alguém sem coração. A carta em suas mãos começava a sentir o desespero de Scorpius. As primeiras palavras começavam a ficar desfiguradas.

Ao longe, Rose Weasley observava-o. Ela chegou ali, como em todas as outras noites, e deparou-se mais uma vez com Scorpius Malfoy. Ela estava pronta para o mandar embora, nem que precisasse de voltar a utilizar ameaças como das outras vezes. Mas algo impediu-a de fazer isso. Scorpius soluçava. O tremor das suas mãos era visível. E ela voltou a relembrar a noite anterior quando Scorpius a consolou. Ele não lhe devia nada e mesmo assim, sem saber o que tinha acontecido, apoiou-a.

Reticente, Rose aproximou-se sem Scorpius notar a sua presença. Depois, abraçou-o. Não tinha a certeza se era o correto a fazer então apenas imitou o que Scorpius fez na noite anterior.

Depois do susto, Scorpius abraçou Rose de volta. Porque o que ele precisava naquele momento era de um abraço. Nem que esse abraço viesse de Rose Weasley. Aliás, aquela sensação de a estar a abraçar já não era novidade para ele. A única diferença era que agora os papéis estavam invertidos. Agora era ele que precisava de apoio e não ela.

Involuntariamente, Rose secou algumas lágrimas que corriam pelo rosto de Scorpius. Claro que este gesto foi uma grande surpresa para Scorpius. Mas mais surpresa que isso foi o quão bem ele se estava a sentir por estar a ser acarinhado por ela. Portanto ele sorriu para ela e ela retribuiu. Era provavelmente o primeiro sorriso que Rose Weasley lançava a Scorpius Malfoy.

—Obrigado por estares aqui. – agradeceu Scorpius abraçando outra vez Rose. Desta vez com mais força. Scorpius até sentia as formas do corpo de Rose que esta insistia em esconder por debaixo das roupas. Rose, surpresa com esta ação, acabou por se deixar levar. Ela sabia que Scorpius estava mal e portanto decidiu não protestar.

Lentamente, foram-se afastando. Scorpius encarava Rose e sorria. Já Rose estava a ponto de ficar da cor dos seus cabelos. Ela não estava habituada a que a encarassem assim durante tanto tempo. Scorpius estava a deixá-la constrangida.

Rose desviou o seu olhar do olhar de Scorpius e acabou por avistar a carta que Astoria enviou ao filho. Baixou-se para a pegar e assim puder ler.

Scorpius observava atentamente todos os movimentos de Rose. Ela tinha a carta da sua mãe na mão, ela estava pronta para lê-la. Mas ele não a impediu. Deixou-a ler. Ela não perguntara o que se passara com ele mas ele queria acreditar que ela queria saber. Porque ele sentia a necessidade de desabafar com alguém.

Rose acabou de ler a carta e encarou Scorpius. Ela não queria acreditar no que acabava de ler.

—A tua avó…ela…

—Sim Rose, a minha avó tentou suicidar-se. – disse Scorpius, confirmando o que Rose acabara de ler. E também era a primeira vez que ele dizia aquilo em voz alta. O facto de ter afirmado isso foi como assumir que aquilo realmente tinha acontecido – Depois de o meu avô ter falecido, ela não ficou muito bem. Aliás, nenhum dos Malfoy’s ficou realmente bem. Ele pode ter feito muito mal no passado, pode ter-se aliado ao Voldemort mas ele arrependeu-se. Depois da guerra, ele tornou-se numa pessoa boa. Claro que toda a gente o via como um seguidor do grande Senhor das Trevas. Mas eu vi o homem bom em que ele se tornou. – Scorpius pegou na mão de Rose. Esta olhou para ele, espantada mas, mesmo assim, não afastou a mão – Rose, o meu avô era o homem que a minha avó amava. Ela foi completamente abaixo com o que aconteceu. Eu nunca pensei que…

—Apesar de a tua avó ter cometido essa loucura, ela continua a ser a pessoa forte que tu conheces.

—Eu sei. Eu quero acreditar nisso mas não sei. Tenho medo que ela volte…

—Não vai. – disse Rose convicta apertando a mão de Scorpius.

Scorpius e Rose permaneceram de mãos dadas. Mais nada foi dito. Apesar de não serem amigos, só conhecidos, o silêncio não era nada constrangedor. Era acolhedor.

Scorpius sentia-se extremamente bem ao lado de Rose. Podiam falar-se há pouco tempo, apesar de maior parte das conversas terem sido quase discussões, mas Scorpius sentia-se bem ao pé dela. Ele adorava o jeito tímido dela.

—Eu quero vê-la. – disse Scorpius chamando a atenção de Rose – Mas a minha mãe não vai deixar. Vai dizer que não é necessário.

—A tua mãe só está a pensar no teu bem, Scorpius. – e mais uma vez Scorpius sorriu para Rose, agora por causa do tratamento dela para com ele. Era a segunda vez que Rose o tratava pelo primeiro nome. E mais uma vez, ele adorou a forma como o seu nome saía na voz de Rose.

—Eu sei, Rose. Mas eu tenho o direito de a querer ver. Ela é minha avó.

—Porque não pedes ao teu pai?

