Capítulo XXI: Coquetel no jardim.

Estávamos no salão das mulheres quando a madrinha apareceu, com um vestido rora claro quase branco, realçando o seu coque vermelho. E pediu a atenção de todas. São nesses momentos que eu percebo que a Seleção está durando uma eternidade mas então eu lembro que ela só começou algumas semanas atrás.

—Meninas vocês já tiveram um descanso desde o último baile. Vocês estão com 18 garotas no total, daqui a pouco será formada a grande Elite mas além de se casar com o Kile, se tornará a sua esposa. Uma de vocês será a Rainha e todos sabem que é a Rainha que organiza os bailes. Então vamos ter um coquetel no jardim sexta. E vocês irão se dividir em grupos para organizar-lo. Um coquetel não é tão difícil como organizar uma baile pois não vai ter nenhum representante do exterior e sim nacionais...-Dinda continuou explicando sobre o que deveríamos fazer para o coquetel.

Eu fiquei no grupo da comida e todas do meu grupo, eu consigo dialogar sem problemas, então acho que não vai ter problemas.

E acabou que não teve problemas, sexta chegou como um vento. A sorte que estava tudo pronto, eu nunca pensei que fazer cardápio fosse tão difícil. Sério, vou olhar para os cardápios dos restaurantes com outros olhos depois dessa semana. Escolher a entrada, prato principal, petiscos, sobremesa, bebidas. Muito divertido!

—Então Neena como eu estou?-eu perguntei me girando.

—Linda, maravilhosa, diva!

—Neena não fala isso que eu acredito.

Eu me olhei no espelho. Estou com um vestido preto de manga cumprida só que os ombros ficam a mostra, a saia é branca rodada, e com renda preta envolta. Com um salto preto e uma maquiagem leve. Acho que eu estou bonita.

—Já vou, se não as meninas me matam, não sei porque mas cismaram que eu sou a líder do grupo.

—É porque você nasceu para liderar Eadlyn.-Neena disse séria.

Eu sorri, porque eu concordo, não tem nenhum arquiteto a cima da Arquiteta Oficial de Illéia.

Quando cheguei no jardim da parte de trás do palácio onde aconteceria o Coquetel, levei um susto pela beleza que se encontrava o jardim. Eu precisava dizer, o grupo da vaca da Alanna estava de parabéns, a decoração estava incrível. Tinha bolas brancas enrolado nos fios como luzes, mesas com luzes embaixo, pufes envolta, luzes nas árvores. Simplesmente incrível.

Eu estava entrando no jardim e foi quando eu lembrei que eu estou com um salto alto fino para andar na grama, isso não vai dar certo. Eu dei dois passos até encontrar os meus olhos com Kile que conversava com alguns ministros. Ele me olhou e foi nessa hora que o meu salto grudou na grama para o lado esquerdo e eu perdi o controle e cai no chão. Pelo menos eu caí de pernas fechadas, se a Neena tivesse aqui ela iria me matar por me desarrumar, então eu comecei a rir.

—Eu não sei o que eu faço com você Eadlyn!-eu levantei a cabeça e vi o Kile em pé na minha frente.

—Senhorita quer ajuda?-um guarda perguntou ao meu lado direito.

—Pode deixar.-ele colocou o braço embaixo do meu e o outro nas minhas pernas e quando fui vê, eu já estava nos seus braços.

—Está fortinho em príncipe?!

—Ando malhando.-e eu sorri, eu já tinha reparado mas a minha consciência me impediu de pensar muito sobre esse assunto.

—Você deveria ter deixado ele me pegar.

—O que?-ele olhou sério pra mim.

—O guarda, talvez aquele ele era meu futuro marido mas você o expulsou.-ele sorriu.

—É verdade, eu tinha me esquecido disso. Mas você pode cair de novo e prometo que na próxima vez eu não te pego. Talvez é melhor você cair em um corredor onde tanha bastante guardas, para você escolher!

