O Legado de Pontmerci escrita por Ana Barbieri


Capítulo 12
Pegos.


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Capítulo 12

Mary conseguia sentir a inquietação de Anne, ainda que tentasse contornar o assunto com a súbita descida das crianças implorando para que fossem tomar um sorvete. Durante todo o processo de gestação, primeiro da senhora Holmes e depois da senhora Watson, ambas desenvolveram uma capacidade muito parecida com a de seus maridos para compreender suas feições, quase ler seus pensamentos; o que comumente as pessoas creditavam àqueles que passavam demasiado tempo juntos. Logo, ao se separarem um quarteirão antes da sorveteria, Mary tentou reter a amiga com um aperto em sua mão.

─ Entendo que uma desconhecida que tenta se interpor entre você e o modo como educa seus filhos a irrite, minha querida. – murmurou, em seus olhos havia súplica. – Mas, sinto que há alguma coisa que não está nos contando... me contando.

─ Mary, por favor... – insistiu Anne com um longo suspiro de impaciência. – Não é nada. Eu juro... nem eu sei dizer ao certo o que é, mas assim que descobrir, prometo, contarei tudo a vocês dois. – assegurou com um sorriso que falsamente deveria passar confiança. Em seguida, pulou para dentro de outro cabriolé. – Se importam de deixá-los em Baker Street, depois?

─ É claro que não. – respondeu Watson. – Será bom ver a senhora Hudson. – acrescentou dando um tapinha amistoso nas costas do pequeno Nikolai.

Os gêmeos se entreolharam. Aquilo deixaria os planos de mandar Violet para Hampstead mais fácil. Além disso, Anne nunca os deixava durante um castigo de vigília constante. Alguma coisa estava muito errada e o que quer que estivesse acontecendo em Appledore Towers, subitamente não interessava mais a senhorita Holmes. Com o olhar, eles acompanharam a virada do cabriolé de sua mãe para a esquerda. À direita significaria dar a volta em direção ao Clube Diógenes. Esquerda era uma descida até o centro.

─ Savoy. – sussurrou Violet, enquanto adentravam a sorveteria dois passos atrás dos Watson. – Pontmerci está lá.

─ Hoje você está com todas as informações, hã? Estou orgulhoso de você, irmãzinha. – sussurrou Nikolai de volta. – Mas, não podemos ir os dois. Na verdade, nenhum... o pessoal do hotel... bem, nem eu consigo pensar em um motivo para crianças entrando pelas portas dos fundos. – ponderava o menino, tentando parecer interessado nas opções de sabores.

─ John Holmes perdendo sua criatividade de arrumar pretextos para entrar em qualquer lugar. Por St. George! Quase me faz ficar preocupada com você! E como, aliás, você não tem nenhum conhecido naquele hotel?!

─ A maioria deles é bem esnobe com as crianças. – explicou William, dando uma olhada para ver se seus pais estavam prestando atenção. Acabavam de se virar para eles.

─ Então, já escolheram? – indagou Watson, amável.

─ Menta. – respondeu Violet.

─ Pistacho. – respondeu Nikolai.

─ Creme. – respondeu William.

Responderam ao mesmo tempo, hesitantes, quase ansiosos e se não fosse amigo de Sherlock Holmes, John Watson poderia ter interpretado aquilo como qualquer outra coisa que não uma tentativa de “agir naturalmente”. No entanto, era o mesmo Doutor Watson que passara grande parte de sua vida publicando contos sobre o trabalho de seu amigo detetive consultor no jornal e, portanto, nunca seria um pai tão ingênuo. Ou padrinho. Assim sendo, bastou um sorriso na direção dos três para que suspirassem resignados.

─ Tentamos. – murmurou William.


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Notas finais do capítulo

Olá! Explicações, esse capítulo era para ser, originalmente, divido em duas partes. As crianças sendo descobertas em seus estratagemas e a ida da Anne até o Savoy. Contudo, essa segunda parte ficou grande, como vocês podem imaginar, então eu dividi o capítulo 12 entre 12 e 13. Então, vamos lá. Para o próximo. Sim, vou postar agora! Não sou tão má quanto pareço, muahahahaha... Bjos, nos vemos daqui a pouco!



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