Por trás das lentes escrita por Megan Queen


Capítulo 32
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Não me matem, plisss!
Sei que demorei horrores e mereço muito uma boa surra, mas deixem-me ao menos explicar!
Primeiro: Minha vida está um corre corre do inferno! Trabalho, seminários da escola, provas e etc...
Segundo: Peguei uma gripe horrível que parece que foi feita diretamente no laboratório do capiroto e passei a semana mal, ainda por cima estourei um dos ouvidos...:(
E, finalmente: Passei por uma crise existencial e quase desisti da fic, não por falta de apoio de vcs, fique claro! Mas tive um bloqueio criativo horroroso e fiquei realmente em dúvida sobre minha capacidade de escrita...enfim...
Entre mortos e feridos, salvaram-se todos e eu estou aqui! o/
Não sei se esse cap ficou tão bom ~deixem sua opinião nos reviews~ mas ele está cheio de revelações e uma boa surpresa no final, então espero que gostem!
Queria dedica-lo a duas pessoas em especial.
Emily Queen, pelo seu lindo review ~sorry pela demora em responde-lo mais uma vez~ que me encantou totalmente.
E Mili Olicity, por me mandar uma MP mega fofa, pedindo ~mandando...kkk~ eu att logo. Thanks, gata!
Espero q gostem desse ep!
P.S.: Desculpem qualquer erro, o sono pode ter me driblado...rs



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Sara Lance

Observo o rosto de Oliver ao assimilar minhas palavras. Tinha tomado a decisão de intervir assim que soube o verdadeiro motivo da partida de Felicity, mas não imaginava que os estragos causados nessas 3 semanas seriam tão extensos.

Oliver mais parece uma sombra de si mesmo. Durante todo o tempo desde que Felicity partiu, ele havia se escondido debaixo de uma montanha de mau-humor e sarcasmo, tornando nossa paciência, principalmente a de Thea, inexistente.

Mas agora, eu vejo o homem por trás disso tudo. Um homem magoado, ferido e confuso.

Sei que, provavelmente, a maneira mais simples de resolver esse problema é contar logo a chantagem de Isabel, mas há mais coisas envolvidas. Oliver precisa entender Felicity para conseguir perdoá-la por tê-lo abandonado.

E é por isso que vim. Para fazê-lo entender.

— Sente-se. – ele murmura, com a voz cansada, apontando o sofá.

— Obrigada, Ollie. – agradeço, me sentando com ele ao meu lado. – Talvez Liz me mate por estar fazendo isso, mas valerá à pena. – murmuro e ele ergue as sobrancelhas. – Não conheço alguém que mereça mais ser feliz que ela, Ollie... – seguro a mão dele, fazendo-o me encarar. – Você é a felicidade dela! – afirmo e ele revira os olhos, suspirando. – É sério! – aperto sua mão, para que ele preste atenção. – Eu a conheço bem e, pelas conversas que temos tido, eu sei que ela está destruída por estar longe de você!

— O.k. – ele assente devagar. – Então por que ela não volta? – pergunta, impaciente e é minha vez de revirar os olhos.

— Ela acha que não pode.

— Você realmente espera que essa frase explique tudo? – ele leva as mãos à cabeça e se inclina, apoiando os cotovelos sobre os joelhos.

— Sei que Liz já falou a você sobre Cooper. – falo, chamando sua atenção imediatamente.

— Cooper está morto. – ele sentencia, devagar. – Como ele pode ter algo a ver com isso?

— Muita coisa aconteceu antes da morte de Cooper... – engulo em seco, calculando em minha mente o quanto poderia me aprofundar nesse assunto sem ferir o direito de Felicity de abrir o jogo com ele.

— Como assim?

— O que ela te contou, exatamente?

— Que ele matou o melhor amigo dela. – ele cerra os punhos e trava o maxilar.

— Sim. – assinto devagar. – Só que Felicity era muito jovem e ingênua para saber que não se confronta assassinos sem um plano B. – ele suspende a respiração. – Mesmo que o assassino em questão jurasse amá-la.

— Ela fez isso? – pergunta, baixinho e eu assinto. – O que aconteceu? – questiona, hesitante, e eu suspiro, sentindo o estômago embrulhado exatamente como no dia em que Felicity me contou sua história.

— Ele a espancou. – falo e assisto Oliver fechar os olhos com força. – Até ela desmaiar... – ele os abre de uma vez e vejo fúria em seu olhar. – E então a sequestrou. – concluo.

— O quê? – ele passa as mãos pelo cabelo, agitado. – Mas...

