A Garota do Lago escrita por Flora Medeiros


Capítulo 7
Strange Feelings


Notas iniciais do capítulo

Se gostarem comentem por favor :3



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O barulho ainda ecoava em minha mente... Quando abri os olhos ainda estava em cima de Aiden e ele me encarava assustado. Ao fundo comecei a ouvir os gritos de Nancy e senti algo arder em minhas costas. Fechei os olhos novamente e acabei desmaiando sob o Aiden.

– Sophie? Sophie? Está tudo bem?- senti alguém apertar minhas bochechas abrindo meus olhos.

– O que...? – perguntei ainda meio tonta observando o teto que reconheci por ser a casa de Nancy. Ótimo... Pelo menos não estava em um hospital.

–Você está bem? Pode me ouvir? – falou uma voz desconhecida.

– Sim... Posso ouvir. – falei ainda tentando reconhecer a voz e me esforçando para abrir os olhos sozinha.

– Está sentindo alguma dor? – perguntou o enfermeiro.

– Minhas costas... Ardem um pouco. – falei finalmente conseguindo enxergar tudo com clareza... Haviam bombeiros na casa e pessoas passando de um lado para o outro.

– Já iremos cuidar disso. Foram apenas alguns cacos de vidro que voaram após a pequena explosão, mas você vai ficar bem. Você salvou aquele rapaz, mocinha! Pela descrição dele com a proximidade que ele estava do aparelho com certeza ele estaria em maus lençóis agora. – falou o enfermeiro me fazendo procurar pelo Aiden.

– Ele está bem? E a Nancy? – perguntei procurando pelos dois.

– Estamos bem sim... – falou aquela voz grossa e rouca no canto da sala. – Graças a você! – exclamou Aiden fazendo eu arregalar os olhos. Será que eu estava louca ou eu realmente estava ouvindo algo de bom sair da boca dele relacionado a mim?

O enfermeiro me levou para a ambulância e limpou meus cortes pondo um curativo logo em seguida. Não havia sido um incêndio, mas os bombeiros continuaram lá observando se tinha algum risco e o porque do objeto ter explodido. Eu me perguntava isso a todo instante e o pior... Como eu sabia?

Agradeci ao enfermeiro e entrei na casa. Os bombeiros estavam saindo e um deles me cumprimentou dizendo que eu poderia ser do corpo de bombeiros no futuro.

– Ainda bem que você não se feriu gravemente querida! – falou Nancy me abraçando.

– Não foi nada... Não precisa se preocupar. – sorri gentilmente.

– Claro que foi... Eu poderia ter me machucado sério. – falou Aiden em tom sério. – Obrigada. – eu nem soube como reagir a aquelas palavras. Apenas assenti e ele sorriu gentilmente.

– Vou pegar uma água pra você. – falou Nancy saindo da sala.

– Só me explica uma coisa... Como você sabia que se pusesse metal no micro-ondas ele explodiria? – perguntou olhando diretamente em meus olhos.

– Não sabia... Eu nem sei explicar porque eu pulei em cima de você. Eu só senti que você estava em perigo e agi por impulso. – falei já esperando a cara de incredulidade dele, mas para minha surpresa ele apenas assentiu.

– E como foi que você sentiu que eu estava em perigo? – perguntou novamente em tom sério.

– Eu não sei... É sério... Só sei que ao olhar pra você algo dentro de mim parecia estar congelando e fiquei sem conseguir respirar. Por instinto ou não sei, só senti que você estava em perigo. – falei me afastando da cadeira que eu havia sentado após meus cortes começarem a arder.

– E você espera que eu acredite? – falou mudando de expressão. Ele estava rindo da minha cara.

– Não estou pedindo que acredite. Você me perguntou e eu respondi. – falei levantando com raiva após ele ter agido tão idiota.

– Desculpe okay? É só que é difícil de acreditar... – falou ainda se recuperando da gargalhada. – De um jeito ou de outro... Obrigada.

– Você já agradeceu. – falei ríspida. Não deixaria ele caçoar novamente de mim e subi as escadas ao mesmo tempo em que escutei Nancy entrar na sala perguntando pra onde eu tinha ido.

Sentei na cama e tirei aquela camisa do pijama que estava um pouco respingada de sangue. Pus uma camisa limpa e voltei para cama. O celular que Nancy havia me dado ainda estava lá então comecei a tentar decifrar como se mexia naquela coisa. Após algum tempo tentando aprendi a desbloquear a tela. Ponto pra mim. Comecei a tocar em todos os quadradinhos para saber o que faziam e até que eu estava indo bem. Quando o relógio começou a indicar meia noite eu parei de mexer no celular e fui dormir, acabei involuntariamente pensando no Demetrio... Por mais que eu negasse amanhã eu queria o encontrar de novo.