—Não dá. Tu leste Rose. Ele sente-se culpado pelo que aconteceu. Ele deve estar a sentir-se miserável. Eu não o culpo. A sério que não o culpo. Mas eu imagino o que ele deve estar a sentir.

—Nós vamos arranjar um modo de tu veres a tua avó. – disse Rose convicta.

Scorpius olhou para ela sem acreditar no que acabou de ouvir. Rose Weasley estava mesmo a dizer que o ia ajudar? Realmente a relação deles estava a avançar.

Naquela noite, Rose e Scorpius não falaram mais nada pois já era muito tarde. Seguiram para os seus respetivos dormitórios para descansarem.

—----//-----

O dia amanhecia e com ele um James estranhamente bem-disposto descia para tomar o pequeno-almoço. As férias de Natal estavam cada vez mais próximas para alegria dele. Apesar de ele não admitir para toda a gente, ele tinha muitas saudades da família. O Natal na Toca era sempre único e inesquecível. Naquele ano, em particular, aconteceria algo que James esperava nunca esquecer. As coisas com Dominique estavam a correr lindamente. Aquele relacionamento estava realmente a resultar, para felicidade de ambos. Sim, porque não era só James que achava isso. Dominique também achava. E o sorriso estampado na sua cara quando viu James aproximar-se dela era a prova disso.

—Bom dia. – cumprimentou James sentando-se ao lado de Dominique. Todos os seus primos e irmãos que pertenciam aquela casa responderam um singelo bom dia.

James tinha-os apanhado a meio de uma conversa. Aliás, do tema do dia. Pelo que ele percebera, Narcisa Malfoy tentara suicidar-se. Atentamente, James ouvia o que os seus familiares comentavam sobre o assunto. Aparentemente, Narcisa não aguentou a perda do marido e tentou por fim à vida sendo salva pelo filho, Draco Malfoy.

Enquanto os seus primos continuavam com o assunto, James observava todo o salão principal em busca de Scorpius. Ele devia estar arrasado. James reparou que ele estava a chegar ao salão principal.

Scorpius ia entrar no salão principal e tomar o seu pequeno-almoço como normalmente fazia todos os dias. Mas desistiu logo da ideia. Mal colocou um pé no salão principal um silêncio aterrorizador se apoderou dele. Todos olhavam para ele à espera do seu próximo movimento. Entre eles, James e Rose. Scorpius não estava pronto para enfrentar todos os alunos de Hogwarts então virou as costas e deixou-os para trás.

—----//-----

Albus estava mais uma vez atrasado. Ficara até de madrugada com Alice na sala das Necessidades e por isso não dormira quase nada.

Apressou-se a arranjar-se para descer. Colocou as suas vestes de Gryffindor e seguiu. Era hábito de Albus não fazer nada com o cabelo, ficar com o famoso penteado de almofada, por isso Albus cumpriu a tradição.

Albus percorria os corredores de Hogwarts em direção ao salão principal quando algo lhe chamou a atenção. Octavia Bale. Ela estava na direção contrária à que ele ia, sozinha. Albus lembrou-se do que ela fez na noite anterior e seguiu até ela apanhando-a desprevenida. Ele não era o tipo de pessoa vingativa e muito menos fazia mal a mulheres, mas Octavia tinha-o simplesmente humilhado. E ele apenas iria pregar-lhe um susto.

—Bom dia, Bale. – Albus agarrou no pulso de Octavia virando-a para ele.

—Olha se não é o Potter que se acha o dono disto tudo. – respondeu Octavia ironicamente sem ao menos o ter cumprimentado e demonstrado parte fraca. Ela sabia que Albus era mais forte que ela mas nunca se rebaixaria e mostraria que estava com receio dele – Precisas de alguma coisa, querido?

—Sabes, não gostei nadinha do que fizeste ontem à noite. Por isso vim retribuir – Albus tirou a sua varinha do bolso e colocou-a encostada ao pescoço de Octavia. Esta olhou-o com receio. Pela primeira vez, Albus vira em Octavia medo, medo do que ele poderia fazer com ela. Afinal ela não era assim tão de pedra como demonstrara. – Com medo? – perguntou cinicamente.

—Nunca. – respondeu Octavia sem perder a postura. O olhar de receio foi substituído por um olhar desafiador. O mesmo da noite anterior, pensou Albus.

—Tu achas que podes fazer tudo o que quiseres e sair impune mas estás muito enganada.

—Desculpa, meu querido, mas deves estar a confundir as pessoas. A única pessoa que eu aqui vejo que se acha o dono disto tudo és tu. Não era eu que na noite anterior estava a destruir o património mágico.

—Ouve lá sua pirralha. – Albus apertou ainda mais o pulso de Octavia – Não te disseram que não te deves meter com alunos mais velhos. Nunca se sabe o que pode acontecer.

—O que se está a passar aqui? – perguntou James que acabara de chegar. Ao ver aquela cena, simplesmente ficou chocado. O que é que o seu irmão estava a fazer aquela aluna da Slytherin?

Albus olhou para James que o olhava com um olhar de censura. Já Octavia viu aqui a oportunidade de agir. Decidida, Octavia tirou a sua varinha do bolso.

Stupefy. — gritou Octavia lançando o feitiço contra Albus. Este caiu inanimado no chão.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :)
Gostaria muito de vos ver nos comentários, é sempre bom expressar as nossas opiniões :) Por favor apareçam :)