—Engraçadinho! E você já disse isso.-e ele riu

—Eu sei.

Ele me colocou sentado ao lado da Rainha.

—Você está bem Eady?-Rainha perguntou e a minha mãe já chegou com um saco de gelo.

—Eadlyn porque você está com um salto desse tamanho para andar na grama? Você quer quebrar a perna?-eu ri.

—Não mãe!-e eu coloquei meu pé em cima da cadeira com o gelo.

—Alteza cuidado porque agora todas vão querer cair para você pegar elas no colo.-Madame Lucy disse rindo e fazendo com que todas rissem.

Depois de me perguntar pela terceira vez se eu estava bem, ele se retirou. Fiquei uns dez minutos descansando mas eu já está estava cansada de ficar parada, eu precisava saber se estavam gostando da comida.

Neena desceu preocupada e com uma sapatilha preta.

—Calma Neena sabe como eu sou, lerda é meu segundo nome.

Depois de acalmar a Neena, fui a procura das meninas para saber se estava tudo certo. Descobrimos que todos estavam elogiando a comida. Fiquei feliz com isso. Nenhuma do meu grupo será eliminada. Já as garotas da recepção, escutei que elas não foram tão educadas e simpáticas como deveria.

Não tinha passado nem duas horas de festa e eu já queria subir para o meu quarto. Estava sentada ao lado da Madame Lucy, a rainha estava conversando com o rei, enquanto a minha mãe estava com meu pai e a Josie. Eu estava de olho nela e ela estava sempre ao lado da mamãe. Madame Lucy disse que iria me fazer companhia, quando meu pé começou a dar sinal de cansaço então eu fui me sentar e estou aqui até agora. Deveria ser umas seis horas da tarde e o sol já estava se pondo quando o Osten veio até mim.

—Eady vamos andar?-ele perguntou com aquela carinha.

—Osten a Eady está com o pé machucado.-Madame Lucy disse.

—Verdade eu esqueci. È que eu queria andar, essa festa está chata como sempre.

—Hoje eu tenho que concordar, estou com um tédio total. Vamos andar, mas vamos andar devagar porque eu estou mancando.-ele sorriu.

Madame Lucy ficou preocupada mas eu a tranquilizei.

Fomos andando para a parte da frente do palácio. Como estavam todos no jardim dos fundos. Só encontrava os guardas nos observando.

—Eady eu entendi.

—Entendeu o que?

—Que se você se tornar Rainha, é para o bem de todos e a felicidade sua e do Kile. A mamãe conversou comigo e se você se tornar Rainha, ela disse que você vai continuar sendo a Eadlyn mas apenas com uma coroa na sua cabeça, então você vai poder continuar brincando comigo. Foi aí que eu pensei, é até melhor assim, se você se tornar Rainha ninguém vai brigar com a gente se ficarmos brincando até tarde, já que você é a Rainha.-eu ri.

—Hey vamos com calma. Estou vendo que você já pensou em tudo mesmo, mas eu não vou ser Rainha. Então vamos continuar levando esporro por ficar brincando até tarde.-eu disse e comecei a fazer cosquinha nele, ele caiu na gargalhada.

—Quero ver você fazer cosquinha agora?-ele disse saindo correndo.

—Garoto, eu vou te pegar!-eu disse e comecei a correr, eu tenho certeza que eu estava correndo igual a uma pata.

Mas eu estava achando tão engraçado em ver o Osten olhar para mim e começar a rir. Eu estava correndo com as pernas abertas e a perna esquerda mancando, bem que só tem guardas nessa parte do castelo.

—Para! Eu não aguento mais.-eu disse gritando e sentei na grama. Ele veio correndo até mim e ainda rindo.

—Eady a sua sorte é que não tinha nenhuma câmera porque você estava horrível.

—Engraçadinho!-eu disse e dei a língua para ele.

