RECONSTRUÇÃO escrita por Eduardo Marais


Capítulo 20
Um reencontro conforta a alma...




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— É engraçado ver você de novo. Engraçado e estranho. Engraçado, estranho e maravilhoso. – Zelena sorri ao chegar à sala principal e encontrar a figura altiva de Vasco, à frente de outras pessoas. Mas o sorriso se desfaz quando seus olhos caem sobre Robin. – Veio salvar a rainha para colocá-la nos braços do cavaleiro, Sr. ladrão?

— Confesso que vim também em buscas de algumas respostas. – os olhos de Robin são focados num jovem elegante que chega ali e para ao lado de Zelena. O jovem não via ninguém, exceto Vasco.

— Emma Swan, é bom revê-la, querida. – a ruiva tenta manter a civilidade. Iria aproveitar-se daquela situação horrenda para tripudiar sobre seus antigos inimigos. – Não vejo a bruxinha mordedora. Onde ela está?

Vasco se aproxima lenta e respeitosamente. Inclina-se cumprimentando Zelena e para saudar Galeano, ele levanta o queixo em sinal de desafio.

— Viemos em paz, Zelena. Viemos propor um acordo para o bem de todos e combate ao perigo que ataca pessoas inocentes e que está pairando sobre seu reino.

— Iremos resistir. Quando não conseguirmos mais, entregaremos as pessoas que o casal real deseja e pronto! – Galeano sorri guloso. Não se importa em observar os outros.

— Regina e Solomon não estão interessados em pessoas simples, Galeano. – a voz de Vasco é tranquila. – Eles estão interessados no que vocês carregam como conhecimento e habilidade. Depois que eles conseguirem isso, vocês deixarão de existir.

O rapaz levanta o queixo e volta sua atenção para o arqueiro de olhar encantado e admirado.

— Eu pensei que jamais veria você além da superfície de um espelho. Prazer em conhecê-lo, meu pai.

Robin luta para conter sua emoção. Havia pensado que Zelena tinha perdido o bebê quando fugira de Storybrooke e retornado por um portal. Mas o bebê era um homem, agora.

— Zelena... – é tudo o que ele consegue dizer, antes de ser empurrado para o lado por Cosima.

— Eu trouxe pessoas que podem unir forças com você e proteger a Floresta das Esmeraldas e as pessoas refugiadas aqui. Poderemos combater o exército numeroso de soldados de areia e atingir Regina, ou simplesmente esperar a morte.

Os olhos grandes de Zelena fixam-se no belo rosto de Vasco. Ela sorri e estende a mão.

— Eu quero conversar com Vasco, mas a sós. – ela vê o homem segurar sua mão. – Aproveite para conversar com seu pai, Galeano. O tempo é escasso.

No quarto de Zelena, o cavaleiro senta-se na cama sem ser convidado. Estava cansado e precisava repor suas energias. Mostra-se muito à vontade. Atrevidamente à vontade, como se aquilo pertencesse a ele.

— Minha irmã está muito feroz e está sendo instigada pelo religioso. Os rumores é que ele descobriu algo mais valioso do que o Grande Grimório.

— Ele foi atrás do livro, invadiu nossa família e matou nossa governanta num acidente de carro. Solomon raptou Regina e fez com que pensássemos que ela estava morta.

Ela se senta ao lado dele na cama.

— Regina Mills está morta, de fato. Quem comanda aquele corpo é a Rainha Má. Uma mulher cujo prazer é produzir medo e dor. Eles irão casar-se em breve e penso que serão imbatíveis na crueldade. – a mão de Zelena vai descansar na coxa de Vasco. – Ela retomou seu castelo e tratou de avançar pelos reinos vizinhos, destituindo os líderes, tomando as riquezas e roubando algumas habilidades.

— Cosima me disse que Regina não a reconheceu.

Com movimentos suaves, Zelena se levanta da cama e vai para a janela.

— Regina veio até mim, tão logo retomou seu posto de Rainha Má. Ela não sabia quem eu era. Está sob total influência do Reverendo Kent e isso é ruim. O cara é um bruxo que caça bruxos, travestido de líder religioso. Eles já tomaram reinos vizinhos e querem o meu.

— Vamos impedir.

— Tem tanta certeza assim, meu lindo moreno? Acha mesmo que as habilidades de Emma são suficientes para a luta?

Vasco sorri.

— Somos em um exército maior e temos algo que os homens de areia não têm: raciocínio. Eles apenas obedecem ordens e atacam para um único objetivo. Seguem sempre em linha reta, enquanto nós, somos sinuosos.

Um sorriso amplo surge nos lábios de Zelena. Por segundos, ela se contagia com aquele entusiasmo.

— Além disso, a família do noivo de minha filha Yasemine, está em totalidade do nosso lado. O mar já é nosso, Zelena!

— E os céus?

— Isso ficará a seu encargo, cunhada. Sua função será criar mais e mais macacos voadores para que cubram os ataques aéreos. Regina me falou que você usou folhas para criar novos macacos. Peço que faça isso e com urgência.

Inspirando profundamente, Zelena estreita os olhos e fica pensativa.

— E pela terra? Os soldados sem rosto são imbatíveis, justamente por não terem sentimentos.

— Não são imbatíveis. São falíveis e sabemos o ponto fraco deles.

Zelena retorna para a cama e senta-se ali. Atrevidamente segura a nuca de Vasco e o traz para um beijo casto.

— A solidão de Regina não trouxe somente lágrimas, mas criou a única pessoa que conheço que ainda possui inocência na alma e nos olhos. Por isso, tão fácil de amar. – ela acaricia o queixo do homem. – Não lutarei pela floresta ou pelos seus habitantes, porém, lutarei porque você me pediu. A inocência que nutre ao acreditar que poderemos derrotar os soldados de areia, está compelindo a minha alma a ir guerrear por você, meu rei.

— Além de sua cooperação, preciso pedir-lhe algo mais. – ele sorri docemente. – Quero que amaldiçoe os meus lábios, assim come fez com os lábios de Killian, numa ocasião.

— Eu tornarei seus lábios venenosos, porém, antes quero que me beije como se a sua vida dependesse disso.

Sem hesitar, Vasco se inclina para a ruiva e segura seu rosto entre as mãos. Fecha seus olhos e evoca memórias prazerosas de sensações provocadas por beijos. Sem pudores ou receio, ele explora os lábios e a boca de Zelena, beijando-a como se daquele beijo fosse retirar o ar necessário para sua sobrevivência. Beija-a como se fosse o último pedido de um condenado. Beija-a como se seu corpo precisasse daquilo para subir ao firmamento. Beija-a para selar um contrato. Um beijo molhado de paixão, mas não paixão por ela.

Quando se afastam, Zelena pisca várias vezes, surpreendida com o que aquele beijo havia despertado em sua alma. Com o beijo de Vasco, um imenso desejo de protegê-lo surge em seu coração e assume sua razão. Era como se ele a tivesse magnetizado com aquele beijo.

— Agora, amaldiçoe os meus lábios, assim como fez com Killian.


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