A Garota do Lago escrita por Flora Medeiros


Capítulo 9
Date pt. 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/670127/chapter/9

Fomos passando pelo estacionamento da escola até pararmos em frente ao melhor de todos eles.

— Nossa... Você é rico? – perguntei ainda abismada com o carro que parecia surreal demais para existir. Na verdade tudo parecia surreal demais, mas nada se comparava aquilo.

— Pode se dizer que sim... – falou sorrindo. – Nunca tinha visto uma Lamborghini Aventador? – falou observando minha cara de espanto.

— Não... – falei observando os mínimos detalhes daquele luxo prata.

— Vamos lá... – falou abrindo a porta que ao invés de abrir como as outras levantou ao invés de puxar.

— Pra onde vamos agora? – falei tentando mudar o assunto.

— Bom... Como você disse que não conhece muitos lugares por aqui pensei em darmos uma volta e eu te mostrar alguns parques...

— Não íamos ver um filme? – perguntei franzindo a sobrancelha.

— Iremos. Depois... – deu um sorriso encantador exibindo seus dentes brancos.

Ele seguiu dirigindo e fomos até um parque enorme. Cheio de verdes árvores e com vários canteiros de flores. Descemos do carro e seguimos andando até uma grande armação metálica.

— Esse aqui é o Millennium Park! – falou Demetrio. – Esse parque começou a ser construído em 1998 e tem em área 100 mil metros quadrados. – eu ainda olhava abismada com a beleza daquele parque... Haviam pequenas árvores super coloridas.

— É lindo demais. – falei ainda enfeitiçada pelas cores.

— Vem... Vamos logo se não vamos perder a melhor parte. – correu me puxando pela mão.

— Qual a melhor parte? – falei me perguntando se poderia ter algo mais bonito que aquilo.

— O pôr do sol aqui... – falou quando paramos bem em frente a uma estrutura gigante de metal. – Esse é o famoso Grande Feijão.

— É lindo! – falei vendo várias pessoas se aproximarem dele com o celular na mão.

— Espere agora... 1... 2... – falou olhando no relógio. – 3! – sua empolgação era contagiante.

— Uau! – falei enquanto via o feijão metálico tomar as tonalidades do pôr do sol que estavam sendo refletidas sobre eles. – Incrível! – falei ainda admirada.

— Vem... Vamos tirar uma foto.

— Claro! Onde está a câmera? – perguntei sem notar nenhuma bolsa com ele para carregar um objeto tão grande.

— Podemos tirar no celular mesmo! – falou tirando do bolso um celular parecido com o meu. – Sorria! – falou sorrindo para o celular que de repente começou a nos mostrar como se fosse um espelho. Eu sorri mesmo um pouco assustada ainda com outra capacidade que algo tão fino e desconhecido poderia fazer. É celular... Parece que você realmente ajuda bastante.

— Podemos tirar no meu também? – perguntei dando meu celular a ele.

— Claro! – falou sorrindo, mas dessa vez ao invés de olhar para o celular ele deu um beijo em minha bochecha e tirou a foto.

Eu não poderia ter saído mais vermelha que aquilo. Sorri pra ele em agradecimento e ele segurou minha mão fazendo eu ficar mais nervosa que estava. Ele entrelaçou nossos dedos ainda sorrindo gentilmente e começamos a caminhar de volta para o carro. Meu coração ia a mil, porque além de muito gentil havia algo nele... Algo que me fazia querer ficar perto, mas algo ao mesmo tempo me dizia pra manter certa distância. Ao mesmo tempo veio em minha mente a lembrança de Nancy me dizendo que o Aiden não gostava do Demetrio e o olhar de reprovação do Aiden ao saber que eu iria sair com ele. Tentei expulsar esses pensamentos e me concentrar no ótimo momento que estava tendo com o Demetrio.

— Esse lugar é realmente lindo! – falei tentando mudar os rumos do meu pensamento.

— Não mais que você! – falou beijando suavemente as costas da minha mão. Meu coração acelerou novamente e não consegui dizer nada em resposta para aquilo. Sorri de canto ainda encarando seus olhos tão azuis e tentei mudar o assunto.

— Então... Qual o filme que iremos assistir? – falei ainda hipnotizada com a beleza dele.

— Annabelle. Já assistiu? – perguntou dirigindo até uma auto estrada.

— Não...

— Ótimo! – sorriu.

— A Lilly me falou sobre o cinema. Em qual vamos?

— Na verdade não vamos a um cinema... Vamos assistir na minha casa mesmo. – falou sorrindo de lado me causando um misto de emoções. – Tudo bem pra você? – perguntou girando o olhar do trânsito para mim.

— Tudo bem sim. – falei realmente não vendo nenhum problema.

Ele colocou uma música e fomos em silêncio parando em frente a uma grande casa com uma enorme piscina.

— Lar doce lar... – falou ele.

— Uau... Que casa enorme! – falei observando ainda a estrutura da mansão. Era imensa. Deveria ter uns 30 quartos.