Estávamos a poucos metros do grande portão que separa o castelo da rua. E eu tive uma ideia.

—Vamos ver como está a cidade.-eu disse me levantando.

—Eady sabe que o papai não gosta que aparecermos no portão.-Osten disse me seguindo.

—Eu sei, mas é apenas cinco minutos e tem bastante guarda.-eu disse e ele não me discordou apenas me seguiu.

Quando chegamos perto do portão Osten não deu alguns passos para ficar em frente ao portão como eu, que parecia que estava presa e estava vendo a cidade pela primeira vez. Ás vezes parece que eu estou presa.

Os guardas ficaram mais atentos e rígidos com a nossa presença. Em frente ao palácio tem uma praça muito bonita, com árvores verdes, com flores coloridas, brinquedo para as crianças, é um ótimo lugar para passear, se divertir ao ar livre. Com a família, namorado, esposo, avós, amigos. Mais distante se encontra os melhores comércios, restaurantes, empresas, casas de Angeles.

Quando olhei para trás e vi que o Osten estava admirando as crianças que brincavam no parque ao longe, eu percebi que ele também sofre. Mas cada um nasceu com uma função no mundo.

—Osten, não fica assim.-e eu fui até ele e o abracei.

Um choro de bebe.

Nos separamos e ficamos olhando um para o outro.

—Isso é aqui?-Osten perguntou. Os guardas começaram a procurar.

—Abram o portão!-eu disse.

—Mas senhorita é proibido abrir o portão sem uma ordem superior.-um guarda jovem falou.

—Abra o portão!-eu disse séria para ele. Esse olhou para o outro guarda, que balançou o ombro em sinal que não sabia. Ao total tinha seis guardas no portão, olhando para mim sem saber o que fazer.

—Senhorita por favor, eu cumpro ordens, só posso abrir com ordem das Majestades, do Príncipe Kile ou Ahren ou do General.-ele falou como se tivesse me implorando.

—Eu sei.-eu disse grossa.-Mas vocês não estão ouvindo choro de um bebê, tem alguma criança em frente a esse castelo e eu tenho que encontra-la.

—Senhorita nós a procuramos enquanto a senhorita fica aqui com a alteza em segurança, tudo bem?-outro guarda falou e eu concordei.

Logo que dois guardas saíram, um deles voltou com uma cesta de palha nos braços.

—È um bebê.-ele disse e eu sorri.

Eu fui até ele e vi um bebê enrolado em uma manta. Peguei a menina no colo pois a manta era rosa e estava com um vestidinho. Ela começou a chorar. E eu tentei a acalma-la.

—Eady o que vamos fazer com ela?-Osten perguntou preocupado.

—Primeiro vamos dar de comida para ela, ela deve está com fome. Vamos.-eu disse e fomos andando até onde todos estavam.

No caminho eu e o Osten conseguimos fazer a menina parar de chorar. Osten estava fazendo palhaçada para ela e ela só o encarava, curiosa. A menina era uma recém nascida, como uma mãe teve coragem de abandonar essa criança. Ela era tão linda, a pele tão clara que dava para ver as sua veias, e os cabelos negros.

Quando chegamos de volta a festa quem nos viu primeiro foi a Madame Lucy.

—Eadlyn quem é essa criança?-ela perguntou e eu percebi que aos poucos a nossa presença era notada.

—Eu não sei Madame Lucy, ela foi encontrada em frente ao castelo chorando de fome.-eu disse e ela veio até mim e a pegou do meu cole.

—Aí meu deus que linda.-ela disse sorrindo.

—Eady, olha isso!

Caro Sr. e Sra. Majestade.
Eu não posso criar essa menina por problemas de saúde e financeiros mas eu espero que vocês a aceite em sua casa. Não levei ela para adoção pois nem todas as criança são aceitas e eu sei que os senhores tem condições financeiras de cria-la. Peço perdão por não poder criar a Mia, ela é o bem mais precioso que eu tenho nessa vida e eu faço de tudo por ela, até mesmo esperar que alguém a encontre em frente ao castelo. Mia nasceu de nove meses e ela tem dez dias. Nasceu bem de saúde. Por favor cuide da minha filha por mim, é tudo o que peço.
Mia mamãe te ama.