— Cooper estava envolvido com uma gangue de assaltantes de banco. – Oliver se joga contra o encosto do sofá, sem ar. – E eles acharam que Felicity seria uma ótima ferramenta graças às suas habilidades como hacker. Cooper a levou para isso. – respiro profundamente e toco o braço dele para que foque sua atenção em mim. – O verdadeiro motivo de Liz não ter sido contratada em nenhuma empresa como técnica de TI é porque, graças a Cooper, ela tem a ficha suja por vários crimes e assaltos nos quais teve de participar como a hacker pessoal dele durante vários meses.

— Deus! – ele fecha os olhos, tentando absorver as informações. – Ele a espancava para que ela o obedecesse? – pergunta, cuspindo as palavras.

— Isso, mas também a deixou passar por necessidade... – murmuro.

— Fome?! Sede?! – ele pergunta, incrédulo, e eu aquiesço, o que o faz socar o sofá com força.

— Eu realmente não consigo imaginar como foi a vida de Felicity nos 5 meses em que esteve presa a ele...

— É muito pra minha cabeça! – ele arfa.

— Não vou lhe contar tudo. – explico, para tranquilizá-lo. – Acho que há certas coisas que só a própria Felicity tem o direito de compartilhar com você. – justifico e ele assente devagar. – Mas há uma última coisa que você precisa entender antes de eu contar o motivo da partida dela...

— Qual?

— A polícia estava à procura dela desde seu desaparecimento e Cooper, se sentindo encurralado, quis fazer uma grande jogada para ter dinheiro suficiente para sair do país e levá-la junto. Ele... a obrigou a invadir o sistema do Banco Nacional e fazer os carro-forte levarem o dinheiro diretamente ao esconderijo dele. – Oliver arfa.

— Mas isso é...

— Crime contra o Estado, eu sei. – confirmo e ele me encara, confuso.

— Como ele fez isso? Duvido que Felicity cederia, mesmo que tivesse uma arma apontada para a cabeça dela. – ele fala e, mais uma vez, me surpreendo ao ver quão bem ele a conhece.

— Está certo, Ollie... – confirmo, lentamente. – Cooper também sabia disso. E essa é a razão pela qual, dessa vez, a arma estava encostada na cabeça de outra pessoa. – ele trava. – Ele sequestrou e a ameaçou matar, não Felicity, mas Donna... A mãe dela!   

 

Oliver Queen

Um grande silêncio se segue após a última declaração de Sara.

Considerei Cooper um crápula desde que Felicity me falou sobre ele. Mas agora... Isso é monstruoso demais até para ele!

Sou incapaz de conceber a ideia de que Felicity passou meses sofrendo maus-tratos e talvez, que Deus me perdoe, abusos na mão desse monstro!

Quer dizer, ela mais se parece um anjo. Quem, em sã consciência, é capaz de estender a mão para lhe dar um tapa? Espancá-la? Maltratá-la? Isso é desumano!

Meu estômago parece estar dando uma volta de montanha-russa à medida que tento imaginar o inferno em que ele teve que viver por meses.

Agora, mais do que nunca, eu compreendo o porquê de ela evitar todo e qualquer tipo de aproximação romântica nos últimos 3 anos, inclusive da minha parte, no começo.

Ela foi maltratada, ameaçada, usada e extremamente magoada das piores formas possíveis pelo homem que amava e que dizia amá-la. Não dá pra sair ileso de uma coisa dessas.

Ao mesmo tempo, sinto minha admiração por ela, que já era imensa, crescer consideravelmente.

Felicity, de todas as pessoas que conheço, é quem mais tem motivos no mundo para ser amarga e rabugenta, mas ao invés disso, não consigo imaginar um sorriso mais puro e luminoso que o dela!

Sacudo a cabeça, atordoado com tantas informações.

— Chega! – ergo as mãos. – Não consigo mais ouvir isso. – acrescento, e Sara dá um suspiro aliviado, talvez por não ter mais que continuar com um assunto tai doloroso para qualquer um próximo à Felicity. – Por isso ela fugiu? – questiono.

— Em parte. – Sara meneia a cabeça, me intrigando.

— Como assim?

— Bom, digamos que, há pouco tempo, eu descobri que nossa supervisora na Palmer’s de alguma forma teve acesso à ficha criminal da Liz e ameaçou entregá-la para a imprensa, que algumas semanas atrás estava estrategicamente focada em vocês. – ela recorda e eu assinto, lembrando inclusive de ter achado que Felicity partira por causa disso. Coço a cabeça, nervoso, juntando as peças. – Sua reputação seria indiscutivelmente comprometida e você poderia até mesmo perder o prêmio pelos avanços tecnológicos da QC se fosse levantada a questão dos crimes cybernéticos da Liz, o que abriria brecha para alegar-se corrupção ou trapaça em seus projetos recentes...