— Um exagero não acha? – falou abrindo a grande porta abrindo visão para uma enorme casa.

— É linda! – falei reparando nos móveis dispostos perfeitamente, com cores e design tornando o local perfeito. – Sua mãe tem muito bom gosto.

— Ela tinha... – falou, mas sem parecer estar triste. – Ela e meu pai já faleceram... Dois anos atrás. Acidente de carro. – falou rapidamente.

— Nossa, meus pêsames. – falei realmente ressentida por ter tocado no assunto.

— Não... Está tudo bem! Nunca gostaram de mim mesmo. – falou abaixando o olhar.

— Porque alguém não gostaria de você? – perguntei.

— Vamos para a sala de filmes? – perguntou mudando o assunto e eu apenas o segui.

Fomos passando por vários corredores e haviam diversas portas trancadas. Quando chegamos ao fim do corredor ele abriu a porta revelando uma sala com dois sofás que pareciam camas.

— Sinta-se a vontade. – falou tirando a jaqueta e a bota. Tirei o tênis e sentei em um dos sofás. – Vou pegar alguma coisa pra a gente comer. – falou enquanto tirava a camisa e eu virei o rosto rapidamente pra não vê-lo sem roupas.

— Demetrio porque você está tirando as roupas? – perguntei pondo a mão nos olhos.

— Calma Sophie... É só a camisa. – falou rindo da minha reação. Tirei a mão dos meus olhos e voltei a encará-lo. Ele estava sem a camisa. Não consegui evitar olhar para seu peitoral totalmente definido.

— É-É... Quer ajuda pra pegar a c-comida? – perguntei gaguejando após perceber que havia passado tempo demais o admirando.

— Não tudo bem! Pode ir ligando o DVD se quiser. – falou saindo pela porta.

Olhei para a enorme TV e comecei a procurar alguma coisa com o nome DVD, já que eu não sabia o que era. Após certo tempo sem fazer ideia do que era um DVD o Demetrio volta com as comidas.

— Espero que goste de salgadinho... É que eu não faço muitas compras, mas vou pedir uma comida Japonesa pra a gente. Você gosta? – perguntou.

— Adoro. – respondi não fazendo ideia de que comida ele se referia.

—Você não ligou o DVD?

— Achei melhor esperar você... É que não sou muito apta a mexer com tecnologias. – respondi sincera.

— Também não gosto muito. Acho a vida real bem mais divertida. – falou e eu sorri, mas não entendi o que ele quis dizer com "vida real". Ele pegou uma caixinha retangular e a abriu retirando um círculo fino de dentro, que parecia um LP pequeno. Ele inseriu o disco e pegou dois controles. – Acho que você vai gostar. – falou sorrindo divertido.

— Vamos ver... – me deitei em um dos sofás e ajeitei a almofada para ficar mais confortável. Demetrio trouxe as comidas para mais perto e se deitou ao meu lado. Eu queria questionar, mas devia ser comum nessa época um menino sem camisa deitar ao lado de uma menina então apenas tentei ficar mais afastada.

O filme começou e eu já estava na metade do salgadinho de tanta tensão que era. Além de parecer real dava muito medo. Me controlei para não gritar em alguns momentos e comecei a fechar os olhos em momentos de tensão. O Demetrio me fitava sorrindo e fazendo alguns comentários sobre o filme. Filmes eram tecnologias fascinantes... Acho que era a melhor de todas elas na verdade. Contavam histórias feito livros, mas era como se a imaginação virasse realidade. Estávamos em uma parte tensa do filme quando uma mulher corre para o elevador enquanto algo a perseguia. Meu coração batia forte e eu queria dizer para ela sair dali, mas sabia que ela não escutaria então apenas observei aquele momento de pânico quando uma coisa aparece dando um susto nela e em mim. Dessa vez eu gritei. Não tão alto, mas se antes eu tentava manter distância do Demetrio, agora essa distância não existia mais. Quando me dei por mim eu já estava abraçada a ele com os olhos fechados e a cabeça sobre seu peito nu. Abri os olhos e me afastei dele.

— Desculpe... É que eu nunca tinha assistido algo que desse tanto medo assim. – falei ainda em pânico.

— Tudo bem... Na verdade eu prefiro assim. – falou me puxando para perto novamente. – Você juntinho.

Voltei meu olhar para ele e estávamos muito próximos. Eu estava sentindo a respiração quente dele tocar em minha bochecha. Levantei mais um pouco o olhar para encarar seus olhos e ficamos próximos demais. Ele me olhava desviando o olhar entre minha boca e meus olhos. Eu não estava com forças pra me afastar. Estava embriagada demais por seu cheiro tão delicioso. Ele começou a aproximar nossos lábios e eu fiz o mesmo me aproximando dos dele quando ouço um som sair do meu bolso deduzindo ser do celular ao mesmo tempo em que a campainha começou a tocar. Isso foi o suficiente para me fazer recobrar os sentidos e me afastar dele indo atender a ligação.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? haha o que será que esses dois irão aprontar no próximo capítulo? :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Garota do Lago" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.