Osten leu a carta e já tinha todos em volta prestando atenção.

—Eu vou cuidar de você, pequena Mia.-Madame Lucy disse e depois de todos perguntarem, quem é ela? Madame Lucy foi guiada pelo General para alimenta-la. E eu fiquei feliz, Mia não encontrou pessoas melhores para cuidar dela. Tenho certeza que a sua mãe ficaria feliz com o carinho da Madame Lucy e a proteção do General Leger.

Depois da chegada de Mia, o assunto era só esse, uns contra pois dizem que o castelo não era orfanato e uns a favor pois é um gesto bonito. Eu só sei que ninguém vai conseguir tirar Mia do colo de Lucy, até a pequena parece ter gostado dela, pois acabou de mamar, dormiu logo no seu colo. A Rainha e minha mãe estão com ela.

—Eady você me chamou?-Osten perguntou atrás de mim, eu estava admirando a piscina azul.

—Sim pequeno, eu queria falar com você sobre aquelas crianças que estavam brincando na praça.

—Eady, está tudo bem.

—Eu sei que está tudo bem mas eu quero dizer que a vida de ninguém é perfeito, pequeno. Que sempe tem um problema para nós o superarmos e que cada um tem uma missão no mundo. Você tem a missão de pôder mudar a vida delas, de os ajudar, então não fique triste porque você não tem muitos amigos da sua idade ou até memso não pode ser livre para brincar.

—Eu sei Eady, é que as vezes eu penso como seria a minha vida se os meus pais não fossem reis.

—Se o seu pai não fosse Rei, talvez a gente nunca tivesse conhecido. Não se preocupa com o SE. Se preocupar com o agora. Porque você tem uma amiga maravilhosa aqui que te ama.-eu disse e levantei os braços e ele veio me abraçar.

—Eu também te amo irmã!

—Aí que fofinho Eadlyn, conquistando o cunhadinho.-Alanna apareceu com um sorriso cínico na cara.

—O que você quer Alanna?-eu perguntei séria.

—Eu só queria dizer que a sua comida estava maravilhosa nunca comi petiscos mais deliciosos em toda a minha vida e olha que a minha família era de casta dois.

—Não existe mais castas Alanna.

—Eu sei querida.-e ela chegou perto de mim.-Eu só queria dizer que quando eu me tornar Rainha a primeira coisa que eu vou fazer é expulsar você do meu castelo, sua va....ahhhh.

E o Osten empurrou Alanna na piscina e eu comecei a rir. Ela começou a gritar pelo Kile, que não sabia nadar, só que a piscina não é tão funda, dava para colocar os pés no chão. Kile veio correndo e pulou na piscina. A salvando, que palhaçada! E mais um vez uma platéia surgia a nossa volta. Kile tirou ela da piscina.

—Você está bem Alanna?-ele perguntou preocupado.

—Foi ela Kile, foi ela que me jogou na piscina.

O que?

Kile levantou e olhou para mim.

—Eadlyn por que você fez isso com ela? Eu sei que vocês não são melhores amigas mas trata-la assim, eu esperava mais de você.

—Mas Kile....

—Chega Eadlyn! Já percebeu que você de todas é a que mais me dá trabalho e nem era para você está aqui e em vez de você me ajudar como amiga. Fica agindo como uma criança mimada. Chega não quero ouvir mais nada.-e ele virou e foi até Alanna.

E eu vi ele pegar ela no colo, e eu não aguentei ver a câmera ligada e as pessoas com cara de pena para mim, sai correndo para o meu quarto, e eu fiquei com mais raiva do Kile por está chorando por ele.