Acordei antes de o despertador tocar e já o desativei. Fui até o guarda-roupas e peguei o sobretudo preto que havíamos comprado com uma calça jeans da mesma cor e um tênis branco com detalhes dourado. Após selecionar as roupas e pegá-las fui ao banheiro que estava vazio o que significava que o Aiden ainda não tinha acordado. Suspirei aliviada e tomei meu banho tranquila. As feridas arderam um pouco, mas consegui refazer os curativos. Me vesti e saí do banheiro em direção ao quarto. Peguei algumas maquiagens que estavam em cima da cômoda e fui até o espelho. Escolhi um batom vinho claro e passei lápis de olho. Ao olhar no espelho checando se havia ficado bom notei um utensílio no meu pescoço. Aquele mesmo colar... Eu tinha certeza que não havia posto ele. Observei um pouco o formato e a cor dele e tentei lembrar se havia comprado ou ganhado esse colar, mas tinha certeza que não. Tirei o colar e coloquei de baixo do colchão, por mais bonito que fosse não o queria por perto já que não me pertencia. Voltei ao espelho novamente e o colar estava em meu pescoço. Não era possível. Eu acabei de por ele de baixo do colchão. Tentei tirá-lo novamente e o joguei bem longe no quarto, mas quando me virei novamente para o espelho ele estava em meu pescoço.

Quando eu estava começando a me desesperar sem saber o porque dessa coisa maluca de alguma forma não querer sair do meu pescoço escuto alguém bater em minha porta.

– Acorda! Vamos nos atrasar por sua causa de novo... – falou a voz rouca do Aiden ao mesmo tempo em que eu abria a porta.

– Acho melhor você não nos atrasar. – falei mostrando que já estava pronta e ele fez uma cara de surpresa e de "tanto faz" ao mesmo tempo.

Desci as escadas e peguei um suco na geladeira. Não havia coisa melhor pra comer de manhã que um bom copo de suco e uma tigela de cereal. Não que eu comesse isso muito já que meu treinador não deixava eu comer coisas muito calóricas.

Comi e ao terminar observei o Aiden descer as escadas correndo.

– Quem é que nos atrasou hoje mesmo? – perguntei me divertindo ao observar ele com a testa um pouco pingada de suor o que demonstrava que ele tinha corrido bastante.

– Hahaha que menina engraçada. – falou o mala.

– Podemos ir? – perguntei.

– Claro... Vamos lá. Pegou uma roupa pra ginástica? – perguntou ele quase eufórico pra que eu dissesse que não e ele tivesse que esperar eu ir buscar só para esfregar na minha cara que eu atrasei de novo, mas eu apenas levantei a bolsa mostrando a leggin e ele bufou revirando os olhos.

Entramos no carro e o caminho foi em silêncio até que eu quebrei o jejum de palavras.

– Posso fazer uma pergunta? – perguntei já esperando a grosseria da vez.

– Pode. – respondeu ele para minha surpresa.

– E o seu pai? – perguntei e vi ele apertar um pouco o volante.

– É alguém que não merece ser mencionado... – falou com os olhos vagos e percebi que ele não queria falar sobre isso então fiquei em silêncio, mas para minha surpresa novamente ele voltou a falar. – Ele morreu. – concluiu ele.

– Sinto muito... – falei sinceramente.

– Não sinta! – falou me olhando com um sorriso de dor. – Ele era um canalha... – falou travando os dentes. – dessa vez eu não soube o que dizer então apenas assenti. – Ele batia em minha mãe acredita? Ela grávida inclusive. – falou e quase não dava pra controlar o choque que eu tive em ouvir aquelas palavras. – Quando nasci ele me viu como outro brinquedo o qual ele podia bater. Era um nojento. Torrou boa parte da herança que o pai dele deixou em bebidas até que um dia quando voltava pra casa um carro o pegou e acabou com o nosso sofrimento.

– Eu não sabia... Desculpe por ter perguntado. – falei totalmente arrependida.

– Você é da família agora... Tem que saber das coisas. – falou e era a primeira vez que ele falava algo me incluindo comoo família. Sorri involuntariamente, mas virei rapidamente para que ele não percebesse. – Eu e minha mãe temos marcas até hoje daquele tempo... – continuou ele. Isso doeu bastante. Não conseguia imaginar uma pessoa tão cruel a esse ponto.

– Meu pai também morreu... – falei e ao me lembrar que todos da minha família e amigos já haviam morrido ele fez uma expressão como falso espanto. – Quero dizer... Antes... Ele morreu quando eu tinha 12 anos. Câncer.

– Sinto muito. – falou ele.

– Obrigada.


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Notas finais do capítulo

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=RERr49_V71g



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