— Então ela se afastou para proteger minha reputação, desrelacionando nossos nomes. – concluo.

— Exato! – Sara estala os dedos. – E tenho certeza de que se demitir da Palmer’s foi outra exigência de Isabel, já que ela nunca suportou o fato de Ray favorecer Felicity sempre que possível.

— Eu vou matar essa mulher! – rosno, me levantando bruscamente do sofá e caminhando pela sala como um leão enjaulado.

— Deixe Isabel comigo! – Sara se põe à minha frente. – Já recuperei os arquivos de Felicity e, depois daqui, estarei indo ver Ray para conseguir a demissão daquela vadia! Tenho certeza absoluta de que, quando ficar a par da situação, ele se certificará de que ela não consiga emprego em nenhuma das empresas de Star!

— O.k. – assinto, ainda alterado, mas meu foco agora é outro. – Preciso ver Felicity, Sara! Preciso vê-la e enfiar naquela cabecinha teimosa que, independente das consequências, eu a quero! – seguro minha amiga pelos braços e ela sorri de minha intensidade. – Sério! Já está na hora de Felicity entender que não pode mais colocar seu passado entre nós. Eu não aceito isso!

— Sei que não aceita... – ela sorri, segurando meus antebraços. – E, por mais que ela vá me matar depois, decidi que também não aceito. – dá de ombros. – Felicity está na casa da mãe, em Coast City. – informa, suspirando. – Vou mandar o endereço pro seu celular, mas se Liz me perguntar, digo que você colocou uma faca no meu pescoço ou me drogou para conseguir essa informação. – conclui e eu a puxo para abraçá-la, rodopiando com ela pela sala, meu peito explodindo de felicidade.

Sei que Felicity ainda tem coisas maiores escondidas em seu passado, mas estou decidido a mostrar a ela que esse não é um motivo forte o suficiente para nos separarmos dessa forma e que eu não admito isso.

— Okaaaay... minha namorada está abraçada de maneira bem comprometedora com meu melhor amigo ex-cafajeste. Devo me preocupar? – ouvimos a voz provocativa de Tommy e nos viramos para vê-lo parado na porta, com suas malas ao redor e um sorriso brincalhão na face.

Sara se solta de mim e corre até ele, pulando em seu colo e o enchendo de beijos. Sorrio, pensando em como será quando eu tiver minha loira novamente em meus braços.

— Ele está sorrindo. – Tommy constata, incrédulo. – Isso só pode significar uma coisa...

— Descobri onde Felicity está! – informo, empolgado.

— Tão previsível... – ele zomba e eu me aproximo, lhe dando um tapa na nuca. – Sua dependência dessa garota é realmente comovente. Você passou as últimas semanas na pior, mas foi só descobrir onde encontrá-la que já acendeu como uma árvore de Natal. – reviro os olhos, juntamente com Sara, e começo a subir as escadas que levam para o quarto. – Nem sequer sabe se ela não vai bater a porta na sua cara quando você chegar... – ele aumenta o tom para ser ouvido e me viro a tempo de ver Sara lhe dar um tapa no braço.

— Thomas! – ela exclama, o fuzilando com o olhar, enquanto ele massageia o lugar que ela acertou, resmungando. – Não dê ouvidos a ele, Ollie! Thomas é um bobo. – acrescenta e ele bufa, enlaçando-a pela cintura.

— O bobo que você ama. – fala e ela sorri para ele. – E eu não estou fazendo nada mais do que prepará-lo para a possibilidade de Felicity não querer voltar para Star com ele. – me aponta e acrescenta num falso sussurro: - Acredite, você não faz idéia do que é ter que aturar um Oliver tenso e monotemático por causa da sua amiga... – faz uma cara de sofrimento hilária e Sara sorri, enquanto eu apenas rolo os olhos, ignorando seu último comentário.

— Ela vai voltar comigo pra casa. – falo, confiante.

— Qual a sua arma secreta, Einstein? – ele quer saber.

— Qual não. Quem! É muito simples e se chama Thea Queen. – dou um sorriso presunçoso e Tommy gargalha.

— Cara, eu te idolatro! – põe a mão sobre o peito, dramatizando.

Sara ergue uma sobrancelha, confusa, e eu apenas penso comigo mesmo que ela subestima a cunhada que tem.

— O plano de Ollie é basicamente ir até lá e persuadi-la a voltar usando seu charme efervecente. – Tommy explica para ela, sarcasticamente. – Thea é o plano B para o caso de ter de arrastá-la pelos cabelos até aqui ou embebedá-la e fazê-la entrar no carro deles espontaneamente... Tenho certeza de ela apreciaria qualquer uma dessas duas opções. – ele conclui, pensativo, e ganha outro tapa de Sara, que nos encara incrédula enquanto eu apenas sorrio.

