O Guardião escrita por Nelson Gomes


Capítulo 3
- Me meto em uma briga -


Notas iniciais do capítulo

Galera! Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite!
Mais um capitulo para vocês!
Nesse já temos uma palhinha de ação, não é muito, mas já da pra vocês terem o gostinho.
Espero que gostem, boa leitura e nos vemos lá em baixo.



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Quando o sinal tocou, todos os alunos saíram em disparada para o intervalo, e como de costume, eu fiquei sentado no meu lugar, esperando que toda aquela agitação se acalmasse. Finalmente, quando todos saíram da sala, eu me levantei e sai também. Fui até o bebedouro para tomar um pouco de água, quando alguns alunos passaram correndo por mim, falando esbaforidos:

–Briga! Está rolando uma briga lá no refeitório. – Disse um deles, olhando para mim.

–E quem está brigando? – Indaguei.

–O Fred é claro, como sempre arrumando confusão. E hoje ele está mais irritado do que o normal. Eu só não sei quem é o pobre coitado que está provando da sua fúria.

Então eu procurei por Matt e não o avistei em lugar nenhum. Uma pontada de angústia surgiu no meu peito.

Bem, deixe-me explicar, Fred é o valentão da escola. Aquele cara que adora arrumar confusão com todo mundo, roubar o dinheiro do lanche e essas coisas típicas que os valentões gostam de fazer. Ele é um brutamontes de dar medo, seus braços são puros músculos. Ele usa o cabelo cortado em estilo militar, e usa sempre a mesma gandola do exército que foi do seu pai. Ele usa tanto que a jaqueta já está toda surrada, suja e rasgada. A parte cômica disso tudo é que na verdade seu nome é Alfredo, porém, como é o óbvio, ele odeia ser chamado assim. Então por respeito (na verdade, por puro medo) todos o chamam de Fred.

Eu corri em disparada para o refeitório e ao chegar lá notei uma enorme aglomeração no meio do salão, formando um círculo. Me esgueirei entre a multidão, tentando chegar ao centro do círculo e quando alcancei o centro da confusão notei que minhas suspeitas estavam corretas. Matt estava deitado no chão, com um filete de sangue escorrendo de sua boca e Fred estava parado ao seu lado, com um dos pés em seu peito e com as mãos apoiadas no próprio joelho.

– Então Magrelo – dizia Fred – Vai me dar o seu dinheiro do lanche ou não?

– Não tenho dinheiro Fred, já disse que usei para comprar meu lanche.

– Então, onde está o lanche? Me dá o lanche AGORA! – Vociferou Fred.

– Eu já comi. O que você quer que eu faça? Vomite meu lanche para você tomar que nem sopa?

Matt não devia ter dito aquilo estando naquelas condições, pois isso apenas fez com que Fred se enfurecesse
ainda mais, colocando todo o seu peso em cima do peito de Matt, esmagando-o. Matt gritava de dor.

– Solta ele Fred! Agora! – Eu disse, indo para o meio do círculo.

Sim, foi algo estúpido para se fazer, admito, mas eu não podia ver meu amigo sendo espancado e não fazer nada.

– Ora, ora, vejam só! – Dizia Fred, enquanto saia de cima de Matt e estendia os braços, como se quisesse chamar toda a atenção para si. – O cara que pensa que é corajoso veio a ajudar o amigo covarde e fracote! O que você pensa que pode fazer contra mim Bruno?

–Não sei, mas isso a gente pode descobrir agora, que tal?

Então eu ergui os punhos e fiquei em posição de luta. Sim, foi algo mais estúpido ainda, mas eu não tinha
opção, pois agora todos estavam me olhando. E Matt continuava deitado no chão, me olhando de forma desesperada, como se soubesse que eu levaria uma tremenda surra, e aquilo de fato não me ajudou em nada.

Fred não disse nada, apenas deu um sorriso irônico e veio andando na minha direção enquanto erguia as mangas da jaqueta e estalava os dedos. Então, ele desferiu o primeiro soco, e eu, por puro reflexo, fechei os olhos. Porém, não senti nada, e quando abri os olhos percebi que eu tinha desviado do soco. Fred me olhava intrigado e era evidente que ele estava tão confuso quanto eu. Ele deu outro soco, eu novamente desviei facilmente.

Como eu estava fazendo aquilo? Boa pergunta, porque eu realmente não faço ideia. Eu desviava com uma facilidade descomunal de todos os socos que Fred tentava me acertar, como se eu fosse um lutador experiente. Percebi que Fred já estava ficando nervoso e envergonhado, já que praticamente todos da escola estavam ali, observando a luta e seu iminente fracasso. Então, ele começou a desferir diversos golpes de uma forma desesperadora, mas nenhum deles me acertava, e foi ali, em meio ao seu desespero, que eu vi uma brecha, onde entre um golpe e outro eu me esquivei e girei o corpo ao mesmo tempo em que me abaixava, dando-lhe uma rasteira, e antes que ele caísse eu dei um soco de cima para baixo, acertando em cheio seu nariz e fazendo com que ele caísse com toda força, de costas no chão.

Todos que estavam ali explodiram em palmas e vivas, enquanto Fred estava caído no chão, desorientado e com o nariz quebrado, jorrando sangue. Entre a multidão senti que uma pessoa em especial me fitava, era Carol. Ela me olhava de forma penetrante, como se estivesse me estudando, e quando ela notou que eu havia percebido, sumiu na multidão.

Eu andei até Matt e estendi a mão para ajudá-lo a se levantar. Ele estava com um enorme sorriso nos lábios.

–Cara, como você fez isso? Você está treinando artes marciais e não me contou?

– Não Matt, não estou treinando nada! Eu simplesmente não sei como eu fiz aquilo, realmente não sei!

– Foi incrível, mas você podia ter chegado um pouco antes, impediria que eu fosse espancado.

– Mas eu te ajudei antes que o pior acontecesse, só deu tempo de ele te dar um soco e te jogar no chão.

– É, mas agora eu estou sangrando e minha poupança está doendo, porque machuquei quando eu caí no chão! – Dizia ele, quase rindo enquanto eu caía na gargalhada.

Mas a felicidade logo acabou, pois, o Diretor Olavo surgiu na nossa frente, carregando eu, Matt e Fred para a diretoria. E aquela foi a primeira advertência da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal, gostaram?
O que acharam da luta?
Espero que tenham gostado!
Deixem suas opniões aqui.
Até a proxima!

That's all folks