— Vocês tem consciência de que estão falando da própria irmã, né? – ela questiona, erguendo as sobrancelhas e nós apenas nos entreolhamos e damos de ombros.

— Pense bem antes de se decidir por isso, cara. – Tommy faz um gesto entre ele e Sara. – Depois da mudança de status, os beijos diminuem consideravelmente de frequência em relação às agressões... – explica.

— Está arrependido? – ambos perguntamos, mas ele me ignora e foca no olhar assassino da namorada.

— Claro que não, amor! – nega. – Sempre adorei seus tapas, até mais do que os beijos! – alega.

— Você é um péssimo mentiroso, Thomas Merlyn... – ela semicerra os olhos e ele engole em seco, suspirando aliviado quando ela gargalha e o abraça. – Porém, para sua sorte, estava morrendo de saudades e eu te amo! – afirma, beijando a bochecha dele, que ri largamente.

“Eu te amo”

As palavras me atingem como uma bomba de concussão e, nesse momento, uma verdade inconfundível cai diante de meus olhos como um raio luminosos cruzando uma noite longa e escura.

— Sara... – chamo devagar e ela se vira para mim, juntamente com meu melhor amigo. – Eu... Eu amo Felicity! – falo, surpreso com minhas próprias palavras.

— Isso é maravilhoso. – ela sorri, docemente. – Mas não é a mim que tem que dizê-lo... Diga a ela!

Eu irei!

 

Felicity Smoak

Estou em meu quarto, olhando fixamente para o teto, enquanto escuto a mensagem de Oliver pela milésima vez, me recusando a crer que ele realmente tenha entregado os pontos e com as palavras de mamãe ecoando em meus pensamentos repetidas vezes.

Jamais havia parado pra pensar nas coisas da forma como ela as expôs hoje. E, com tudo que conversamos, não deixo de me questionar se, ao vir embora e deixar Oliver para trás alegando protegê-lo de meu passado, eu não estava na verdade o subestimando. Subestimando a intensidade de seus sentimentos ou sua capacidade de lidar com meus traumas.

A cada minuto que se passa, mais convencida eu fico de que cometi um erro grotesco ao partir. Não conheço uma pessoa que seja mais capaz de consertar a bagunça que eu sou, do que Oliver é.

Longe dele, e só assim, eu notei o que nossa relação representa em minha vida. Abrigo, proteção, carinho...amor!

Ele é meu porto seguro e, sem tê-lo por perto, eu estou perdida como o inferno!

Olho o relógio na parede do quarto, que marca 3:36 h da tarde, como se os ponteiros pudessem me dizer como arrumar esse caos que se formou em nossas vidas.

Meus pensamentos são interrompidos pela entrada abrupta de Donna Smoak em meu quarto, me fazendo pular da cama.

Às vezes me questiono se Sara não é filha biológica de mamãe e fomos trocadas na maternidade. Isso explicaria muita coisa!— penso.

— O que houve? – questiono, alarmada.

— Queen! – mamãe exclama, os olhos brilhando e as bochechas rosadas como uma adolescente.

— Oi?!

— Por que não me disse que seu boy-magia é Oliver Queen? – ela pergunta, indignada.

— Mamãe, já combinamos de não chamar Oliver ass... – me interrompo ao assimilar a informação completa. – Espera aí... Como sabe disso?

— Ele está na nossa sala! – ela grita, eufórica. – Meu Santo Deus! – se abana, dramaticamente. – Quem, em sã consciência, dispensa um deus grego daquele? Eu devo ter sido uma péssima mãe para você ser capaz disso... – ela começa a tagarelar, enquanto eu aterrisso sobre o colchão, chocada. – Céus! Aqueles músculos, aqueles braços, aquelas pernas. – suspira. – Aquele tras...-

— Mamãe! – ergo as mãos, a interrompendo, e ela me encara, se calando. – Ele veio sozinho? – pergunto, receosa.

— Oh, não! – suspiro, fechando os olhos e começando a contar até mil mentalmente. – Ele trouxe a irmã junto! – ela conta, empolgada, para meu desespero. – A propósito, querida... – ela fala devagar e eu a encaro. – Quantos bilionários você conhece? – pergunta, parecendo curiosa, e eu me jogo sobre a cama, cobrindo o rosto com um travesseiro.

Deus! De que criança eu roubei o pirulito e saí correndo?


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Emily Queen, fofa, o que achou do retorno do seu Oliver decidido e persistente? kkkk
Aguardo o feedback!
Xero